Refeição Cultural
Osasco, 28 de setembro de 2024. Sábado.
Antes de registrar reflexões baseadas um pouco no pessimismo da razão, é importante dizer que estou engajado nas campanhas eleitorais de Guilherme Boulos e Luna Zarattini 13131, em São Paulo, e também tenho feito o que posso pelo Coletivo JuntOz 13713 e Emidio, em Osasco. É a minha contribuição prática pela democracia e pela classe trabalhadora a qual pertenço.
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Dias atrás, registrei um certo desabafo pelo cansaço que venho sentindo por inúmeros atos de desrespeito em relação à minha pessoa: algum desrespeito por parte de alguém próximo ou por instituição social à qual eu tenha dedicado o melhor de mim.
Sinto também um certo cansaço pelas atitudes das instituições sociais às quais me filio ou sinto pertencimento, as tais "comunidades imaginadas", descritas magnificamente por Benedict Anderson. Certa decepção com as abstrações criadas pela mente humana, também explicadas pelo neurocientista Miguel Nicolelis.
Estou insatisfeito com o nosso sindicato, partido e governo. Avalio que não seria politizado por eles hoje como fui no passado. E com o meu pai, como já disse. Ele seria atualmente uma referência do que eu não gostaria de ser na relação com os outros. E nada garante que eu não seja igual a ele.
Meu pai, o nosso sindicato e sua corrente política hegemônica, o partido, o governo, e a Cassi do BB são referências de decepções que martirizam meu coração, uma forma poética de dizer que essas instituições me causam sofrimento, que se transforma em problemas de saúde no organismo do animal que sofre.
Minhas decepções são pessoais, são baseadas em minha formação e experiência políticas. São decepções quanto às concepções e práticas políticas das instituições às quais me filio há décadas. Boa parte da militância segue lutando, está nas ruas, vejo isso onde milito.
Pelo menos de onde observo o mundo, vejo o trabalho da militância da Frente de Solidariedade e Luta (FSL/ZO), do Diretório do PT do Butantã, liderado pelo combativo Daniel Kenzo, da jovem Luna Zarattini e sua equipe, dos jovens Heber, Gabi e Matheus do JuntOz. Tem muita gente boa na luta!
Minha decepção política é com as direções das instituições políticas, é com a burocratização, é com o autoritarismo que beira às práticas de nossos inimigos da direita e extrema-direita. A decepção é com as práticas de pessoas que se tornaram estranhas por tanta indiferença e desrespeito ao que pensa diferente.
Enfim, não me parece que vá haver mudanças nas instituições e pessoas que tinha como referência de vida. Não é o que o cenário local e mundial demonstra para aqueles que sabem ler nas entrelinhas e sabem ler para além das palavras. Aprendi um pouco isso na minha formação política pelos bancários da CUT em outros tempos.
(Acabaram-se as conciliações e diplomacias, agora é imposição pela força: a esquerda terá que perceber isso, antes que desapareça)
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Domingo 6 de outubro está aí. Espero que nossa classe consiga superar alguma coisa do poder econômico dos donos do mundo e consiga eleger nossas candidaturas progressistas. Estamos trabalhando para isso. É difícil, mas estamos nas lutas. Depois dessa data, vou pensar o que fazer da vida.
William Mendes
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