Refeição Cultural
Osasco, 1° de setembro de 2024. Domingo.
INTRODUÇÃO
Capítulos duríssimos os que li neste domingo!
É a sociedade capitalista de hoje, sem tirar nem colocar algo mais além do que está descrito por Victor Hugo em 1862.
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PRIMEIRA PARTE - FANTINE
LIVRO V - A DECADÊNCIA
VI. O pai Fauchelevent
O senhor Madeleine é colocado à prova por Javert, ao se ver obrigado a tentar salvar um velho preso a uma carroça tombada.
Madeleine, por ser um humanista, não suportaria ver alguém morrer sem nada fazer.
Ele salva o velho se colocando embaixo da carroça e fazendo força até puxarem a vítima.
Javert disse antes que conhecia apenas um homem com força capaz de tal feito... um condenado da prisão de Toulon. (p. 217)
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VII. Fauchelevent torna-se jardineiro em Paris
A bondade do senhor Madeleine é tanta que ele, além de salvar a vida do velho, dá um jeito de indenizar o coitado, comprando dele a carroça e o cavalo (morto) e arrumando-lhe um trabalho.
Neste capítulo, ficamos sabendo também, que foi nessa época que Fantine conseguiu trabalho na fábrica do senhor Madeleine, ao voltar como estranha para Montreuil-sur-Mer, após deixar a filhinha Cosette com os Thénardier.
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VIII. A senhora Victurnien despende trinta e cinco francos com a moral
"Além disso, mais de uma pessoa invejava seus cabelos loiros e seus dentes brancos." (p. 220)
Neste capítulo, o narrador descreve de forma excepcional como se dão as intrigas e fofocas na sociedade humana.
Fantine será vítima de uma esbusteira invejosa e a consequência da maldade dela se estenderá até a pequena Cosette.
Por insinuarem que Fantine era prostituta, ela foi demitida da fábrica do senhor Madeleine.
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X. Continuação do sucesso
"O inverno transforma em pedra a água do céu e o coração do homem." (p. 224)
Difícil alguém não se revoltar com a situação vivida por Fantine.
A jovem é uma das vítimas do perverso modelo de "livre mercado" capitalista.
"Costurava dezessete horas por dia, mas um fornecedor de trabalho das prisões, que fazia as prisioneiras trabalharem por muito pouco, fez de repente os preços baixarem, o que reduziu o salário das costureiras livres a nove soldos. Dezessete horas de trabalho e nove soldos por dia! Os credores estavam mais do que nunca desapiedados; o negociante de móveis, que havia retomado quase tudo, dizia-lhe sem parar:
- Quando vai me pagar, descarada?" (p. 228)
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E AINDA HOJE, SÉCULO E MEIO DEPOIS, AINDA VENDEM A MENTIRA DE "HUMANIZAR O CAPITALISMO"
Em cada cidade do mundo capitalista existem milhares de mulheres vítimas desse sistema, mulheres como Fantine.
É como nos alerta Victor Hugo na abertura da obra: livros como este não serão inúteis enquanto houver "a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância" (p. 37)
Assino com ele!
William
Post Scriptum: comentários sobre a leitura anterior podem ser lidos aqui.
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