Refeição Cultural
"(...) Certamente ainda me lembram cousas e pessoas de longe, diversões, paisagens, costumes, mas não morro de saudades por nada. Aqui estou, aqui vivo, aqui morrerei."
Assim começa o diário do Conselheiro Aires, personagem com o qual Machado de Assis se despede dos romances e, pouco depois, da vida.
Li o último romance do Bruxo do Cosme Velho em janeiro de 2017. Morava em Brasília à época.
Machado e Drummond sempre foram companheiros para mim, pois as ideias e sentimentos de seus eu-líricos e personagens me inspiravam, me punham a pensar e me fortaleciam.
O enredo de Memorial de Aires, de alguma forma, ficou registrado em meus pensamentos como referência de alguém retirado da vida que levou e se preparando para o fim ou outro tipo de vida, não melhor que aquela que tinha.
Acho que a minha identificação com esse romance machadiano se deu desde o fim de meu período em Brasília, no Banco do Brasil e no movimento político ao qual fiz parte por décadas, como Aires, retirado da diplomacia no exterior, após trinta e tantos anos...
Enfim, Machado e Drummond são minhas cachaças...
William
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