terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Leitura de poesia (10) - Tia Helen, T. S. Eliot



Tia Helen - T. S. Eliot (1917)


A srta. Helen Slingsby, minha tia solteirona,

Tinha uma casa pequenina, quase em área elegante,

Mantida por criados que somavam quatro.

Agora, quando ela morreu, ficou calado o céu,

E seu canto da rua, calado.

Cortinas fechadas, o papa-defunto limpou seu calçado -

Sabia bem que coisa assim já houvera antes.

Aos cães deixou legados abundantes,

Mas logo após morreu também seu papagaio.

O relógio da lareira ainda batia no consolo,

E o lacaio sentou sobre a mesa da sala

Tendo a segunda criada no colo -

Ela, tão ciosa quando em vida da patroa.


Tradução: 

Caetano W. Galindo.

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COMENTÁRIO:

Adorei o final do poema (risos). Viva a classe trabalhadora!


No original também é legal:

"The Dresden clock continued ticking on the mantelpiece,

And the footman sat upon the dining-table

Holding the second housemaid on his knees - 

Who had always been so careful while her mistress lived."


(Ha ha ha!) Maravilha!


William Mendes


Bibliografia:

ELIOT, T. S. Poemas. Org. tradução e posfácio Caetano W. Galindo. - 1a ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2018.


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