Refeição Cultural
Osasco, 19 de dezembro de 2024. Quinta-feira.
"Ego
Não hesito,
Se existo,
Insisto,
Resisto,
Persisto
e não desisto."
Genésio dos Santos (1978)
Melancolia. Não estou no clima para confraternizar com nadie. Sentir tristeza é uma coisa natural do ser pensante. Sou pensador. Vejo as coisas ao meu redor. São tristes demais! Como não consigo mais sentir raiva e ódio (me libertei desse cativeiro) sinto pena, fico com dó, e fico puto com as merdas inacreditáveis feitas pelas pessoas ao nosso redor. Raiva não.
Naturalmente estou nos dias de fazer algum tipo de balanço do ano que se encerra, a minha passagem pela existência neste ano civil. Refletir sobre as coisas da vida humana no meu canto do mundo e no mundo todo. Tenho consciência que contribuí para o mundo onde vivo ao tentar melhorar a vida das pessoas, pois participei ativamente das campanhas políticas neste ano. Fiz minha parte de jogar água no incêndio da floresta com meu bico de beija-flor. (mas o incêndio está destruindo tudo)
Sei e entendo que não tenho o que fazer no que diz respeito às relações humanas com os animais humanos do tempo atual. Relações utilitaristas, relações fluidas, de interesses. Pouca coisa sobra para amor e amizade. Uma das coisas que mais azedam o meu viver, o viver de muita gente, é a falta de consideração para com a gente. No meu mundo a consideração está desaparecendo. Não sei dos outros mundos, pois não sei nada de outros povos, outras culturas, outras gentes. Sei algo do mundo ao meu redor. Consideração próxima do zero. Triste isso. Mas as coisas são como são.
Época de balanços e planejamentos para possíveis amanhãs é época de ver coisas empilhadas, de ver o quanto nos afogamos em inutilidades, e o quanto desperdiçamos tempo com algo inútil ao invés de algo que valeria a pena enquanto existimos. Se eu não li uma centena de obras clássicas que gostaria de ter lido, para que guardar dezenas de obras que de verdade não acrescentariam nada ou quase nada em sua vida única e fugaz que pode acabar amanhã ou no instante seguinte?
Eu sequer li "O nome da rosa" e fico enchendo espaço em casa com uma bosta de livro sobre um czar fdp. E meus livros de educação física? Não pude me formar à época por falta de dinheiro para pagar a mensalidade, frustração inesquecível, e deixo aqueles livros ocupando espaço que não tenho? É tanta coisa...
(Post Scriptum: voltei da rua. Disponibilizei alguns dos livros que tinha numa banca de livros gratuitos aqui no bairro. Que sejam úteis para alguém)
Reafirmo que os seres humanos são seres extraordinários. Seres com potenciais e capacidades incomparáveis a qualquer outra espécie da natureza. Não precisaríamos estar num mundo feio, miserável, dominado pela maldade e por uma pequena parcela de fdp causando a destruição de um mundo inteiro que não é deles, desses fdp da parcela ínfima da população.
Mas não está fácil achar soluções para melhorar as pessoas e a sociedade humana. Está faltando criatividade a mim e a vocês que desejaríamos mudar a situação atual para algo melhor coletivamente. Coloquemos a cabeça para pensar...
Sigamos com as atitudes revolucionárias citadas no poema de meu amigo Genésio dos Santos, que abre este instante filosófico.
William Mendes
Nenhum comentário:
Postar um comentário