Voo rasante - Genésio dos Santos
Quisera voar
e nenhum deus me deu asas.
Daí eu não poder cantar
o voo das gaivotas
nem a cor dos céus.
Daí eu não poder cantar
o pico das montanhas,
eu, que nem alpinista sou.
Tudo deve ser tão belo
mas minha visão não alcança.
Meus olhos só veem
o que se passa aqui no chão
que é onde rastejo.
Meus olhos veem fome.
Meus olhos veem sede.
Meus olhos veem guerra.
Muitas vezes
eu passo sobre monturos
e com eles me confundo.
Eu os envolvo,
eles me envolvem
e nós nos deterioramos.
O voo das gaivotas,
a cor dos céus,
o pico das montanhas,
ficam cada vez mais longe.
A arte de transpor muros
não é tão fácil.
Ser poeta o é.
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COMENTÁRIO:
O
Que
Faço
Para
Parar
A
Matança
Do
Povo
Palestino?
Meus olhos veem fome.
Meus olhos veem sede.
Meus olhos veem guerra.
William
Bibliografia:
SANTOS, Genésio dos. Número um. São Paulo: G. dos Santos, 1978.
Uma faca só lâmina ou Serventia das ideias fixas. Leia esse poema de João Cabral de Melo. Adorei o comentário em forma de poema.
ResponderExcluirEu tenho esse livro do João Cabral, amiga, tenho que ver onde está aqui em casa. O poeta é porreta, duro. De manhã, ao escolher a poesia do dia, estava muito impactado pelas notícias da Palestina... Abração pra todos aí!!! Adoramos a noite de ontem, adoramos!!! Que venham mais momentos de VIDA assim!
ResponderExcluirSeguindo VC agora....mas ficarei
ResponderExcluirLendo sem
Comentar...deixo pra valsa literária..
Feliz ano pra VCS.marly.feliz2025.