Refeição Cultural
"Eu deveria vingar a morte do meu pai? Comprar um revólver e ir, de um em um, atirar na cabeça? Com dezessete, dezoito, dezenove anos eu não era maluco o suficiente para partir pra guerra. Era da paz. Era um pacifista. Alguns nomes dos torturadores envolvidos já tinham sido divulgados nas declarações oficiais do próprio Tribunal Militar. Bastava consultar o catálogo telefônico do Rio de Janeiro e ir de um em um, sabe quem eu sou?, pá, sabe de quem sou filho? pá, olha pra mim, pá. Mas lutar pela democratização seria uma vingança mais efetiva, e esperar que a Justiça numa nova democracia fizesse a sua parte. O que espero até hoje." (p. 194)
Demais essa declaração do Marcelo Rubens Paiva! Tiro o chapéu para ele.
Estou na terceira parte do livro. Marcelo fala bastante de sua mãe, Eunice Paiva. Nessa parte falou também de seu período de estudos universitários.
Toda vez que é abordada a progressão do Alzheimer em sua mãe, eu fico muito abalado. Acho uma sacanagem da natureza alguém ter essa doença.
A cada página contando a história de Eunice e Marcelo e suas irmãs, mais aumenta meu respeito e admiração por todos eles.
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Li notícia hoje que está parado há dez anos os pedidos de julgamento dos responsáveis pelo assassinato de Rubens Paiva. Alguns acusados estão vivos, livres, leves e soltos entre nós...
A família espera por justiça até hoje! Todos nós esperamos por justiça para esses casos de crimes praticados pelo Estado brasileiro.
William Mendes
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