terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Leitura de poesia (31) - A chuva e o choro, Wmofox



A CHUVA E O CHORO - WMOFOX


A chuva chove chuva.
Chuviscos, chiados...
Suave som das gotas.
Gotas úmidas, molhadas.
A chuva chove.

O choro chora choro.
Lágrimas, suspiros...
Leve ardor das gotas.
Gotas úmidas, molhadas.
O choro chora.

O mundo chora.
Meu mundo chora.
Nossa natureza transige.
Somos um só.

A chuva chora.
O choro chove.

Suave som, suspiros...
As gotas de lágrimas.
Lágrimas que choro.

Olhos molhados.
Gotas molhadas.
Que choro.


Wmofox, 13.09.2002

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COMENTÁRIO:

Para fechar o mês de leitura de poesia, acabei fazendo um exercício de reler poemas meus já publicados no blog. São algumas dezenas de poemas nessas quase duas décadas de existência do Refeitório Cultural.

Li os primeiros vinte poemas publicados para escolher um deles. Deu trabalho! Gostei neste momento de uns cinco ou seis com temas sensíveis para escolher um para hoje.

Ler os próprios poemas é muito diferente de ler poemas de outros autores e autoras. Sei o que se passava com o autor e o Eu-lírico em cada um deles. Momentos duros, momentos singulares. 

Como disse no "Poema marciano número dois", de Mario Quintana, que escolhi ontem, "Tudo é singular". Eu também sou. Todos somos.

Durante muito tempo usei o pseudônimo Wmofox em meus poemas. Coisas de criação poética e literária.

Quase escolhi o poema "Comala" (ler aqui) em homenagem ao escritor mexicano Juan Rulfo e o clássico "Pedro Páramo", recém-lançado como filme e que não vi ainda. Li o livro duas vezes e sou apaixonado pela obra.

Também balancei com a leitura do poema "Escalar" porque ele me agrada muito (ler aqui). Quase escolhi ele, mas minha fase da vida é outra.

Escolhi "A chuva e o choro" por achá-lo adequado para o momento do mundo, talvez do autor também. Poderia ter escolhido "A fome do homem" porque também é de temática muito atual (ler aqui).

O genocídio do povo palestino é uma das realidades que mais sofrimento causa ao meu coração. A miséria imposta ao povo cubano pelos EUA é de chorar, é de cortar o coração. A destruição dos biomas, a morte da natureza também me amargura diariamente. Dureza. De chorar!

Enfim, encerro o mês de leitura de poesia. Conheci autoras e autores novos, agucei um pouco minha sensibilidade para imagens poéticas.

Sigamos vivendo e lendo poesia, lendo clássicos da literatura, tentando ser uma pessoa correta, tentando melhorar o mundo do jeito que der. Sigamos.

William

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