Ai Jesus! - Álvares de Azevedo
Ai, Jesus! não vês que gemo,
Que desmaio de paixão
Pelos teus olhos azuis?
Que empalideço, que tremo,
Que me expira o coração?
Ai Jesus!
Que por um olhar, donzela,
Eu poderia morrer
Dos teus olhos pela luz?
Que morte! que morte bela!
Antes seria viver!
Ai Jesus!
Que por um beijo perdido
Eu de gozo morreria
Em teus níveos seios nus?
Que no oceano dum gemido
Minh'alma se afogaria?
Ai Jesus!
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Comentário:
Amores reais ou platônicos, em sociedades do passado ou do presente, entre iguais ou divergentes, amores, humanos sentimentos, abstrações criadas pela mente humana.
Ao ler sobre o poeta brasileiro Manuel Antônio Álvares de Azevedo, fiquei pensando na vida do autor. O paulistano morreu aos 21 anos de idade! Mal teve vida adulta.
Ele viveu suas duas décadas de vida naquele Brasil dos anos 1831 e 1853, entre São Paulo e Rio de Janeiro. São Paulo, a cidade no morro, lá em cima no planalto, que tinha cerca de 15 mil habitantes, ladeiras de barro pra lá e pra cá.
Pelo que li na seção de informações da edição que tenho - "É Help" - quase toda a criação poética e literária de Álvares de Azevedo foi reunida e publicada após sua morte.
Os críticos classificam sua criação poética no período do Romantismo brasileiro.
A leitura de poemas como os da poética de Azevedo é uma leitura gostosa por causa das rimas, da sonoridade.
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É isso! Seguimos lendo poemas neste mês de dezembro. Não tenho muita coisa nova em casa, vou continuar a leitura dos livros dos autores que tenho e que iniciei neste mês.
O tempo é curto também. O importante é um pouco de contato diário com poesia. Só para atiçar a mente e o coração.
William Mendes
Bibliografia:
AZEVEDO, Álvares. Lira dos vinte anos. Coleção Vestibular, O Estado de São Paulol. Klick Editora: São Paulo, 1999.
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