segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Leitura de poesia (23) - A Flauta-Vértebra, Maiakóvski


Estou preso ao papel com o prego das palavras
(texto do desenho).


A Flauta-Vértebra - Maiakóvski


Prólogo 


A todas vocês, 

que eu amei e que eu amo,

ícones guardados num coração-caverna,

como quem num banquete ergue a taça e celebra,

repleto de versos levanto meu crânio.


Penso, mais de uma vez:

seria melhor talvez

pôr-me o ponto final de um balaço.

Em todo caso

eu

hoje vou dar meu concerto de adeus.


Memória!

Convoca aos salões do cérebro

um renque inumerável de amadas.

Verte o riso de pupila em pupila,

veste a noite de núpcias passadas.

De corpo a corpo verte a alegria.

Esta noite ficará na História. 

Hoje executarei meus versos

na flauta de minhas próprias vértebras. 


(A ilustração é de Maiakóvski para o poema)

Tradução: Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman

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COMENTÁRIO:

Sigo aberto à poética de Maiakóvski. No entanto, a poética do revolucionário poeta russo segue hermética pra mim.

Já li 2/3 dos poemas selecionados por Boris Schnaiderman e pelos irmãos Campos para esta bela edição que tenho da Perspectiva. 

Conheço hoje um pouco mais que ontem sobre Maiakóvski. Isso é bom. Estou com mais de meio século de existência e sigo aprendendo. 

Sigamos lendo poesias e aprendendo novas culturas. 

William Mendes 


Bibliografia:

MAIAKÓVSKI, Vladimir. Poemas. Tradução: Boris Schnaiderman, Haroldo de Campos, Augusto de Campos. Ed. especial rev. e ampl. - São Paulo: Perspectiva, 2017.


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