Estou preso ao papel com o prego das palavras (texto do desenho). |
A Flauta-Vértebra - Maiakóvski
Prólogo
A todas vocês,
que eu amei e que eu amo,
ícones guardados num coração-caverna,
como quem num banquete ergue a taça e celebra,
repleto de versos levanto meu crânio.
Penso, mais de uma vez:
seria melhor talvez
pôr-me o ponto final de um balaço.
Em todo caso
eu
hoje vou dar meu concerto de adeus.
Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verte a alegria.
Esta noite ficará na História.
Hoje executarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras.
(A ilustração é de Maiakóvski para o poema)
Tradução: Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman
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COMENTÁRIO:
Sigo aberto à poética de Maiakóvski. No entanto, a poética do revolucionário poeta russo segue hermética pra mim.
Já li 2/3 dos poemas selecionados por Boris Schnaiderman e pelos irmãos Campos para esta bela edição que tenho da Perspectiva.
Conheço hoje um pouco mais que ontem sobre Maiakóvski. Isso é bom. Estou com mais de meio século de existência e sigo aprendendo.
Sigamos lendo poesias e aprendendo novas culturas.
William Mendes
Bibliografia:
MAIAKÓVSKI, Vladimir. Poemas. Tradução: Boris Schnaiderman, Haroldo de Campos, Augusto de Campos. Ed. especial rev. e ampl. - São Paulo: Perspectiva, 2017.
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