Prelúdios - T. S. Eliot (1917)
I
O entardecer de inverno se acomoda,
Cheiro de bife que entre as casas passa.
Seis da tarde.
As pontas desses dias de fumaça.
E agora a chuva repentina inunda
A escória imunda
Das folhas murchas postas aos teus pés
E dos jornais do terreno baldio;
A chuva cai mofina
Em persianas rotas, chaminés,
E preso a um coche logo ali na esquina,
Ferve um cavalo inquieto no frio.
E logo cada poste se ilumina.
(...)
Tradução:
Caetano W. Galindo
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Comentário:
Eliot é mais uma de minhas lacunas culturais. A lista de autores dos quais nunca li nada é enorme. Confesso com humildade.
Após ler os primeiros poemas de seu primeiro livro "Prufrock e outras observações", de 1917, escolhi postar a parte I do poema "Prelúdios". É a que mais gostei até agora.
Seu poema mais famoso é "A terra devastada", de 1922.
Ao ler algumas páginas do excelente "Posfácio" feito por Galindo fiquei perplexo com as curiosidades da vida do autor, que foi um bancário e depois editor.
T. S. Eliot foi contemporâneo a Ezra Pound, Virginia Woolf, James Joyce e outras celebridades do mundo das artes e cultura de sua época.
Ele ganhou o Nobel de Literatura. Eliot nasceu nos Estados Unidos e desenvolveu boa parte de sua carreira na Inglaterra.
É isso. Contatei nesses três primeiros dias de leitura de poesia poetas que não havia lido ainda: Jorge Luis Borges, Maiakóvski e T. S. Eliot.
Vamos ver o que invento para amanhã.
William Mendes
Bibliografia:
ELIOT, T. S. Poemas. Org. tradução e posfácio Caetano W. Galindo. - 1a ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2018.