quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Guerras mundiais - um olhar do século XXI ao passado





O texto a seguir é uma reflexão que tem como base duas referências:

1. O capítulo "O século: vista aérea" do livro Era dos Extremos, de Eric Hobsbawm.

2. O vídeo II da Coleção Campo de Batalha, uma produção portuguesa. Neste volume aborda-se os seguintes temas:

-Churchill, a razão da força
-A batalha do Atlântico
-O Mediterrâneo: a invasão da Grécia
-O Mediterrâneo: Malta
-O Mediterrâneo: a queda de Creta

O presente texto busca fazer algumas reflexões sobre as duas guerras mundiais pensando a "aldeia global" do século XXI.

Estamos melhor* preparados hoje para evitarmos catástrofes humanas como aquelas? Será que aprendemos com o passado? Ou não existe o passado para essa sociedade contemporânea que vive em um eterno presente contínuo como diz Hobsbawm?

Ao vermos os resultados trágicos da primeira guerra mundial, que dizimou milhões de jovens - principalmente do continente europeu -, que destruiu centenas de cidades e que influenciou o aparecimento dos regimes totalitários, não acreditaríamos que os mesmos povos repetiriam o cenário alguns anos depois.

A humilhação imposta a um dos lados - a Alemanha derrotada -humilhação representada através da assinatura do Tratado de Versalhes, nos alerta para uma sabedoria popular que diz que não devemos agir com escárnio e tripudiar sobre o adversário derrotado.

Sobre isso, é melhor sermos magnânimos com a desgraça dos inimigos. O Tratado de Versalhes fez o oposto: foi um tratado de rancor e de revanchismo. Mariátegui o chamou de "Tratado de Guerra".
Eu, particularmente, creio que o mundo é impulsionado por duas forças poderosíssimas e antagônicas: o amor e o ódio. Alimente os sobreviventes e/ou oponentes derrotados com ódio e espere a força do revide.

Veio a 2a guerra mundial e com ela, além dos milhões de jovens mortos e mundos destruídos, os extermínios em massa e a tecnologia criada para destruir em volumes exponenciais. O mundo capitalista e comunista se uniram paradoxalmente para derrotar o fascismo e o nazismo, porque aqueles se diziam defensores do humanismo e do racionalismo iluministas.

Finda a 2a catástrofe humana, tivemos umas décadas de mundo bipolar em regimes - capitalistas de um lado e comunistas de outro.

Mas, a divisão do mundo real era em três porções: os capitalistas ricos, os comunistas e uma enorme porção de mundos de miseráveis e semi-miseráveis chamados de 3º mundo.

E hoje? Aprendemos com toda essa história recente?

Se analisarmos as guerras de separação ou de invasão das décadas de 1990 e 2000 veremos que os mesmos métodos do passado permanecem inalterados. As guerras nos Bálcãs e nos países africanos tiveram de tudo, inclusive genocídio.

Os Estados Unidos da América, lado que sobrou do antigo regime bipolar - findo em 1989 com a queda do Muro de Berlim -, invadiram e massacraram países como Iraque e Afeganistão. Todos nós sabemos que as invasões nada tiveram que ver com princípios humanitários ou contra terroristas com armas de destruição em massa.

Há um ano, Israel destruiu o Líbano matando indistintamente jovens, mulheres e crianças - árabes ou não - em nome de retaliações a alguns mísseis árabes. Coincidentemente, todos sabiam que era período de eleições internas israelenses e era preciso fazer algo para esquentar a campanha a favor da situação no poder.

O mundo e suas organizações diversas chiaram com o massacre. E só! Pergunte se algum dos grandes países cortou relações comerciais com Israel depois da chacina?

A resposta mais condizente com os fatos mundiais recentes citados acima é a triste constatação de que os avanços tecnológicos como, por exemplo, na área de comunicação, interligaram o mundo, porém, desligaram as relações de causas e consequências entre o passado e o presente.

Também constatamos que os avanços tecnológicos desligaram a atenção dos jovens que vivem o presente em seus jogos e mundos virtuais on line, mas, esse mesmos jovens não atentam sequer para a educação formal e a política, principais instrumentos de mudanças em regimes democráticos e sem a necessidade de guerras ou revoluções.

A todos os progressistas resta insistir na educação de qualidade para a independência libertadora e para a reflexão de melhorar o mundo evitando os erros do passado, passado que pode parecer tão longe e estar tão perto.

Gramática:
*Eu não acho que estamos nem [bem preparados], então eu jamais diria, neste caso, mais [bem preparados]. Por isso o uso de [melhor preparados] na comparação entre o ontem e o hoje.

Ver texto do professor Sírio Possenti que postei aqui na categoria "Sintaxe" sobre o tema.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Visão do Paraíso, S. B. Holanda



Refeição Cultural

Sérgio Buarque explica no prefácio à segunda edição o alvo principal de seu estudo: 

"Não se quis, com efeito, mostrar o processo de elaboração, ao longo dos séculos, de um mito venerando (um Éden), senão na medida em que, com o descobrimento da América, pareceu ele ganhar mais corpo até ir projetar-se no ritmo da História." 

Lembrar que o nome do livro carrega a frase: "Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil". 

Seguem os motivos: 

"Nem se teve em mira explorar todas as virtualidades dessa espécie de secularização de um tema sobrenatural, e que levaram certo autor a perguntar ultimamente se os motivos edênicos não poderiam dar margem a uma ampla teoria, onde toda a História encontraria sua explicação." 


Bibliografia: 

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso. In: Grandes nomes do pensamento brasileiro. PubliFolha, 2000.

Raízes do Brasil - Ignorância e "cordialidade"



Refeição Cultural

Hoping for the best, but expecting the worst


Coisas de ontem e de hoje.

As chuvas de verão seguem castigando a Grande São Paulo. O mundo segue girando. O 10º FSM discute os rumos de um possível mundo melhor. Eu vejo algo mais como a frase da música de Alphaville - Forever Young:

"Hoping for the best, but expecting the worst"

Outro dia, fui vítima de assaltantes pés-de-chinelo, que assaltavam vários pobres e trabalhadores na passarela da CPTM perto de casa.

Hoje, minha vizinha - gente muito simples - foi assaltada na avenida perto de casa por dois meliantes que também escolhem pobres para serem suas vítimas. Isso é de uma covardia que inflama meu peito de um ódio que me assusta muito...

Assisti a um vídeo e li um pouco a respeito da 2ª Guerra Mundial. Tenho muito que aprender ainda para ser menos ignorante sobre o tema. 

Creio que os jovens de hoje são MUITO MAIS IGNORANTES QUE EU no assunto "história das guerras". Na verdade, acho que os jovens estão cada dia menos inteligentes, apesar de nunca na história ter havido tanta informação e tantos meios de se aprender.

Li mais um capítulo do livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. Hoje o tema foi o famoso "Homem Cordial". Não é bem o que me diziam, não.

Já vi pessoas esculhambando o autor por causa da questão da criação da chamada "cordialidade" do homem brasileiro. Como ele explica no livro, nem dele é a expressão (é do escritor Ribeiro Couto). Ele a toma emprestada para tentar descrever um pouco do que seriam algumas das características do povo brasileiro em relação a outrem.

Tem algo a ver com a ideia de tentar-se sempre estabelecer relações mais informais com quem quer que seja - amigo, parente, estranho, negociante, autoridades, adversários etc.

Em outros países a questão da formalidade de tratamento é muito mais rígida que aqui no Brasil. Percebe-se isso até pelos pronomes de tratamento e formas verbais.

Aprendi alguma coisa hoje.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Leitura: Raízes do Brasil, de Sérgio B. de Holanda



Refeição cultural

Leitura do capítulo 4. 

O SEMEADOR E O LADRILHADOR

ANEXOS AO CAPÍTULO 

1. VIDA INTELECTUAL NA AMÉRICA ESPANHOLA E NO BRASIL: UNIVERSIDADES E IMPRENSA NA AMÉRICA ESPANHOLA, nota 10!; NA PORTUGUESA, nota zero! 

"Em todas as principais cidades da América espanhola existiam estabelecimentos gráficos por volta de 1747, o ano em que aparece no Rio de Janeiro, para logo depois ser fechada, por ordem real, a oficina de Antônio Isidoro da Fonseca." 

Estima-se em 150 mil diplomados em toda a América espanhola para o período colonial, pois desde o século XVI havia universidades em quase todos os países colonizados por eles. Já o número de graduados da colônia portuguesa em Coimbra é ridículo. 

"Os entraves que ao desenvolvimento da cultura intelectual no Brasil opunha a administração lusitana faziam parte do firme propósito de impedir a circulação de ideias novas que pudessem pôr em risco a estabilidade de seu domínio." 

2. A LÍNGUA-GERAL EM SÃO PAULO 

Li este anexo hoje - aniversário de 456 de São Paulo -. O texto nos fala dos bandeirantes, da maneira meio-matriarcal que prevaleceu aqui nos primeiros séculos, pois os homens estavam sempre em suas "missões" desbravadoras de adentrar às terras do Oeste para caçar e aprisionar índios para mão de obra - o que trouxe a expansão dos limites geográficos brasileiros estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. Enquanto isso, suas mulheres - a maioria índias ou mamalucas - mantinham as coisas nas vilas paulistas e o idioma de comunicação era a língua dos gentios e não a portuguesa. 

Em uma interpretação pessoal sobre a leitura, eu diria, seguindo a linha diferenciadora do autor entre as colonizações portuguesa e castelhana, que os portugueses tiveram efetivo sucesso por serem mais flexíveis à terra colonizada em geral - seja topograficamente, seja na relação de conquista e submissão dos povos aqui presentes. Primeiro se comunicaram na língua do gentio, para depois estabelecer a língua portuguesa só lá na 1ª metade do século XVIII. 

Abaixo algumas citações: 

"Atraindo periodicamente para o sertão distante parte considerável da população masculina da capitania, o bandeirismo terá sido uma das causas indiretas do sistema quase matriarcal a que ficavam muitas vezes sujeitas as crianças antes da idade da doutrina e mesmo depois." 

O governador Antônio Pais de Sande, fala em relatório sobre as mulheres paulistas: "formosas e varonis, e he costume alli deixarem seus maridos á sua disposição o governo das casas e das fazendas". 

A GENTE PAULISTA LARGA O TUPI E PASSA AO PORTUGUÊS NA 1ª METADE DO XVIII 

"De modo que o processo de integração efetiva da gente paulista no mundo da língua portuguesa pode dizer-se que ocorreu, com todas as probabilidades, durante a primeira metade do século XVIII." 

COMENTÁRIO: Isso deve ser um horror para a elite paulista! Na verdade, tudo indica que eles gostariam que esse processo fosse direto para a língua inglesa, muito mais chique! Aliás, elite tão desinformada que gostaria de ser - E AINDA QUEREM - ser colônia dos falantes do inglês, ao invés dos ibéricos, como se isso nos fizesse alguma diferença enquanto povo brasileiro. Deixo aqui só um excerto de Daniel Defoe sobre a origem dos ingleses. 

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"Así pues, de una Mezcla de todas clases surgió, esa cosa Heterogénea llamada Un inglés: engendrado en raptos ansiosos y furiosas Lujurias, entre un Bretón Pintado y un Escocés: Cuyos descendientes aprendieron pronto a inclinar la cabeza y a uncir sus Bueyes al Arado Romano: De donde surgió una Raza Híbrida, sin nombre ni Nación, Idioma o Fama. En cuyas Venas calientes brotaron rápidamente nuevas Mezclas, combinaciones de un Sajón y un Danés. Mientras que sus Hijas Fecundas, con la complacencia de sus Padres, recibían a todas las Naciones con Lujuria Promiscua. Esta Progenie Nauseabunda contenía directamente la Sangre bien extractada de los Ingleses [...]" 

(Daniel Defoe, The True-Born Englishman. In: Anderson, Benedict. Comunidades Imaginadas. Fondo de Cultura Económica) 
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COMENTÁRIO 2: Todas as origens são iguais e todos os humanos valem a mesma coisa: VALEM MUITO COMO SERES HUMANOS. Cada ser humano é único e por isso valioso. 

DIFERENÇA DAS LAVOURAS NO SUDESTE X NORDESTE 

"Ao oposto do que sucedeu, por exemplo, no Nordeste, as terras apropriadas para a lavoura do açúcar ficavam, em São Paulo, a apreciável distância do litoral, nos lugares de serra acima - pois a exígua faixa litorânea, procurada a princípio pelo europeu, já estava em parte gasta e imprestável para o cultivo antes de terminado o século XVI. O transporte de produtos da lavoura através das escarpas ásperas da Paranapiacaba representaria sacrifício quase sempre penoso e raramente compensador." 

PORTUGUESES: SERTÃO ADENTRO, TORDESILHAS ALONGADO... EM TUPI 

"Mas se é verdade que, sem o índio, os portugueses não poderiam viver no planalto, com ele não poderiam sobreviver em estado puro. Em outras palavras, teriam de renunciar a muitos dos seus hábitos hereditários, de suas formas de vida e de convívio, de suas técnicas, de suas aspirações e, o que é bem mais significativo, de sua linguagem. E foi, em realidade, o que ocorreu". 

E o autor conclui: 

"O que ganharam ao cabo, e por obra dos seus descendentes mestiços, foi todo um mundo opulento e vasto, galardão insuspeitado ao tempo do Tratado de Tordesilhas. O império colonial lusitano foi descrito pelo historiador R. H. Tawney como 'pouco mais do que uma linha de fortalezas e feitorias de 10 mil milhas de comprido'. O que seria absolutamente exato se se tratasse apenas do império português da era quinhentista, era em que, mesmo no Brasil, andavam os colonos arranhando as praias como caranguejos. Mas já no século XVIII a situação mudará de figura, e as fontes de vida do Brasil, do próprio Portugal metropolitano, se transferem para o sertão remoto que as bandeiras desbravaram". 


Bibliografia: 

HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. Companhia das Letras, 26ª edição, 27ª reimpressão 2007.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Caminhada e dia de domingo: Jovens devem ler originais ou adaptações?


Minha família querida: pai, sobrinha, 
mãe e sobrinho em nov/09.

Caminhada longa pela manhã. Fez Sol - foi um intervalo em um fim de semana chuvoso. Viajei com o canto das cigarras e pássaros naqueles instantes. Andei uns 8 km.

Voltando para casa, voltei à realidade: palavras e pensamentos em vão!

Leitura da revista Carta Capital n.579 sobre a chiadeira dos conservadores em geral - igreja, militares, elite e grande mídia - sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos do governo federal, o PNDH 3.

Reli um pouco da obra Vidas Secas para analisar o quanto é absurdo a escola de meu filho mandar comprar clássicos "adaptados para jovens" ao invés de mandar os jovens lerem os próprios livros. (Quando comecei a ler este de Graciliano, havíamos pensado que também era para comprar uma adaptação dele. Depois descobrimos que era para comprar uma adaptação da Jane Austen - o que discordo da mesma forma)

A escola mandou comprar uma adaptação de Razão e Sensibilidade, de Jane Austen (ainda é lacuna cultural para mim, pois não li a obra, apesar de tê-la).


TEORIA LITERÁRIA

Eu não sou favorável a mandar jovens lerem adaptações de livros clássicos. Acho que seria melhor escolher livros com linguagens mais adequadas a cada idade do que ler clássicos reescritos por outros.




Aliás, quando afirmo isto, de ter idade certa para uma leitura qualquer, vou mais na linha do professor Hansen (USP) e contra a opinião do professor Antonio Candido (USP), que acredita que todo tipo de obra de arte, incluindo a literária, deve ser fornecida a qualquer tipo de pessoa, pois cada pessoa, cada jovem, pode estar mais ou menos preparado para várias linguagens literárias.

Essa moda de "adaptar" para facilitar o entendimento de jovens é um dos motivos da (des)educação de hoje estar criando seres automáticos e sem capacidade de pensamento reflexivo.

Como querem criar máquinas e robôs que pensem como gente se estão fazendo gente "pensar" como robôs - burros, vazios de emoção e que só servem para seguir instruções induzidas pelos comandos ("márquetim" e moda, no caso humano)?

Me preocupa ver os jovens que vão mandar no mundo de amanhã... Eu os vejo nas praças de alimentação e, às vezes, sinto repulsa... que nháca!


Refeição Cultural 45 - Prioridade em 2010

(Atualizado em 19/11/10)

Eu paguei uma grana para prestar um concurso público cuja prova é neste domingo o dia todo. Decidi que não vou. Joguei o dinheiro fora.

Não será a primeira vez que desperdiço algo na vida. É meu eterno problema de foco. Ou também poderia dizer que é uma questão de descasamento entre o Tempo e o Desejo.

Minha vida é marcada pelo descasamento entre Oportunidades e Hora Adequada.

Eu decidi que o meu foco em 2010 será ser mais militante político, como cidadão brasileiro, do que em outros anos. Ou seja, a cada dia do ano, espero fazer algo que contribua para as eleições em outubro para eleger o máximo de candidatos do campo da esquerda, progressistas e que defendam os interesses da classe trabalhadora e do povo humilde e carente de oportunidades na vida.

Isso tem e terá um custo. Eu terei que pensar muito mais na causa do que em mim mesmo.

É engraçado e contraditório. Eu gostaria de ser mais um na multidão. Pessoa simples e longe de aglomeração e que vivesse e morresse na minha, sem ter que dar satisfação a ninguém e a nada. Mas as coisas correram ao contrário. Diria que desde sempre.

Vejam só, até entrei na onda de ter celular, blog, orkut, twitter e outras coisas contemporâneas que nos alienam, nos escravizam e nos põem em riscos que nem imaginamos. Mas, depois que virei sindicalista, querendo ou não, passei a ser cidadão que deve dar satisfação a milhares de pessoas. Já estou nisso e não tem como fugir.

Eu tenho a certeza de pelo menos estar fazendo o bom combate como sindicalista. Posso até dizer que minha vida é um livro aberto mesmo.

De novo digo que é engraçado - se não fosse perigoso. Caso entremos em um regime de exceção de novo, como já vivemos no Brasil e demais países latino-americanos e que se vive hoje na Colômbia, Panamá, Honduras etc, onde se matam pessoas opositoras ao governo de direita na rua em plena luz do dia, essa interligação eletrônica torna quase impossível a qualquer pessoa se esconder dos poderosos no poder, caso queiram encontrar alguém por algum motivo.

Se somarmos a essa tecnologia atual o fato de, no Brasil, não termos conseguido julgar e apurar os crimes do Estado Ditatorial entre 1964-85, crimes de tortura e assassinato de cidadãos civis, acabamos por ter uma certa convicção de que aqui no Brasil "o crime compensa", pois as torturas atuais e comuns nas cadeias públicas e de várias formas ainda presentes em nossa sociedade são provas de que inexiste punição e nem interesse há em se coibir a violência contra a vida humana ainda nos dias de hoje deste novo século XXI.

Mas, tenho a minha prioridade em 2010. Espero contribuir de alguma forma para ajudar o país a seguir democrático, gerido por um partido como o Partido dos Trabalhadores que tem programa claramente voltado para a melhoria de vida dos mais humildes, jovens e com distribuição da riqueza produzida a todos e não a poucos privilegiados.

COMENTÁRIO: A MISSÃO PRINCIPAL DO ANO FOI CUMPRIDA POR MIM E MILHÕES DE BRASILEIROS. DILMA ROUSSEFF É NOSSA PRESIDENTE ELEITA PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO E AVANÇANDO RUMO A UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E IGUALITÁRIA, COM DEMOCRACIA. (Mas, eu não tenho dúvida de que a direita derrotada tentará um golpe ao longo do mandato do PT. ESTEJAMOS ATENTOS E PRONTOS A IR PARA A RUA DEFENDER  A DEMOCRACIA!!)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Corridinha noturna


Nossas violetas (dez/09). Foto: William Mendes

(atualizado em 18/04/10)


Corri 10 voltas na rua de casa - cerca de 4 km em 24'. Não está fácil melhorar o meu condicionamento físico. Que nháca!!

Pelo menos, deixo aqui a beleza das flores, para não falar da feiura do mau condicionamento físico, por falta de equilíbrio humano.

Haiti, uma biografia - por Antonio Lassance

Artigo de Carta Maior.

Foi um dos melhores textos que li em relação a contar um pouco da história desse país e desse povo guerreiro do Caribe. (William Mendes)



DEBATE ABERTO

O legado dos amaldiçoados: uma breve história do Haiti

A tragédia que fez o Haiti desabar é mais um golpe sobre um povo com o qual toda a América Latina tem uma dívida histórica. O Haiti foi promotor dos ideais da Revolução Francesa, da luta contra a escravidão, do anti-colonialismo e do americanismo bolivariano.

Antonio Lassance

Sob os escombros de sua tragédia, o Haiti carrega o fardo de uma trajetória sabotada. Compreender historicamente como esta região foi sistematicamente arrasada é a única maneira de evitar que se pense, como fez o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que uma maldição se abateu sobre aquele país. Um breve panorama nos permite ver a injustiça contra um povo que tem um legado bendito para toda a América.

A região onde se encontra o Haiti viu, ao longo dos séculos, o massacre de sua população indígena, a escravização de negros trazidos pelo tráfico, a divisão artificial em domínios fabricados ao gosto do colonizador (espanhol e francês), sua separação definitiva em dois – Haiti, de um lado, República Dominicana, de outro –, as tentativas de reconquista colonialista, a permanente intervenção norteamericana e frequentes golpes de Estado, entre eles o que deu origem a uma das ditaduras mais abomináveis que se pode mencionar (de Papa Doc e Baby Doc, de 1957 a 1986).

Esta é a herança que antecipa a extrema dificuldade que haverá para por novamente de pé um país que teve frustradas suas tentativas de construção autônoma e democrática do Estado.

A tragédia que fez o Haiti desabar é mais um golpe sobre um povo com o qual toda a América Latina tem uma dívida histórica. Trata-se de um legado muitas vezes esquecido, calcado em lutas tornadas inglórias. O Haiti foi promotor dos ideais da Revolução Francesa, da luta contra a escravidão, do anti-colonialismo e do americanismo bolivariano.

A região onde hoje se localiza o Haiti e a República Dominicana compunha o complexo das Antilhas, que havia se tornado, no século XVIII, o principal concorrente do açúcar brasileiro. Celso Furtado, no clássico “Formação Econômica do Brasil”, mostrou o impacto que causou o açúcar antilhano, mais barato que o brasileiro, para a decadência daquele ciclo.

Ao final do século XVIII, ajudado pelo desenrolar da Revolução Francesa, a ilha (antes unificada sob o nome de Santo Domingo) foi sacudida pela revolta dos escravos. Confrontados com um povo que reclamava os próprios ideais proclamados pelos revolucionários, os franceses se viram obrigados a reconhecer o fim da escravidão. O fizeram como se fosse uma concessão, embora não houvesse outra opção. Para além da moral revolucionária, os franceses estavam diante de um levante de uma população negra organizada e armada para defender sua república. Enfrentá-la demandaria mobilizar forças que eram essenciais para defender a própria França da invasão estrangeira, patrocinada pelas demais monarquias européias, aliadas ao rei deposto (Luís XVI).

Ao criar uma área livre de escravos, Santo Domingo provocou um efeito importante sobre toda a América. Criou o medo de que sua revolução se espalhasse, mostrou que era possível sobreviver sem escravismo e que se podia confrontar e vencer Napoleão (que queria reconquistar aquele território e trazer de volta a escravidão). A Inglaterra, que vivera a experiência de intensas rebeliões de escravos na Jamaica, conjugou razões suficientes que a levaram a capitanear a luta contra o tráfico: o abolicionismo, o liberalismo e a geopolítica de contenção do domínio francês. Em 1815, o Congresso de Viena, que formalizou a derrota napoleônica, trouxe como uma de suas resoluções a da extinção do tráfico de escravos (mesmo que limitada ao norte do Equador).

Os haitianos foram parte importante do processo que transformou o trabalho assalariado em opção mais vantajosa de exploração do trabalho do que a escravidão. Tornaram a abolição não apenas uma questão moral, filosófica e retórica, mas um tema político de primeira grandeza.

O Haiti foi base de apoio a Bolívar em sua luta pela libertação da América espanhola e portuguesa. O país lhe emprestou soldados, armas e munição, com uma única condição: a de Bolívar libertar escravos onde quer que os encontrasse. A mesma generosidade o levou a apresentar-se como opção para receber negros libertos vindos do Sul dos EUA.

No século XIX, o país foi diretamente afetado pelas doutrinas que propugnavam a supremacia dos EUA sobre todo o continente: a doutrina Monroe (“a América para os americanos”) e a do “destino manifesto”. No século XX, tal política se desdobrou em prática de intervenção sistemática, sendo cunhada por Theodore Roosevelt como o “big stick” (“o grande porrete”).

A política colonialista européia e, depois, americana pesaram sobre o Haiti como uma sistemática sabotagem à estruturação de um Estado igualitário, soberano e capaz de servir como alavanca para o desenvolvimento de seu povo. É curiosa a tese de Samuel Huntington (“O Choque de Civilizações), reproduzida por alguns jornais, de que o Haiti isolou-se do resto do mundo. Infelizmente, ele não teve esta chance.

A falta de Estado explica, agora, a falta de estruturas minimamente preparadas para socorrer pessoas diante da atual tragédia. Consequência imediata: um país que, após o terremoto, tornou-se um retrato daquilo que Thomas Hobbes chamou de Estado de natureza: a luta de todos contra todos, pela sobrevivência imediata. Uma situação em que a vida se torna, mais uma vez citando o filósofo inglês, solitária, pobre, suja, brutal e breve.

Bendito seja o Haiti!


Antonio Lassance, cientista político, pesquisador do IPEA, professor do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e assessor da Presidência da República.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Corrida vespertina


Ceará, janeiro de 2010.

Caminhei e corri.

Fiz 2 km em 11'30". Caminhei e fiz mais 2 km em 11'30". Ao todo andei uns 6 km e corri 4 km.


Na foto, estou em meu último dia de vida boa em férias no Ceará. Estava na casa de meu amigo e companheiro Bosco.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A importância de ligar o passado ao presente




"A destruição do passado - ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas - é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio. Por esse mesmo motivo, porém, eles têm de ser mais que simples cronistas, memorialistas e compiladores."

(o grifo é meu)


Em um ano decisivo para o povo brasileiro e latino-americano como o de 2010 é fundamental trabalharmos com a informação do passado recente para os jovens e os trabalhadores que irão às urnas para eleger seus governos e seus representantes nos parlamentos.

Infelizmente, o povo chileno votou em um megaempresário para a presidência do país no último fim de semana. Eles irão sofrer as consequências dessa alienação. É uma pena!

Aliás, é muito ruim a opção do povo chileno pela direita porque acaba fortalecendo a aliança conservadora e reacionária nas américas, aliança que já conta com o Peru e a Colômbia alinhados com o retrocesso neoliberal do Estado mínimo e do "não" aos direitos sociais dos povos.


Bibliografia:

HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos. Companhia das Letras, 2a edição, 33a reimpressão, 2006.

Caminhada pós-volta de Fortaleza


A borboleta cearense (jan/2010).

Então... viajamos a noite toda, chegamos no maior prego de Fortaleza.

À tarde, nesta segunda, fiz uma caminhada de uns 6 km para soltar o corpo. 

Tenho que praticar mais atividades físicas, e com urgência, pois estou 'mals' fisicamente.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Poema nº 1 (dez anos depois)


Aos 10, fui feliz.
Aos 15, quis me matar.
Aos 17, parti.
Aos 20, enamorei.
Aos 25, enfureci.
Aos 26, me separei.
Aos 27, fui pai.
Aos 28, viajei, fui feliz.
Aos 30 estou só,
e só.

(dez anos depois...)

Aos 40, não estou só.
As costas doem, os olhos ardem.
A vista falha, a família morre.
Perdi avó, tios, primo, tia.
Tenho função social,
mas onde está o meu eu?
Não sei, cumpro minha função social.
Não encontrei o que procuro.
Não, não sou feliz.
E só.


Wmofox, jan/2010

Poema nº 1


Aos 10, fui feliz.
Aos 15, quis me matar.
Aos 17, parti.
Aos 20, enamorei.
Aos 25, enfureci.
Aos 26, me separei.
Aos 27, fui pai.
Aos 28, viajei, fui feliz.
Aos 30 estou só,
e só.


Wmofox, abril de 1999

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Caminhadas em praias cearenses


Vista da Praia de Iracema, Ceará (jan/2010).

(atualizado em 17/4/10)


Nesta terça, caminhei uns 15 km.

Pela manhã, caminhei sozinho por cerca de duas horas. À tarde, caminhamos pelas praias de Iracema e Mucuripe para ir almoçar.

De resto, é muita cerveja (gatorate de cevada)... doing nothing...

sábado, 9 de janeiro de 2010

A Montanha Mágica, de Thomas Mann

ACABEI a montanha!

Estou emocionado tanto com o feito quanto com o final da história do jovem e singelo, ainda que simpático, Hans Cartorp.

Jamais imaginaria um final desses. Jamais!

Peguei-me pensando em cenas e cenas da vida cotidiana de cada um de nós, em seu tempo e espaço.

Lembrei-me das pessoas comuns do "Nós que aqui estamos por vós esperamos"; pensei que nunca podemos precisar aonde estaremos amanhã... seja nossa vida boa ou má, em ritmo lento ou acelerado... que coisa, heim! Quem pode nos prever o amanhã!

Ainda mais eu que tenho refletido todo dia - nesses dias - de viver hoje o que sobrou de ontem. De viver meus vivos, de ler meus livros, de ver meus filmes.

Na verdade, é uma merda esse pronome possessivo. Não estou necessariamente falando de meus volumes, estou falando desses nossos feitos maravilhosos, feitos humanos tão pouco visitados pelos jovens de hoje...

Feitos como essa Montanha de Thomas Mann. Feitos como aquele que vi outro dia de Giuseppe Tornatore - "Cinema Paradiso".

Fico triste e agoniado ao ver meu filho, nossos filhos, 24 horas por dia, enfiados em computadores, jogos de DS ou coisas similares vivendo (não-vivendo) jogos virtuais e conquistas - NONADAS - quando dizem que ganharam algo.

Não ganharam nada! Perderam vista, coluna, tendões... vida!

Quem sabe o que o amanhã reserva a esses singelos jovens, ainda que simpáticos, como o meu filho e o de todos nós... enfiados em jogos virtuais e não vendo o mundo lá fora... mundo triste e alegre... com belezas e catástrofes tão naturais...

Terminei A Montanha Mágica...

Vai saber se não estarei amanhã aonde foi parar o velho e jovem e singelo, ainda que simpático, Hans Castorp...

Ele e tantos jovens do mundo... ao longo do Breve Século XX... Ao longo do ainda breve e novo e velho século XXI.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sun City - Artists United Against Apartheid



Ahh.. sun city
Sun city
South africa
South africa

We're rockers and rappers united and strong
We're here to talk about South Africa we don't like what's going on (tell it)
It's time for some justice it's time for the truth (speak it)
We've realized there's only one thing we can do
We gotta say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city
Oh, no no no no

I / i
I / i
Oh i / i
I ain't gonna play sun city

Everybody say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city
Not baby

I, i i, i i i
Ain't gonna play sun city


Relocation to phony homelands
Separation of families i can't understand
23 million can't vote because they're black
We're stabbing our brothers and sisters in the back
We're gonna say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

We're gonna say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

Our government tells us we're doing all we can
Constructive engagement is Ronald Reagan's plan
Meanwhile people are dying and giving up hope
Well this quiet diplomacy ain't nothing but a joke
We're gonna say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

I ain't gonna play no no

We're gonna say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

Don't wanna play, don't wanna play

It's time to accept our responsibility
Freedom is a privilege nobody rides for free
Look around the world baby it cannot be denied
Some-somebody tell me why are we always on the wrong side
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

Will someone tell me what's going on?

I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

Boputhuswana is far away
But we know it's in South Africa no matter what they say (no matter what they say)
You can't buy me i don't care what you pay
Don't ask me sun city because i ain't gonna play
We gotta say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

I, i i, i i i
Ain't gonna play sun city

Relocation to phony homelands
Separation of families i can't understand
23 million can't vote because they're black
We're stabbing our brothers and our sisters in the back
Gotta say
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

Gotta
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city
No no no no no

I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

Said
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

Said
I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city
No no no no no

I / i
I / i
I / i
Ain't gonna play sun city

It ain't that far away

It ain't that far away, sun city

Don't go
No no no no no no no

Sun, sun, sun, sun city

Ain't gonna play sun city
Brothers and sisters being stabbed in the back

Help, help, yeah yeah

Don't, not gonna play sun city


Fonte: Letras.terra.com.br

Corrida noturna


Visão noturna da porta de casa (dez/09).

Corri agora à noite 4 km em 24' na porta de casa. 

Corridinha prazerosa, apesar da preguiça incrível que estava antes de descer para a atividade.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Refeição Cultural 44 - Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore

Capa do filme Cinema Paradiso(atualizado em 11/04/10)

O que eu estava fazendo em 1989?

Eu me lembro que assistia a muitos filmes. Acho que assistia a muitos filmes ruins. Pelo que me lembro, morava de aluguel no fundo da casa da dona Ivone, mas a lembrança é meio turva.

Trabalhei no Unibanco entre 1988 e 1990. Como eu mudava de moradia constantemente, lembro-me que tanto morei no final do bairro Rio Pequeno - Butantã, época em que voltava à pé do banco, vindo do centro administrativo (CAU) na rodovia Raposo Tavares, quanto morei em Osasco, no fundo da casa da dona Ivone, perto da Av. Antonio C. Costa.

Mas, morando em Osasco, lembro-me que via muitos filmes. Às vezes, assistia a uns cinco filmes no final de semana. Concluo que devo ter visto muita porcaria. Filmes de terror, enlatados sem importância e coisas do gênero. É impressionante o quanto eu não conheço bons filmes que foram lançados nos anos oitenta!

Lembro-me ainda de estar chegando em casa à noite e encontrar a porta aberta. Tive a casa arrombada e me furtaram o videocassete que ainda estava pagando.

“todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo, temos todo o tempo do mundo...” (Tempo Perdido - Legião Urbana)

- que belo filme é Cinema Paradiso!

Eu estou emocionado. Fiquei vendo flashs da minha vida "nos antigamente", vida comum de todos nós. Parece que estou ficando velho. Mais velho que minha idade. Bem mais velho que minha idade...

Apesar de não ter mais o tempo que passou, estou vivo e tenho ainda muito tempo, tenho todo o tempo do mundo.

Como escrevi dia desses: viver hoje o que sobrou de ontem.

Viver meu pai, viver minha mãe, minha avó, viver alguns amigos, viver essa imensidão de filmes que não vi, de músicas que não conheço, que não sei o que falam, apesar de ter ouvido tanta, mas tanta música e eu praticamente não conheço outras músicas que agora entendo que devo conhecer.

Engraçado, se tivesse morrido no meio do caminho, como meu primo que se foi, eu não teria conhecido tanta coisa que foi do nosso tempo e que não conheci (não conhecemos) e que só agora estou me apresentando a elas.

Foram décadas para conhecer livros como Diário de Anne Frank, 1984, filmes como 2001 uma odisséia no espaço, como Carruagens de fogo, Blade Runner, O nome da rosa etc etc.

Se começar a falar em clássicos filosóficos e políticos então... não conheço nada! Sou ainda ignorante...

"Viver é foda, morrer é difícil... te ver é uma necessidade..." (Vamos fazer um filme - Legião Urbana)

Comentário sobre o filme? Eu senti tudo isso aí em cima e muito mais... o filme é de fazer você sentir um monte de sentimentos...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Partido da Imprensa Golpista - PIG (Contexto: Brasil)

Pois é, como existe o risco de a Wikipédia excluir o termo para consulta por votação (?), aqui neste blog de cultura ele será mantido com o mesmo texto e com os mesmos dados e referências.

Se milhares de blogs fizerem o mesmo, a pesquisa para os internautas se manterá ativa.

Blog Refeitório Cultural



Partido da Imprensa Golpista

O Partido da imprensa Golpista (PiG) é um termo que surgiu entre os internautas brasileiros em 2007 para caracterizar a grande mídia. O termo foi popularizado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu blog Conversa Afiada. Amorim, quando utiliza o termo, escreve com um i minúsculo para se referir ao portal iG, de que foi abruptamente demitido em 18 de março de 2008, no que descreve como um processo de "limpeza ideológica". O termo ganhou tanta notoriedade que fez parte de um discurso do deputado federal pernambucano Fernando Ferro, do Partido dos Trabalhadores, em que sugeriu que Arnaldo Jabor assumisse o cargo de presidente do PIG.[1]

Diz Paulo Henrique Amorim que até os políticos passaram a fazer parte do PIG. "O partido deixou de ser um instrumento de golpe para se tornar o próprio golpe. Com o discurso de jornalismo objetivo fazem o trabalho não de imprensa que omite; mas que mente, deforma e frauda. O ex-presidente FHC foi o primeiro que percebeu que a força política de que precisava estava no PIG" [2].

O termo também é constantemente utilizado pelos jornalistas Luiz Carlos Azenha[3], Rodrigo Vianna e Luis Nassif em seus blogs, que também ajudaram em sua popularização.

Índice[esconder]
1 Definição
2 Quem compõe o núcleo do PiG
3 A Internet e o PiG
4 Críticas
5 Ver também
6 Referências
7 Ligações externas
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[editar] Definição

Este artigo ou secção possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade. Tenha algum cuidado ao ler as informações contidas nele. Se puder, tente tornar o artigo mais imparcial.

O termo é utilizado de forma genérica e pejorativa para se referir ao jornalismo praticado pelos grandes veículos de comunicação do Brasil, que seria demasiadamente conservador e que estaria tentando derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros de seu governo de forma constante. Considerando que pig é "porco" em inglês, a conotação pejorativa do termo pode ser maior do que já é.[carece de fontes?]

De acordo com Amorim, o termo PIG pode ser definido da seguinte forma: "Em nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político — o PiG, Partido da Imprensa Golpista".[4]

Paulo Henrique sustenta que a imprensa brasileira é golpista sempre que o presidente da república é de origem trabalhista. O PIG, segundo ele, teve sua origem com Carlos Lacerda, que ajudou a “matar Getúlio Vargas”; continuou travando sua luta contra JK e João Goulart, até se aliar à ditadura militar; perseguiu o governo Brizola; e agora conspira contra o governo Lula [2].

[editar] Quem compõe o núcleo do PiG

Segundo a blogosfera, os principais meios de comunicação que estariam à base do PiG, seriam quatro grandes grupos midiáticos importantes.[carece de fontes?] Por ordem: a TV Globo e o jornal O Globo, da família Marinho, o jornal Folha de S. Paulo, da família Frias, o jornal O Estado de São Paulo e a revista Veja, da Editora Abril, da família Civita.

Já segundo Paulo Henrique Amorim, o criador da expressão "PiG", são três as famílias que concentram os meios de comunicação brasileiros. Os Marinho, os Frias e os Mesquita, que dominam e condicionam o noticiário de todo o país, através dos seus órgãos de imprensa, rádios, revistas, agências de notícias e portais e, segundo Paulo Henrique Amorim, passaram a manipular a opinião pública [2]

« E no outro dia Paulo Henrique me disse que o PIG está na mão de três famílias: Marinho, Frias e Mesquita. Surpresa: Mesquita? Respondeu: “Arrendaram a fazenda para ficar com a casa-grande”. Voltei à carga: "E os Civita?" Sentenciou: "Detrito da maré baixa".»
(Mino Carta [5])

[editar] A Internet e o PiG

Para o jornalista e escritor Fernando Soares Campos [6] "Sem a internet, dificilmente Lula teria sido eleito; se fosse, não assumiria; se assumisse, teria sido golpeado com muita facilidade. O PIG é forte, é Golias, mas a internet tá assim de Davi!" [7] Para Campos a existência da Internet interfere com o monopólio da informação por parte dos grandes grupos midiáticos, e essa interferência dificulta os golpes [7].

[editar] Críticas

Apesar de os criadores do termo "Partido da Imprensa Golpista" se autointitularem contra a "grande mídia" — porque a mesma estaria tentando, teoricamente, realizar algum tipo de controle —, a imprensa alternativa que defendem é costumeiramente julgada como parcial, publicando notícias políticas dando apoio a governos populistas, como os de Venezuela, Bolívia e Equador, cujos governos já fecharam dezenas de jornais, rádios e TVs mais por motivos políticos do que financeiros ou concessões vencidas. Ou seja, defendem abertamente o controle aos meios de comunicações, na prática censura.[8]

Como no caso da Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez fechou dezenas de rádios em 1º de agosto de 2009, alegando irregularidades, mas para a oposição venezuelana, as rádios teriam sido fechadas porque faziam críticas ao governo.[9]

[editar] Ver também

Agendamento
Espiral do silêncio
Gatekeeping

Referências

Deputado sugere Partido da Imprensa com Jabor na presidência. Vermelho (20 de setembro de 2007). Página visitada em 29 de abril de 2009.
2,0 2,1 2,2 UCB. Paulo Henrique Amorim fala sobre “PIG” e jornalismo na Internet. Brasília: Oficina de Produção de Notícias, Curso de Comunicação Social, Universidade Católica de Brasília, 27 de outubro de 2009
AZENHA, Luiz Carlos (26 de abril de 2009). O PIG apanha nas urnas. Desta vez no Equador. Vi o Mundo. Página visitada em 29 de abril de 2009.
AMORIM, Paulo Henrique (28 de abril de 2009). O PiG a caminho do túmulo. Conversa Afiada. Página visitada em 29 de abril de 2009.
CARTA, Mino. A glória e a infâmia. São Paulo: CartaCapital, 2 de outubro de 2009
Biografia: Fernando Soares Campos
7,0 7,1 CAMPOS, Fernando Soares. IMPRENSA GOLPISTA: Sem a internet, Lula já teria caído. Observatório da Imprensa, ISSN 1519-7670 - Ano 14 - nº 538 - 22/12/2009, publicação original 19 de maio de 2009
A informação não deve ser manipulada,26,parágrafo 5
Chavez fecha 34 radios ao mesmo tempo
[editar] Ligações externas
ROSA, Paulo Cezar da. (25 de setembro de 2009). O PIG e a imprensa gaúcha. Carta Capital. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
Carlos Lopes (10 de outubro de 2006). Mera armação para derrubar Lula. Observatório da Imprensa.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_da_Imprensa_Golpista"
Categorias: Cultura da Internet Fenômenos da Internet Neologismos Teorias da conspiração Imprensa do Brasil
Categorias ocultas: !Artigos parciais !Artigos que carecem de notas de rodapé

Semiótica de final de ano: os signos que revelam

A Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") é a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Ocupa-se do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da ideia. Mais abrangente que a línguística, a qual se restringe ao estudo dos signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal, esta ciência tem por objeto qualquer sistema sígnico – Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência etc.

A semiótica é um saber muito antigo, que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia.


Fonte: Wikipédia (algumas pessoas viram a cara para a enciclopédia livre, mas, prefiro ela aos copy right privados e caros)

Anabb e Banco do Brasil e a relação com os negros

Eu tenho por hábito folhear instantaneamente qualquer material que vejo, seja uma revista, folder, calendário etc. Entendo que nesse negócio de comunicação um pingo é letra e comunica algo.

É assim que vejo quem e de onde se está falando quando folheio uma revista semanal da grande mídia – essas das poucas famílias que dominam tudo aqui no país e que boicotaram a Conferência Nacional de Comunicação, como os grupos de comunicação privada O Estado, Abril, Folha, Organizações Globo.

Ainda hoje, essa mídia de direita e de elite “pobre de espírito” é a consubstanciação do velho Positivismo dos séculos passados que, dentre outras coisas, era usado para justificar a supremacia branca e eurocêntrica por aqueles que pregavam que nós – os latino-americanos “inferiores e selvagens” – só melhoraríamos à medida que a raça dessas terras do sul do Equador passasse por um processo de branqueamento.

Observem que não existem negros ou pardos nas revistas da grande mídia. Principalmente na metade delas que não é matéria ilustrada e sim propaganda, pois paga-se a eles por 100 páginas para ler umas 60 de propaganda de gente loira, “linda”, magra e que “significa” a ideia de que sucesso e coisa boa e “clean” é estar sob a ditadura do belo e artificial “humano” contemporâneo.

Não são só as revistas da grande mídia. Essa coisa do branco e clean está em tudo que representa os espaços burgueses da nossa sociedade “moderna”. Folheiem as revistas de bordo da TAM ou da Gol e me digam depois. Não há negros ou pardos – às vezes, eles “ilustram” alguma propaganda governamental nas revistas, só isso.

Calendários e cartões de final de ano da Anabb

Cheguei ao trabalho e folheei um calendário de mesa 2010 da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil - Anabb. Uma entidade que se diz “uma das maiores entidades de funcionários da América Latina”.

Achei o que vi até engraçado - partindo de quem vem. A entidade nunca aceitou fazer eleições sérias e democráticas. Além disso, durante o (des)governo FHC/Tucanos nunca esteve ao lado do funcionalismo e da Central Única dos Trabalhadores no enfrentamento contra a retirada de direitos e congelamento salarial. Pelo contrário, estava sempre a rondar as "negociações" da Contec. Os mais antigos lembram bem disso! O calendário da Anabb é semiótica pura. Vejamos:

Conforme vou virando as folhas dos meses vejo jovens homens e mulheres brancos; um casal branco – loiros (“Anabb de portas abertas...”); uma mão branca segurando uma casinha (“Coop-Anabb”); um papai jovem e branco segurando uma criancinha clarinha que é uma beleza! (“Anabbprev”); uma loirinha de olhos claros mostrando os dentinhos (“Odontoanabb”); uma mamãe loira e uma criancinha loira – parecem escandinavos! (“Seguros Decesso”); outra bela loira – o Brasil branqueou mesmo! (“Convênios...”); uma loira e uma garota oriental (“Assessoria Parlamentar”); uma mulher branca (“Prêmio Pontualidade”); um casal branco – seriam brasileiros? (“Comunicação”); entramos no mês de novembro com duas mãos brancas se cumprimentando (“Estratégia”) e, finalmente...

Não, eles não esqueceram que existem negros e pardos no Brasil. Mês de dezembro – temos ali uma bela criancinha negra para ilustrar que a Entidade se envolve em questões de “Cidadania”!

A semiótica é perfeita! Estaria a diretoria da entidade ou parte dela querendo “significar” que coisa de negros é uma questão de ação social? Coisa de “cidadania” fazer algo por essa “gente não branca” do Brasil?

Deixo a reflexão para os usuários do calendário de mesa “clean” da Anabb.

Cartão de Feliz Natal 2010 do Banco do Brasil SA

Já faz tempo também que observo os cartões e calendários do maior banco público do país – o BB.

Mal acabo de folhear o calendário de mesa da Anabb e vejo afixado o cartão de boas festas do BB.
Em 2010, o Banco do Brasil vai continuar sendo todo seu”.

A capa do cartão tem um desenho de um pássaro e o papel está vazado para mostrar um casal – de brancos – em seu meio.

Em seu interior, dez belas pessoas – colegas do banco (“employees”) -sorriem e ilustram os valores da empresa.

Que beleza, heim! Colocaram uma pessoa negra no meio de nove brancas. Seria cômico se não fosse patético. O que o banco está comunicando ali? Seria uma empresa responsável socialmente, que aceita que existe diversidade?

Seria o Brasil um país de gente branca, mas que convive com as “minorias” de forma harmônica? Fala sério BB!

Aliás, o Banco do Brasil tem sido campeão em vender uma imagem que não condiz com a verdade. Diz respeitar normas e direitos trabalhistas nacionais e internacionais e, no entanto, tem praticado atos e perseguição antissindical a funcionários e dirigentes em suas agências no Paraguai, Uruguai (fechou) e Argentina. Faz o mesmo no Brasil: o que dizer da substituição de funções sem o devido pagamento?

O cartão é bilingue, ou seja, também vai para o público externo. Até podem me dizer que na revista interna ao funcionalismo – BB.com.você - tem mais gente negra, mas a imagem que ilustra o banco para o mundo – a imagem que “significa” – é outra coisa que observo há tempos dessa diretoria do banco ou parte dela.

A semiótica pode nos ajudar a conhecer a realidade do que certas entidades são e que, muitas vezes, pode ser o contrário do que dizem. Fiquemos atentos aos sinais e signos externalizados por grupos e empresas.

William Mendes