sábado, 31 de agosto de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural 

Osasco, 31 de agosto de 2024. Sábado.


Opinião


AGOSTO

Quais reflexões poderia registrar no encerramento de mais um mês do ano calendário de 2024? Me atenho a questões pessoais ou dou uma pincelada nas questões da política?


ELEIÇÕES NO BRASIL 

Em nosso país, o calendário político é de eleições municipais. Dezenas de milhões de pessoas elegerão em outubro milhares de parlamentares e prefeitas e prefeitos. As campanhas começaram neste mês. O poder econômico sairá vitorioso. O Brasil é uma plutocracia. 

Mesmo assim, parte de nós politizados da classe trabalhadora alimentamos esperanças e estamos em campanha por nossas propostas e utopias, abraçadas por certas candidaturas. Eu apoio Boulos em São Paulo e Luna Zarattini 13131, e apoio Emídio em Osasco e o coletivo JuntOz 13713.

Apesar do sistema eleitoral ser organizado para a manutenção do poder do dinheiro, conclamo às (e)leitoras e (e)leitores dos blogs nos quais escrevo que participem das eleições, escolham candidaturas de esquerda e ou humanistas e votem no dia 6 de outubro. 

Temos excelentes candidaturas de militantes da categoria bancária (a minha) país afora. E excelentes candidaturas combativas dos movimentos populares progressistas. 

Participem! É o mínimo que podemos fazer, enquanto não tomamos coragem para fazermos a revolução socialista, acabando de vez com o capitalismo que está destruindo o planeta e a vida na Terra.

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MUNDO EM DISPUTA 

A Venezuela teve eleições presidenciais e o chavismo venceu com Nicolás Maduro. Mais uma vez, o imperialismo liderado pelos Estados Unidos aplica outro golpe reconhecendo um imbecil qualquer como presidente eleito. Estou tão decepcionado com a postura do Brasil de não reconhecer as autoridades soberanas do país vizinho que fico descabriado de falar de política sendo um petista. É uma vergonha para todos nós!

A França também teve eleições legislativas após o governo de direita de Emmanuel Macron ter adotado uma estratégia política dissolvendo o parlamento. A extrema-direita de Le Pen estava na frente até o primeiro turno. Foi então que o povo francês se mobilizou e conseguiu uma vitória espetacular! A Nova Frente Popular fez o maior número de cadeiras no Parlamento. Macron deu um golpe e não reconheceu a vitória da esquerda e não nomeou a indicação vitoriosa como Primeiro Ministro da França... O Brasil do governo Lula não deu um pio sobre isso! Silêncio total!

Fala grosso com a Venezuela e fino com a França e os EUA. Essa é a nossa diplomacia NÃO ativa e NÃO altiva.

Que moral tenho eu para falar de política de esquerda e com P maiúsculo sendo um petista com posturas como essa do nosso governo?

Enquanto tive mandatos eletivos por duas décadas fiz de tudo para que a prática fosse o meu critério da verdade.

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BUSCA DE SENTIDOS

Depois de amanhã completo o período de 100 dias de buscas por objetivos e mudanças em minha vida atual, uma busca de sentidos. 

Há anos venho vivendo sem algo que me faça acordar com objetivos desafiadores a superar, algo fora do comum, do trivial. Não sei se mais precisaria de sentidos para seguir ou de mudanças. 

Meu cérebro (meu espírito) se acostumou a desafios grandiosos durante décadas do viver. Até sobre-viver era desafiador. Antes dos trinta, inventei objetivos para superar a falta de vontade de viver. Depois dos trinta, tive que me fazer líder de massas e até conhecer a solidão do poder.

Depois dos cinquenta, nunca mais encontrei sentidos. Vivi a esmo, sem desafios grandiosos, sem pertencimentos. Uma saída de cena forçada e de forma pouco acolhedora. 

Sinceramente, gostaria de encontrar um sentido, inventar algum, algo que não fosse tão impossível como esses que dependem de outras pessoas, porque só posso realizar algum objetivo de ajudar alguém até o limite da parte desse alguém. 

Não farei revolução sozinho, não farei alguém feliz, não farei mais o que não posso mais fazer... que farei, então?

É nesse ponto da vida em que estou neste final de agosto.

William 


Nada mais será como antes - Nicolelis (2)



Refeição Cultural 

"(...) havia se tornado um adepto obsessivo-compulsivo do Culto da Máquina, uma seita que tinha crescido de forma exponencial desde seus humildes primeiros passos na Idade Média, na Europa Ocidental. Atualmente, esse culto pregava o credo da total substituição do trabalho humano, de todo processo de decisão da sociedade e todo pensamento crítico independente por poderosas redes de computadores quânticos, rodando algoritmos onipresentes, desenhados para controlar e ditar todos os aspectos da vida humana, durante toda a existência mortal de cada um de nós." (p. 18)


Um mundo homogêneo, de gente com características bastante padronizadas quanto a gostos, atos, pensamentos. 

Um mundo com uma taxa de desemprego de 83,5%. Estamos no ano 2036. 

Os banqueiros bilionários dominam tudo na Terra. O vida é controlada pelos algoritmos e as plataformas digitais. 

Esse é o cenário do primeiro romance do neurocientista Miguel Nicolelis. 

Estou só no começo do romance, mas leio como se estivesse em um mundo real, apesar de ser ficcional. 

Vamos aos poucos descobrindo o que a estória nos promete.

William 


98 de 100 dias



98. Estava com minha companheira almoçando e ouvindo a filósofa Márcia Tiburi falar ao jornalista Luis Nassif sobre seu novo livro: "Mundo em disputa". Demais!

Fiquei tão encantado com a exposição de ideias de Tiburi que imediatamente saí para caminhar no Parque e refletir.

Das certezas que tenho, uma delas é saber que sempre admirei pessoas inteligentes. Diria que sempre admirei a erudição e o bom uso dela pelas pessoas eruditas. Ou seja, é mais que admiração pela inteligência em si e sim pelo bom uso dela.

Gostaria de ter sido um erudito. Gostaria de ter sido erudito e ter feito bom uso disso. Gostaria de ter sido erudito e ter sido aproveitado pelo espaço social que adquiri pertencimento como ser político por décadas de militância no mundo do trabalho. Não rolou isso na minha vida... nunca superei isso.

É nesse ponto que estou ao estar concluindo esses 100 dias de busca por sentidos e mudanças. 

E quando ainda tenho que pensar nas dores por querer sair para caminhar e refletir sobre a vida... quando o que mais gosto na vida já não me dá prazer e sim dores... aí que tudo fica esquisito.

Não fui na atividade das 16 horas de campanha eleitoral do nosso candidato Guilherme Boulos porque estou sem energia para participar de atividades de rua como poderia fazer.

As coisas são como são. Fui e sou uma pessoa de sorte. O acaso me foi favorável na caminhada da vida. Tenho isso claro.

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DAS COISAS QUE NUNCA VOU FAZER: CORRER UMA MARATONA

Só mais uma coisa que pensei enquanto caminhava sem prazer no Parque: me lembrei de coisas que defini que faria ou queria e que não se realizaram: não corri uma maratona... nem vou correr mais 42 Km. Nem posso pensar muito nisso, senão bate uma bad insuportável. 

Foi uma vida de acasos, não de realizações planejadas. Alguns acasos foram úteis... felizmente. 

William 


sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Operação Cavalo de Tróia (5)



Refeição Cultural 

"No presente trabalho, levei a cabo a transcrição - o mais fiel possível - das primeiras 350 folhas do total de 500 que ambos os cilindros continham. Ainda que eu não vá revelar, por enquanto, o resto do projeto, posso adiantar, isso sim, que ele obedece a um denominador comum: uma 'grande viagem', tal como a define o próprio Major. Uma viagem que faria empalidecer Júlio Verne..." (p. 56)


Esse é o estilo do livro "Operação Cavalo de Tróia" (1984). O jornalista J. J. Benítez constrói a narrativa de maneira que seu leitor acredite estar lendo um documentário, um texto jornalístico. 

É uma técnica muito refinada. Grandes autores fizeram isso no passado, inclusive seu compatriota Miguel de Cervantes, em seu clássico sobre Dom Quixote de La Mancha. 

Eu não tive sono para ler essas primeiras dezenas de páginas, cuja trama descreve até passar a perna no FBI para sair dos EUA com os "diários" do oficial da aeronáutica do país. 

Enfim, agora começa o capítulo "O Diário" sobre a "grande viagem" que o Major vai nos contar...

William 


97 de 100 dias



97. Nesta sexta-feira, 30 de agosto, meu pai completou 82 anos de vida. 

Conversamos pela manhã por telefone. Desejo tudo de melhor ao meu pai. 

Para nós das classes subalternas brasileiras, sobreviver até essa idade e superar todas as dificuldades que a elite violenta e canalha nos impõe é um feito! 

Parabéns, pai, você é um sobrevivente!

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Esta sexta-feira foi um dia complexo para mim. Até para ir ao mercado, coisa de 4 Km, tive dificuldades por causa das dores no quadril. Passei o dia bem deprimido por causa disso. Pensei tanta coisa... aff.

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Hoje, analisei o trabalho de diagramação de meu livro de memórias sindicais. A pessoa que está trabalhando o material é excelente profissional, ficou muito bom o trabalho. 

Pelo que percebi na diagramação, o livro "Memórias de um trabalhador politizado pelos bancários da CUT" terá mais ou menos 250 páginas. 

Não sei o que farei com o livro. Estou pensando em fazer uma edição para amig@s e pessoas que tiverem interesse na leitura. 

Estou chegando ao fim dos cem dias para pensar sentidos para a vida neste momento de minha existência...

Tá difícil... minha visão de mundo está bem turvada de sombras e incertezas...

William 



Frei Betto: una biografía



Refeição Cultural 

Um dos livros que trouxe de minha segunda viagem a Cuba foi a biografia do dominicano Frei Betto, que completou dias atrás 80 anos de vida.

Já li quase trezentas páginas do excelente livro produzido por Evanize Sydow e Américo Freire, cuja primeira edição é de 2016.

O livro me foi presenteado pelo estande onde estava disponível na 32ª Feira Internacional do Livro de Havana. Ganhei outros livros de Betto. Eu estava acompanhando o Frei na ocasião. 

Amigas e amigos leitores, estar com Frei Betto, ouvi-lo palestrar e trocar ideias com ele é uma experiência transformadora. 

Tive essa oportunidade em Havana, por estar com uma amiga de Betto, nossa companheira Telma Araújo, mineira que organiza Brigadas de Solidariedade a Cuba.

Imaginem vocês a emoção que senti ao ler o prólogo escrito por seu amigo revolucionário, o Comandante em Chefe Fidel Castro Ruz! 

Fidel e Betto foram amigos por décadas. O Comandante diz sobre o amigo dominicano:

"Hombre sencillo, de habla pausada, con la modestia y la humildad que enaltece su condición de fraile, se identificó con los valores genuinos de nuestra revolución que, según afirma, son también los de la religión que él profesa: justicia, igualdad, compromiso con los pobres y discriminados."

Ao conhecer o que já li de sua biografia e ao ouvir e ler seus ensinamentos, me tornei um grande admirador de Frei Betto. Tê-lo entre nós é uma honra e uma oportunidade. 

Sigamos aprendendo com este grande ser humano. 

William Mendes 


quinta-feira, 29 de agosto de 2024

96 de 100 dias



96. Nossa panfletagem de hoje foi bem interessante. Conversamos com a população na região próxima ao Metrô Vila Sônia, Zona Oeste de São Paulo. 

Além da liderança de nosso presidente do Diretório Zonal do PT do Butantã, Daniel Kenzo, contamos com a inspiração do grande companheiro Genoino, guerreiro do povo brasileiro.

A recepção ao material de nossa candidata a vereadora, Luna Zarattini 13131, tem sido boa. Quando é possível conversar um pouco, pois em geral as pessoas estão na correria, apresento o trabalho de Luna na Câmara de São Paulo nesse ano e meio de mandato.

É legal o contato com o povo nas ruas. Algumas pessoas declaram voto em Boulos e na Luna e outras dizem que vão pensar a respeito.

Tive a felicidade de encontrar o Thiago, filho de meu primo, garoto que vi crescer. Foi bem legal!

Também conversei com um tempão com o jovem Guilherme, estudante que está terminando o curso de TI. Rapaz de esquerda e com um papo bem legal.

Por fim, uma senhora me disse que foi professora da Luna e declarou que vota nela.

É isso. Vamos seguir de todas as maneiras possíveis, dialogando com a população para mudarmos São Paulo, elegendo Guilherme Boulos e Marta Suplicy e uma bancada com muitas pessoas progressistas na Câmara Municipal. 

Peço voto e apoio para Luna Zarattini 13131. Conheço o trabalho dela, um trabalho aguerrido e militante e com firmeza ideológica.

William Mendes


Nada mais será como antes - Miguel Nicolelis



Refeição Cultural 

"(...) Para os seguidores dessa última religião monoteísta a infectar os cérebros de imensas multidões de membros da espécie Homo [not so] sapiens, para salvar a humanidade de si mesma seria absolutamente essencial remover dos seres humanos a carga insuportável do pensamento crítico independente. O comportamento humano, sempre errático e impreciso, deveria ser colocado sob controle e moldado a se manifestar de forma homogênea e uniforme, do berço ao caixão, pelas estritas leis promulgadas por algoritmos digitais, criados para erradicar qualquer vestígio do livre-arbítrio de qualquer ser cérebro humano vivo. Ou morto, só para garantir. " (p. 19)


Comecei a leitura do primeiro romance de ficção do professor e neurocientista Miguel Nicolelis. 

O livro promete ser bom, imagino eu. Já conheço e admiro o cientista Nicolelis. Seu livro "O verdadeiro criador de tudo", sobre o cérebro humano, me marcou profundamente. (ler comentário aqui)

Este livro ficcional é um catatau enorme (risos). Avalio que serão semanas de leitura, intercalada com outras leituras e outros afazeres.

É isso. Sigamos lendo e estudando. Só o conhecimento liberta.

William Mendes 


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Operação Cavalo de Tróia (4)



Refeição Cultural 

A sequência da narrativa na qual o jornalista e escritor J. J. Benítez descreve sua busca pelo documento deixado a ele por um oficial da aeronáutica dos Estados Unidos é empolgante.

Após o jornalista desvendar as mensagens em códigos deixadas pelo Major, Benítez chega à caixa postal de número 21 dos Correios. E, finalmente, acessa os documentos guardados ali.

"Mais alguns segundos e aparecia diante de mim um maço de papéis, cuidadosamente enrolados. Havia sido introduzido em uma capa de plástico transparente, hermeticamente grampeada na parte superior. Tive de recorrer a um aparador de unhas para fazer saltar os dezessete grampos. Com uma excitação difícil de descrever, deitei um primeiro olhar aos papéis e verifiquei que haviam sido datilografados em espaço pequeno e no que conhecemos como papel-bíblia. Cada folha (29 x 31 cm), até um total de duzentas e cinquenta, havia sido assinada e rubricada no canto inferior esquerdo pelo Major. Era a mesma letra - e eu diria até que a mesma tinta - que figurava ao pé da carta que eu havia encontrado na caixa postal 21 e acabara de abrir." (p. 40)

Parei a leitura no momento em que Benítez recebeu um telefonema da portaria do hotel informando ao jornalista que dois agentes do FBI queriam falar com ele.

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O livro Operação Cavalo de Tróia marcou um momento deste leitor blogueiro. 

O primeiro volume é de meados dos anos oitenta, eu vivia em Uberlândia, MG. 

É isso, por enquanto. 

William 


95 de 100 dias


Dois bancários de muitas lutas no currículo. 


95. Almocei com o amigo Élcio, comemos uma tradicional feijoada paulista nesta quarta-feira fria.

Hoje é um dia especial para a classe trabalhadora brasileira, dia de aniversário de 41 anos da criação de nossa Central Única das e dos Trabalhadores (CUT). A nossa Central é estratégica para as nossas causas do mundo do trabalho. Desejo vida longa e combativa a CUT.

Hoje também é um dia especial para a nossa categoria profissional, 28 de agosto é dias das bancárias e bancários. Fiz parte de décadas de lutas da categoria, primeiro no Unibanco e depois no Banco do Brasil. 


Ao longo de duas décadas, representei dezenas de milhares de colegas da ativa e aposentados do BB em mandatos eletivos. O que sou como pessoa e cidadão é fruto dessa história de lutas.

Dos 101 anos de existência de nosso Sindicato e dos 41 anos de história de nossa Central, podem me incluir em três décadas das lutas e conquistas (e derrotas) que o movimento sindical lida no dia a dia de busca por mais direitos no mundo do trabalho e na sociedade como um todo.

FENABAN E BANCÁRIOS 

E por falar em lutas por direitos, a categoria bancária está em negociações com banqueiros e governo pela renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e aditivos por bancos e até hoje o patronato que mais ganhou dinheiro no Brasil não apresentou proposta com índices e direitos que permitam apreciação da categoria em assembleias. 

É isso! Parabéns às bancárias e bancários e à nossa CUT!

William Mendes 

Em São Paulo, peço voto e apoio a Luna Zarattini 13131 e Boulos 50


Os miseráveis - Victor Hugo (XIV)



Refeição Cultural 

Osasco, 28 de agosto de 2024. Quarta-feira. 


INTRODUÇÃO

Talvez eu decida mergulhar em minhas leituras, em meu antigo desejo de ler e estudar como a principal coisa a fazer em meu tempo restante de vida, que pode ser de um dia ou de dezenas de anos. 

Se for um longo tempo de leituras e estudos e se eu aproveitá-lo bem, quem sabe possa compartilhar de forma gratuita para meus pares humanos o eventual conhecimento que tenha das coisas.

Quem sabe do amanhã?

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PRIMEIRA PARTE - FANTINE

LIVRO V - A DECADÊNCIA 

V. Vagos clarões no horizonte

O capítulo é dedicado a nos apresentar o personagem Javert. Que medo do sujeito!

Um cão filho de loba:

"Agora, se por um momento admitem conosco que em todo homem há uma das espécies de animais da Criação, será fácil dizer o que era o policial Javert. Os camponeses asturianos têm a convicção de que, em cada ninhada de loba, há um cão, a quem a mãe mata, senão ao crescer lhe devoraria os outros filhotes. 

Deem uma face humana a esse cão, filho de uma loba, e terão Javert." (p. 212)

Viram só?

 "Javert sério era um cão de fila; quando ria era um tigre. De resto, crânio pequeno, mandíbulas grandes, cabelos escondendo a testa e a sobrancelha, entre os olhos, uma ruga central permanente, como uma estrela de raiva, olhar sombrio, boca contraída e temível, um ar de comando feroz." (p. 213)

Caramba, essa descrição de um policial tem quase dois séculos e vejo claramente figura idêntica a essa, aos montes, do governo fascista de São Paulo, batendo nos trabalhadores bancários semana passada... numa atividade de campanha salarial no banco do "satã(der)" aqui na capital paulista. 

E termino com mais uma descrição do cão Javert:

"Era um homem estoico, sério e austero; triste sonhador; humilde e altivo como os fanáticos. Seu olhar era um estilete, frio e perfurante. Toda a sua vida se encerrava nestas duas palavras: velar e vigiar." (p. 213)

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Os miseráveis descritos por Victor Hugo não são diferentes dos nossos miseráveis brasileiros...

William Mendes


Post Scriptum: o texto anterior sobre a leitura do livro pode ser lido aqui.


terça-feira, 27 de agosto de 2024

94 de 100 dias



94. Hoje foi um dia no qual acordei pensando a vida. A duração da vida. O sentido da vida. Coisa de filosofadas, pois pouca gente pensa a respeito de sentidos para a vida. A maioria, penso eu, só vive. E morre. Eu sempre fui meio esquisito. Me lembro de ficar pensando sobre a vida e a morte desde quando tinha pouco mais de dez anos de idade. Viver, morrer, dormir... vocês se lembram do personagem Hamlet filosofando se vivia ou morria?

A vida é um instante. Morreu faz poucas horas um jovem jogador de futebol do Uruguai. Passou mal em campo jogando contra o São Paulo dias atrás. Me lembrei da morte do Serginho do São Caetano, vinte anos atrás. Eu estava vendo aquele jogo quando ele caiu na área, ao lado de Ceni, e faleceu minutos depois. 

Registro aqui minhas condolências à família e aos amigos do jovem jogador Juan Izquierdo.  

A vida é um instante. Ainda hoje escrevi sobre isso numa reflexão que fiz pela manhã (ler aqui). A gente pode dormir e não acordar. Pode dormir e se pegar preso dentro de um corpo que não responda mais aos nossos comandos. 

A gente pode estar aqui escrevendo e ter um acidente vascular e nosso eu (o cérebro) já não ser mais o que era. E hoje em dia as máquinas mantêm um corpo vivendo um tempão enquanto tem capitalista faturando com isso.

O pior são as perspectivas... as perspectivas. 

Se pensar nas estatísticas, que servem para algumas coisas como, por exemplo, fazer cálculos gerais, eu tenho uma longa vida pela frente. Looonga vida! No entanto, no fundo no fundo as estatísticas não servem pra nada para a pessoa vítima de alguma coisa. De que vale você ser uma vítima de algo cuja estatística era de 1% de chances de acontecer?

Se considerar o grupo social ao qual pertenço, estou feito na vida. Os números estatísticos da população da qual faço parte - membro da comunidade de funcionários do Banco do Brasil, que participa de Cassi e Previ -, os números apontam que eu terei umas boas dezenas de anos pela frente... posso planejar conquistar o mundo ainda (risos).

Se pensar as perspectivas do mundo no qual eu e vocês vivemos, as coisas estão um pouco complicadas. Fico pensando o mundo num hipotético ano de 2049, eu lá com oitenta anos... o capitalismo não tendo sido superado até lá... os capitalistas no poder fodendo geral... a natureza destroçada diariamente no nível que foi hoje e ontem e anteontem... imaginem vocês!

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Última semana para encontrar o que procurei nessa quase centena de dias: um sentido e mudanças em minha existência. Não vai rolar nada de definição? Nada?

Bom, pelo menos na política e na vida cotidiana da maior cidade do país, São Paulo, peço aos amigos e amigas leitoras que deem uma chance para a mudança e conversem muito sobre a importância de elegermos Guilherme Boulos 50, prefeito, e a jovem Luna Zarattini 13131, vereadora de São Paulo. Eu indico e apoio Luna porque conheço o trabalho dela. Eu avalizo o mandato que ela vem fazendo nesse pouco mais de ano e meio de atuação.

William Mendes

Diário e reflexões



Refeição Cultural 

Osasco, 27 de agosto de 2024. Terça-feira. 


Ao acordar, encolhi minhas pernas e senti que elas já não são as mesmas pernas que me trouxeram até aqui. Endurecidas, doloridas, não confio mais em minhas pernas...

Ainda na cama, pensei em não me conectar ao mundo digital, assim não seria capturado logo ao despertar. Poderia deixar minha mente pensar por um tempo. Pensei muitas coisas em algumas horas sem ser bateria da Matrix.

Até os anos noventa, vivemos sem essa realidade do mundo digital interligado por algumas plataformas que passaram a manipular o conjunto da sociedade humana. Os humanos estão sendo desfeitos e nossa espécie vai se autodestruir.

Desconectado, li um poema de um colega do banco desconhecido (pra mim), poema muito bom: adquiri seu livro num sarau. Fiquei tocado. Aí li dois textos de Ray Bradbury, um sobre Fahrenheit 451, trinta e dois anos depois, o outro sobre qualquer tipo de censura à arte, à estética. De novo, o tema de Fahrenheit 451. Fiquei olhando para a zona da minha casa e pensando na vida. 

O que faço em relação à minha insatisfação que dilacera o restante de meus dias na Terra? O que faço? 

Inventei semanas atrás uma contagem de cem dias para procurar mudanças e sentidos para a minha existência. Faltam 7 dias... 

Uma semana para encontrar o que não encontrei em cem dias. O que não encontrei talvez em toda a existência, que se deu sem o meu controle, sem o meu desejo, sem o meu planejamento. Uma existência que se deu a esmo.

Eu realmente gostaria de tomar uma decisão nessa uma semana, tipo algo firme, definitiva decisão. A partir daquele instante decisivo as coisas seguirão assim... vou viver em função disso ou daquilo. O que foram esses 55 anos... nada disso! Queria ser isso, fui ser aquilo. Ou melhor, pior quero dizer, não queria ser porra nenhuma, e fui sendo alguma coisa, ora ruim, ora nada de nada, ora boa. Já fui coisa boa também. No momento... nonada.

E se eu mergulhasse em mim nessa etapa da existência? Existência que avança para a inexistência...

Estou muito indignado com o mundo exterior a mim, meu mundo, o mundo onde habito. No entanto, depois de estar preso a um nome em uma gaiola, como nos explicou o cronista Rubem Alves, é difícil fugir às expectativas do que esperam de mim, o sujeito chamado pelo meu nome. Difícil! (texto de Alves pode ser lido aqui)

E no entanto, posso deixar de ser o que sou a qualquer momento, num instante. Basta uma explosão de ira qualquer e algo pode se explodir dentro de mim... e já nem seria mais o que sou.

Posso acordar e minhas pernas duras não me atenderem mais. Posso "acordar" preso dentro de um corpo que não me obedeça mais. Que contribuição estou dando que vá significar alguma coisa hoje como já imagino ter contribuído algum dia quando fui coisa boa?

Ainda estou tocado pela questão do cortador de grama e o jardineiro, ao final de Fahrenheit 451. Fui jardineiro ou cortador de grama? Por que só consigo usar os verbos no passado? Não há presente e futuro pra mim?

...

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

93 de 100 dias



DIPLOMAÇÃO DA RESISTÊNCIA

93. Estive hoje em nossa Universidade de São Paulo, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), para uma reparação histórica, a Diplomação da Resistência a 15 jovens estudantes que foram vítimas da ditadura brasileira, a diplomação é um projeto de iniciativa do mandato da vereadora Luna Zarattini (PT), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, em parceria com a USP, em especial com a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento e o IGc-USP).

Foi uma data histórica e necessária a Diplomação das jovens mulheres e homens que lutaram pela liberdade de todos nós e não puderam concluir suas graduações por causa da violência da ditadura civil-militar que se instalou no Brasil a partir de 1964. A iniciativa é um resgate da trajetória desses estudantes e contribui para a manutenção da memória coletiva de todos nós.

Linhas de Sampa,
sempre presente!

O evento foi muito emotivo! Como um cidadão paulistano formado pela FFLCH-USP e militante do movimento estudantil e sindical senti fortes emoções durante a cerimônia de reparação histórica e diplomação das guerreiras e guerreiros que lutaram por todos nós. A reparação e o resgate histórico demoraram décadas, mas foi uma homenagem importante aos familiares e amig@s das e dos estudantes.

Conforme informação do site da Universidade (publicação de 12/8/24):

"A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo, a Diplomação da Resistência, que busca homenagear ao todo 31 estudantes da USP e é fruto de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), Pró-Reitoria de Graduação (PRG), Gabinete da vereadora e ex-aluna da USP Luna Zarattini e o coletivo de estudantes Vermelhecer. 'Essa homenagem concedida aos ex-estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que foi substituída pela atual FFLCH, tem uma importância simbólica imensa', destaca Paulo Martins, professor e diretor da FFLCH."

Diplomação

Alexandre Vannucchi Leme, Instituto de Geociências (IGc) (dez/2023)
Ronaldo Queiroz, Instituto de Geociências (IGc) (dez/2023)

e hoje:

Antonio Benetazzo, Filosofia
Carlos Eduardo Pires Fleury, Filosofia
Catarina Helena Abi-Eçab, Filosofia
Fernando Borges de Paula Ferreira, Ciências Sociais
Francisco José de Oliveira, Ciências Sociais
Helenira Resende de Souza Nazareth, Letras
Ísis Dias de Oliveira, Ciências Sociais
Jane Vanini, Ciências Sociais
João Antônio Santos Abi-Eçab, Filosofia
Luiz Eduardo da Rocha Merlino, História
Maria Regina Marcondes Pinto, Ciências Sociais
Ruy Carlos Vieira Berbert, Letras
Sérgio Roberto Corrêa, Ciências Sociais
Suely Yumiko Kanayama, Letras
Tito de Alencar Lima, Ciências Sociais
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Como aluno da FFLCH e militante das causas populares, deixo aqui a minha gratidão a cada pessoa que participou dessa luta histórica. Deixo meu agradecimento especial para a companheira Luna Zarattini, que honra a memória de seu avô e todas as lideranças que lutaram pela nossa democracia e liberdade.

William Mendes


Fonte das informações: site da USP e página do mandato de Luna Zarattini

domingo, 25 de agosto de 2024

92 de 100 dias



92. Ao acordar neste domingo, li dois textos muito bons, que me deixaram pensativo. 

No primeiro deles, Frei Betto fala de seus 80 anos, completados neste 25 de agosto. Que texto inspirador! Me emocionei com ele. Fiquei pensando na minha vida a partir dos ensinamentos do dominicano. Sim, seu texto é um ensinamento de vida. 

O segundo texto foi um artigo da jornalista Milly Lacombe abordando a candidatura de um sujeito extremista de direita à prefeitura de São Paulo. O texto "Pablo Marçal não é a doença e sim o sintoma" é uma análise excepcional da realidade contemporânea da política brasileira com uma crítica ao campo considerado de esquerda. 

Ela aponta com a excelência que seu texto tem o que eu tenho apontado na minha forma de escrever mais comum. Ou a esquerda para de ficar administrando o capitalismo e se apresenta antissistema ou já era para nós! 

Os textos me deixaram reflexivo ao longo do domingo.

Não achei canto em casa, não achei canto no mundo hoje. Fiquei incomodado pensando a vida, o fim momentâneo da vida, a natureza, a sociedade humana.

Algumas ideias que tive em momentos da vida que poderiam ter sido realidade não podem mais ser realidade. A existência é assim mesmo.

Este texto é um dos últimos de uma série de uma centena de registros sobre a temática pessoal da minha vida no momento atual. Vou terminar os cem dias quase na mesma. 

Só minha saúde piorou, está chato viver com o que eu estou sentindo. Não corri mais por achar que não deveria correr e piorar meu quadril. Enquanto isso, sei que meu sangue vai engrossar. É uma merda!

Mesmo com dores aumentando, estou disciplinadamente indo à academia do condomínio para fazer sessões de exercícios físicos. O que sei que não resolve minha genética de colesterol e pressão alta. É foda, como digo!

Fim de mais um dia.

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Post Scriptum: as perspectivas do mundo no qual eu e vocês vivemos não ajudam muito a animar minhas ilusões e alimentar utopias... pessoalmente, avalio que as ações na política da forma como ela funciona atualmente no ambiente onde vivemos, o Brasil da pior distribuição de renda do mundo, são ações de enxugar gelo. Os escravocratas desses 524 anos de exploração colonialista são inimputáveis... eles sabem disso! As injustiças e a nossa consciência das injustiças quase matam a gente (acho que estão me matando faz tempo...). Enfim, não vou falar sobre isso.

Post Scriptum (2): uma reflexão no final do livro Fahrenheit 451 me deixou bolado desde ontem (comentário aqui). Os personagens conversavam sobre o sentido da vida e da morte, sobre certa ideia de imortalidade e permanência. Aí o personagem explica a diferença entre um cortador de grama e um jardineiro, destacando que o jardineiro dá um toque pessoal no ambiente, deixa sua marca e se perpetua nisso. Já o cortador de grama, cortando no tempo certo a grama ou não, não faz diferença pessoal alguma ali. Fiquei olhando minha existência e pensando se fui um cortador de grama ou se cheguei a ser um jardineiro... fiquei bolado...

William


sábado, 24 de agosto de 2024

91 de 100 dias



ELEIÇÕES MUNICIPAIS 

91. Neste sábado, estivemos na Plenária de lançamento da campanha de nossa vereadora Luna Zarattini. 


A plenária foi aqui no Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo. Na Avenida Presidente Altino, pertinho de onde moramos.


Eu venho acompanhando o mandato da jovem vereadora Luna Zarattini, do Partido dos Trabalhadores. Ela é espetacular!


Tenho visto o apoio de Luna a todas as comunidades aqui da região. 

Ela esteve sempre presente nas reuniões na Cohab Raposo Tavares, na São Remo, no João XXIII, dentre outras comunidades onde realizamos reuniões nos últimos anos. 


Luna nos representa e vamos trabalhar para elegê-la vereadora de São Paulo. 

Peço voto e apoio a Luna Zarattini 13131, com Boulos prefeito de São Paulo. 

William Mendes 


Fahrenheit 451 - Ray Bradbury



Refeição Cultural 

"- É um trabalho ótimo. Segunda-feira, Millay; quarta-feira, Whitman; sexta-feira, Faulkner. Reduza os livros às cinzas e, depois, queime as cinzas. Este é o nosso slogan oficial."


Custei achar o livro em casa, quando acordei. Refleti que fazia tempo que não lia um romance. Só tenho lido política e outras coisas do tipo. Por que não ler Fahrenheit 451? Faz mais de uma década que o li.

Vi com entusiasmo a notícia que um dos maiores nomes das redes sociais, Felipe Neto, um "influenciador digital" sugeriu a leitura do livro de Ray Bradbury. O fato fez a venda do livro disparar. Interessante!

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A RELEITURA

Um mundo de gente fútil, vazia, uma mesmice só...

"- As pessoas não conversam sobre nada.

- Ah, elas devem falar de alguma coisa!

- Não, de nada. O que mais falam é de marcas de carros ou roupas ou piscinas e dizem: 'Que legal!'. Mas todos dizem a mesma coisa e ninguém diz nada diferente de ninguém..."

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Mundo abstrato

"(...) Você já foi alguma vez a um museu? Tudo abstrato. É só o que há agora. Meu tio diz que antigamente era diferente. Muito tempo atrás, os quadros às vezes diziam alguma coisa ou até mostravam pessoas."

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Economia da atenção 

É antiga a preocupação dos pensadores com essas máquinas que capturam as pessoas e suas consciências: Ray Bradbury já aponta nos anos 50 a geração "cara na tela" dos smartphones atuais.

"Não havia uma velha anedota sobre a esposa que falava tanto ao telefone que o marido, desesperado, correu até a loja mais próxima e telefonou para ela para perguntar o que havia para o jantar? Ora, então, por que ele não comprava uma estação transmissora para radioconchas, para conversar tarde da noite com sua mulher, murmurar, sussurrar, gritar, bradar, berrar? Mas o que ele sussurraria, o que gritaria? O que poderia dizer?" (p. 66/67)

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Pra que livros, estudos?

"- A escolaridade é abreviada, a disciplina relaxada, as filosofias, as histórias e as línguas são abolidas, gramática e ortografia pouco a pouco negligenciadas, e, por fim, quase totalmente ignoradas. A vida é imediata, o emprego é que conta, o prazer está por toda parte depois do trabalho. Por que aprender alguma coisa além de apertar botões, acionar interruptores, ajustar parafusos e porcas?" (p. 85)

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Igualdade através da ignorância total (sem os livros)

Frases:

- "Sempre se teme o que não é familiar"

- "Um livro é uma arma carregada na casa vizinha"

- "Quem sabe quem poderia ser alvo do homem lido?"

Excertos da página 89 de minha edição. 

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Os bombeiros de Fahrenheit 451

"Eles receberam uma nova missão, a guarda de nossa paz de espírito, a eliminação do nosso compreensível e legítimo sentimento de inferioridade: censores, juízes e carrascos oficiais. Eis o nosso papel, Montag, o seu e o meu." (p. 89)

Os bolsonaristas...

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Queimem os livros (cancelem tod@s aquel@s que incomodam, que fazem pensar...)

"- Os negros não gostam de Little Black Sambo. Queime-o. Os brancos não se sentem bem em relação à Cabana do pai Tomás. Queime-o. Alguém escreveu um livro sobre o fumo e o câncer de pulmão? As pessoas que fumam lamentam? Queimemos o livro. Serenidade, Montag. Paz, Montag. Leve sua briga lá para fora. Melhor ainda, para o incinerador..." (p. 90/91)

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Entupa as pessoas com dados, e evite a filosofia e a sociologia:

"(...) Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com 'fatos' que elas se sintam empanturradas, mas absolutamente 'brilhantes' quanto a informações. Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão uma sensação de movimento sem sair do lugar. E ficarão felizes, porque fatos dessa ordem não mudam. Não as coloque em terreno movediço, como filosofia ou sociologia, com que comparar suas experiências. Aí reside a melancolia..." (p. 92/93)

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Quem quer perder tempo educando crianças?

Na segunda parte do romance, uma cena me chamou a atenção sobre o que aquela sociedade pensa sobre crianças. 

Em uma reunião de mulheres, uma delas fala horrorizada sobre a possibilidade de ter filhos e a outra ameniza o problema da atenção que se teria que dar aos filhos dizendo que é só colocar as crianças diante de aparelhos de televisão e imagens que os pirralhos não atrapalharão a vida dos adultos...

Vocês notaram alguma semelhança do contexto ficcional de 70 anos atrás com a realidade do mundo em 2024?

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Alguém tem que preservar a história e a cultura de novo

"Um deles tinha de parar de queimar. Por certo o Sol não pararia. Dessa forma, era como se tivesse que ser Montag e as pessoas com quem ele havia trabalhado até algumas horas antes. Em algum lugar, o ato de salvar e guardar teria de começar novamente e alguém tinha de se encarregar de salvar e guardar, de um modo ou de outro, nos livros, nos discos, na cabeça das pessoas, do jeito que fosse, desde que fosse seguro, livre de mariposas, traças, ferrugem e mofo, e de homens com fósforos. O mundo estava cheio de fogo de todos os tipos e tamanhos..." (p. 200)

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Sempre recomeçar, uma característica dos seres humanos 

"(...) E quando a guerra terminar, algum dia, algum ano, os livros poderão ser escritos novamente, as pessoas serão convocadas, uma a uma, para recitarem o que sabem, e os imprimiremos novamente até a próxima Idade das Trevas, quando poderemos ter de começar tudo de novo. Mas é isso o maravilhoso no homem; ele nunca fica desanimado ou desgostoso a ponto de desistir de fazer tudo novamente, porque ele sabe muito bem que isso é importante e vale a pena." (p. 216/217)

Literatura também é isso!

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O FIM (O COMEÇO)

"- Todos devem deixar algo para trás quando morrem, dizia meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapatos. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme alguma coisa, do jeito que era antes de você tocá-la, em algo que é como você depois que suas mãos passaram por ela. A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro está no toque, dizia ele. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o jardineiro estará lá durante uma vida inteira." (p. 220/221)

Então...

Termino aqui o comentário sobre essa releitura de Fahrenheit 451.

Termino com uma indagação incômoda martelando dentro de mim...

Será que fui um jardineiro? Ou fui um aparador de gramas?

William Mendes 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

90 de 100 dias



ELEIÇÕES MUNICIPAIS 

Opinião

90. Ouvi nesta semana algumas avaliações políticas que me deixaram pensativo. Desde que me politizei com os bancários da CUT, passei a manter a mente aberta às argumentações das pessoas. Estar aberto a ideias diferentes das minhas quer dizer aceitar a possibilidade de ser convencido a mudar de opinião e incorporar a proposição do outro.

Ao ouvir o jurista Pedro Serrano desenvolver suas opiniões sobre mais ou menos interferência do poder judiciário na política, enquanto princípio, concordei com ele. Ele acha que sujeitos como esses bolsonaristas extremistas deveriam ser derrotados na política, nas ruas. 

Ele respondia a jornalistas sobre aquele desqualificado que está disputando as eleições paulistanas e que comete barbaridades o tempo inteiro como ato estratégico de campanha para capturar a atenção das pessoas pelo grotesco e bizarro.

O "coach" vem crescendo nas pesquisas com seu jeito criminoso de fazer campanha. Pelo que se sabe até agora, pela imprensa progressista, o cara não poderia seguir candidato pelas ilegalidades que já cometeu. Vamos ver o que vai dar. 

Mas, enquanto princípio, concordo com Pedro Serrano que a esquerda e os movimentos populares deveriam apostar mais nas ruas e não no poder da justiça burguesa, que é conservadora e reacionária. Mudanças sociais só se darão pela participação popular, pela pressão das ruas. E a esquerda, está chamando o povo para as ruas?

Aliás, multipliquem esse caso de destaque, o "coach" que indicava vítimas para serem roubadas - candidatura com visibilidade grande por se tratar da gigante cidade de São Paulo - por centenas de casos semelhantes Brasil afora. Como parar isso? Como chamar isso de "democracia"? 

Já se demonstram nas notícias os esquemas de abuso de poder econômico na candidatura do cara. Democracia ou plutocracia? Onde está a igualdade de condições?

A esquerda deveria estar politizando os trabalhadores, explicando e pautando, defendendo que eleições não podem ter nenhum recurso financeiro e econômico além do conhecimento que as pessoas tenham em suas comunidades por alguma referência que elas sejam. Se tiver financiamento, que seja 100% público e isonômico a todas as candidaturas. (e com suspensão das plataformas digitais no período eleitoral: 99% dos que se destacam é pelo poder do dinheiro)

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A "ESQUERDA" DEVE VOLTAR A SER DE ESQUERDA 

Nosso campo político está burocratizado, perdeu a referência histórica de nosso papel em relação ao mundo que queremos, que defendemos, um mundo socialista ou comunista. Sem recuperar nossa postura, nada de relevante vai mudar na sociedade humana. 

Se nosso campo seguir defendendo o capitalismo, o neoliberalismo, a balela de "humanizar" o capitalismo!, as instituições do Estado capitalista e neoliberal, o povo que está se ferrando com o capitalismo e o neoliberalismo não voltará a dar atenção para nós que nos denominamos de "esquerda". Esquerda defendendo o "sistema"? Acordem! Temos que ser antissistema!

Isso está claro no mundo todo. 

Eu quero o fim do capitalismo e do neoliberalismo. Mas quem quer isso hoje no nosso campo da "esquerda"?

Se quer, por que não fala e defende isso abertamente?

Na luta contra o imperialismo estadunidense, estou com Cuba, com o chavismo, estou com os palestinos! Caramba, isso é básico pra alguém de esquerda!

Assim como esses três exemplos acima, muitos outros não deveriam dividir a "esquerda" nessa quadra da história! O direito ao aborto, políticas de cotas, ser antirracista e anticolonialista etc.

É isso! Estamos em período eleitoral. Em São Paulo, precisamos eleger dezenas de vereadoras e vereadores de esquerda. E Boulos prefeito! O mesmo em todas as cidades brasileiras, companheirada!

Peço voto e apoio a Luna Zarattini 13131.

William Mendes 


Vendo filmes (XX)



Refeição Cultural

A mente humana... nada na natureza se assemelha à capacidade criativa da mente humana. Nossas ideias e pensamentos podem abrir caminhos que nos levem à glória ou ao fim de tudo


Os dois filmes que comento nesta reflexão me deixaram muito pensativo, avaliando a natureza da nossa espécie humana, a única com um cérebro dotado de razão que nos diferencia de todas as demais espécies que convivem conosco no mesmo ambiente. Jamais me esquecerei dos ensinamentos do neurocientista Miguel Nicolelis em seu livro sobre o cérebro humano (ver aqui).

Por um lado, a inteligência humana nos colocou numa condição de superioridade na luta pela sobrevivência diária na Terra, nós desenvolvemos a técnica e a criatividade, alteramos o meio em nosso benefício. Inventamos a linguagem, inclusive a escrita, e a forma de passar adiante o que cada animal sabia: a cultura.

Por outro lado, a inteligência humana não se confunde com a ética, um dos vários conceitos desenvolvidos pela espécie ao longo da existência. Seres humanos com mentes muito criativas e com muito conhecimento podem fazer as coisas mais terríveis que se possam imaginar, e com efeitos incalculáveis para as outras pessoas e espécies e para o próprio planeta no qual todas as espécies vivem juntas, coabitam. Uma pessoa pode fazer tudo o que quiser? É isso o conceito de liberdade que defendemos?

A sociedade humana, coabitante do mundo com outros milhões de espécies, está num momento decisivo de sua história: vamos mudar a tendência de destruição física do mundo no qual vivemos ou vamos deixar as coisas seguirem como estão, com algumas mentes inteligentes e sem ética alguma controlando um planeta inteiro em benefício e gozo próprio? (como fazem esses bilionários donos de tudo no mundo atual)

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Os dois filmes trabalham com enredos que destacam jogos mentais, pessoas com inteligências destacadas e sem ética alguma, pessoas que usam da inteligência da nossa espécie em benefício próprio e com atos que causam efeitos na vida das outras pessoas. 

Fiquei pensando sobre essas questões de liberdade, ética e limites individuais e empresariais ao ver os filmes "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" (2004) e "A garota exemplar" (2014), filmes com atores e atrizes excepcionais, com atuações destacadas, na minha opinião. Filmes com direção e roteiro muito inteligentes, para ficar na questão que estou abordando.

Em um dos enredos, cientistas inventam máquinas que mapeiam e apagam lembranças de seus clientes. Ao longo do filme os espectadores verão conflitos éticos dos profissionais da empresa de apagamento de memórias.

No outro enredo, uma pessoa de mente brilhante envolve e manipula tanto as pessoas na vida ficcional quanto na vida real, os espectadores. Uma mente brilhante pode atuar sem limite algum? 

O personagem Joel (Jim Carrey) percebe durante o procedimento de apagamento de suas lembranças que ele não quer mais perder aquelas memórias, pois elas fazem parte de sua vida, e eu diria inclusive que fazem parte do que ele é. 

É como nos ensina o professor Antonio Candido: "O que somos é feito do que fomos, de modo que convém aceitar com serenidade o peso negativo das etapas vencidas". Eu e vocês somos esse acumulado de experiências boas e ruins que fizeram parte de nossas vidas.

Essa questão temática do apagamento proposital de lembranças e momentos da vida que em tese nos incomodam em determinado instante da existência podem "desconfigurar" e descaracterizar o que somos. É só pensarmos o que acontece com uma pessoa que sofre uma doença degenerativa e vai perdendo a memória... é triste demais isso! Vamos deixando de ser o que somos.

Atenção: não confundo essa hipótese de apagamento proposital de memórias com o excelente trabalho que profissionais de saúde fazem para auxiliar pessoas a lidarem com seus conflitos psicológicos.

Para finalizar o comentário com uma questão que envolve a ética, eu me pergunto se seria ético uma empresa cobrar por serviços de apagar memórias das pessoas. A inteligência humana sem ética pode nos levar à extinção de nossa espécie e de outras formas de vida por causa do abuso de determinados humanos inteligentes que só pensam o mundo para si mesmos.

Vejam se não é o que estamos vivendo (ou morrendo) neste exato momento em relação à manipulação de milhões de seres humanos (como, por exemplo, por plataformas digitais) com ideologias que beneficiam alguns bilionários e seus ideólogos pra lá de inteligentes, pagos a soldo alto, em prejuízo do bem comum, do uso sustentável dos recursos escassos do planeta e em prejuízo de uma sociedade humana mais justa e igualitária.

A refletir.

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FILMES

Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004). Direção: Michel Gondry. Roteiro: Charlie Kaufman. Elenco: Jim Carrey, Kate Winslet, Kirsten Dunst, Mark Ruffalo, Elijah Wood, Tom Wilkinson.

SINOPSE: O filme retrata o fim da história de amor entre Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet). Impulsiva como é, Clementine decide apagar todas as memórias de seu relacionamento com Jim através de uma empresa que apaga memórias. Ao saber da atitude de Clementine, Joel se revolta, pois ainda gosta dela, e decide se expor também ao tratamento experimental de apagamento de memória. Durante a aplicação do procedimento, Joel se arrepende e tenta de todas as formas interromper o processo...

COMENTÁRIO: filme excepcional! Envolvente do início ao fim. Além do roteiro ter me deixado bolado por causa da temática desenvolvida - a possibilidade de um procedimento em clínica médica ter a capacidade de apagar memórias ruins que as pessoas avaliem que tenham -, as imagens do filme criadas para reproduzir o que se passava na mente de Joel durante o procedimento são muito bem feitas e criativas. Minha esposa me perguntou por que eu me emocionei com o filme? Porque pensei em muitas coisas com relação à temática de apagamento de nossas memórias, que na essência é o que somos. O filme me deixou muito pensativo.

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Garota Exemplar (Gone Girl), de 2014. Direção: David Fincher. Com: Rosamund Pike, Ben Affleck, Carrie Coon, Tyler Perry, Kim Dickens, Neil P. Harris e elenco.

SINOPSE: no dia de seu quinto aniversário de casamento, Amy Dunne desaparece (Pike). Quando as aparências de uma união feliz começam a desmoronar, o professor universitário Nick Dunne (Affleck), seu marido, torna-se o principal suspeito. O desaparecimento de Amy tem grande cobertura de mídia porque ela é conhecida por inspirar livros infantis cuja personagem é a "Amazing Amy" (algo como garota exemplar), de autoria de seus pais. Nick contrata um advogado especialista nestes casos, Tanner Bolt (Perry) e, com a ajuda de sua irmã gêmea Margo Dunne (Carrie Coon), Nick tenta provar sua inocência, ao mesmo tempo em que investiga o que realmente aconteceu com a mulher. 

COMENTÁRIO: o filme tem uma trama envolvente e o final deixa os espectadores surpresos. Gostei do filme! Os mais antigos acabam se lembrando de filmes como Instinto Selvagem (1992) e Atração Fatal (1987). 

O principal comentário a fazer sobre o filme e o roteiro é que gosto de filmes bem escritos e inteligentes. Nota 10 para esse filme.

Em termos de desempenho, a interpretação de Rosamund Pike é espetacular! Amig@s, que olhar é aquele de Amy Dunne! Que medo! Eu não me atreveria a passar uma noite ao seu lado (risos)...

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É isso!

Sigamos em contato com as culturas e compartilhando nossas reflexões. O texto anterior sobre filmes pode ser lido aqui.

William Mendes


quinta-feira, 22 de agosto de 2024

89 de 100 dias



ELEIÇÕES MUNICIPAIS

89. A gente procura esperança nas pequenas coisas. No final do dia, ao ir a feira em frente ao condomínio, vi jovens do Partido dos Trabalhadores em campanha para a Câmara Municipal de Osasco. Chegando em casa, fui conferir as propostas de Heber Farias, Matheus Oliveira e Gabi Bueno, da chapa JuntOz 13713, a renovação do PT em Osasco. Adorei esses jovens. Vou ler mais a respeito deles e acompanhá-los. Fiquei feliz em saber da candidatura dessa moçada!

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E vejam o quanto é importante respirar esperança vendo a juventude progressista e humanista se envolvendo com política e se colocando à disposição para ser votada e eleita por nós, a classe trabalhadora. Depois de um tempo sem muito tesão para fazer campanha política conversando com dezenas de pessoas estranhas para convidá-las à participação política, vi o trabalho da jovem mulher Luna Zarattini 13131 e sua garra e firmeza diária me fez esperançar de novo. Às vezes, é quase enxugar gelo lutar contra o dinheiro da plutocracia, mas jovens na política como Luna são a esperança de um presente e futuro melhor. Peço voto e apoio a Luna Zarattini em São Paulo Capital.

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LUTAR CONTRA FASCISTAS E EXTREMA-DIREITA

Se não fossem essas esperanças nas juventudes progressistas, eu não sei se aguentaria tanta injustiça e tanta criminalidade impune como acontece diariamente no Brasil. Canalhas candidatos como um desqualificado condenado por roubar clientes de banco e um embusteiro enganador de pessoas não estarem presos e impedidos de praticar todo o mal que praticam contra milhares de pessoas é desalentador. Antes de ser politizado, eu compartilhava o pensamento comum de fazer justiça com as próprias mãos. Depois me humanizei com o movimento sindical. Mas juro que entendo como as pessoas passam a defender essas ideias de fazer justiça com as próprias mãos ao verem vagabundos como esse "coach" de merda, vagabundos impunes e imparáveis porque o sistema de freios da sociedade não funciona.

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NEM PUBLICO O QUE PENSO DE BANQUEIROS E DA GESTÃO DO GOVERNO PAULISTA

Por fim e ainda na linha de quase não suportar as injustiças, eu nem vou escrever o que penso dos banqueiros e da força de repressão do governo de São Paulo, porque o que eu penso sobre eles é impublicável. Hoje, numa atividade de trabalhadores da categoria bancária aqui em São Paulo, atividade de campanha salarial, a polícia do governador agrediu violentamente nossos companheiros e companheiras, inclusive o nosso deputado estadual Marcolino. Toda a nossa solidariedade ao movimento sindical e à categoria. 

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William Mendes