domingo, 30 de junho de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 30 de junho de 2024. Domingo.


Junho

Às vezes, ao refletir sobre os acontecimentos na sociedade humana, me lembro de uma observação que ouvi certa vez de um professor de literatura clássica na faculdade de Letras. Ele disse que não havia muita diferença entre as notícias nos jornais diários e as obras clássicas da literatura universal. Disse, então, que preferia ler os clássicos do que ver aquelas notícias em jornais.

A observação da realidade no mundo onde vivo muito me lembra alguns dos grandes clássicos cujos cenários são mundos com ambientes opressores e pouco promissores às formas diversas de vida. Clássicos de George Orwell, Aldoux Huxley e Ray Bradbury. Os ensaios de Saramago me vêm à lembrança o tempo todo... é um mundo de cegos que mesmo podendo ver, não veem!

Um mundo feio e em processo de destruição, de uma humanidade decadente. O mundo do século atual se tornou um mundo distópico. Feio em todos os sentidos. Um mundo onde não se pauta mais fazer o bem ao próximo e não se tem mais como utopia alimentar a todas as pessoas que têm fome, um mundo onde as pessoas que detêm o poder efetivo atuam diariamente para foder com a vida de milhões de outras pessoas, instituições, comunidades. Um mundo onde poucos caras fdp estão neste momento gastando suas energias para destruir as possibilidades de uma vida melhor para bilhões de seres humanos e sequer pensam nas demais formas de vida no planeta. Um mundo feio, de gente horrorosa!

Aí nos lembramos de "os miseráveis" descritos por Victor Hugo ao romancear os efeitos daquela nova era, a era capitalista, a era da burguesia, uma gente bárbara e violenta, que disfarça sua ferocidade e vulgaridade assim que aprendem a usar talheres e fazer de conta que gostam de arte. Uma gente feia, decadente, que sequer tomava banho, que fedia por estar meio podre por sujeira e cuja presença só se aguentava por causa dos perfumes que pagavam para inventarem. A burguesia que vigorou no país onde moro é uma das mais bárbaras e abjetas do planeta Terra. Uma gente má, inculta, que sente prazer ao manter miseráveis os povos todos do espaço geográfico chamado Brasil.

Ao ver ao meu redor a manipulação da fé de milhões de pessoas por parte de uns canalhas e mercenários da fé alheia, fico pensando no clássico de Juan Rulfo "Pedro Páramo". Imagino as almas infelizes ao descobriram que eram enganadas por um pastor fdp desses que atuam como o padre Rentería de Comala. Ao descobrirem que foram enganadas por esses "pastores" salafrários não encontrarão descanso nem embaixo da terra e seus murmúrios serão ouvidos por todos nós nos dias em que a friagem da chuva umedecer seus cubículos de terra, a terra que coube às almas enganadas por esses bandidos da fé.

Estou ficando velho demais aos cinquenta e poucos anos... começo a achar que tenho centenas de anos de existência. Vou vendo a impunidade e a desfaçatez ao meu redor mil vezes por dia e meu corpo me castiga com as dores das centenas de anos que tenho, de ossos centenários, de músculos e nervos secos e enrijecidos, sistemas centenários e cansados, vista, órgãos da fala, ouvidos... a faringe, o esôfago e o estômago já nem querem mais funcionar direito quando o alimento tenta cumprir o seu papel de manter uma vida centenária. Se entro nas redes sociais, se ligo algum aparelho, se ouço alguma notícia... é só putaria da burguesia, não tem um fdp burguês em posição de poder pensando em melhorar o mundo. É o capitalismo, estúpido!

O que vem por aí? Gostaria de registrar boas perspectivas, mas não sou de mentir. Tá bom! Esteja como estiver cada uma e cada um dos bilhões de humanos, nas próximas 24 horas haverá um novo dia, com sol aberto ou encoberto. Pessoas vão morrer. Pessoas vão nascer. Projéteis de armas variadas vão trucidar centenas de vidas nas próximas 24 horas. Alguns humanos vão ficar mais ricos. Milhares ou centenas de milhares, milhões talvez, vão perder suas economias roubadas por espertalhões em bolsas de valores, que servem para enganar boas almas e espertalhõeszinhos que acreditam em bolsas de valores. É o capitalismo, estúpido! (meus companheiros petistas, um monte deles, acreditam ser possível "humanizar" o capitalismo... não falo que o mundo tá foda!)

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Enquanto a vida seguiu em junho, corri como pude, andei, fiz um pouco de exercícios físicos, fiz alguns exames médicos, inclusive aquele que o médico enfia o dedo na bunda da gente. Mexi em papéis velhos. Fiz um esforço em ser uma pessoa decente. Poluí o mundo como todo mundo, produzi muito lixo que a natureza não tem como absorver. Estudei alguma coisa quase todos os dias para saber algo novo, mesmo velho.

William


36 de 100 dias



36. Hoje vi mais alguns vídeos sobre temas da luta sindical. O material que assisti faz parte da mídia audiovisual que estou organizando para um pequeno centro de documentação. Vamos ver o quanto vou avançar em meu cedoc durante os 100 dias.

Estou mexendo em tipos variados de materiais. Como já disse em meus textos que abordam o meu desejo antigo de ser menos ignorante, fui acumulando textos e temas de áreas diversas do conhecimento humano porque queria de verdade ler e passar a saber sobre aqueles temas estudados. Não foi possível, claro. Tinha que fazer as obrigações de meus contratos sociais.

Um amigo do banco, que é muito mais prático que eu, me diz para me desfazer dos meus acervos sem dó, pois os materiais já serviram ao seu propósito ao me auxiliarem a ser o dirigente sindical que fui. Se eu pensar bem a respeito do argumento dele, diria que ele tem razão, ao menos em parte, no que se referiria aos materiais relacionados à política e ao sindicalismo. Ficariam os materiais ligados à cultura, literatura etc.

Já pensei nisso várias vezes. E quando chega a hora H, vacilo, e não me desfaço dos materiais que têm relação com o período de minha existência no qual eu mais experimentei a sensação de ter significado alguma coisa na sociedade humana. É foda!

Chega por hoje. Feito o registro de meus trabalhos.

William


Cedoc do Refeitório Cultural (3)



Refeição Cultural

Estou organizando meu centro de documentação (cedoc). Ao longo de minha existência como membro das classes subalternas do Brasil, nascido no seio da classe trabalhadora, fui sobrevivendo de bicos e trabalhos precários desde a infância até que me fixei no mundo do trabalho como bancário de um banco público, o Banco do Brasil.

A oportunidade de ter me tornado bancário foi o divisor de águas em minha vida, ainda mais quando me tornei representante de meus colegas como dirigente sindical eleito por eles. Poderia ter seguido a trajetória da imensa maioria das pessoas de minha classe e ser hoje uma pessoa despolitizada e até de direita. Isso é o mais comum. Por sorte, me tornei uma pessoa de esquerda. Sou um homem de sorte.

Aos poucos, vou catalogando meu acerto de mídias audiovisuais e em outros formatos como livros, revistas, apostilas etc.

Nesta postagem incluo mais vídeos que tenho e cujos conteúdos são muito interessantes e fazem a pessoa que os assiste relembrar momentos importantes de nossas lutas de classes, nossas estratégias e eixos temáticos focados em determinados períodos políticos e sociais do país e que de certa forma foram sementes plantadas por nós nas últimas duas décadas.

William

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FILMES E DOCUMENTÁRIOS

(Audiovisual)

9. SEMINÁRIO ESTADUAL DE COMBATE AO RACISMO (SINDAE - BA)

No vídeo "As questões raciais e o saneamento ambiental", gravado entre os dias 18 e 19 de novembro de 2009, vemos o engajamento do Sind. Trab. em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia com as temáticas centrais do meio ambiente e do combate ao racismo em todas as suas formas.

Me lembro bem do quanto as baianas e baianos são organizados em suas bases sindicais. Quando era secretário de formação da Contraf-CUT tive o privilégio de ser palestrante em eventos do pessoal do campo em Feira de Santana.

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10. DIA MUNDIAL DA ÁGUA - IX GRITO DA ÁGUA 2009

Outro vídeo importante do SINDAE pela temática que aborda. Quinze anos depois do registro dos baianos de suas lutas pela manutenção da água como um bem público, vivemos no Estado de São Paulo uma tragédia com a privatização da SABESP promovida pelo governo estadual e do município de São Paulo. 

Enquanto o mundo se preocupa com a preservação desse recurso reestatizando empresas de água, a extrema-direita paulista foca em esgotar a água enquanto houver o recurso para vender e faturar bilhões para poucos capitalistas.

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11. 7º ENCONTRO NACIONAL SOBRE A MULHER TRABALHADORA DA CUT

Neste vídeo que registra o encontro das companheiras quase duas décadas atrás, ocorrido em Brasília, entre 25 e 27 de novembro de 2005, vemos o quanto a nossa Central foi vanguarda no debate da questão de gênero e nos direitos plenos das mulheres.

Nossa categoria bancária, por exemplo, avançou muito na questão do empoderamento das companheiras nos espaços de representação e decisão em nossas entidades sindicais.

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12. ASSÉDIO MORAL - UM RISCO INVISÍVEL

Vídeo faz registro histórico de nossas lutas de combate ao assédio moral no mundo do trabalho. O evento ocorrido em outubro de 2005 contou com a participação de especialistas na área, como o professor e Dr. José Roberto M. Heloani, e lideranças da classe trabalhadora, unidos para obter avanços que coíbam essa prática criminosa que pode levar pessoas à morte.

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13. TERCEIRIZAÇÃO NO SETOR BANCÁRIO

O vídeo que trata das causas e efeitos da terceirização no Brasil e das relações de emprego, condições de trabalho e ação sindical, principalmente no setor financeiro do país é um registro fundamental para entendermos como atuam os donos do capital e do poder econômico para eliminar qualquer avanço que a classe trabalhadora conquista com sua organização e luta por uma vida mais justa.

O documentário é baseado na dissertação de mestrado de Ana Tércia Sanches, amiga e companheira de longa data do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

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Audiovisual catalogado anteriormente (ver postagem aqui)

1. HISTÓRIAS E SONHOS COM TODAS AS LETRAS (EJA)

2. 1º DE OUTUBRO DE 1981 - DIA NACIONAL DE LUTA (DF)

3. POR DENTRO DO SISTEMA (FINANCEIRO)

4. A GRANDE VIRADA - 30 ANOS DA RETOMADA (BANCÁRIOS DE SP)

5. A DÉCADA DA PERVERSIDADE (BRASIL E RS, DE COLLOR A FHC)

6. MEMÓRIA SINDICAL - AUGUSTO CAMPOS 

7. PALESTRA DE PHA NO LANÇAMENTO DE "O QUARTO PODER"

8. 30 ANOS DEPOIS LULA RELEMBRA A 1ª CONCLAT


Cedoc do Refeitório Cultural


sábado, 29 de junho de 2024

35 de 100 dias



35. Trabalhando na organização de meus guardados velhos, encontrei minha medalha de participação na 83ª São Silvestre, ocorrida em 31/12/2007. Foi minha primeira participação na mais tradicional corrida de rua do país. 

Ano passado, após três anos sem participar da prova, inclusive por causa da pandemia mundial, tive a felicidade de correr e completar a 98ª São Silvestre. Foi outro momento incrível de realização pessoal. Até a semana do Natal, não tinha certeza se completaria o percurso de 15 Km. Clique aqui para ver essa história.


Entre a primeira São Silvestre e a mais recente, tenho um percurso intenso de superações pessoais nessa caminhada esportiva de 2007 até a chegada no MASP após a subidona da Brigadeiro em 31/12/2023.

Agora é a expectativa para este ano: será que farei uma boa participação?

William 


sexta-feira, 28 de junho de 2024

34 de 100 dias



34. Agora à noite, após atividades de organização doméstica, saí para correr. As dores no corpo seguem de forma crônica. Feitos os exames de próstata, agora vou retornar ao especialista em quadril e levar os exames de imagem que fiz. Vamos ver como está a situação de minha estrutura locomotora. Enquanto posso, ando e corro, aproveito essa capacidade humana que nos dá grande liberdade no viver.

Com os objetivos de curto prazo que defini nesses dias, minhas leituras de livros foram interrompidas. Pensei em ler as centenas de páginas que faltavam dos livros sobre a biografia de Frei Betto e as memórias de José Dirceu. É uma coisa ou outra. Ou tento organizar um pouco minha desorganização doméstica de longo tempo ou sigo na baderna em benefício dos estudos.

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OPINIÃO

DIREITO NÃO É ALGO NATURAL, É CRIAÇÃO HUMANA E DEVE SER DEFENDIDO

Nunca mais vou me esquecer da lição do professor jurista e constitucionalista Pedro Serrano, explicando em um artigo na revista CartaCapital, edição 1303 (ler aqui), que direito é criação humana, não é algo natural, e se não defendermos os direitos que criamos ao longo da história da humanidade, os direitos que nos acostumamos a gostar deles deixarão de existir.

A extrema-direita está organizada internacionalmente como nunca esteve antes. A extrema-direita tem estrutura porque ela ou é o próprio 1% dono do poder no mundo ou é financiada pelos homens com mais dinheiro no mundo ou é tudo a mesma coisa, os capitalistas e os endinheirados, os bilionários e seus pau-mandados, ou seja, dane-se esse papo de falar que eles não são bárbaros porque usam as porcarias dos talheres de prata.

Há um avanço acelerado da extrema-direita e os capitalistas nos direitos sociais do povo no mundo todo.

No Brasil, essa gente está destruindo os ambientes todos, desfazendo a Constituição Cidadã de 1988, avançando sobre os corpos das pessoas como fizeram até o século 19 quando a propriedade de pessoas era a lei.

Enfim, ou a maioria que não é a extrema-direita e não é dona do poder político e econômico se organiza e vai pra cima dessa gente ou vamos mergulhar num pântano de ditaduras autoritárias dos bilionários e seus capatazes e capitães do mato nas estruturas dos Estados nacionais.

O que estamos vendo nesses últimos anos é só o começo. Depois dos projetos de "Lei do estuprador", "lei" isso, "lei" aquilo... vamos ter "leis" que impedem a nossa existência e a nossa liberdade. 

Hoje, os extremistas que juntam num mesmo balaio fascistas, nazistas, bancadas da bala, da bíblia, do boi, capachos dos bilionários etc, essa gente tem voto para votar qualquer coisa nos parlamentos, tanto no Congresso Nacional quanto nos Estados e municípios. 

Se votarem uma lei que dá direito a escravizar pessoas com uns 400 votos no Congresso vamos cumprir a lei? Se votarem transformar em pasto e plantio de soja e milho todas as áreas geográficas do Brasil a gente cumpre? 

Se vocês responderem que não, o que a gente faz? Essa gente tem a força repressiva com ela. Vamos enfrentar a repressão dos endinheirados com flores e rezas e passeatas pacíficas? Nossos corpos vão ser os alvos das balas e bombas?

Em São Paulo aprovaram uma "lei" em primeira votação para impedir que qualquer pessoa dê alimento a quem precisa. O doador pode ter que pagar uma multa de 17 mil reais, ou seja, vai ter que vender a moto ou o carro que tem se for pego dando comida a alguém com fome...

Ou a gente vai pra cima desses fascistas de merda ou o mundo será uma desgraça. É a minha opinião, a opinião de alguém que liderou as lutas dos bancários por quase duas décadas. 

Não sou pacifista! Como ensinou Nelson Mandela na p. 206 de sua autobiografia: é o opressor que define a natureza da luta.

Mandela, eu também acho!

William


Natais - 1975



Refeição Cultural 

Estamos no final do primeiro semestre de 2024. Na próxima semana, estaremos no semestre do Natal. 

Neste momento, não sei onde vou passar a data, se em São Paulo ou em Uberlândia. A dificuldade será reunir as pessoas mais próximas de nosso núcleo familiar. A data tem essa simbologia de reunião e confraternização.

A sociedade humana está num momento complexo. Imaginar como o mundo estará daqui a seis meses tem se tornado um exercício mais de adivinhação e desejo do que uma leitura de cenário e conjuntura política e econômica como usávamos fazer em outras épocas da humanidade.

Peguemos como exemplo de distopia da sociedade humana as eleições dos Estados Unidos da América, a nação com mais de quatro mil ogivas nucleares e que se mantém como império devido às suas intervenções violentas nos duzentos países que existem no Planeta. Concorrem neste momento dois sujeitos amorais e senis, mentirosos, e provocadores de misérias a milhões de pessoas como presidentes daquele país.

No Brasil, temos uma figura humana extraordinária, o presidente Lula, que é uma voz solitária no globo terrestre falando em paz, em saciar a fome das pessoas, em distribuir riquezas de forma equânime e preocupado com a destruição do meio ambiente. Lula acredita no diálogo e na política, na democracia, num mundo onde a democracia acabou, um mundo onde não há mais espaço para a solução pacífica das controvérsias, como reza nossa Constituição Federal.

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come... já ouviram esse ditado popular? É assim que estamos neste momento no qual termina um semestre e começa o semestre do Natal.

A impressão que tenho é que 25 de dezembro será uma data um pouco triste em nossas vidas. Torço para que as coisas melhorem, mas esperanças sem ações concretas para que mudanças ocorram são esperanças vãs. 

Não vejo ações e movimentos em nossas vidas privadas e nas comunidades humanas em estágio falimentar que me permitam alimentar esperanças concretas de dias melhores nos próximos meses do mundo.

No entanto, sigo envidando esforços atomizados para que nossa família esteja reunida no Natal e para que eu possa contribuir de alguma forma para que as pessoas tenham oportunidade de adquirir conhecimento que incentive elas a melhorarem o mundo. Faço isso escrevendo.

Cada texto que faço penso nisso - compartilhar conhecimento de forma gratuita -, inclusive os textos de cunho pessoal como tenho feito no blog. Eu me exponho como um cidadão comum, com suas fragilidades e potências para humanizar a minha relação com leitoras e leitores.

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NATAL DE 1975

Como será que passamos a data em família? Não sei. 

No Brasil, o regime ditatorial havia transformado a vida do povo pobre e trabalhador num inferno. 

Naquele ano, uma das vítimas do regime foi o jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado nas dependências do DOI-CODI. A imprensa da casa-grande era, em sua maioria, parceira do regime. Simularam o suicídio de Vlado na cela. A cena ficou marcada para sempre, denunciando a podridão da ditadura. 

O ditador da vez era Geisel. 

Politizados ou não, a vida de meus pais e da família toda de tios, tias e avós deveria estar bem difícil por causa da carestia. 

Se eu não me engano, com essa idade a gente já tinha o Leique, o nosso cachorro pequinês. Foi o único cachorro que tive na vida. Ele morreria lá em Uberlândia nos anos 80, quando a gente morava na casa-barracão no terreno de minha avó. 

Me lembro que ele estava bem velhinho, poucos dentes e cego. Ele sofreu nos últimos dias. Tenho uma foto com ele sentado na escada do sobradinho em São Paulo (ver aqui).

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Na foto acima, estou na porta de casa, na Rua Dr. Sérgio Ruiz de Albuquerque. Lá no fim da rua é a padaria Cinco Quinas, que está lá até hoje, na Av. Rio Pequeno. O molequinho deve ter uns cinco anos, pouco mais ou menos.

William 


Post Scriptum: o texto anterior desta série pode ser lido aqui.


quinta-feira, 27 de junho de 2024

33 de 100 dias



33. Nos anos oitenta e depois nos noventa, queria aprender línguas estrangeiras. 

Voltei a São Paulo com dezessete anos disposto a "vencer na vida", depois dos anos que passei em Uberlândia. Que faria? Trabalhar onde? Não se tinha muitas opções de emprego.

O inglês foi o idioma que decidi aprender por ser a língua que dominava o mundo e que daria as melhores oportunidades de trabalho. Era o que eu imaginava. 

Nos primeiros anos em São Paulo, eu estava disposto a fazer qualquer trabalho, topava até sair do país para trabalhar fora. Pensei nos Estados Unidos, Inglaterra, no Japão como dekasségui ou até no Iraque.

Enfim, a vida seguiu seu curso. Trabalhei em depósito de palmito, lanchonete, escola de idiomas e só depois virei bancário. 

Aprendi um pouco da língua inglesa. Me comuniquei em inglês em situações que precisaram, inclusive quando estive duas vezes nos Estados Unidos, após os quarenta anos de idade, já estabelecido na vida como trabalhador da categoria bancária. 

Agora me pergunto, olhando o monte de materiais de inglês das mais variadas épocas e didáticas diversas: o que essas coisas dos anos oitenta e noventa estão fazendo na minha casa até hoje? O quê? Qual a utilidade de materiais de inglês de tudo quanto é tipo de conteúdo na atual quadra da minha vida?

Três décadas depois, tudo no mundo é instantâneo e virtual. Meu apego a coisas velhas é uma mania que precisa ser mudada. 

Estou nesse momento banal e pouco útil da existência. Após fazer coisas grandes e importantes coletivamente na minha vida adulta como membro da classe trabalhadora, hoje não consigo ser prático nas coisas domésticas, na desorganização da vida privada.

Não desisto. Sigo buscando mudanças e sentidos. 

William 


quarta-feira, 26 de junho de 2024

32 de 100 dias



32. A verdade é que não estou avançando na velocidade que deveria na solução da desordem pessoal, na melhoria ou mudança do meu mundo desorganizado e caótico. Não estou.

Tudo que mexo para me desfazer, mexo, mexo, arrumo pretexto, começo a ler, ver, ouvir, e não me desfaço. Que saco! Continuo espremido e sufocado. Vão se passar os cem dias e tudo estará na mesma no meu mundo entulhado...

Cada página do que leio me parece importante para salvar a cultura, a história e a humanidade dos bárbaros dominando tudo, impondo leis e decretos medievais no Estado de São Paulo, nos estados, no Brasil, no mundo.

Daqui alguns dias meses anos terão leis contra minha liberdade de ser ateu, de ser bocudo, contestador, de ir contra a ordem vigente imposta pelos desgraçados da casa-grande, donos do capital, das máquinas ideológicas e da força de repressão...

Não poderei mais ser eu. Por isso esse medo de me desfazer dessa cultura toda empilhada em casa, junto com as bugigangas mercadorias das outras pessoas do ambiente. 

Não estou avançando bem nos cem dias... essa é a verdade.

William 


terça-feira, 25 de junho de 2024

31 de 100 dias



31. Hoje completei um dos eixos investigativos sobre minha condição de saúde. Como meu cotidiano se transformou numa rotina de dores na região do quadril e sistema locomotor, incluindo até a região dorsal e abdominal, estou fazendo a minha parte para a manutenção de minha existência e procurando resolver a questão. Devo isso às pessoas de meu círculo familiar mais próximo.

Pelos exames e informações dos profissionais da área, estou com o sistema urinário em ordem. Exames de PSA e demais exames de imagem e físicos indicam que está tudo normal com rins, bexiga, ureter e próstata.

Por um lado, isso é bom e tira uma cisma que a pessoa com dores crônicas tem em seus pensamentos, achando que está com tudo quanto é coisa ruim. Estado de não saúde é foda! Lembrar que tem partes no corpo que incomodam porque doem é um saco!

Por outro lado, se está tudo bem com minha próstata e sistema urinário, agora é levar os exames de imagens sobre a condição de minha estrutura locomotora e do quadril para o profissional responsável por essa área. 

Essa coisa de saúde é tão esquisita que se o cara disser que tenho desgastes mesmo, mas que posso conviver com isso, ficarei satisfeito. Sigo a vida com as dores locais. 

Das experiências com estudos de anatomia do período que frequentei uma graduação de Educação Física com a experiência na gestão de saúde, prefiro evitar cirurgias e, se possível, fazer exercícios de reforço na região.

Enfim, sigamos. Depois de décadas de vida, uma vida cheia de veredas, aprendi que viver é uma oportunidade. E que os humanos são seres históricos (e posso seguir fazendo a minha), e que só se ensina gente, como diz Paulo Freire (e quero aprender coisas novas todos os dias), e seguirei fazendo a minha parte para estar no mundo com as pessoas.

Diferente do que pensei por muito tempo em minha existência, não desejo encurtar meu percurso na natureza.

William


Vendo filmes (XVIII)



Refeição Cultural

Os Estados Unidos são uma nação cuja essência é a liberdade para se praticar a violência contra tudo e todos, liberdade baseada na ideia de um indivíduo não ter limites sobre o restante do universo 


Dois filmes que retratam a sociedade norte-americana me proporcionaram nesses dias momentos de catarse. Saí deles pensando a respeito da sociedade humana e concluí que não é justo e não devemos concordar com o desejo de um grupo de pessoas de um país - os bilionários norte-americanos e seus operadores - querer impor sua cultura ao mundo todo.

Um dos filmes retrata os Estados Unidos no século 21, na fase atual do capitalismo selvagem, implacável em sua fúria pelo lucro rápido e a qualquer preço, ainda mais se o preço for eliminar empregos e pessoas cujas vidas foram dedicadas a uma grande empresa norte-americana, base econômica do "país das oportunidades". Será que a terra da liberdade ainda é o país das oportunidades? 

Enquanto a "Revista Life" é reestruturada por uns executivos babacas, o personagem Walter Mitty dá o encanto ao filme ao nos lembrar que o que importa são as pessoas. Aliás, critico os governos dos EUA e não o conjunto da população, pois lá existe a classe trabalhadora oprimida e explorada como toda a classe trabalhadora do mundo capitalista. 

O outro filme retrata a origem e os motivos pelos quais os Estados Unidos sempre foram uma nação violenta, com uma cultura de só saber resolver as coisas na guerra, na bala, na eliminação do outro, supostamente inferior sob a ótica estadunidense.

Se fizermos uma linha do tempo entre o passado que definiu a essência da cultura violenta daquele povo e um hipotético futuro da sociedade norte-americana com os filmes "O Regresso" (2015) e "Guerra Civil" (2024) - que vi recentemente -, veremos o quão profético pode ser o último, pois nada mudou nesses dois séculos de pouco diálogo e muita solução na base da violência. 

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FILMES

A vida secreta de Walter Mitty (2013) - Direção: Ben Stiller. Com: Ben Stiller, Kristen Wiig, Shirley MacLaine, Sean Penn.

Sinopse: o tímido Walter Mitty está sempre sonhando acordado para escapar da sua vida monótona, mas uma aventura muito real prova que ser herói não é tão fácil quanto parece. (Netflix)

Comentário: alguns filmes pegam a gente em cheio. É o meu caso com o longa de Ben Stiller. Desde a primeira vez que o vi, fiquei encantado com diversas passagens do filme. Poucas vezes tenho contato com obras culturais que me fazem rir e chorar ao mesmo tempo. Esse filme é uma das exceções.

A estória em si já é uma tragédia do capitalismo: essas reestruturações empresariais que enxugam postos de trabalho e dispensam as pessoas como se elas não fossem nada, como se fossem jogar papel amassado no lixo. Já nos sensibilizamos com o enredo por isso.

Aí temos a questão do personagem que perdeu o pai ainda jovem, da mudança radical de vida naquela fase, da timidez que quase inviabiliza as relações de Walter Mitty.

E por fim, o roteiro, a fotografia, a trilha sonora, os efeitos nas cenas de ação. É uma soma incrível de acertos. Groelândia, Islândia, Afeganistão, Himalaia... erupções vulcânicas, skate no asfalto entre vales, uma partida de futebol nas estepes do topo do mundo... luzes e som, sombras. As imagens perfeitas. A música "Major Tom", de David Bowie, nunca mais foi a mesma para mim.

A mensagem do fotógrafo Sean O'Connell nos coloca a pensar: em alguns momentos, as imagens são tão perfeitas que nem se deve perder o instante por trás da lente de uma câmera. A pessoa deve aproveitar o momento e só estar lá, no meio e instante daquele acontecimento único.

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O Regresso (2015) - Direção: Alejandro González Iñárritu. Com: Leonardo DiCaprio e Tom Hardy.

Sinopse: filme conta a história do caçador de peles Hugh Glass (DiCaprio), que é deixado para trás para morrer após ser atacado por uma ursa parda no meio da floresta congelada. A estória se passa nos Estados Unidos do início do século XIX, pouco depois da declaração de independência formal do país. Na prática, imigrantes, colonos, escravizados e indígenas ainda disputavam espaço no território que se constituiria enquanto nação décadas depois. 

Comentário: quando vi esse filme pela primeira vez, fiquei meio passado. Que estória brutal! Mas reconheci que foi um tremendo filme. O desempenho de DiCaprio como Hugh Glass, o caçador norte-americano do início do século XIX, foi estupendo. Ele mereceu a estatueta! 

E o que mais pega o telespectador no longa é o cenário e a fotografia, uma obra de arte de Emmanuel Lubezki, que ganhou o Oscar por seu trabalho.

Após ver "O Regresso" afirmei a mim mesmo que esse não era o tipo de filme que eu assistiria de novo. Foi muito sofrimento por horas! 

Pois é, vi de novo...

Nesta segunda vez, o que não me saiu da cabeça é o quanto o filme sintetiza a gênese da natureza da sociedade norte-americana desde sua origem: a violência como base das relações dos homens com a natureza e nas relações sociais. Aquela sociedade que surgiu nas primeiras décadas desde a independência é a mesma de hoje.

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É isso! Sigamos comentando filmes que nos põem a pensar o mundo e a vida.

William Mendes


Post Scriptum: o texto anterior desta série, comentários sobre filmes, pode ser lido aqui.


segunda-feira, 24 de junho de 2024

30 de 100 dias



30. Hoje fiz texto de reflexão sobre o mundo (ler aqui). Tenho feito poucos textos assim nas últimas semanas. Estou focando minha desordem pessoal nestes 100 dias de vida.

Nos trabalhos do dia com minhas mídias de conhecimentos, os materiais acumulados ao longo da existência, peguei para avaliar um livro de frases e sabedorias que nunca havia lido. Livro que ganhei de um chaveiro no Vale do Anhangabaú quando era dirigente sindical. Sobre o livro pode-se ler aqui

Hoje fui até uma banca de livros gratuitos na Vila Yara para avaliar se ali não seria uma opção para doar alguma coisa dos materiais que tenho. Vamos ver.

É isso. Seguimos em busca de sentidos e mudanças.

William 


Leitura: Otimismo em gotas, de R. O. Dantas



Refeição Cultural 

Osasco, 24 de junho de 2024.


"Um livro aberto é um cérebro que fala;

fechado, um amigo que espera;

esquecido, uma alma que perdoa;

destruído, um coração que chora. 

              Emerson"


Um dia, ao fazer uma cópia de chave em uma banquinha no Vale do Anhangabaú, descendo a Avenida São João, vindo do Edifício Martinelli, ganhei este pequeno livro do chaveiro, que autografou o presente. Ele assinou a dedicatória como Dinamor, um dos pseudônimos que assinam várias sabedorias no livro.

Fuçando em minhas mídias de cultura, sentei-me para ler as gotas de otimismo reunidas em livro por R. O. Dantas ou Dinamor ou os eu-líricos diversos da obra, afinal de contas:

"Não procures saber quem disse,

Mas, sim, o que foi dito...

Busque-se antes a utilidade da mensagem,

Que a sutileza da linguagem. 

              Anônimo"

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"A pessoa que não lê, 

mal fala, mal ouve, mal vê. 

              Malba Tahan"

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Uma das características que se vai observando ao longo da leitura das sabedorias registradas no livro tem muita relação com o objetivo deste blog desde sua criação: compartilhar de forma gratuita o que se sabe.

"Se me oferecessem a Sabedoria com a condição de a guardar só para mim, sem comunicar a alguém, não a quereria.

              Sêneca"

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"A adversidade é o microscópio que nos ensina 

a olhar a vida com mais profundidade. 

             Dinamor"

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"Prepara-te para o que quiseres ser.

             Provérbio alemão"

Caramba! Fiquei pensando nesse provérbio...

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"F ale menos

E scute mais

L eia bons livros

I mite as boas ações 

C ultive o otimismo 

I lumine a escuridão 

D eseje o bem a todos

A legre-se com o êxito dos outros

D ê o melhor de si

E vite os excessos.

              Dinamor"

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Pensamentos interessantes do livro não citados na postagem: 

Helena P. Blavatsky (p. 20); Alba (p. 35);

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Comentário: uma coisa que pensei ao ler as sabedorias reunidas no livro foi a possibilidade de ver com minha mãe se ela quer e se permite que eu divulgue algumas das sabedorias que sei que ela escreve faz tempo.

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(Texto em andamento)

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Bibliografia:

DANTAS, R. O. Otimismo em gotas. 100a ed. Porto Alegre: Katy, 2005. 176 p. 10,5 x 14 cm.


Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 24 de junho de 2024. Inverno com o calor do mundo fritando.


A DESORDEM MUNDIAL

O título de minha reflexão é o mesmo título do livro de Moniz Bandeira (que já li, por sinal: ver comentário aqui), mas que culpa tenho eu se esse é o melhor grupo de palavras que pesquei no reino das palavras (como dizia Drummond) para expressar um pouco do que tenho avaliado ao observar o mundo ao meu redor?

Vivemos uma verdadeira desordem mundial. Desordem cognitiva, afetiva, social, jurídica, econômica, política, ambiental etc. Estamos sob a era da desordem mundial. E isso é grave! Se quisermos ter alguma chance de vida, temos que mudar a ordem, a tendência, o rumo das coisas.

CENAS COTIDIANAS

As conversas de elevador têm sido cada dia mais desconexas, como se um marciano falasse com um terráqueo, ou um terráqueo com um jupteriano: pergunto a um conhecido sobre a cachorra deles. Ele está meio aéreo, diz não saber quantos anos a cachorrinha tem: aliás, está no elevador que não seria o determinado pelas regras para transportar animais. Encontro um casal que me cumprimenta perguntando se estou de volta, sendo que voltei de Brasília há seis anos. Outra conhecida antiga, talvez com alguma questão de memória pelo avanço da idade, me deixou preocupado por imaginar se ela está morando sozinha e sem cuidador.

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GUERRAS ATÉ O FIM

Nas redes sociais e páginas de informação (ou desinformação) vemos a verdadeira desordem mundial. Para quem se atenta, a dúvida é: quando será o dia D? O império dos humanos que vivem no espaço geográfico chamado atualmente de Estados Unidos da América está em decadência, e já avisou há duzentos anos que se cair, vai cair atirando. Dane-se o nome da guerra ou das guerras que causará, vai cair atirando. Como as tecnologias de destruição em massa são muito mais destrutivas que nas épocas passadas, quando outros impérios caíram, arrisca agora não sobrar lugar no globo terrestre passível de manter vida humana sustentável. Fodeu!

O mundo humano produziu mais de dez mil ogivas nucleares no último século. Estados Unidos e Rússia têm mais de oito mil delas. Os Estados Unidos não aceitam essa questão de BRICS e China e Rússia e o caralho... Os Estados Unidos não aceitam substituírem o dólar como única moeda de troca no mundo - dólar é a moeda sem lastro em ouro e com lastro em bombas -, e além das bombas nucleares, os Estados Unidos sozinhos têm outra bomba mais potente que a atômica, a bomba bloqueio, essa mata pouco na hora e vai matando uma comunidade inteira atingida por ela como são os efeitos radioativos da bomba atômica após o impacto: vai matando de fome, doença, de miséria absoluta de tudo, mata principalmente indefesos: crianças, mulheres e idosos, civis incapacitados e vulneráveis de todo tipo. 

Os Estados Unidos têm e usarão cada dia mais a bomba bloqueio. Olhou feio para eles, bloqueio no país ou governo que ousou levantar os olhos para o imperador...

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CRIAÇÕES HUMANAS NÃO SÃO NATURAIS, NEM OS DIREITOS, NEM A CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA DE UNS E A MISÉRIA DA MAIORIA

É uma desordem mundial. No entanto, a desordem mundial tem método. Não é natural, assim como o professor Pedro Serrano nos ensinou sobre os direitos, nos lembrando que os direitos não são naturais, são criações humanas e por isso precisam ser defendidos, caso contrário não existirão mais (comentário aqui). 

A desordem mundial tem artífices, tem humanos por trás dela. É gente poderosa. Mortal, mas poderosa. Essa gente está viva e está tramando contra nós, nos quer mortos. Se não mortos, nos quer necessitados como exército de reserva. (Os capitalistas) Nos querem ignorantes, burros, seres não pensantes, de fácil manipulação. Seres medrosos (e de novo, me lembro de Drummond nos falando do medo).

As ferramentas tecnológicas (do tipo algoritmos) e as pessoas por trás delas nos roubaram filhos, pais, companheiros e amigos. Roubaram a mente, a atenção de nossos entes mais queridos. Estão nos roubando as características que nos fizeram homo sapiens ao longo de centenas de milhares de anos. 

Nos roubam a criatividade na solução de problemas que realmente importam, soluções para preservação da vida da própria espécie. Estamos nos tornando seres boçais, com características de rebanhos, quase seres bovinos mesmo!

E como um boi vai achar soluções que importam, soluções para evitar as bombas atômicas, as bombas bloqueios dos EUA? Como um boi vai lutar contra a desigualdade social, a injustiça contra as maiorias em favor de alguns?

Que foda!

A desordem é projeto de uma pequena parte dos humanos para dominar a totalidade do ecossistema. E não estamos atentos para isso. Ou estamos e não estamos nos organizando para combater e reverter a desordem.

DETALHE: como me lembrou num almoço o companheiro Deli Soares, e não sabemos nada do mundo, só vemos ou sabemos fragmentos. O que sei eu dos chineses, dos indianos, dos turcos, dos iranianos, dos povos do continente africano etc. Meu olhar atomizado é aqui do mundo ocidental hegemonizado pelo capitalismo... não sei nada de nada, só tenho algumas noções... e devem ser muito pequenas sobre as coisas do mundo.

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A DESORDEM NO TRÂNSITO, AS MOTOS, OS MOTORISTAS

No Brasil, enfrentamos uma revolução conservadora e reacionária ao mesmo tempo, pois são conceitos diferentes. O golpe de Estado em 2016 - perpetrado pelos donos do poder tanto do Brasil, a casa-grande, quanto do império norte-americano, por causa do pré-sal e da participação do Brasil nos BRICS - trouxe uma anomia que perdura mesmo após o fim do mandato de Bolsonaro na presidência do país. Uma anomia. Não existem mais regras comuns e aceitas pela cidadania. Não existem. 

Vejam o trânsito, por exemplo. Não acho que devemos culpar individualmente um homem ou uma mulher pilotando uma moto ou um carro pela desgraça que virou o trânsito nas vias urbanas e nas estradas do Brasil. É a anomia na qual nos encontramos. Milhões de pessoas que andam de motos incorporaram como "regra" que não existem regras de trânsito para elas. 

"Nenhuma regra do código de trânsito do país se aplica a uma moto" deve imaginar alguém que anda de moto... e centenas e milhares de pessoas são atropeladas todos os dias, ocupam os insuficientes leitos de hospitais todos os dias, ficam sequeladas e morrem todos os dias.

A desordem total.

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A SAÚDE QUE DEVERIA IMPORTAR E NÃO IMPORTA

Milhões de dinheiros privados e públicos, o sistema como um todo, são desperdiçados em procedimentos curativos e não preventivos, são investidos em coisas supérfluas ou estéticas como afinar um nariz, tirar uma gordurinha na coxa etc ao invés de serem utilizados nos eventos agudos e crônicos como, por exemplo, traumas de acidentes e violências, ou para salvar vidas de pessoas com câncer, com doenças tratáveis, ou ainda investidos no longo prazo para educar e mudar hábitos alimentares adoecedores da vida cotidiana no mundo em desordem mundial. 

As doenças e a criação de desejos e "necessidades" nos corpos das pessoas significam lucro, dinheiro na conta individual de uma pequena parcela de humanos com conhecimentos técnicos em saúde que deveria ter por objetivo nobre cuidar da saúde das pessoas. 

Mas no mundo organizado e focado no bem-estar dos seres humanos, pessoas com saúde não gerariam lucro para a parcela de pessoas que detém o saber médico como mercadoria e com objetivo de lucro.

A DESORDEM PESSOAL

Feita a reflexão sobre a desordem do mundo humano, finalizo minhas impressões comentando a minha desordem pessoal. Falo a minha, mas imagino que seja a desordem de muita gente por aí.

O dia começa e o dia termina e a gente não consegue cumprir o que imaginou que seria necessário ou obrigação cumprir. Às vezes, sequer sabemos delimitar onde começa ou termina o dia por não ser possível localizar o ponto de saída ou de chegada do "corre" cotidiano de cada um.

Por décadas, meu cotidiano foi organizar a categoria bancária para conquistar um espaço social mais favorável à gente de minha classe. Minha cabeça tinha o foco no coletivo, minha agenda era a mudança no mundo coletivo por saber que isso equivaleria a mudanças positivas em nosso mundo pessoal. 

Hoje, mesmo tendo mais tempo livre para a vida pessoal, mesmo não sendo agente de mudanças nas lutas coletivas com mandato eletivo, minha vida pessoal é o caos, é a desordem total. 

Será que isso acontece com a maioria das pessoas? Tenho impressão que sim. De certa forma, somos reflexo do mundo material real, nosso comportamento e nossas ideias são reflexos da desordem mundial imposta a nós pela hegemonia do capitalismo.

Nossas ideias são capturadas (ou formatadas pela realidade hegemônica), são roubadas de nós pelos mecanismos da imposição de comportamentos do fetiche da mercadoria da desordem mundial capitalista. É o que descrevi acima. Nosso cotidiano comum e banal é o cotidiano do mundo em desordem por causa do capitalismo.

Mesmo sem cumprir jornadas vendendo minha força de trabalho para algum comprador de meu corpo e de meu tempo, sigo a lógica desse mecanismo, desse sistema destrutivo do planeta e dos seres que nele habitam.

Confesso minha desordem pessoal neste mundo em desordem. Confesso minha impotência, mesmo tendo tido a oportunidade de adquirir um pouco de consciência política e de classe.

Até meu corpo está em desordem. Não sei mais o meu papel no mundo, nos espaços por onde habito. E não desisti de nada. Meu percurso existencial não me permitiria jogar a toalha. 

Seguirei observando. Estudando e escrevendo.

William


domingo, 23 de junho de 2024

29 de 100 dias



29. Ao finalizar a semana, avalio que agi no sentido de cumprir alguma coisa do que tenho pensado para esse curto ciclo de cem dias de meu viver.

SAÚDE E FAMÍLIA 

Voltei de Uberlândia, onde passei uns dias com a família. Tivemos dias tranquilos, e isso foi muito bom. Quero estar mais próximo das pessoas que gosto.

Fiz alguns dos exames médicos pedidos pelos profissionais de saúde que consultei. Farei outros nesta semana que se inicia. Não sei os resultados ainda. 

Cara, senti muitas dores no quadril nessa semana. Foda isso! 

Enfim, estou fazendo minha parte como alguém consciente e responsável. 

RELAÇÕES SOCIAIS 

Ainda em atenção ao desejo de estar com pessoas que consideramos, revi um amigo do tempo da graduação em Letras na USP, o Luciano. 

O professor Luciano tem se destacado na Educação por estar desenvolvendo estudos e pesquisas sobre os efeitos positivos de jogos como o xadrez e o RPG na prática educativa, inclusive para as crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Ou seja, tive mais momentos do bom e velho contato com seres humanos que valem a pena!

E para seguir nas relações com pessoas que nos dão esperança na política, fechei meu domingo participando de excelente reunião de nosso diretório do Partido dos trabalhadores aqui do Butantã, Zona Oeste.

É isso. Estou trabalhando para a organização de meu centro de documentação (cedoc). É seguir trabalhando um pouquinho todo dia. 

William 


Cedoc do Refeitório Cultural (2)



Refeição Cultural

Nos anos oitenta, em Uberlândia, Minas Gerais, quando cresci no bairro Marta Helena entre os dez e os dezessete anos de idade, tive a oportunidade de ler vários livros de literatura, muitos deles emprestados pelo meu primo Jorge Luiz - que comprava lançamentos no "Círculo do Livro" -, e outros que eu conseguia de alguma forma. Eram livros "best sellers" dos anos setenta e oitenta. 

Um dos autores de romances de suspense e terror do qual cheguei a ler alguns livros à época foi o norte-americano Stephen King. Tenho alguns dos livros dele guardados em minha biblioteca até hoje. São edições antigas, amareladas e manchadas pelo tempo. Não consegui me lembrar ainda a origem dos volumes, quais deles ganhei depois de meu primo e quais adquiri em algum sebo por aí.

De uma forma ou de outra, a literatura que tive acesso à época foi essa, de romances de autores estrangeiros, pois me lembro de ter lido poucos autores brasileiros na adolescência. Talvez tenha lido aqueles livros de leitura obrigatória por causa da escola formal, um Machado de Assis ou um José de Alencar, por exemplo.

Os livros que mantenho na estante são livros ou autores que gostei, e não teria por que me desfazer dos livros. O que li nos anos oitenta e noventa fez parte da minha formação literária, mesmo não sendo leituras consideradas engajadas ou de alta cultura. 

Pensando nas lições de Italo Calvino sobre a importância de ler os clássicos da literatura universal, poderia dizer que até a literatura de suspense e terror tem seus clássicos. Stephen King tem os seus. Alguns eu leria novamente, como foi o caso de Carrie.

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LEITURAS DOS ANOS OITENTA E NOVENTA

1. Christine (1983) - Stephen King

O nome original do romance é o mesmo "Christine". Eu considero o romance um clássico. É a história de um triângulo amoroso entre Arnie Cunningham, Leigh Cabot e Christine. Tem ainda o amigo de Arnie, Dennis. 

Christine é um carro, um Plymouth Fury 1958, vermelho. Desde o primeiro momento em que Arnie viu o carro, ficou apaixonado por ele. Quer dizer, por ela, o carro foi nomeado de Christine.

O livro tem 552 páginas. Virou filme à época.

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2. O Iluminado (1977) - Stephen King

O título original do romance é "The Shining" e eu diria que é um dos maiores clássicos de Stephen King. O romance ficou mundialmente conhecido por ter virado filme estrelado por Jack Nicholson e dirigido por Stanley Kubrick.

É a história de Jack Torrance, um homem desempregado e em crise com a sua pequena família, que aceita o emprego de zelador de um hotel nas montanhas do Colorado. O que era para ser um período de tranquilidade e sossego para a família isolada pela neve, se transforma num cenário de suspense e terror que vai deixar leitores e espectadores alucinados do início ao fim.

O livro tem 445 páginas. Esse é um dos livros que comecei a leitura e não terminei. Depois acabei assistindo ao filme. Um dia, vou pegar para ler de uma vez.

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3. O Cemitério (1983) - Stephen King

Com título original "Pet Sematary", esse romance foi um dos quais nunca mais me esqueci. O enredo conta a estória da família de Louis Creed, composta por Rachel, Eileen (Ellie), Gage e Church, o gato de Eileen. O livro também virou um filme clássico.

A cena de Louis Creed voltando cansado do cemitério indígena de animais e caindo na cama todo sujo virou referência de cansaço para mim desde a adolescência.

Minha edição tem 380 páginas com fonte bem pequena. É um livrão, como os outros do autor.

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4. A Incendiária (1980) - Stephen King

O título original do romance é "Firestarter". Uma das lembranças que tenho sobre a leitura desse livro de King é que o li numa sentada, de uma vez. Não sei por que isso ficou na minha memória. Ao ver a grossura do livro hoje, imagino que deve ser uma falsa lembrança, não é possível ler essa estória de 432 páginas com fonte pequena em um dia. Mas devo ter lido em pouco tempo. O enredo é alucinante.

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5. Carrie (1974) - Stephen King

O título original tem o mesmo nome. Foi o primeiro romance de King e foi um sucesso imediato. Conta a estória da jovem Carrie, uma garota com poderes paranormais que sofre em casa com o fanatismo religioso da mãe e sofre na escola, por causa do bullying dos colegas de classe. 

O livro virou filme dirigido por Brian de Palma em 1976 e o destaque vai para a excelente interpretação de Sissy Spacek. Esse foi um dos romances de King que reli após os quarenta anos de idade. O comentário sobre a leitura pode ser lido aqui.

O livro tem 200 páginas.

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6. Zona Morta (1979) - Stephen King

Com o título original de "Dead Zone", esse é o livro de King que eu menos me lembro da estória. Mas eu li. John Smith é um rapaz como tantos outros. Um dia sofre um acidente de carro, ficando longos anos em coma. Ao acordar, percebe que detém o poder de perscrutar as mentes das pessoas.

Minha edição tem 389 páginas.

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7. A Entidade (1978) - Frank de Felitta

Com o título original "The Entity", esse livro foi duro de ler. Me lembro até hoje o quanto fiquei impressionado com a estória de uma entidade diabólica que violentava Carlotta Moran, mesmo diante dos filhos dela e com uma violência cada vez maior. É angustiante imaginar tudo aquilo que o enredo descreve no romance.

O livro é outro bichão de 478 páginas.

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8. Assassinato no campo de golfe (1923) - Agatha Christie

O título do livro é "Murder On The Links". Anotei no livro que o li em agosto do ano dois mil. Já era outro período de minha vida. Havia voltado para São Paulo. Mantive na fase adulta o hábito de leitura. É um romance policial de Christie com o clássico personagem Monsieur Hercule Poirot. Eu não me lembro do enredo. Teria que ler de novo.

O livro tem 215 páginas.

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Enfim, aos poucos vou organizar meu centro de documentação, o que inclui a minha biblioteca.

William


Post Scriptum: o texto anterior sobre meu cedoc pode ser lido aqui.


sábado, 22 de junho de 2024

28 de 100 dias



28. Ontem de manhã, ao acordar, busquei informações a respeito da campanha de vacinação do governo federal. Meu objetivo era verificar se poderia receber a vacina contra a Covid-19. 

Em poucos minutos, verifiquei que fazia parte dos grupos prioritários para receber a vacina: "pessoas com comorbidade". Tenho hipertensão. Peguei meus documentos e fui para o posto de saúde de minha região. Fui vacinado. Elegemos Lula para retomarmos as campanhas de vacinação no país.

Por um lado, fico feliz pela oportunidade de estar imunizado contra essa doença, imunizado graças ao nosso Sistema Único de Saúde (SUS). Se for infectado por esse vírus, meu corpo terá uma chance maior de sobrevivência. Exerci o meu direito de cidadão brasileiro.

Por outro lado, fico triste e constrangido por saber que minha companheira e meu filho não foram imunizados porque não fazem parte dos grupos prioritários: eles gostariam de ser imunizados. 

E pensar que o regime fascista do bolsonarismo, uma ideologia de idiotização do povo brasileiro, fez com que grande parte do povo se tornasse negacionista. A involução da espécie humana segue à galope.

Sugestão às leitoras e leitores do blog: procurem os postos de saúde e se vacinem. Estar imunizado é uma evolução de nossa espécie, conquista da ciência, fruto da inteligência humana. Estou com o braço dolorido, e só!

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Sigo diariamente buscando sentidos e ações para mudar a realidade, que não me agrada e me causa uma dor profunda. Tudo bem, assumo minha condição de cidadão politizado. Não gostaria de ser ignorante como fui antes.

Envidar esforços para me manter vivo é um dos objetivos do momento, pois a vida é uma oportunidade e sei que tenho um papel social no mundo.

Sigamos resistindo e lutando.

William Mendes

 

One Piece

 


Refeição Cultural 

Dois cinquentões que assistem One Piece com o filho 


Ao terminarmos mais uma saga* de One Piece, a Saga Water 7, composta pelos arcos Water 7 e Enies Lobby, podemos dizer que conhecemos um pouco a respeito do personagem Monkey D. Luffy e sua tripulação. Já assistimos 315 episódios do anime. Luffy quando criança comeu acidentalmente um fruto do diabo que deu a seu corpo as propriedades da borracha.

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CONEXÃO ENTRE PAI, MÃE E FILHO

Como começamos a ver animes?

Sempre gosto de me lembrar como foi que comecei a ver anos atrás animes com meu filho e com minha companheira. 

Eu trabalhava em Brasília, na autogestão em saúde dos funcionários do BB, e tinha uma agenda de muitas viagens às unidades nos Estados. Meu filho estudava no interior de São Paulo. Era comum cada um dos três estar longe um do outro.

Ao pensarmos uma forma de fazermos algo juntos, meu filho sugeriu vermos anime. Deu certo! Os três colocavam o episódio no ponto e: um, dois, três e já...

Por muito tempo, vimos assim episódios de algum anime, cada um num canto do país, mas ligados por uma sessão simultânea de anime, e depois comentávamos a respeito do episódio. 

Foi assim que Ione e eu já vimos dezenas ou centenas de episódios de diversos animes.

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OS PIRATAS DO CHAPÉU DE PALHA

O final da Saga Water 7 me levou às lágrimas! Impossível não se envolver emocionalmente com os personagens do bando de piratas do Chapéu de Palha.

Em casa, cada um tem seus personagens favoritos e alguns deles têm alguma característica que chama a atenção da gente.

Eu, por exemplo, fico puto com o comportamento do Sanji quando o assunto é mulher. Caraca, o cara não se emenda! Uma coisa é o personagem ser cavalheiro, gentil etc. Outra coisa é quase pôr tudo a perder quando o inimigo é do sexo feminino (ou quando faz de conta que é) e o cara não cumpre com suas obrigações com os Chapéu de Palha por causa do inimigo ser uma mulher. É algo irritante isso.

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A TRIPULAÇÃO DE PIRATAS DO CHAPÉU DE PALHA ATÉ A PARTE QUE CONHECEMOS

Nas primeiras sagas, vamos vendo Luffy constituindo sua tripulação de piratas.

O primeiro companheiro de Luffy é o espadachim Roronoa Zoro, na primeira Saga: East Blue.

Depois, da forma mais inusitada possível, uma ladra se junta a eles, Nami. Ela será a navegadora de Luffy.

O trio está em busca de um navio. É quando conhecem um mentiroso chamado Usopp. 

O bando consegue além de um tripulante mentiroso atirador de estilingue, o navio: Going Merry.

No próximo arco de East Blue, conheceremos o cozinheiro Sanji, que se junta aos piratas do Chapéu de Palha. 

Formada a tripulação inicial do jovem Monkey D. Luffy e já possuindo o navio Going Merry, os piratas do Chapéu de Palha saem em busca de seus objetivos: encontrar o tesouro One Piece.

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NOVOS TRIPULANTES NAS SAGAS ALABASTA E SKYPIEA

Enfim, depois se juntaram ao bando dos Chapéu de Palha mais dois tripulantes: Chopper, a rena com características humanas, que será o médico do navio, e Nico Robin, uma arqueóloga. 

E agora terminamos a Saga Water 7.

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COMENTÁRIO BREVE

O anime One Piece, de Eiichiro Oda, é uma epopeia contemporânea incrível.

Nela encontramos grandes questões e dilemas da sociedade humana: amizade, determinação, ética, traição, ganância, entre outros sentimentos e comportamentos humanos. 

O tempo todo, a cada arco de aventura, podemos refletir sobre política, história, tradições e costumes, organização social etc.

Antes de conhecer os animes e mangás, eu não imaginaria a profundidade e a complexidade por trás das histórias dos personagens dessas Histórias em Quadrinhos. 

Seguiremos conhecendo mais essa forma de cultura universal. 

William


*Post Scriptum: meu filho me explicou que essa questão de divisões por sagas não é consensual, que seria melhor falar só dos arcos. Pelo pouco que havia pesquisado, o filhão tem razão. Não sou um entendido em animes, muito menos no One Piece (tanto é que, por desatenção, havia escrito errado o nome na hora que fiz o texto). Acabei usando como fonte de dados uma linha que dividia os episódios ou as aventuras em sagas e arcos. Se for retirar a citação à "saga" teria que refazer o texto todo. Enfim, como disse, após 315 episódios do anime, a gente conhece um pouco a respeito do personagem Monkey D. Luffy e seus companheiros e companheiras. Só isso. Seguiremos aprendendo mais.


sexta-feira, 21 de junho de 2024

27 de 100 dias



27. Uma de minhas ocupações nesta centena de dias de vida é organizar um pouco meu acervo de papéis, livros e mídias de culturas e conhecimentos gerais que foi sendo adquirido ao longo da existência.

Um trabalho que já venho fazendo e que ainda vai longe é a revisão, diagramação e encadernação dos mais de 5 mil textos produzidos por mim nas duas últimas décadas, e que estão em meus blogs.

Meu livro de memórias sindicais está em fase final de produção. Ele faz parte de meu trabalho de escrever textos de opinião nos blogs. 

O livro "Memórias de um trabalhador politizado pelos bancários da CUT" é composto por 39 capítulos escritos durante a pandemia mundial de Covid-19 e traz como brinde um pequeno livro que fiz em 2009 sobre as campanhas salariais dos bancários do Banco do Brasil antes e depois da eleição do presidente Lula em 2002.

Os capítulos de memórias tiveram um bom público leitor no blog A Categoria Bancária: somados os acessos dos 39 capítulos, foram mais de 80 mil visualizações. Isso foi uma surpresa para mim e esse fato aumenta a minha responsabilidade ao escrever de forma pública minhas ideias e ao compartilhar meus conhecimentos. 

Enfim, como acredito que produção cultural deve ser arquivada e mantida em mídias físicas, o livro terá esse efeito. Farei algumas dezenas de unidades para amig@s e interessad@s.

Alerto sempre que posso que as pessoas que produzem cultura escrita e por imagem devem ter arquivos físicos de suas produções. Esse papo de "arquivado na nuvem" é uma loucura, uma irresponsabilidade de quem produz conhecimento humano. Nuvem é nuvem... elas se desfazem com uma reles brisa... e sem um backup físico, adeus produção cultural!

Enquanto tiver saúde e condições, vou organizar um cedoc de minhas contribuições culturais ao mundo humano. 

William Mendes