quarta-feira, 31 de julho de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 31 de julho de 2024. Quarta-feira.


Opinião


JULHO

"Onde há poder do povo atualmente (demo-cracia)? Onde? Não há poder do povo no Brasil e nos Estados Unidos da América. Nesses dois países gigantes o que há são plutocracias. Os donos do dinheiro governam esses países. O povo não manda nada!" (William)


O mês de julho terminou. Temos como resultado do mês ou do período recente de algumas semanas: mais guerras, mais violências em todas as suas formas, mais enriquecimento dos ricos, mais concentração do poder econômico, mais miséria e mais fome no mundo, menos tolerância e menos chances de paz, menos democracia econômica e social e mais manipulação e fake news em desfavor do povo pobre e trabalhador.

No início do mês, o Ocidente capitalista viu o presidente da França perder uma eleição parlamentar e não acatar a decisão do povo, um cara de pau que ilustra a minha tese de que não há mais possibilidade de termos democracias no sentido de "povo no poder". Entreguei meu artigo para o livro sobre democracia que Cleusa Slaviero da Editora ComPactos está preparando e a cada dia vejo exemplos práticos de minha leitura do fim das democracias como costumávamos conhecer (citei na abertura o primeiro parágrafo do artigo).

O fim do mês de julho nos apresenta tragédias anunciadas. 

SIONISTAS QUEREM GUERRA CONTRA TODO MUNDO - A começar pelo avanço do criminoso de guerra Netanyahu em seus objetivos de ampliar a guerra no Oriente Médio para não ser preso pelos crimes que já cometeu. Antes de 7 de outubro de 2023 ele estava para ser processado, condenado e preso por corrupção. Hoje, além dessas acusações antigas, ele terá que enfrentar um tribunal penal por genocídio. O criminoso foi aplaudido dezenas de vezes por seus financiadores e apoiadores no congresso dos EUA. O governo sionista de Israel fechou o mês atacando Beirute e é acusado de ser o responsável pelo assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em pleno solo iraniano. O cara quer uma guerra total entre diversos países. É a forma de livrar a própria pele.

VENEZUELA (CHAVISMO X IMPERIALISMO) - Eu me sinto envergonhado e surpreso pela postura do governo brasileiro por causa de sua posição em relação às eleições presidenciais. Até hoje, o Brasil não reconheceu a vitória do chavista Nicolás Maduro, facilitando e contribuindo com os golpistas que anunciaram que fariam o que estão fazendo: uma tentativa de golpe de Estado para tomar os poços de petróleo na mão grande e entregá-los para os Estados Unidos. Fiz texto expressando minha decepção com o governo Lula (ler aqui). 

Voltamos aos tempos do viralatismo do tucanato, quando o Brasil falava grosso com os pequenos e pobres do Sul global e fino com os imperialistas do Norte. O governo brasileiro fala grosso com Maduro, mas não questiona as eleições fraudadas dos EUA, não questiona Macron que deu o golpe no povo ao não reconhecer a vitória da esquerda na França e não fez nada recentemente ao ser humilhado pelo embaixador de Israel no Brasil. Não temos tido uma postura ATIVA E ALTIVA como tínhamos nos outros governos do PT. Triste e vergonhoso. 

Nem falo de minha decepção com aquelas e aqueles que se dizem de "esquerda" nos movimentos sociais, mas que ficam pagando pau pra Kamala imperialista e chamam o presidente da Venezuela de "ditador". Vão estudar disputa de hegemonia no mundo para se posicionarem melhor! (sobre essa postura de esquerda não-esquerda escrevi a respeito, ler aqui)

PROPRIETÁRIOS E "EMPRESÁRIOS" DEVEM SER INIMPUTÁVEIS (contém ironia) - Agora, toda semana algum playboy de Ferrari ou Porsche (bêbado) mata algum trabalhador e fica tudo bem, pois as "pessoas de bem" (bens) não são passíveis de cometerem crimes.

BOLSA BANQUEIROS E RENTISTAS - Agora há pouco, para fechar o mês de julho (de juros), o pai dos especuladores e rentistas, o mito da Faria Lima, indicado pelo mito dos ladrões de joias e praticantes de outras artes de roubar, manteve a taxa de juros Selic em 10,5%, a 2ª ou 3ª maior do mundo - serão bilhões e bilhões de dinheiros para os bilionários e os ricos de classe média alta que vivem de não fazer nada e receber boladas em aplicações financeiras. E o governo Lula vai cortar 15 bilhões de áreas sociais para cumprir o déficit zero...

Acho que não preciso continuar as notícias sobre julho no Brasil e no mundo, né?

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Eu

Me esforcei no mês de julho para aprender coisas novas, fiz atividades físicas para tentar manter minha existência, li e escrevi na medida do possível, abracei amigos, estou em busca de sentidos para minha vida e quero mudanças em minha vida e no mundo como um todo. Não sou determinista e sei que a educação e a cultura podem mudar as pessoas e elas podem mudar o mundo.

William


67 de 100 dias



67. O que me fez levantar do sofá, interrompendo um cochilo confortável, para sair com uma preguiça desgraçada, pegar a bike e pedalar um pouco e depois passar mais um tempo fazendo exercícios de musculação? Não foi desejo de fazer isso, não foi por prazer. Foi uma espécie de responsabilidade, foi uma ação pensada, racional, algo da minha condição de ser humano. Seguir no cochilo seria mais gostoso.

Enquanto almoçava com um amigo, conversávamos sobre a vida, sobre amenidades, sobre gravidades. Filmes, olimpíadas, futebol são as amenidades. A vida, o sentido da vida para nós neste momento, a gravidade. Somos dois adultos conversando após uma vida de trabalho no maior banco público do país, dois retirados, dois aposentados que falam das mudanças na vida oriundas da saída do mundo do trabalho e do envelhecimento.

Volto à primeira ação, a saída do sofá e as atividades físicas tentando recuperar minhas energias e ou prolongar o funcionamento normal do corpo animal que me carrega, que me acolhe. Esse "me" é interpretado de formas diversas conforme as abstrações de cada animal humano. Esse "eu" que compõe meu corpo de mamífero bípede onívoro chamam de espírito, alma, personalidade etc. Esse que escreve aqui é uma dessas personas que habitam o planeta em 31 de julho de 2024. Meu corpo já não corresponde ao que meu eu espera dele, estamos com uma diferença de tempo, de sintonia, eu e meu corpo. Natureza.

Hoje completei 2/3 do tempo de 100 dias vivendo em busca de sentidos e mudanças. Objetivos vagos, provavelmente de propósito. Sentidos? Mudanças? Sentido do quê? Mudança no quê? Razões para viver diariamente... mudanças em coisas que me incomodam o viver... tudo muito vago. Não fiz uma lista de coisas para ticar ou passar um marcador de texto após realizar. Já tive uma no passado. Não quero fazer essas coisas de novo. Não sou o mesmo de quando fiz minha lista de objetivos a alcançar. Da lista, o que acabei realizando foi por acaso, acasos que incluíram outras pessoas, veredas que trilhei sem escolher (fui escolhido). Já entendi aos 55 anos que não sou bom nisso. Não é pra mim essa coisa de listar e realizar coisas.

É só refletir por alguns minutos, olhar ao meu redor, e ver que não realizei nada que imaginei fazer eu mesmo, por mim mesmo. Os acasos prevaleceram em minha existência. Sem planejar, talvez eu tenha sido um porraloca, um bicho-grilo, um hippie.

O que eu faria nesse 1/3 de 100 dias para mudar algo ou encontrar sentido em algo? Tem esse papo de o que interessa realmente numa jornada rumo a algum objetivo, que a jornada vale mais que o objetivo e tals. Sei lá sobre objetivos e sobre jornadas, sei lá até sobre veredas e caminhos.

Eu não gosto do mundo onde vivo. Não gosto da forma como estão vivendo os animais da minha espécie. Não gosto da tendência das coisas. Sei que poderia fazer algo que talvez mudasse o mundo, acredito que qualquer persona da minha espécie pode fazer algo que mude o mundo, ou a tendência das coisas no mundo. Esse "acredito" não é uma crença, é uma afirmação racional, humanos são animais homo sapiens, homo sapiens mudam a natureza de forma racional e criativa, somos homo sapiens, podemos mudar o mundo e a tendência das coisas no mundo. Eu e você poderíamos mudar o mundo, é uma coisa lógica.

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(eu não fui à panfletagem no metrô hoje à tarde. Eu não fui ontem à atividade do pessoal do sindicato na frente do Banco Central sobre a taxa de juros. Essa atividade é necessária, mas virou algo inútil. Não é uma atividade burocrática que vai pressionar aquele desgraçado a mudar a taxa de juros. Essa fase do mundo já passou. Nosso pessoal não entendeu ou não quer entender isso e acha que fazendo as mesmas coisas vão conseguir resultados diferentes... já estamos na fase da guerra. Aquela atividade da panfletagem no metrô, para denunciar as pilantragens do governador e do prefeito, eu acho que ainda tem alguma validade. Enquanto aquela do Bacen é só para bater fotos, a panfletagem precisa ter coragem e humildade para tentar falar com pessoas, pará-las, conversar, é outra lógica. Mas não fui nem à panfletagem. No fundo, eu não acredito mais na possibilidade da democracia no momento atual da sociedade humana, estou escrevendo sobre isso faz tempo. Não tenho visto mais "sentido" em tentar convencer estranhos de forma episódica, enquanto suas ideias e sua visão de mundo são formatadas por "pastores" (sofistas) e por máquinas que moldam seus cérebros. Não acho que meu instante episódico vá mudar as ideias de estranhos como numa panfletagem. Não acho. 

Acreditei no trabalho de formação política de forma longitudinal, no tempo. Como representante de trabalhadores falava com eles o tempo todo, todos os meses, o ano todo. Nessa forma de política eu acreditei. No convencimento episódico a estranhos, eu não acho que vamos mudar as coisas. As engrenagens que formatam as ideias deles são muito mais eficazes que meu contato episódico. Falo isso com honestidade.)

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(Essa coisa do governo Lula não se posicionar firmemente a favor do Maduro e do povo venezuelano que apoia a Revolução Bolivariana e o chavismo e, com isso, se posicionar contra os nossos inimigos, os imperialistas do Ocidente, a extrema-direita golpista que é fascista e violenta e até o mundo mineral sabe disso em relação aos inimigos do chavismo e da Venezuela, só amplia o meu sentimento de certeza de que a esquerda que eu achava que poderia ser uma alternativa aos inimigos do mundo não é alternativa alguma. Essa frouxidão do governo Lula, do nosso governo, é a mesma frouxidão dos governos do Ocidente na época de Hitler e do nazismo. Me sinto envergonhado de ser petista e de ser apoiador de um governo e de militantes que falam grosso com o Nicolás Maduro e falam fino (não falam porra nenhuma!) com Biden, Trump, Kamala, Netanyahu e outros fdp inimigos do povo e de nós todos. Estou decepcionado e envergonhado. O problema deve ser eu... acho a morte não termos um governo ativo e altivo como tivemos. Voltar a falar grosso com Maduro e ser subserviente e conivente com Netanyahu, com aquele merda francês que não respeitou a eleição dias atrás etc é uma decepção de matar)

William


terça-feira, 30 de julho de 2024

66 de 100 dias



66. Tivemos uma boa assembleia de condomínio hoje. Nossa comunidade tem 25 anos de existência, completados neste mês de julho. Se não fui o primeiro a morar no condomínio, pois não me lembro quem chegou primeiro na semana em que entregaram o prédio, fui um dos primeiros. Mudei na mesma semana em que entregaram as chaves. São 25 anos...

Na assembleia inaugural de nosso condomínio, me pediram para disponibilizar o nome para ser o síndico e tentei ficar fora da administração inicial porque já tinha minhas agendas políticas no movimento do Banco do Brasil. Propus então ficar como subsíndico, assim contribuiria sem ser o principal responsável. 

Aconteceu que o morador que ficou na ata como síndico acabou não indo morar no condomínio e eu acabei assumindo tudo desde o início porque já estava no prédio desde a primeira semana. Assim foi o início da nossa comunidade residencial. Um dos funcionários que contratamos está conosco até hoje. Legal isso, né?

Enfim, hoje tivemos uma boa reunião presencial com os condôminos, foram mais de três horas de trabalhos pensando as questões coletivas de nossa comunidade. Fiquei contente ao ver que resolvemos todos os temas da pauta e o clima da reunião foi de cordialidade entre as pessoas. Ainda é possível fazer política e resolver de forma pacífica as controvérsias.

É isso!

William


Leitura: Gen Pés Descalços (10) - Keiji Nakazawa



Refeição Cultural

Gen Pés Descalços

Volume 10


A leitura de Gen Pés Descalços, de Keiji Nakazawa, foi uma experiência nova para mim que não tinha o hábito de ler mangás. O clássico japonês das Histórias em Quadrinhos foi um presente que ganhei de meu filho.

O que é?

Nakazawa retrata a história de uma família japonesa moradora de Hiroshima durante a 2ª Guerra Mundial e nos anos posteriores ao fim da guerra, à derrota do Japão e ao lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.

A família Nakaoka é pacifista e seu comportamento contrário à guerra gerou um ódio violento contra si por parte das pessoas de sua comunidade e das autoridades do governo militar, cujo imperador é considerado um deus e figura que não pode ser questionada.

Quando e onde?

A história de Gen e sua família começa a ser narrada a partir do dia a dia em Hiroshima, Japão, no mês de abril de 1945. A guerra está perdida pelo Eixo - Alemanha, Itália e Japão -, mas o imperador japonês e seus comandantes militares não aceitam a derrota em hipótese alguma e seguem colocando todos os recursos do país numa guerra perdida.

O povo está passando fome e com falta de todos os recursos básicos da vida em sociedade. É neste contexto que passamos a acompanhar o dia a dia da família Nakaoka.

Como e por quê?

Gen e seus irmãos aprendem com seus pais a serem pacifistas e resistentes à toda aquela dificuldade que o povo está enfrentando. A receita é ser como o trigo que no inverno precisa ser pisado ao nascer para criar raízes fortes e dar bons frutos mesmo sob condições duras da natureza.

Chega o dia 6 de agosto de 1945 e os EUA lançam a bomba atômica sobre Hiroshima... (me arrepiei até para escrever aqui no blog)

A partir daquele momento, os sobreviventes enfrentarão o inferno na Terra. A miséria e a fome serão maiores ainda. A brutalidade das pessoas será exponenciada. Será cada um por si para a sobrevivência a cada dia.

A criança que sobreviveu à explosão, Gen, irá aos poucos se forjar a partir da sobrevivência diária e a formação que obteve de seus pais será a referência de seu caráter.

O pequeno Gen fará de tudo para cuidar tanto de sua família quanto dos amigos que vai fazendo e dos estranhos que decide ajudar por causa de seu coração puro e bom.

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UMA OBRA-PRIMA EM DEFESA DA PAZ MUNDIAL

Essa é a história em dez volumes Gen Pés Descalços, publicada pela primeira vez nos anos setenta e traduzida no Brasil décadas depois.

Seu autor, Keiji Nakazawa, acabou produzindo um obra-prima a partir de suas experiências pessoais, pois ele tinha seis anos de idade quando sobreviveu à bomba atômica em Hiroshima. Só ele e a mãe sobreviveram.

Felizmente, o mundo da arte e da cultura ganhou um grande desenhista e mangaká que anos depois passou a criar histórias pacifistas a partir de seus traços incríveis e com forte personalidade.

Foi uma experiência impactante conhecer esse novo tipo de cultura, à qual não estava familiarizado.

Aos leitores e leitoras do blog fica a sugestão de conhecerem a cultura dos mangás e Histórias em Quadrinhos, caso ainda não conheçam.

Durante a leitura de Gen Pés Descalços, fui fazendo uma postagem com comentário a cada volume. Caso haja interesse em ler os textos é só clicar aqui e ler a partir do primeiro volume.

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TEREMOS NOVAS HIROSHIMAS E NAGASAKIS?

A leitura dessa obra-prima pacifista se deu num momento trágico da sociedade humana. Estamos à beira de uma ou várias guerras que trarão grande perda de vidas e destruição do planeta. A guerra na Ucrânia e o genocídio na Palestina são exemplos do que estamos vivenciando.

O império decadente dos Estados Unidos sinaliza que não aceitará a volta do mundo multipolar e para tentar se manter como dono do mundo causará as guerras de destruição da vida como nós as conhecemos hoje.

Quem vai parar o desejo de guerras totais dos Estados Unidos?

William


segunda-feira, 29 de julho de 2024

65 de 100 dias



65. O final da história de Gen Pés Descalços foi emocionante, me levou às lágrimas. Foram dez volumes e mais de 2,5 mil páginas acompanhando a saga de uma família japonesa da cidade de Hiroshima. 

A história da família Nakaoka é uma obra autobiográfica de Keiji Nakazawa, que no dia 6 de agosto de 1945 sobreviveu à bomba atômica lançada pelos Estados Unidos. O autor nos transporta para aquele cenário e os anos seguintes ao final da guerra e ao período de miséria e morte pela radiação em centenas de milhares de vítimas.

A coleção de mangás foi presente de meu filho. Um belo presente! O Mário acabou me apresentando uma nova forma de cultura. Me envolvi com a obra ao longo da leitura. Nakazawa me fez chorar e refletir muito com seus traços marcantes e com cenas de forte impacto.

Estou num período de busca de sentidos e por mudanças e cada dia é mais um dia para ler, estudar e escrever, para tentar compreender a vida e a sociedade na qual vivemos.

Hoje fui "acabativo", algo que falei lá no primeiro dia dessa centena de dias. Que venham outras finalizações de coisas iniciadas e nunca terminadas.

William


Diário e reflexões



Refeição Cultural - Eleições na Venezuela

Segunda-feira, 29 de julho de 2024. (20h10)


Opinião


ELEIÇÕES NA VENEZUELA

Estou me sentindo constrangido pela postura do nosso governo brasileiro e do nosso partido em relação às eleições do país vizinho, a Venezuela. 

As eleições ocorreram ontem, domingo 28, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgou o resultado declarando Nicolás Maduro reeleito presidente do país. O CNE seria o equivalente ao nosso TSE.

É inacreditável a postura da diplomacia do Brasil sob o governo do presidente Lula em 2024. Nunca imaginaria em minha vida uma postura tão inadequada de nosso governo. 

Eu estudei para concurso de diplomacia nos anos noventa e também os principais ramos do direito e estou chocado com a interferência do Brasil no país vizinho, se comportando como se fosse a oposição ao governo do atual presidente e candidato à reeleição Maduro.

Vejam a nota do governo brasileiro, publicada hoje de manhã pelo Ministério das Relações Exteriores:

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Eleições e apuração na Venezuela

Publicado em 29/07/2024 10h45


O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração.

Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados.

Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.

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VERGONHA!

Esse último parágrafo é uma afronta à nossa Constituição Federal de 1988.

Imaginem um governo qualquer publicando uma nota dessa em relação às eleições presidenciais do Brasil, não reconhecendo o resultado divulgado pelo TSE e exigindo ver dados desagregados por mesa de votação do Brasil...

Vejam o que diz nossa CF 1988:

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Título I - Dos Princípios Fundamentais

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

III - Autodeterminação dos povos;

IV - Não-intervenção;

V - Igualdade entre os Estados;

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ONDE ESTÁ A DIPLOMACIA ATIVA E ALTIVA DO GOVERNO BRASILEIRO?

Fico impressionado com a contradição do governo em fazer um belo pronunciamento ontem à noite falando de paz e de um governo de diplomacia "ativa e altiva" em relação aos demais países e povos do mundo e horas depois soltar uma nota interferindo na autodeterminação do povo venezuelano (Inciso III, do Artigo 4º).

Alguém imaginaria o governo brasileiro em novembro deste ano soltando uma nota dessas em relação ao resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos da América? Nos mesmos termos? Se não faz isso para os EUA e faz isso para a Venezuela onde está o tratamento isonômico aos Estados como reza a Inciso V do Artigo 4º de nossa Constituição?

Ao se posicionar de maneira formal para um lado das forças que disputaram as eleições na Venezuela, repetindo em nota do MRE os mesmos argumentos da oposição ao Nicolás Maduro, nosso governo está tomando partido, desrespeitando assim o Artigo 4º Inciso IV de não-intervenção.

Francamente, estou envergonhado e não estou acreditando nisso!

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E O PT? VAI SE ALIAR AOS ADVERSÁRIOS DO POVO VENEZUELANO?

O Partido dos Trabalhadores não se manifestar logo após o pronunciamento do CNE da Venezuela é outra decepção.

Muito triste isso! Fiquei descabriado, desnorteado com essas atitudes de nosso governo e nosso partido, me deu vontade de me desfiliar do PT.

Não faço isso porque não se toma decisões intempestivas por qualquer decepção que temos na política. Mas é foda!

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CUT SE MANIFESTOU, FELIZMENTE!

Não sei que horas a nossa Central se pronunciou, mas pelo menos o fez.

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PARABÉNS AO POVO VENEZUELANO E VIVA A SOBERANIA DA VENEZUELA!

Registro novamente meu apoio e minhas felicitações ao povo venezuelano que venceu essa batalha contra a extrema-direita e o imperialismo, reelegendo o presidente chavista Nicolás Maduro.

William


domingo, 28 de julho de 2024

Leitura: Gen Pés Descalços (9) - Keiji Nakazawa



Refeição Cultural 

Gen Pés Descalços 

Volume 9


Retomei a leitura de Gen Pés Descalços, estou no penúltimo volume da obra de Keiji Nakazawa.

O volume começa com Gen Nakaoka se despedindo de seu irmão mais velho Kouji, que foi viver sua vida com Hiroko.

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INJUSTIÇA 

Logo de cara, no dia seguinte à despedida do irmão, os leitores já sofrem junto com Gen pela luta inglória dele e de Ryuta contra a prefeitura de Hiroshima, que decidiu desapropriar sua casa para fazer uma obra pública. 

É muita injustiça!

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DOR E CICATRIZ PARA LEMBRAR DE LUTAR CONTRA AS INJUSTIÇAS 

Gen acaba se ferindo na mão para marcar para sempre aquele momento de derrota para o Estado, ele vai sempre lutar contra injustiças praticadas por autoridades. (p. 34/35)

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NATSUE CONSEGUE SUA URNA MORTUÁRIA TODA ESTILIZADA COM AS IMAGENS DOS AMIGOS 

Um dos arcos deste volume do mangá que me deixou abalado foi sobre a personagem Natsue, criança vítima da bomba atômica. 

Os acontecimentos, a postura do personagem Gen e o desfecho mexem com os leitores. Fiquei passado com essa parte.

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A ARTE NÃO TEM FRONTEIRAS

E não é que é verdade? Olha eu aqui lendo Gen Pés Descalços!

Gen Nakaoka ouviu esse conceito inspirador de um velho artista - Seiga Amano - ao doar a ele as tintas que tinha consigo. (p. 138/139)

Gen decidiu que também seria artista e pintor depois desse diálogo.

Ele: "Talvez eu me torne pintor também" e completa: "Porque gosto de desenhar".

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GEN APRENDE A DESENHAR E PINTAR 

No arco seguinte, a violência é extremada novamente. Só o que vemos são pessoas maltratando Gen e seus amigos. 

Para resolver um problema, Gen aprende a desenhar e pintar com o senhor Seiga Amano.

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UM POVO EMBRUTECIDO PELO FASCISMO E PELA GUERRA 

O último arco deste volume nos põe a pensar sobre as consequências da cultura do militarismo, da falta de humanismo e da miséria causada por governos plutocratas.

Gen sofre sério risco por causa da inveja de outra pessoa. Ao invés de outro rapaz que trabalha com desenho e pintura tentar melhorar suas habilidades, ele acaba sofrendo por ver a evolução de Gen.

O rapaz é também uma vítima da guerra, os leitores veem isso no arco.

As reflexões estão ali para quem quiser refletir.

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COMENTÁRIO FINAL

Ganhei a coleção Gen Pés Descalços, com dez volumes, de meu filho. Foi uma longa jornada de leitura. Me surpreendi com a história e a cultura contidas neste clássico HQ japonês.

Vamos agora para o desfecho da história da família pacifista Nakaoka, vítima da guerra e da bomba atômica.

Gen é um personagem que também retrata a história de vida do autor e sua família, Keiji Nakazawa, sobrevivente de Hiroshima em 1945.

Grande aprendizado, grandes reflexões. 

William 


Post Scriptum: a leitura da postagem anterior pode ser feita aqui. O comentário do primeiro volume pode ser lido aqui.

64 de 100 dias



64. Após caminhar ontem 31,5 Km, hoje foi dia de descansar. Mesmo assim, ao acordar, fui andar 4 Km até o mercado para comprar algumas coisas. 

Decidi ler durante o dia. Escolhi o mangá Gen Pés Descalços, de Keiji Nakazawa. Infelizmente, enquanto lia um autor japonês, a seleção brasileira de futebol feminino sofria uma virada decepcionante nos acréscimos para as japonesas nas Olimpíadas na França. Competência das japonesas, vacilo nosso.

Terminei agorinha a leitura do 9° volume do clássico japonês que retrata as agruras da família Nakaoka e do povo japonês por causa da 2ª Guerra Mundial e das bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki. O governo militarista japonês pertencia ao Eixo fascista, era aliado de Hitler e Mussolini. 

Por falar em imperialismo e fascismo, estou na expectativa do resultado da eleição presidencial venezuelana. Estou na torcida pela vitória do chavista Nicolás Maduro e pela continuidade da Revolução Bolivariana contra os candidatos de extrema-direita bancados pelos EUA. 

Como disse num texto político anteontem (ler aqui), entre nós da esquerda não pode haver dúvidas em situações como essa da Venezuela: nossos inimigos são os fascistas, a extrema-direita e o imperialismo norte-americano, o capitalismo neoliberal plutocrático. Temos que apoiar a Revolução Bolivariana e Maduro representa isso. Ponto!

Sobre democracias e ditaduras: minha opinião baseada na experiência que acumulei em décadas de luta política e estudos é que não há na atualidade mais possibilidades de termos democracias no século XXI. O que temos nos EUA faz tempo e no Brasil após o golpe de 2016 são plutocracias (ditaduras do capital). A Venezuela e Cuba se aproximam muito mais de uma democracia do que esses dois que citei. Conheço o sistema cubano e o povo lá está no comando do país.

Aliás, hoje o comandante Hugo Chávez completaria 70 anos. Grande figura de Nuestra América. Hasta la Victoria, Comandante Hugo Chávez!

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É isso! Fechando mais um dia em minha vida.

William (ainda um caminhante. Caminhar faz parte de mim)


Post Scriptum: felizmente, Nicolás Maduro foi reeleito presidente da Venezuela. Viva a Revolução Bolivariana e o povo venezuelano!


sábado, 27 de julho de 2024

63 de 100 dias



63. Sábado. Hoje vou caminhar alguns quilômetros e ler meu corpo e minha energia. Preciso avaliar se tenho condições de fazer a romaria de 80 Km daqui a alguns dias. 

11h06

Escolhi o tênis do ano passado. Já está velho, mas vamos ver se dá certo. Tirei e coloquei ele duas vezes até sentir a pisada confortável. 

Vamos lá. Meu quadril não parou mais de doer. Por isso meu receio. Vamos caminhar enquanto posso.

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6K (1h17')

Primeira caminhada do dia. Calor de 27° e baixa umidade do ar (32%). Ruim pra saúde e condição parecida à da estrada.

Parei pra um café em casa e vamos pro segundo trecho. Vou andar mais de dez quilômetros agora. 

13h32

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Meus pés e pernas. 
Essenciais para um caminhante.

16K (3h30')

Ufa! Fiz uma boa caminhada nesta tarde de sábado. Estou bem. O tênis deu certo e não tive bolhas nos pés.

Estou fazendo uma refeição em casa e vou sair para andar mais uns dez quilômetros. 

Ponte de Osasco.

Fiz um roteiro saudosista. Fui rever o passado. 

Andei pelo Parque dos Príncipes, Vila São Francisco, Vila Dalva, Jardim Adalgisa e Rio Pequeno.

Aqui terminei o Ensino Médio. 

Passei no Colégio onde fiz o 3° ano, o Daniel V. Pontes.

Morei nesta casa à esquerda
até os 10 anos.

Depois fui à rua onde nasci, Sérgio Ruiz de Albuquerque. Passei na padaria Cinco Quinas.

A escola da minha infância. 

Por fim, fui ao colégio onde ne alfabetizei, o Adolfino de Arruda Castanho. 

Por sorte, encontrei meu tio em casa e conversamos por uma hora. O tio está se recuperando de problemas de saúde. Fiquei feliz em vê-lo bem.

Voltando pra casa.

Voltei para Osasco após andar os 16K. 

Hora de sair de novo e sentir um pouco mais minha energia.

19h45

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9,5K (2h05')

Finalizei a caminhada de hoje. Foram 31,5 Km e correu tudo bem.

Meus pés estão ótimos, sem bolhas.

Meu corpo resistiu bem. A dúvida é se eu iria mais 50 Km noite adentro, como ocorre na romaria. 

O ideal seria andar 50K na semana que vem. Mas tudo é mais difícil na cidade. Tem os perigos da violência urbana etc.

Enfim, missão cumprida hoje.

William (um caminhante com receio de perder a mobilidade)


sexta-feira, 26 de julho de 2024

62 de 100 dias


Viva o dia da rebeldia em Cuba!
(26 de julho de 1953)

62. Hoje produzi textos no blog, um comentário a respeito do dia 26 de julho, data do assalto ao Quartel Moncada em 1953 em Cuba, e uma opinião sobre ter posição de esquerda em momentos decisivos (ler aqui), e fiz um texto sobre a leitura de uma edição da revista CartaCapital, a de nº 1320 (ler aqui).

Enquanto atravessa de transporte urbano sobre trilhos a cidade de São Paulo, indo de Osasco na Zona Oeste, onde moro, ao outro lado, lá na Estrada de Itapecerica - Santo Amaro -, onde fica a AABB São Paulo, pensava no quanto as coisas poderiam ser melhores para o povo se os interesses públicos fossem priorizados pelos governantes. Um conjunto de cidades como a grande São Paulo jamais deveria incentivar o uso de carros particulares em prejuízo dos transportes públicos. Jamais. Mas a realidade se impõe e os fdp da plutocracia só pensam em si mesmos e nas benesses que ganham ao focar o interesse privado.

Num dia como hoje, 26 de julho, um grupo de jovens se uniu e decidiu enfrentar um governo corrupto e ditatorial, ilegítimo, na maior das ilhas antilhanas, em Cuba. Fidel Castro liderou esses jovens e anos depois o povo unido expulsou o ditador assassino, Batista, e os cubanos começaram a mudar a realidade em busca da liberdade perseguida desde o século anterior, inspirados em heróis do povo como José Martí.

Viva o povo cubano! Fico triste ao saber das dificuldades que os cubanos enfrentam hoje por causa de décadas de interferência canalha e criminosa dos Estados Unidos com embargos ilegítimos para causar miséria e inviabilizar a soberania de um povo que optou por uma sociedade socialista.

Cuba me inspira, o povo cubano e seus heróis e heroínas me inspiram. Estive na Ilha por duas vezes, em 2023 e em 2024. Pretendo voltar mais vezes, conhecer mais a experiência cubana e ser solidário da forma que puder com a construção da sociedade socialista e alternativa ao capitalismo destruidor de mundo.

William


Leituras Capitais - Crime em família



Refeição Cultural - CartaCapital nº 1320

Osasco, 26 de julho de 2024. Sexta-feira.


CRIME EM FAMÍLIA

O conluio para proteger Flávio Bolsonaro e o déficit de inteligência do esquema

Ao ler reportagens como a que narra os crimes de peculato, advocacia administrativa e tráfico de influência do clã de corruptos que governou o país, dá um desânimo terrível na gente.

O conjunto de provas contra essa família que enriqueceu como poucos no país é incrível! A matéria de capa que se inicia na p. 10 é de dar raiva em qualquer pessoa honesta e com um mínimo de caráter e decência. Até um bolsonarista deveria rever suas preferências políticas, se tivesse vergonha na cara.

O pior, o pior mesmo, é ver a tendência do que vai dar tudo isso: EM NADA! Tudo indica que o PGR nomeado por Lula vai fazer o que todos fazem quando as acusações são contra a casa-grande e os ricos: vai enrolar, postergar, adiar as denúncias para que a extrema-direita faça um número gigante de prefeituras e vereanças nos mais de 5 mil municípios do Brasil. Depois, com o crescimento do bolsonarismo e antilulismo, não haverá "condições políticas" para processar e condenar o clã...

Nojo de tudo isso! Saco cheio de saber que no Brasil não há democracia e que os meus pares da militância política vivem seus cotidianos até de forma esforçada, mas sem tesão para lutar pelo socialismo e pelo fim dessa plutocracia que mantém tudo como está há 500 anos!

Não tenho mais saco para conciliar com tudo isso! Quem não luta pelo fim do capitalismo neoliberal plutocrático é conivente com essa merda toda. Não defende os interesses do povo.

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O ERRO DA ISENÇÃO DA CARNE - Aldo Fornazieri (p. 9)

"A medida produz dois grandes danos: aumenta as desigualdades sociais e contribui para o aquecimento global"

Fiquei curioso em saber qual seria a opinião de meus companheir@s sindicalistas e petistas em relação à decisão do Congresso em isentar a carne na tributação brasileira. 

A medida favoreceu os ricos e não os pobres ao não optar-se por um cashback como muitos países fazem para beneficiar as classes desfavorecidas. Foi uma medida regressiva, como sempre no Brasil da casa-grande.

Qual a porcentagem de nossas lideranças de esquerda teria a compreensão de que a decisão foi um golaço a favor do capitalismo e da acumulação de riqueza do 1% e um grande prejuízo para o Estado nacional sob a governança de um presidente e um partido de esquerda? Cinquenta, dez ou um por cento teria a compreensão do que rolou na isenção da carne?

Ao ver as explicações do professor Aldo Fornazieri, concordei com as argumentações dele de que a decisão foi uma derrota para todos nós que não somos de direita, privatistas e que não somos favoráveis ao capitalismo. Que tristeza!

Que tristeza ver que a decisão foi tomada com o apoio de quase todo mundo do nosso lado. Falta formação política, falta visão socialista de mundo a médio e longo prazo; sobra imediatismo eleitoreiro e pragmatismo preguiçoso, fatos que nos impedem de politizarmos as coisas do cotidiano junto às nossas bases sociais, os trabalhadores.

Tenho a consciência de que por quase duas décadas atuei diariamente para politizar a classe trabalhadora que representava, o ano todo. As bancárias e bancários que representei sabem disso.

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SEU PAÍS

A seção é de deprimir qualquer pessoa de esquerda. São 4 matérias que retratam o que é o Brasil. Um país do mandonismo das capitanias hereditárias que pouco mudou em séculos. Uma plutocracia.

MERCADORES DA FÉ - As matérias que deprimem são sobre o tráfico carioca que utiliza a manipulação da fé, com chefes do crime se dizendo "evangélicos" e proibindo religiões de outras matrizes - afro e católica, por exemplo - nas comunidades dominadas pelo tráfico e milícia.

HIPÓCRITAS NA ÁREA DE HIPÓCRATES - Na área da medicina, os negacionistas bolsonaristas provavelmente seguirão no comando do CFM, trocando a ciência pelas crenças bizarras que eles defendem prejudicando mulheres, crianças e toda a sociedade com práticas contra vacinas, aborto etc.

PARA "NEM" EDUCAR O POVO - Eu que sou grande admirador da educação, fico arrasado cada vez que leio sobre o Novo Ensino Médio (NEM). Um artigo na p. 28 nos conta que eles venceram, aqueles que odeiam a educação e que querem o povo atrasado conseguiram manter o Brasil entre os piores na educação na América Latina.

VIVA O MST! - A única notícia de esperança é a que nos conta que o MST está atuando com estratégia e planejamento para tentar eleger centenas de candidatos nas eleições de outubro nas câmaras municipais e algumas prefeituras, pois nas comunidades onde atua, o movimento traz resultados concretos para a população e isso facilita o diálogo local.

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ECONOMIA

Seguimos aceitando a esculhambação daquele neto de ditador no Banco Central sem fazer nada... 

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NOSSO MUNDO

Das 4 matérias da seção, duas me impactaram: a sobre Cuba (p. 42) e o artigo do professor Belluzzo (p. 40). 

A das eleições da plutocracia norte-americana, caguei pra ela.

Belluzzo me lembrou o artigo do professor Pedro Serrano sobre a necessidade de se defender os direitos porque direitos são criações humanas, não são naturais. Belluzzo afirma que apenas o Estado, fundado na lei, pode proteger a sociedade dos que visam impor o terror privado. O texto é conceitual e profundo. 

A matéria do TheObserver, de Ruaridh Nicoll e Eileen Sosin, que demonstra que "A crise econômica afeta de forma mais cruel os idosos" quase me levou aos prantos... estive em Cuba nos últimos dois anos e sei das consequências do embargo criminoso e de lesa-humanidade imposto pelos maiores terroristas do mundo, os plutocratas do norte.

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PLURAL

Na seção, o que mais gostei foi a matéria "O ABC da liberdade", anunciando o livro "Inquérito Paulo Freire - A ditadura interroga o educador" (p. 54).

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É como digo ao ler uma edição da revista CartaCapital: saio da leitura bem-informado, politizado e consciente da realidade do Brasil e do mundo. 

Posso até sair da leitura desanimado, mas não perco minha crença na mudança a partir da inteligência e da luta coletiva. 

Somos seres históricos e o futuro não está definido, nós fazemos o futuro. 

William 


Post Scriptum: o comentário anterior sobre as leituras capitais pode ser lido aqui.


Diário e reflexões


Mausoléu de Che Guevara, Cuba.

Refeição Cultural

26 de julho de 2024. Dia da rebeldia!


SEJAMOS DE ESQUERDA E SEJAMOS UNIDOS CONTRA O CAPITALISMO

A data de hoje nos lembra que nada está perdido, que a história humana é feita de atos e ações e de ideias e de sonhos e utopias. No dia 26 de julho de 1953, um grupo de jovens cubanos teve a atitude de se rebelar contra as injustiças e misérias impostas ao povo de seu país por um ditador de merda e os jovens organizaram um assalto aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes. A ação de rebeldia não obteve êxito, mas foi o início da Revolução Cubana que seria vitoriosa em 1º de janeiro de 1959, com a fuga do ditador Batista.

Às vezes, ao conversar com alguém e dizer que acredito ser possível mudar a história da humanidade, a história de nosso país, a história de nossa comunidade, mudar as coisas a partir do instante seguinte, do dia seguinte, meu interlocutor ou interlocutora fica sem paciência comigo, por não concordar que mudanças ainda são possíveis. Eu também fui determinista por décadas, até que conheci o movimento sindical e a história das lutas de classe ao longo de séculos e milênios. Mudanças são possíveis o tempo todo porque a única certeza da natureza é a mudança (dizem que a morte é a única certeza porque somos natureza).

A questão é: já que tudo muda o tempo todo, mesmo que as pessoas não percebam as mudanças por elas se darem de forma lenta comparada ao tempo de uma vida animal, a questão é que mudança queremos?

Eu quero direitos sociais, civis e políticos para todas as pessoas, eu quero uma forma mais sustentável de uso da natureza - o planeta Terra -, eu quero uma forma acolhedora e solidária de lidar com as pessoas independentemente de serem elas de meu convívio ou não. Esses meus objetivos de vida e esses meus desejos não podem ser alcançados em um mundo capitalista, cuja lógica é o inverso do que eu desejo. Então, tenho que lutar contra o capitalismo. Tenho que lutar por outra forma de organização das sociedades humanas.

Por mais que eu concorde que o mundo não seja polarizado entre uma coisa e outra, que entre o preto e o branco exista diversas tonalidades de cores, a realidade do mundo neste momento da história humana é um mundo polarizado entre um tipo de mundo e outro tipo de mundo. As tecnologias criadas por nós animais humanos nos levaram ao momento atual. Faz parte. Hoje, preciso me colocar a favor ou contra duas formas de organização da sociedade humana. Eu me coloco contra a forma de organização capitalista imperialista neoliberal. Nos embates entre formas de organização das sociedades, estou do lado da forma que se contraponha aos objetivos e efeitos do capitalismo neoliberal.

A extrema-direita avançou muito em suas técnicas de manipulação de massas. Ela unifica pessoas com dinheiro e posses, pessoas más e canalhas, pessoas ignorantes e fanáticas contra nós.

Não separo coisas que para mim são a mesma coisa, pois levam às mesmas consequências para o povo: capitalismo, neoliberalismo, conservadorismo, reacionarismo, imperialismo, fascismo, direita e extrema-direita são a mesma coisa - a mesma merda -, têm os mesmos objetivos e as mesmas consequências para as mulheres, para os povos sem posses, para as pessoas com orientação sexual não hétero, para as pessoas fora do quadrado dos brancos - pessoas negras, mestiças, povos do sul, povos originários, indígenas, quilombolas etc.

TENHO LADO, SEM TITUBEAR: A ESQUERDA

O momento na história da humanidade é desafiador para nós que não somos de direita e não queremos o capitalismo. Nossos inimigos têm a favor deles o domínio dos meios - as plataformas de comunicação são dos nossos inimigos. Enquanto nossos inimigos unificam pessoas contra nós, o nosso lado se divide sempre, a cada dez esquerdistas e "progressistas" são dez que pensam diferente em alguma coisa, então são dez desunidos.

Essas divisões na esquerda têm que acabar! Parem de ficar discutindo o sexo dos anjos! Entre esquerda e direita, entre socialismo e capitalismo, não tem que ter dúvida!

Nas eleições na Venezuela, torço para que Nicolás Maduro e o chavismo vençam no domingo. É o melhor para o povo venezuelano. Ponto. Vai pro inferno a extrema-direita representada pelos opositores. Em relação às fontes de informação, confio nas avaliações do jornalista Breno Altman.

Parem com essa merda de repetir "ditadura" em Cuba, na Nicarágua, na Venezuela... parem! Ditadura é a porra da plutocracia dos Estados Unidos, onde não faz diferença alguma para os povos do mundo Trump, Biden, Kamala etc. Plutocracia NÃO É DEMOCRACIA!

Em São Paulo, entre Boulos e a direita bolsonarista, somos Boulos. Ponto.

Entre Cuba e Estados Unidos, somos Cuba!

Entre palestinos sendo exterminados e sionistas exterminando um povo, somos palestinos e ponto.

Entre bancários e banqueiros, somos os bancários na campanha salarial da categoria.

Como titubear e ser contrário à coisa pública em favor de um fdp que será beneficiado por alguma privatização? Caralho! Não é difícil escolher!

Entre contratar trabalhadores diretamente e terceirização fraudulenta e safada que só prejudica trabalhadores, temos que ser a favor dos direitos e dos trabalhadores e contra a terceirização.

Parem de se omitir e de arrumar desculpas nisso e naquilo. 

Cara, olhe ao redor e seja franco: para quem quer um mundo melhor para as pessoas e para a natureza não tem como ter dúvida entre ser de esquerda e direita, entre ser socialista ou capitalista.

Ainda dá tempo de salvar a Amazônia, o Pantanal, os oceanos, fauna e flora, ainda dá tempo. É só você aceitar a ideia de mudar sua forma de vida passiva e domesticada pelo capitalismo.

Rebelem-se contra essa merda de uns poucos terem tudo e os bilhões de pessoas não terem nada! Sobre isso, inclusive, entendam que nós da esquerda temos que ROMPER CONTRATOS feitos pela direita e pelos capitalistas! Sem desfazer o que eles fazem, não adianta governar! Entendem?

Um jovem médico argentino se rebelou contra as misérias que viu pelas Américas e decidiu lutar contra aquilo (Ernesto Che Guevara). Um jovem cubano reuniu jovens que queriam libertar seu povo da exploração e miséria às quais estavam submetidos milhões de cubanos (Fidel Castro). 

Muitos jovens fizeram isso ao longo da história da humanidade. Rebelem-se contra essa desgraça destruidora de mundo chamada capitalismo.

William


quinta-feira, 25 de julho de 2024

61 de 100 dias



61. Hoje tivemos no Butantã uma roda de conversa muito boa com companheiras e companheiros do Partido dos Trabalhadores que se colocaram à disposição para nos representar na Câmara Municipal de São Paulo. 

O Diretório Zonal do PT Butantã vem realizando um trabalho combativo e organizativo na região que nos enche de orgulho porque sempre está focado no trabalho de base e todas as questões são decididas de forma coletiva. 

Nosso presidente, Daniel Kenzo, tem liderado esse processo inclusivo e democrático. 

Eu nasci no Rio Pequeno, Butantã, e quero muito ver as pautas populares avançarem na região. Hoje debatemos o meio ambiente. 

Venho acompanhando o trabalho sério e combativo da jovem vereadora Luna Zarattini e espero que ela e as demais candidaturas do PT que estiveram conosco hoje possam ser eleitas para termos uma bancada combativa no apoio ao mandato do futuro prefeito Guilherme Boulos.

A companheira Luna Zarattini tem o meu apoio e peço a cada pessoa que conheço em São Paulo que avalie o belo trabalho que ela vem fazendo e que divulgue aos amig@s e familiares a candidatura dela. 

Vamos trabalhar por uma cidade de São Paulo que seja mais inclusiva e focada nas pessoas.

William 


Vendo filmes (XIX)



Refeição Cultural

O mundo dos animais humanos segue inalterado há milhares de anos, é um mundo onde impera o poder do aço e o poder da carne, as ideologias


Nos próximos meses vou assistir a muitos filmes antigos, filmes que fui colecionando ao longo da existência. Como estou organizando minhas coleções de mídias de cultura - livros, filmes, revistas e outros materiais - preciso ler e ver as mídias que tenho. Enquanto faço isso, vou refletindo e escrevendo alguma coisa com o manuseio da cultura que contatei no momento de introspecção.

Ver os filmes do personagem Conan, um cimeriano criado por Robert E. Howard nos anos trinta do século passado, é uma oportunidade para se refletir sobre os tempos atuais, nos quais as ideologias (o poder da carne) e o poder do aço seguem definindo a vida de oito bilhões de humanos e de todas as formas de vida no planeta Terra.

Eu achei a sequência de Conan, a de 1984, fraquinha, mas o primeiro filme de 1981, de John Milius, tem muita coisa interessante. A história de comunidades que levam sua vida tranquilamente até que chegam invasores e matam e escravizam o povo e dominam sua terra é a história da caminhada do animal humano sobre a superfície da Terra.

Nem preciso citar a história que era conhecida por quase todas as pessoas escolarizadas antes dessa nova era das big techs e da revisão de todas as referências históricas e científicas desfeitas por qualquer imbecil que tenha acesso a um perfil nas redes sociais dessas plataformas e influencia milhões de pessoas com as maiores bobagens que a mente dele consegue criar.

A invasão do Iraque e do Afeganistão pelos bárbaros dos Estados Unidos da América é um exemplo moderno das histórias de Conan, o bárbaro. Provavelmente, ao ver sua aldeia invadida por um exército dos demoníacos norte-americanos do ocidente, alguns garotos iraquianos sobreviventes poderiam muito bem representar o personagem Conan anos depois.

Enfim, os filmes e o personagem Conan me fizeram refletir sobre o mundo atual. Não há diferença alguma do temor de Conan a Crom em relação ao temor aos deuses de cada grupo humano atual. Não existe hierarquia em religião. 

Aliás, ao ter a noção das barbaridades que as pessoas fazem neste exato momento por causa dessas abstrações chamadas de religiões, a gente vê o quanto o animal humano segue na mesma desde que passou a ser essa espécie em algum momento dos milhões de anos de caminhada sobre a Terra.

William

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FILMES

Conan, o bárbaro (1981) - Direção: John Milius. Roteiro: Oliver Stone e John Milius. Baseado em clássico de Robert E. Howard. Elenco: Arnold Schwarzenegger, James Earl Jones, Max Von Sydow, Sandahl Bergman, Ben Davidson, Garry Lopes, Mako, William Smith. 

SINOPSE (de meu DVD): Arnold Schwarzenegger faz sua marcante estreia nas telas do cinema como o legendário guerreiro e herói Conan, o bárbaro. O sanguinário líder religioso Thulsa Doom (James Earl Jones) e sua corja de brutais seguidores matam os pais de Conan e sua aldeia, fazendo com que o órfão tenha que submeter-se a uma infância de impiedosa escravidão, vindo posteriormente a transformar-se em um gladiador para divertir seus senhores. Enviado ao Extremo Leste para aperfeiçoar suas habilidades de luta, Conan é libertado e inicia uma perigosa e sangrenta busca com objetivo de vingar o massacre de sua família. Agora o guerreiro deve subjugar seus inimigos em uma aventura cheia de ação que desafia a morte, com coragem, força, personalidade para o triunfo do Bem sobre o Mal.

COMENTÁRIO: um mundo sem contratos sociais, sem leis que sejam respeitadas por todas as pessoas. Um mundo onde predomina o império da violência e da força, sem direitos humanos. Um mundo onde um grupo pode invadir a terra onde vive outro grupo, exterminá-lo e ficar na terra, escravizar sobreviventes. Um mundo no qual uns espertalhões manipulam a maioria das pessoas ao redor através de encantamentos mágicos, fazendo delas escravas mentais do líder espertalhão. 

Essa poderia ser a descrição do mundo de 2024 do século XXI, mas é a descrição do cenário de Conan, o bárbaro, milhares de anos atrás, onde viviam povos chamados por nós bárbaros de "bárbaros".

Thulsa Doom é um líder como um desses que governam o império bárbaro dos Estados Unidos ("God save America"), onde prevalece a crença religiosa fanática em algum deus que justifica qualquer barbaridade que esse povo faça contra qualquer aldeia do mundo. O poder do aço é usado por esse grupo fanático e bárbaro para causar os genocídios e extermínios de povos de outras aldeias há mais de dois séculos. 

Se já não bastasse o poder do aço e de seus exércitos, um poder muito maior é desenvolvido na fase madura da existência de Thulsa Doom (e pelos líderes do clã da aldeia EUA e seus parceiros), o "poder da carne", como explica o feiticeiro a Conan. O poder da carne é maior que o poder do aço. 

Thulsa tem o domínio sobre a vida e a morte de seus seguidores. Com um olhar apenas e um dedo apontado, ele faz uma jovem se jogar de um penhasco: "Isso é poder!", diz ele a Conan. Diz também ao guerreiro bárbaro que o ódio do garoto escravizado após matar seus pais foi ele, Thulsa, que deu a Conan. O poder da carne...

No século XXI, vejo as pessoas ao meu redor dizendo que precisam perguntar ao "pastor" o que fazer com a filha, o que fazer para isso, o que fazer para aquilo... Thulsa Doom... (o poder da carne)

O presente na aldeia EUA: Trump, Biden, Kamala... que diferença faz um ou outro para governar aquela aldeia? Quem governa são os financiadores, são os donos de todo o dinheiro do mundo. Caralho! Desde quando isso é democracia? Isso é uma desgraça de uma plutocracia e o mundo não vai resistir muito tempo mais a isso!

Conan é mais atual que nunca. É um enredo para descrever os cenários do "mundo mundo vasto mundo" onde vivemos (como dizia Drummond), a aldeia global onde impera a força da carne (ideologia) e a força do aço. Onde predomina o capitalismo, invenção controlada por esses poderosos da carne e do aço.

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Conan, o destruidor (1984) - Direção: Richard Fleischer. Roteiro: Stanley Mann. Elenco: Arnold Schwarzenegger, Mako, Grace Jones, Wilt Chamberlain, Sarah Douglas, Olivia D'Abo.

SINOPSE (de meu DVD): para que a poderosa Rainha Taramis cumpra sua promessa de trazer a amada de Conan de volta do mundo dos mortos, o herói guerreiro primeiramente terá que colocar aos pés de Sua Majestade um legendário chifre incrustado de pedras preciosas e uma bela e jovem princesa. Mas o que Conan não sabe é que a Rainha planeja utilizar o chifre para acordar o deus adormecido Dagoth e sacrificar a princesa em sua honra. Enfrentando inimigos mortais e supernaturais, Conan precisa reunir forças para lutar contra Taramis... e talvez até contra o próprio deus demônio Dagoth.

COMENTÁRIO: essa sequência não foi tão boa como o primeiro filme. Ela é mais leve, tem mais humor e a participação de Grace Jones é o destaque do enredo. 

A questão a se comentar talvez seja a origem da jornada de Conan neste enredo: ele é iludido por uma pessoa mais esperta que ele, uma rainha com habilidades sofistas como os atuais picaretas da fé, que enganam milhões de pessoas. 

A Rainha Taramis de Shadizar consegue enganar o guerreiro prometendo a ele trazer do mundo dos mortos sua guerreira amada, Valéria. 

Uma coisa não mudou em milhares de anos de civilizações humanas: a manipulação de pessoas por parte de uma minoria com os atributos que permitem dominar grande quantidade de gente, seja pela violência do aço, seja pela força da ideologia. É esse o mundo dos animais humanos.

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É isso!

Seguiremos vendo filmes e comentando alguma coisa que refletimos a partir do momento de entretenimento.

A postagem anterior sobre filmes pode ser lida aqui.

Caso queiram ler a postagem seguinte, com reflexões sobre mentes humanas brilhantes, é só clicar aqui.

William


quarta-feira, 24 de julho de 2024

60 de 100 dias



60. Dia de poucas ações pessoais que pudessem mudar alguma coisa na minha vida. Li uma parte da revista CartaCapital desta semana. A leitura sequenciada de uma revista com a qualidade de Carta nos faz tomar consciência sobre a condição de decadência da sociedade humana. Percebo que o mal está vencendo pelo uso da força e da manipulação, a injustiça vai se impondo sobre as grandes maiorias de miseráveis, a vigarice prevalece e a consequência disso é a destruição do planeta pelo modelo que impera, o capitalismo neoliberal plutocrático, e os direitos criados pelos seres humanos ao longo de milênios vão se desfazendo. O mundo caminha para trás, como se estivéssemos voltando aos tempos das sociedades primitivas, primitivas no sentido de serem sociedades iniciais dos grupos humanos, sem os avanços das ciências tecnológicas, filosóficas e humanistas. Me lembro de um professor da Faculdade de Letras da USP que dizia que ler as notícias dos jornais era o mesmo que ler os grandes clássicos das eras passadas, com a diferença que os clássicos eram melhores pela qualidade da escrita. Ver filmes ou histórias de bárbaros como as criadas por Robert E. Howard (Conan) e ver a realidade bárbara retratada pela revista semanal CartaCapital, vendo a impunidade, a violência e a manipulação prevalecendo no Brasil, um dos países com a elite mais violenta do mundo, uma burguesia bárbara, me faz concordar com o professor da USP. O meu dia passou sem uma grande ideia e uma grande ação. O indivíduo que termina o dia não é muito diferente do indivíduo que começou o dia. Corri um pouco, as dores no quadril seguem. Li a autobiografia do roqueiro Bruce Springsteen. Estou escrevendo no blog sobre os dois filmes do Conan. Sigo tentando resolver os problemas das assinaturas em meu cartão cancelado por ter sido clonado. Essas merdas dão um trabalho da porra! Que será do dia de amanhã? Que será?

William, uma pessoa que escreve algumas coisas hoje em dia (já fiz grandes coisas coletivas, mas o passado não existe, quem prova o contrário?)