segunda-feira, 15 de julho de 2024

51 de 100 dias



51. Fazer limpeza de casa, lavar banheiro e outros afazeres domésticos são obrigações de qualquer pessoa que mora em algum lugar. 

Quando digo qualquer pessoa, quero dizer todas as pessoas dos ambientes compartilhados. 

No entanto, a sociedade humana falhou miseravelmente nessa questão de educar as pessoas para terem consciência da obrigação de limparem diariamente a sujeira que fazem e ou produzem.

Olhemos para os ambientes compartilhados no Brasil do século atual, os milhões de lares, e veremos que uma porcentagem ínfima dos 200 milhões de pessoas lava suas louças, suas roupas, limpa os ambientes que suja ou desarruma.

Parte considerável dos milhões de pessoas que habitam milhões de ambientes compartilhados faz suas sujidades com a certeza que outras pessoas vão limpar ou arrumar aquilo.

Como mudar a tendência atual da insustentabilidade do consumo de coisas que poluem e sujam o mundo sem envolver as gerações presentes e futuras na criação de soluções para lidar com a sujidade que criamos? As pessoas sequer lidam com suas sujeiras!

Pensei nisso após lidar com limpeza doméstica ontem e hoje. Por décadas, eu trabalhava o dia todo, estudava de noite e ainda cozinhava, arrumava casa, lavava roupas e ainda sonhava com minhas utopias. 

Quantas pessoas das novas gerações fazem isso no mundo do ano de 2024?

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Post Scriptum: me esqueci de comentar a foto da postagem: meus pés, minhas pernas; minha mobilidade é o que me permite lavar privada, tirar gordura de box, limpar embaixo de camas etc. 

Faço um reparo sobre os milhões que falei que não lidam sequer com suas produções de sujeiras: o Brasil tem dezenas de milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, mais de 13 milhões têm deficiência física. 

A política teria que atuar para garantir direitos às pessoas: de cada um de acordo com suas possibilidades, a cada um de acordo com as suas necessidades. O Estado deve garantir direitos a todas as pessoas de forma igualitária.

Sou de esquerda e socialista porque acredito nisso: garantia de direitos às pessoas. No capitalismo não há direitos, há mercadorias, e só compram mercadorias a parcela que tem dinheiro. Uma pequena parte do todo. 

William 

 


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