sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Política caminha para a morte com ascensão da direita fascista



Povo na Explanada contra o Golpe de Estado, em 31/3/16.
Foto: William Mendes.

Olá leitores amig@s das reflexões culturais,

Apresento a vocês uma matéria com informações sobre as novas regras eleitorais para as eleições de 2016, regras aprovadas já nesta nova fase triste que nosso país enfrenta, com a ascensão da direita e do fascismo após um longo processo de destruição da Política (com P maiúsculo), processo capitaneado pelos empresários donos dos meios de comunicação monopolizados (P.I.G. Partido da Imprensa Golpista) em parceria com a pequena parcela de bilionários tupiniquins e com os partidos derrotados pelo povo brasileiro em 4 (quatro) eleições presidenciais seguidas, quando Lula e Dilma Rousseff foram eleitos e reeleitos presidentes do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores.

Eu estou sem eira nem beira, ou numa sinuca de bico, como soam os ditos populares, porque passei a minha vida defendendo a Política e a democracia como solução alternativa à barbárie e às guerras civis, que podem avançar a guerras de extermínio do outro, do diferente, do adversário, ao aniquilamento do "estranho" por medo, preconceito ou intolerância.

A pseudo-reforma política que fizeram neste período fascista, é um pequeno passo para matar os partidos, os programas e projetos coletivos, em detrimento de alimentar o indivíduo, o egocentrismo.

A reforma política que ampla maioria de nós do campo progressista defendemos é no sentido de fortalecer partidos políticos e instituições com construções políticas coletivas; defendemos financiamento público e proibição de financiamento privado, principalmente de empresas, para igualar condições de concorrência das ideias; defendemos voto em listas apresentadas pelos partidos após convenções; defendemos políticas afirmativas para que o perfil do povo brasileiro esteja representado nos parlamentos e nos executivos, ou seja, mais inclusão de mulheres, da população negra, segmentos diversos da classe trabalhadora, e não somente parlamentos que em suas maiorias representam os endinheirados donos do mundo, suas empresas e seus capitães do mato.

Eu tenho 47 anos e voto há quase 30 anos. Nasci após o AI 5 na ditadura civil-militar (que tomou o poder em Golpe de Estado apoiado pelo mesmo grupo que deu novo Golpe em 2016) e só fui conhecer o que era viver num país livre e votar ao completar 18 anos. Meu primeiro voto depositado nas urnas foi para a legenda do Partido dos Trabalhadores. Ajudei a eleger a prefeita de São Paulo, Luíza Erundina. Depois que me politizei mais na vida adulta e virei liderança política a partir da representação eleita de trabalhadores, passei a votar em candidatos também, mas a prioridade sempre foi fortalecer o Partido.

Hoje estamos vivendo a morte da Política, uma construção ideológica organizada pelos donos do poder econômico no mundo. Povo e trabalhadores conscientes votando em partidos de esquerda, populares e mais progressistas trazem inconvenientes para a elite e donos do mundo, porque um pouco mais de políticas públicas e sociais incomodam ideologicamente os capitalistas donos de tudo. Eles não deixam de ganhar muito em qualquer governo, mas não toleram ver a melhoria das condições de vida e ascensão da classe trabalhadora. Isso atrapalha a manutenção dos exércitos de miseráveis de reserva nas cidades do mundo.

Tenham a certeza de uma coisa, amig@s leitores: a morte da Política, a ascensão do fascismo, a prevalência da "técnica" e da pseudo-racionalidade de um mundo gerido pelo Capital é a barbárie para você, trabalhador, cidadão comum, não pertencente ao clube do 1%.

Enfim, a matéria alerta para a estratégia de se definir um candidato a vereador, além de só votar na legenda do partido, para ter melhores chances do seu escolhido se eleger ao parlamento municipal. 

Eu estou entre a cruz e a espada porque após cassarem o meu voto em Dilma Rousseff, após a senadora eleita pelo meu voto ir para o partido que organizou o golpe e o fim da democracia, e após o prefeito de minha cidade (Osasco) abandonar o PT como rato que abandona o navio à deriva, bateu uma desilusão terrível em depositar meu voto nas urnas no próximo domingo. 

No entanto, eu sei que tenho que fazer meu papel de cidadão consciente e politizado. Mas no regime de exceção em que entramos, com todas as instituições públicas uníssonas no Golpe de Estado e em vias de cassar até o partido que voto, o PT, fica sendo algo meio que esquisito votar.

Votemos. Temos bons candidatos do campo dos trabalhadores que merecem nossa confiança, como os candidatos a prefeito Fernando Haddad (13) em São Paulo e Tadeu Veneri (13) em Curitiba; temos bons candidatos a vereança como o André Machado (13111) em Curitiba, o Paulo Malerba (13000) em Jundiaí, o Reimont (13333) no Rio de Janeiro, o Eduardo Suplicy (13131), o Luiz Cláudio Marcolino (13310) e o Eduardo Guimarães (65656) em São Paulo e bons candidatos apoiados por nossas entidades de representação como sindicatos e associações de trabalhadores nas nossas cidades brasileiras. Eu acho importante que entidades de classe indiquem candidatos aos seus associados e trabalhadores.

Abraços a tod@s,

William


(matéria)


Por que o voto de legenda pode não ser uma boa opção nestas eleições

Mudança aprovada em reforma eleitoral de 2015 estabelece número mínimo de votos para candidato a vereador se eleger


(Fonte: Carta Capital)

Por Débora Melo – publicado em 28/09/2016, 09h19, última modificação 28/09/2016, 10h45


Nova regra estabelece "nota de corte" para eleição de vereadores e deputados

A reforma eleitoral aprovada em 2015 com apoio do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reduziu a força do chamado “voto de legenda”, aquele pelo qual o eleitor vota apenas no partido, sem escolher um candidato específico.

A nova regra, que já está em vigor, estabeleceu uma espécie de “nota de corte” para que um candidato a vereador, deputado estadual ou deputado federal sejam eleitos (sistema proporcional). Para conquistar uma cadeira na Câmara Municipal nas eleições de 2016, o candidato a vereador precisará atingir, individualmente, um total de votos de pelo menos 10% do quociente eleitoral.

O quociente eleitoral é calculado pelo número total de votos válidos, dividido pelo número de vagas em disputa. Em 2012, o quociente em São Paulo foi 103.843. Se a “nota de corte” estivesse em vigor, cada candidato precisaria de no mínimo 10.384 votos, obtidos individualmente, para ser eleito.

A mudança incentivou partidos como o PSOL a iniciarem uma campanha pedindo que seus eleitores abandonem o voto de legenda e escolham um candidato específico da sigla.

No sistema proporcional de lista aberta, como é o brasileiro, os votos de legenda obtidos por um partido ou coligação são somados aos votos recebidos por cada candidato. Essa soma é usada para calcular o quociente partidário, que define o número de vagas que o partido ou coligação terá na Câmara.

Com a introdução da “nota de corte”, portanto, o voto de legenda contribui com o quociente partidário, mas não garante que um candidato a vereador alcance, individualmente, os 10% do quociente eleitoral.

Se o candidato não atingir esse desempenho mínimo nas urnas, o partido perderá a cadeira a que teria direito, e um novo cálculo será feito pela Justiça Eleitoral. A vaga será, então, redistribuída a um partido ou coligação que tenha um candidato que cumpra o requisito.

Se a nova regra estivesse valendo nas eleições municipais de 2012, por exemplo, o vereador Toninho Vespoli, único candidato eleito pelo PSOL em São Paulo, perderia a vaga na Câmara Municipal. Vespoli, que recebeu 8.722 votos em seu nome, não teria atingido os 10% (10.384 votos, no caso). A coligação Frente de Esquerda (PSOL e PCB), da qual ele fez parte, obteve 119.792 votos: 43.159 votos de legenda e 76.633 votos nominais.

Para Gabriela Rollemberg, vice-presidente da Comissão Especial de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a mudança “pode trazer distorções ainda maiores em termos de representatividade”.

“Eu sou uma grande defensora do sistema proporcional, pois penso que é fundamental para garantir a representação dos mais diversos matizes ideológicos, em especial das minorias. Penso que essa alteração enfraquece ainda mais os partidos, pois acaba com o valor do voto de legenda, que tem perfil mais ideológico e menos personalista”, afirma. “Nosso sistema eleitoral, além de complexo, é totalmente desconhecido da maioria da população, o que causa maiores distorções", continua Rollemberg.

Na sexta-feira 23, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) publicou um vídeo explicando a mudança e pedindo que o eleitor do PSOL abandone o voto de legenda e escolha um candidato a vereador específico. Wyllys disse que ficou “surpreso” com o alcance do vídeo e com a quantidade de pessoas que disseram desconhecer a nova regra.

“As pessoas não estavam a par. Então eu decidi alertar, porque o PSOL é um partido que sempre tem muitos votos de legenda”, diz o deputado. Para Wyllys, este e outros pontos da reforma eleitoral – como a restrição da participação em debates de TV – fazem parte de uma estratégia para prejudicar “partidos programáticos como o PSOL”.


Puxadores de voto

A reforma, que alterou os artigos 108 e 109 do Código Eleitoral, foi anunciada como uma tentativa de reduzir a força dos puxadores de votos, o chamado “efeito Tiririca”.

De acordo com Rollemberg, tal objetivo não deve ser alcançado. "Como efeito da alteração, teremos milhares de votos totalmente desconsiderados, seja pelo desconhecimento dos eleitores quanto à mudança, seja pelo não alcance do percentual mínimo pelos candidatos para garantir a eleição."

Para Antônio Augusto de Queiroz, analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), dizer que a nova lei reduz a força dos puxadores é "uma tolice". "No plano estadual e nacional, o Tribunal Superior Eleitoral já mostrou que apenas um ou outro parlamentar assumiu mandato com votação inferior a 10% [do quociente eleitoral]. Quase todo mundo alcançou mais de 10%", diz.

Nas eleições para a Câmara dos Deputados em 2014, por exemplo, o quociente eleitoral calculado para São Paulo foi 303.803. Se a "nota de corte" fosse aplicada, cada deputado precisaria de, no mínimo, 30.380 votos.

Naquele pleito, Tiririca (PR-SP) obteve mais de 1 milhão de votos e ajudou a eleger outros cinco deputados do PR paulista: Márcio Alvino; Milton Monti; Paulo Freire; Capitão Augusto; e Miguel Lombardi. Porém, mesmo que a regra dos 10% estivesse em vigor, todos os cinco teriam sido eleitos – Miguel Lombardi, o candidato menos votado, obteve mais de 32 mil votos, ultrapassando a "nota de corte" de 30.380 votos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Marilena Chauí: 'Liberdade é afastar as paixões tristes'


Comentário do blog

"Ser livre na concepção de Espinosa não se trata de escolher entre várias alternativas possíveis, conforme nosso livre arbítrio. Ser livre é agir de acordo com a nossa realidade interior. É a capacidade de sermos a nossa potência interna, autônoma: 'A liberdade não se encontra no exterior, mas na relação do ser consigo, do que é, do que faz, do que pode. Liberdade é a necessidade interna da sua maneira de existir, ser e agir', ensina Marilena."

Eu sou um fã da filósofa e pensadora Marilena Chauí. Neste texto, vemos a professora explicar o conceito de Liberdade a partir de Espinosa, filósofo referência para ela.

Boa leitura e reflexões.

William




Para Espinosa a liberdade exige que se saia desse 'imaginário passional (passivo), sem abandonar a vida afetiva': eis a chave para a potência de existir



Matéria de Tatiana Carlotti - Carta Maior


Há trinta anos, o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Funarte promovia um curso livre intitulado “Os Sentidos da Paixão”. O sucesso foi tamanho que o curso se transformou em um ciclo de várias conferências, gerando 800 ensaios, sob a coordenação do filósofo Adauto Novaes.

A boa nova é que as conferências foram retomadas neste 2016. Promovido pelo SESC, o ciclo Entre dois mundos: 30 anos de experiências do pensamento revisita os temas abordados anteriormente, com encontros em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília.

Adauto Novaes justifica a retomada pela “mutação – transformações radicais - que se verifica em todas as áreas da atividade humana. É preciso pensar este novo mundo”. Para tal, grandes pensadores foram chamados como a filósofa Marilena Chauí. Na última semana, ela estreou o ciclo “Os Sentidos da Paixão”, debatendo a questão da liberdade.

Com a didática que lhe é peculiar, Marilena abordou o tema, tão precioso neste momento, a partir das ideias de Espinosa (1632-1677), cujas teorias são trabalhadas por ela na premiada obra A Nervura do Real, que acaba de ganhar seu segundo volume.

Sobre o pensador, Marilena afirma: “Espinosa foi um filósofo de uma coragem fora do comum. Ele enfrentou a religião, o saber, os poderes estabelecidos em nome da liberdade”. Um enfrentamento que ela destrinchou para a plateia do SESC em São Paulo, mostrando a atualidade das inovações propostas por Espinosa em relação à tradição filosófica de seu tempo.


Ética, liberdade e conhecimento dependem dos afetos

São várias as inovações trazidas por Espinosa, por exemplo, sua oposição à ideia ainda vigente de que a vida afetiva é um obstáculo ao exercício do conhecimento. Como explica Marilena, ele defende que “a ética, a liberdade e o conhecimento só são possíveis graças aos afetos e não contra eles”.

Desafiando seus pares, Espinosa recusou a concepção antropomórfica de deus, concebido como um “super-homem transcendente, monarca, juiz, legislador do mundo e dos homens”; inserindo a visão de deus enquanto “substância infinita” que “existe em si e por si mesmo” e sem a qual “nada existe e nem pode ser conhecimento”.

Frente a esse princípio, ele se opôs à tradicional separação entre alma e corpo. Como os seres são expressões dessa substância infinita (deus), “a natureza física e a natureza psíquica se dão simultaneamente e não podem ser separadas, porque se tratam de campos de realidade que exprimem sempre a mesma substância”.

Neste sentido, detalha a professora Chauí, “ideia e corpo são um só”, “exprimem a mesma coisa de maneiras diferentes” e produzem “regiões diferenciadas da realidade” (psíquica e física). Disso advém a premissa: “o corpo humano é mais forte e mais potente quanto mais ricas e complexas forem suas relações com outros corpos”.

O contrário também é válido: “o corpo humano é mais pobre e mais fraco quanto mais isolado se mantiver em relação a outros corpos. A inter-corporeidade [relação entre os corpos] é a condição da nossa força vital”, ensina Marilena.

Isso posto, ela aponta que, segundo Espinosa, “quanto mais se mergulha no corpo, mais capacidade cognitiva a mente tem. E quanto mais apto o corpo, mais apta a mente estará para perceber as coisas”, daí o equívoco dos que defendem que o “conhecimento verdadeiro tem como pré-condição que a mente se afaste do corpo e opere no campo puramente intelectual”.


“Alegria aumenta a força para existir e agir”

Além desse conceito de “substância infinita”, Espinosa também trabalhava com ideia de conatus, a “potência de preservação da vida” que age em cada um de nós. Dividindo os afetos humanos em paixões e ações, ele demonstrou a existência de afetos capazes de aumentar essa potência de agir e existir e afetos que a diminuem.

Segundo Espinosa, essa força “opera passivamente quando somos causas de eventos produzidos sobre nós”, como as paixões; e opera ativamente “quando nós somos a causa dos efeitos produzidos em nós ou fora de nós, como as ações”.

“Paixão e ação caminham juntas e em simultaneidade, da mesma forma que o corpo e a mente são ativos e passivos juntos, por inteiro, sem relação hierárquica”, explica Marilena. Desta forma, segundo Espinosa, “uma ideia jamais vence uma paixão. A paixão só pode ser vencida por outra paixão mais forte do que ela”.

Espinosa também estabeleceu três afetos primários, dos quais nascem todos os demais: a alegria, a tristeza e o desejo. Como detalha Marilena, “a alegria não é uma emoção qualquer. É uma força metafísica e ontológica capaz de aumentar a força para existir e agir (conatus)”. A tristeza, pelo contrário, atua na “diminuição dessa força de existir e agir”.

Os desejos, por sua vez, são aquilo que nos “determina a existir e a agir de alguma maneira”. Em suma: “ser livre é optar pelos desejos alegres”, frisa Marilena.

Dessa ideia, Espinosa extrai sua concepção de bem e de mal: “bom é tudo o que aumenta a força do nosso conatus. Mal é tudo aquilo que a diminui”. Em outras palavras, explica Marilena, “bom é o que nos alegra e mal o que nos enfraquece”.


Somente paixões alegres podem vencer paixões tristes

Espinosa afirmava que “somente paixões alegres podem vencer paixões tristes”. O conhecimento, por exemplo, era concebido por ele como uma paixão alegre: “a mente se alegra quando têm consciência de que conhece verdadeiramente alguma coisa”.

Isso possibilita, complementa Marilena, “a autonomia de se pensar cada vez mais a partir de si mesmo para viver, podendo se relacionar com todos os demais corpos, mas sem depender ou se submeter a eles, em uma relação de igualdade”.

O fato é que somente vivendo as paixões e as ações, os seres humanos podem caminhar em direção à liberdade. “Não temos de nos livrar da vida afetiva, mas passar da paixão (determinações externas) para a ação (determinação interna)”. Ou seja, passar daquilo a que somos externamente submetidos àquilo que somos internamente dispostos e autônomos”, explica Marilena.

Espinosa, porém, destacava a complexidade dos afetos humanos, na medida em que paixões e desejos tristes tendem a se combinar com paixões e desejos alegres, havendo na vida humana “um entrecruzamento dos afetos”. Marilena cita, por exemplo, os casos de amor e ódio, como os verificados em triângulos amorosos nos quais, teoricamente, as pessoas deveriam amar aqueles que fazem bem aos seus amados, mas que por ciúmes passam, também, a odiá-los.

Para Espinosa a liberdade exige que se saia desse “imaginário passional (passivo), sem abandonar a vida afetiva”. Eis a chave para a ética, a potência de existir e a auto conservação. Marilena destaca que o conceito de virtude do filósofo: “a virtude do corpo é afetar outros corpos de inúmeras maneiras simultâneas; a virtude da mente é afetar outras ideias de inúmeras maneiras, também simultâneas. Tudo isso passa pelo afeto”.


Liberdade começa com a interpretação dos afetos

Se ser livre é afastar as paixões tristes, a passagem da tristeza para a alegria é “um ato de interpretação da mente sobre o que se passa dentro de nós”. Neste sentido, o verdadeiro conhecimento também precisa ser um afeto, porque só assim ele poderá refrear um outro afeto. Em outras palavras, só uma paixão pode combater outra paixão.

“É essa dimensão afetiva do conhecimento que nos permite influir no tônus afetivo”, aponta Marilena, destacando a originalidade do pensamento de Espinosa. Para ele, o desejo que nasce da alegria é mais forte (intensidade) do que aquele que nasce da tristeza, já que a alegria aumenta a potência de agir e de existir.

“As paixões de alegria podem se transformar em ações, ao contrário das paixões de tristeza. A vida afetiva é livre só a partir do desejo livre e alegre. Onde houver tristeza não existe ação, muito menos liberdade”, explica Marilena.

E complementa: “a liberdade começa, portanto, quando a mente se volta à interpretação dos afetos. Um afeto está tanto mais no nosso poder quanto mais ele é por nós conhecido”.

Ser livre na concepção de Espinosa não se trata de escolher entre várias alternativas possíveis, conforme nosso livre arbítrio. Ser livre é agir de acordo com a nossa realidade interior. É a capacidade de sermos a nossa potência interna, autônoma:

“A liberdade não se encontra no exterior, mas na relação do ser consigo, do que é, do que faz, do que pode. Liberdade é a necessidade interna da sua maneira de existir, ser e agir”, ensina Marilena.

“O ser humano é livre na exata medida em que tem potência para a agir. É neste sentido que liberdade é o máximo de força. Não se trata de escolha, mas autodeterminação do agente em conformidade com a sua essência. Uma livre necessidade de existir no mundo”, complementa.


Fortalecer as instituições democráticas

Na esfera política, Espinosa ensina que independente das virtudes ou vícios dos governantes e administradores, o que garante a existência da liberdade é a qualidade das institucionais de uma sociedade. “São as instituições que determinam a maneira como o governante e o administrador devem e podem agir”, explica Marilena.

“Eles não podem agir contrariamente ao que as instituições determinam. Uma política livre é determinada pela qualidade inviolável de suas instituições”, complementa, indicando o “Tratado Político” de Espinosa, obra em que ele analisa como fortalecer essas instituições.

Em sua concepção, a democracia é a “mais natural das formas políticas, porque nela se realiza o desejo de governar e não apenas o desejo de ser governado, visando a manutenção da igualdade e da liberdade do ser humano”.


A partir dessa premissa, Marilena ponderou:

“Para onde vamos, pelo lado da construção de líderes ou do fortalecimento de instituições? A aposta de Espinosa é nas instituições. A minha também”.


Aos que desejam saber mais sobre Espinosa, além dos dois volumes de A Nervura do Real, (Cia. das Letras, 2016), a professora Marilena Chauí também publicou Desejo, Paixão e Ação na Ética de Espinosa (Cia das Letras, 2011) e Política em Espinosa (Cia das Letras, 2003).

domingo, 25 de setembro de 2016

Diário - 250916



De pouquinho, vou me apropriando da fantástica
obra de José J. Veiga. Estou lendo o livro que ganhei
de nossa equipe de trabalho da Cassi em Rondônia.

Refeição Cultural

Domingo.

Das sensações humanas inevitáveis, alternei momentos de tristeza ao ser lembrado constantemente pelos fatos reais em se viver num mundo em Estado de exceção, com momentos de reflexão mais amenos devido à minha dedicação à leitura de José J. Veiga e em assistir a um magnífico programa documentário sobre as Ilhas Galápagos e a questão da Evolução das Espécies, a partir dos estudos de Charles Darwin.

Tentei que tentei focar minha cabeça em ler ao menos uma das três novelas do livro de Veiga - De jogos e festas (1980), mas não consegui acabar a estória que comecei, pois ela tem quase cem páginas.

Acabei alternando a leitura com a confecção de mais um texto de reflexão e opinião política. Fiz um texto no sábado (ler AQUI) e outro hoje durante o dia (ler AQUI).

Não pratiquei esporte ontem e hoje. Voltei a correr nesta semana e ainda estou com a musculatura da perna sensível. Corri 3,5 k na quarta e na sexta à noite, mas preciso recuperar o condicionamento físico aos poucos e ouvindo meu corpo cansado pelo desgaste físico e emocional do ano.

Me inscrevi na corrida de São Silvestre, que ocorre no último dia do ano em São Paulo. Tenho um longo caminho para estar bem e preparado para correr os 15 k da prova lá no meio do verão paulista.

Eu tenho o desejo de ler tanto, e tanta coisa, que quando olho a pilha de livros do José J. Veiga, que adquiri nestes meses, e vejo que ao menos estou progredindo na leitura e conhecimento da obra com a qual me identifiquei tanto, penso que não posso reclamar.


Eu recorro à Edward Said quando preciso reforçar minhas
posições contra-hegemônicas, que sei que vão me trazer
chateações por não ir na onda e nas facilidades
em estar com as maiorias.

Eu quis também terminar um livro que é uma referência em minha vida nos momentos de grandes tribulações políticas e ideológicas, o livro que tenho de Edward Said, que reúne conferências dadas por ele abordando o papel dos intelectuais. Peguei pra reler na semana passada e só falta um capítulo, mas priorizei Veiga para não deixar de iniciar a leitura do 7º livro dele.

No momento de debates sobre a Cassi ano passado, já havia pego o livro para reler uma das conferências que abordava a necessidade do intelectual dizer a sua opinião aos representantes do poder. Logo após o BB fazer a proposta para a Cassi em maio de 2015 reli o capítulo "Falar a verdade ao poder".

Como estou preparando minha opinião e contribuições sobre a nova proposta feita pelo patrocinador BB para a nossa entidade de saúde (feita em 5/9/16), senti uma necessidade de reler o livro inteiro. É sempre bom revisitar suas referências éticas, seus princípios e valores, ainda mais em tempos de degeneração dos valores em nossa sociedade.

É isso, queria mais um tempinho de descanso e só pra mim, mas não tenho.

William

No Brasil crimes e golpes de Estado compensam





Ontem, sábado, ao ir buscar pão, fiquei pensando na confecção de um texto onde eu iria abordar o anime Death Note e os senhores intocáveis da "República de Curitiba", eles são os novos deuses shinigamis donos de nosso destino como reles mortais, como nada que somos, neste brazil totalitário no pós golpe.

Ao longo do dia, acabei não fazendo esse texto, mas fiz outro brincando de candidato a Presidente da República (agora bananeira) com propostas radicais de esquerda e comparando o quão irracional, surreal e ilógico é o brazil pós golpe porque os golpistas que assaltaram o Estado e acabaram com a democracia estão aplicando uma agenda de propostas radicais de direita e eles não foram eleitos. Leia AQUI o texto.

Quis neste domingo esquecer toda essa merda nauseante por um tempo e após buscar pão, peguei para ler mais uma obra do grande escritor goiano José J. Veiga - De jogos e festas (1980). Estou empenhado em ler toda a obra dele e estou lendo na ordem de publicação. Esta é sua sétima obra, se minha pesquisa estiver correta.

Mal eu comecei a ler, e ouvi dois vídeos que minha esposa estava vendo a respeito do estado das coisas no brazil pós golpe. Um era do filósofo Cortella e o outro era da filósofa Marilena Chauí. Ao ouvir Chauí lembrando da desfaçatez do golpe, arquitetado junto com os EUA, com parceria de Temer e Serra, numa disputa global de hegemonia e o simbolismo de entregar o Pré-sal em semanas para os imperialistas, me deu uma explosão mental de ódio e tristeza. Comecei a chorar, mais por dentro que por fora.

Às vezes dá vontade de ser burro, ignorante, analfabeto político. Dá vontade de ser egoísta e pensar só em mim nesta merda de vida. Por que que não dou conta de ser assim?

Hoje tem informação disponível para qualquer pessoa que quiser se informar. Tenho lido pela manhã artigos progressistas tão bons, tão esclarecedores, e qualquer pessoa, principalmente de minha classe social, poderia ler e se informar. Não há justificativas para a classe trabalhadora ser idiotizada, imbecil e manipulada pela meia dúzia de bilionários donos dos meios midiáticos totalitários. Alguns artigos são tão bons que eu deveria guardá-los neste blog como faço de vez em quando, para relê-los depois.

Como pode haver possibilidade dos paulistas elegerem aquelas coisas João Dória (PSDB), Celso Russomano (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) e o que eles significam neste contexto atual do brazil pós golpe? O atual prefeito do PT, Fernando Haddad, bem lembrou numa entrevista que os 3 candidatos e os partidos deles estão vinculados ao projeto do governo Temer de congelar e destruir a saúde e educação públicas por décadas. Como pode o povo votar em sujeitos fascistas, direitistas, que têm nojo e vomitam ao sentir cheiro de pobre, como afirmou o candidato da direita em Curitiba (Greca do PMN, apoiado pelo PSDB)? Caralho, como o povo pode se deixar manipular pela Rede Globo, Folha, Estadão, Época, Veja? Como faço pra viver num mundo idiotizado?

Como faço para agir com cara de paisagem com conhecidos, familiares e trabalhadores que represento que apoiam a destruição do País e dos direitos deles mesmos se há informação a um minuto de pesquisa na rede mundial de computadores (se quisessem)? 


"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma" (Joseth Pulitzer - 1847-1911)


Pulitzer tinha razão profunda em sua tese de que os donos dos meios de manipulação de massa conseguem criar um povo vil, cínico, hipócrita, e alienado. A super especialização técnica da contemporaneidade também criou seres de minha espécie robóticos, não humanos. Já venceu a tese da "escola sem partidos", porque o partido que domina a escola, a mente de nosso povo é o Partido da Imprensa Golpista (P.I.G). 

Quem diz que a imprensa comercial de alguns donos é partido? Eu o zé e mais uns caras... só. O restante vai na onda da massa bovinamente convencida pelos próprios donos dos meios comunicativos da linda expressão "liberdade de imprensa", que quer dizer "liberdade de imposição dos donos da imprensa" sob todos nós reles mortais.

Por que eu não consigo ser egoísta e parar de sofrer e me martirizar ao ver o que Serra, Temer e Moro estão fazendo combinado com os americanos e acabando com o futuro de nosso País e nosso povo? Moro foi treinado pelos Estados Unidos. O conhecimento é uma coisa que você adquire e vai sofrer com aquilo vendo a iniquidade ao seu redor para o resto da vida.

O crime compensa no brazil. Só depende de quem o comete. Se forem praticados por eles, os donos do mundo, os donos do poder, os vira-latas da "elite" brasileira da Casa Grande autorizada pelos imperialistas, não tem problema. Os imperialistas deixam. Se forem praticados pela classe trabalhadora (ou inventados e ditos por "convicção" sem provas), masmorra neles!, como acontece com a metade da população carcerária no brazil-colônia, presa sem processo e condenação. Que raiva de saber tudo isso e não conseguir mudar a iniquidade ao nosso redor.

Golpe no brazil compensa. A fala do Cortella que ouvi há pouco e de diversos outros intelectuais é aquela que me dá vontade de explodir... "daqui a 30 anos vão concluir que foi golpe como ocorreu em 1964...". Que porra é essa? Daqui a 30 anos... é isso que está me matando ao ver um golpe bem sucedido de novo em nosso País, sem revolta e guerra civil nas ruas, sem refazimento deste e de outros golpes. Ao final, vence a elite vira-latas do brazil colônia. Foda-se daqui a 30 anos. Valeu a pena como sempre dar o golpe. O povo brasileiro é dócil mesmo. Só há aquelas parcelas de lideranças que tentam organizar o contra-golpe e elas ou esmorecem, ou desaparecem, ou são desaparecidas com um curto tempo...

Hoje eu estou com raiva e desprezo pela minha espécie. E de mim também.

Ontem soube do adoecimento de uma pessoa que trabalhou na campanha para as eleições de meu mandato atual. Ao pensar nessa pessoa querida e em cada homem ou mulher que encontro pelo País afora e que eu não conhecia pessoalmente e que me dizem que trabalharam muito para me eleger, eu fico emocionado e encontro energia para todos TODOS os dias acordar e dar o melhor de mim pela Cassi e pelo modelo assistencial que acredito ser a melhor perspectiva de sustentabilidade para a entidade, dar o melhor de mim pelos associados que nos elegeram e que não nos elegeram, e pelo Banco do Brasil porque eu sou defensor deste banco público ao qual já dediquei a metade de minha existência, mesmo quando em nome dele pessoas me atacam, humilham e fazem coisas a mim que eu não merecia.

Acho que é por isso que eu faço loucuras que sei que nenhum outro já fez ou faria para defender essa entidade em que sou eleito gestor. Estou gastando milhares de reais de minha remuneração (e de minha família) para fazer o que eu entendo que deve ser feito para fortalecer essa entidade, e sei que às vezes pessoas ou grupos dificultam meu trabalho só por questões políticas. Foda-se! Posso até ser idiota na dedicação feroz que exerço ao mandato, mas devo o melhor de mim a cada pessoa, cada ser de minha espécie que confiou no que eu poderia fazer em meu mandato.

Mas estou triste com tudo isso e o mundo está degenerado. Como a gente faz pra não adoecer se na segunda-feira após as eleições municipais eu contabilizar a vitória dos ladrões, dos desgraçados anti-povo? Como faço pra olhar na cara dos seres da minha espécie e disfarçar o rancor e o desprezo por quererem ser e continuarem alienados, como bois no pasto em engorda para abate?

Chega por esse momento. Eu tenho que tentar esquecer um pouco isso tudo ao menos no domingo.

William

sábado, 24 de setembro de 2016

Dez propostas para minha candidatura a Presidência do Brasil





1. MEIOS DE COMUNICAÇÃO - Novo marco regulatório. Revisão imediata de todas as concessões de canais de TV e rádio, com desapropriação sem indenização de toda a estrutura utilizada pelos antigos donos. Abertura de licitação com regras rígidas para novas concessões, impedindo propriedade cruzada e possibilidades de monopólios ou cartéis de comunicação. Haverá espaço demarcado para veículos de comunicação públicos e privados, com valorização de espaços e programações locais e de comunidades, ambos com controle social. Marco regulatório severo para meios midiáticos impressos, com controle social representado por diversos segmentos da sociedade. Ampliação da conexão gratuita de internet para toda a cidadania, financiada pelo Estado.


2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - Estatização do Sistema Financeiro Nacional. Os bancos privados passarão ao poder público, sem indenização alguma aos antigos donos. As definições dos objetivos e funcionamento do sistema se darão a partir de fóruns estabelecidos com ampla participação dos diversos setores da sociedade. Ampliação da bancarização da população e do crédito, com empregos bancários, sem terceirização, e com teto de juros definido em lei.


3. PROPRIEDADE DA TERRA - Reforma agrária e urbana amplas, acabando com os latifúndios, as grandes propriedades e as possessões de imóveis urbanos. Todas as terras e imóveis que não se enquadrarem nas limitações estabelecidas serão desapropriados sem indenização aos antigos latifundiários e grandes proprietários de imóveis. O tamanho máximo das propriedades rurais será definido em fóruns nacionais com participação dos diversos setores da sociedade. Não será mais permitido no país que poucos cidadãos detenham dezenas, centenas e milhares de imóveis rurais e urbanos para especulação e exploração de áreas que devem atender à toda a sociedade. É proibida a aquisição de terras e imóveis por estrangeiros. ou capitais estrangeiros.


4. SAÚDE E PREVIDÊNCIA PÚBLICAS - Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) com ampliação do investimento público via impostos progressivos, onerando mais quem tem renda e patrimônio maiores e desonerando a classe trabalhadora de forma progressiva; fim da mercantilização na área da saúde brasileira; Destinação de 50% dos recursos do Pré-sal para a saúde. Todo o sistema de saúde será voltado ao atendimento da população brasileira, sem discriminação de qualquer tipo, e com criação de conselhos de usuários em todos os níveis para controle social. A Previdência Pública será fortalecida, os grandes sonegadores serão autuados imediatamente, os direitos de aposentadoria da classe trabalhadora serão preservados, e serão revistas as aposentadorias de grandes valores e acumuladas, de todos, inclusive de agentes públicos, empresários, juízes e políticos.


5. FORMAÇÃO EDUCACIONAL E POLÍTICA - Fortalecimento do sistema público de educação em todos os níveis, com a garantia de 10% do PIB em recursos para a educação; fim do cartel de fornecimento por parte das empresas privadas dos materiais de educação, em todos os níveis; as grades educacionais serão garantidas em lei e com ampla participação dos setores de representação da educação e segmentos sociais; destinação de 50% dos recursos do Pré-sal para a educação; fortalecimento do Fórum Nacional de Educação; valorização dos profissionais da educação em todos os níveis; ampla participação social de todos os segmentos para democratização da educação.


6. VALORIZAÇÃO DO MUNDO DO TRABALHO - Redução da jornada de trabalho para 40 horas*; proibição da terceirização no país; instituição do Salário Mínimo calculado pelo Dieese; criação de políticas de fortalecimento da geração de mais e melhores empregos e distribuição de renda a partir do trabalho, inclusive na política das metas fiscais e econômicas dos governos; imediata aplicação das convenções da OIT no Brasil; ampla participação social em fóruns sobre definições do mundo do trabalho. Reforma sindical com fim de impostos obrigatórios e fortalecimento da democracia e participação dos trabalhadores nas decisões; fim do imposto sindical para o setor empresarial (acho que o povo nem sabe que isso existe).

*Post Scriptum: imaginem vocês que eu estava sendo conservador e pouco prático em meu programa ao defender a redução da jornada somente para 40 horas. Ouvindo aos clamores de nossos eleitores, altero a plataforma para uma jornada brasileira máxima de 30 horas de trabalho. E tenho dito!


7. SEGURANÇA PÚBLICA - Imediata desmilitarização da polícia dos Estados. Integração e reorganização dos sistemas de segurança pública, em todos os níveis, ampliando setores de investigação para solução de crimes; maior foco na segurança dos cidadãos em detrimento do patrimônio; organizar um sistema de segurança voltado aos interesses da sociedade, com respeito a todos os seus segmentos e com reorientação severa a partir dos princípios internacionais de direitos humanos.


8. REFORMA TRIBUTÁRIA - Ampla reforma tributária, mudando a lógica do sistema brasileiro de arrecadação, criado pelas elites conservadoras para cobrar impostos da parte de baixo da pirâmide social - a classe trabalhadora -, permitindo que os detentores dos grandes patrimônios e altas rendas não paguem quase nada ao fisco. O país passará a ser financiado de forma progressiva, quem ganha mais e tem mais patrimônio, vai pagar mais, desonerando o setor produtivo e a classe trabalhadora conforme a faixa salarial. Haverá taxação sobre grandes fortunas, sobre o lucro e sobre heranças. Distribuição de Renda Mínima a todo o povo brasileiro, calculada a partir da apuração do PIB anualmente, diminuindo as diferenças na distribuição das riquezas geradas por todos no país.


9. TRANSPORTE PÚBLICO - Fortalecimento de todos os tipos de transportes coletivos, em nível municipal, estadual e nacional. Transporte público gratuito nas cidades, subsidiado por um sistema de impostos progressivos da cidadania. Ampliação do transporte sob trilhos em todos os níveis - municipal, estadual e nacional. Incentivo aos transportes alternativos e não poluentes como as bicicletas. Tanto neste eixo do transporte como nos demais, será dada atenção especial em relação ao desenvolvimento sustentável, com cuidado ambiental e valorização dos espaços nas urbes com foco nos cidadãos e na coletividade.


10. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E CONTROLE SOCIAL DOS 3 PODERES - Reforma Política com fim do financiamento empresarial, com fortalecimento de partidos políticos programáticos e votação em listas partidárias; definição de políticas afirmativas para os 3 poderes para garantir a representação isonômica de todos os setores sociais do país nestes órgãos definidores da vida do povo brasileiro; instituição de conselhos nacionais e controle social rígido sobre os três poderes brasileiros - o Executivo, o Legislativo e o Judiciário; revisão completa do sistema.


SERÁ QUE CONSIGO SER ELEITO COM ESTA PLATAFORMA? (AHNN?)

E aí, nas condições atuais de propriedade dos meios midiáticos e na forma como funciona os 3 órgãos do poder e nas regras eleitorais atuais, será que eu tenho chance de ser eleito nas próximas eleições presidenciais em nosso querido país Brasil?

... já sei, vocês fizeram careta ou deram risada ou me chamaram de louco na leitura de cada proposta feita...


POIS É...

Apesar da brincadeira, gostaria que refletissem um pouco.

Com o Golpe de Estado aplicado em 2016 em nosso País, está acontecendo exatamente essa loucura que vocês sentiram ao ler minhas propostas acima. Só que de forma inversa.

A plataforma da direita vira-lata nazifascista brasileira, mesmo que escondida ou disfarçada em palavras amenas nas eleições, não foi eleita nos últimos 4 pleitos para a Presidência da República, e a intenção antes inconfessável dos grupos que organizaram o golpe era implantar o inverso de tudo que eu propus acima. 

Os poucos donos de todos os meios de comunicação, que atuam como partidos políticos (P.I.G.), com os empresários, latifundiários, rentistas, partidos de oposição derrotados nas eleições e parte dos órgãos dos 3 poderes tomados por esse grupo, cansaram de perder eleições para a maioria do povo brasileiro...

Neste momento, após a derrubada da presidenta sem crime Dilma Rousseff (PT), eleita com 54,5 milhões de votos, está sendo implantada a toque de caixa pelos golpistas uma plataforma lesa-pátria, destruidora de nossa nação e dos direitos trabalhistas e previdenciários (sociais), políticos, civis e humanos, destruindo os direitos para o hoje e para as gerações futuras.

É preciso que algo seja feito pelo povo brasileiro para impedir e reverter o que está ocorrendo em nosso querido Brasil.


William Mendes
Cidadão do país vitimado por Golpe de Estado

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Lava Jato - A banalização do mal



Judeus como ratos. Cartaz nazista 1939.

"Não há uma vox populi [voz do povo], mas voces populis [vozes do povo]. A verdadeira é aquela que determina o rumo dos fatos, o que só podemos perceber a posteriori. Nem dá para afirmar, com segurança, se todos os que riram ou se indignaram com as mentiras descaradas de Goebbels permaneceram imunes a elas. Durante o período em que fui professor em Nápoles, quantas vezes ouvi dizer de tal ou qual jornal è pagato [é pago], ou seja, mente para agradar a quem o controla. No dia seguinte, as mesmas pessoas que tinham gritado Pagato! acreditavam de pés juntos em outras mentiras publicadas no mesmo jornal. Por quê? Porque eram publicadas com letras graúdas e outras pessoas acreditavam nelas..." p.339 (Victor Klemperer, in LTI - A Linguagem do Terceiro Reich)


Quando acordei nesta quinta-feira, 22 de setembro de 2016, fui dar uma passada de olhos nas notícias antes de iniciar mais um dia de trabalho e de luta. O destaque na imprensa era a prisão do ex ministro Guido Mantega por uma tal de operação "Arquivo X" daquela coisa chamada Lava Jato.

Os poderosos e intocáveis agentes do estado policial, os homens de preto da PF, cumprindo o seu dever com estrita diligência, atendendo à 34ª operação da Lava Jato, foram até o Hospital Albert Einstein em SP e levaram preso um senhor cidadão brasileiro que acompanhava a cirurgia de sua esposa, que luta contra o câncer. (que ironia, um hospital de judeus!)

Trago nesta postagem, referências ao Nazismo, à teoria da Banalização do Mal de Hannah Arendt, aos ensinamentos de Victor Klemperer, um filólogo judeu alemão, sobrevivente do Holocausto, e que registrou em seus diários todos os fatos cotidianos na Alemanha do 3º Reich, desde 1933 até a queda de Hitler e do Nazismo em 1945.

Hannah Arendt ficou chocada, impressionada, ao assistir ao julgamento em 1961 de Adolf Eichmann, e publicou diversos artigos registrando a "Banalidade do Mal".

Segundo ela (assisti ao filme, ler postagem AQUI), o que viu ali foi a forma cotidiana com que o mal se instalou na Alemanha de Hitler, ao ver um funcionário público, um operador de trens, explicando que tudo que fazia era cumprir o seu dever estatal, ele colocava os judeus nos trens, contava, anotava, e despachava o trem. Era o seu dever de ofício. Não era problema dele para onde os trens estavam levando aquela multidão de judeus, comunistas, ciganos etc.

Os homens de preto do estado estatal golpista só estão fazendo o dever deles. Que importa levar Lula de forma coercitiva sem sequer convidá-lo a ir a PF? Que importa levar Mantega preso de dentro de um Hospital, acompanhando a esposa que luta contra um câncer, em cirurgia?


TRISTEZA POR NÃO VER NO HORIZONTE PERSPECTIVAS DE VOLTA DA DEMOCRACIA

Estou com lágrimas nos olhos por indignação e de tristeza ao ver em nosso país ser instalado um regime estatal totalitário desumano e impiedoso para exterminar os adversários ao sistema instalado de forma golpista, um estado com máquina estatal totalitária e de difícil enfrentamento no âmbito da legalidade e da paz civil, porque as instituições da "legalidade" fizeram parte do golpe. 

Tudo o que defendi ao longo de décadas de lutas em minha vida não tem mais sentido. Instalou-se a injustiça, a iniquidade contra os adversários dos golpistas.

Acreditar na democracia e no voto popular? "One man, one vote", como foi a campanha de Mandela na África do Sul? Eu mesmo, desde adolescente, fui educado para acreditar que no voto a gente mudava as coisas. Votei na legenda do PT desde o primeiro voto aos 18 anos.

A democracia acabou aqui e se instalou um estado totalitário de aniquilamento do adversário, no caso, o PT, de Lula, de Dilma, dos líderes dos movimentos sociais contrários ao golpe. Todos seremos aniquilados, é uma questão de tempo e prioridades. Todos que somos contrários ao que foi implantado. Nas fases seguintes ao aniquilamento do Partido dos Trabalhadores, virão os sindicatos, a CUT, as entidades de estudantes e dos movimentos sem terra, sem-teto. Tudo através de processos kafkianos com milhões, milhões, milhões desviados... mas divulgados e combinados com o Grande Irmão Globo e P.I.G...  

E ao mesmo tempo, como usa ser na história das sociedades, as massas bovinamente manipuladas seguirão suas vidas com pão e circo, com lamúrias, com dificuldades, com mortes miseráveis aos milhares, às vezes culpando até deus por ser assim mesmo... mas invisíveis aos sistema oficial das teletelas, transmitido através dos fazedores de manchetes e donos de TODOS os meios comunicativos.


Veja insinua fazer com Lula o que fizeram com Gaddafi?

"No psiquismo de cada pessoa culta há uma porçãozinha de alma que é povo. Em algum momento minha acuidade crítica não será capaz de me defender das mentiras - a qualquer momento serei dominado pela mentira que me bombardeia por todos os lados, quando deixarem de existir à minha volta aqueles que ainda duvidam da mentira, inicialmente poucos, cada vez menos, até desaparecerem todos..." p.340 (Victor Klemperer)


Que importa se é verdade ou mentira todas essas invenções do comandante supremo do brazil-colônia, um juiz de primeira instância? Que diferença faz se há provas ou somente "convicção" para destruir os adversários da maneira mais humilhante e degradante possível? Aliás, vivemos no regime totalitário que "cria" provas também. Pega um réu confesso, um bandido, e pede para ele acusar o adversário. Ele sai livre, com o produto do roubo e a vida segue feliz.

Quando eu li pela manhã a matéria no UOL da Folha Ditabranda, com informações do novo estado-maior brasileiro, falando que o Guido Mantega está envolvido com milhões, milhões e milhões disso e daquilo... a forma burocrática como a máquina estatal de aniquilamento dos adversários constrói a coisa é tão impressionante que, ao ler, a gente vai se perguntando se o Mantega fez aquilo mesmo! Poxa, que cara do mal, heim! Tem que morrer nas masmorras lá do Castelo de Curitiba.

Enquanto isso no brazil-colônia do Grande Irmão, os leigos e cidadãos comuns vão levando suas vidas... ontem teve rodada de futebol, deve estar o maior comentário... hoje tem momentos decisivos na novela da Globo, a novela do Velho Chico...


Alguns de nós, as lideranças dos movimentos sociais, sabemos o que está em andamento, o aniquilamento do maior partido de centro-esquerda da América-Latina, o PT, seus líderes e as entidades representativas com proximidade e afinidade. Tudo televisionado pelo P.I.G, pelos arquitetos do golpe e do fim da democracia. E é por eles que o povo fica sabendo das notícias. E a versão é deles. Mais um rato preso... RATO! Nós somos ratos, não humanos. Já fomos coisificados pela máquina do Grande Irmão.

O 3º Reich convenceu todo o povo alemão, povo simples, erudito, técnico, científico, do campo, da cidade, trabalhadores, soldados, igreja, todo mundo vivia a LTI - Linguagem do Terceiro Reich, tudo que era alemão, era superlativo, tudo que era o outro era o lixo, o que deveria ser extirpado da face da terra.

Aqui estamos com a máquina estatal, os três poderes dominados pelos golpistas, liderados pelos poucos donos do quarto poder, em processo de aniquilamento dos adversários, ou seja, o PT, suas lideranças e em seguida as entidades dos movimentos sociais e seus líderes. Não vai sobrar um. Somos todos judeus, somos todos coisificados, somos ratos, somos "petralhas", somos coisas, não somos gente. 

É por isso que prender um senhor de idade acompanhando a esposa no hospital em cirurgia contra o câncer, lutando pela vida, não é nada. Ele é petista, "petralha", somos coisa. não somos gente. O que se faz com ratos?


Já faz algum tempo que vejo o mesmo método nazista
ao tratar os adversários,
que vejo o P.I.G., os tucanos e golpistas aliados,

tratarem o PT, petistas e simpatizantes progressistas.
imagem: Rato-negro. Wikipedia, de H. Zell - Mechelet

ELEIÇÕES 2016: E AGORA, VOTAR PRA QUE?

"(...) no final, para muitos, a propaganda de Goebbels havia se tornado uma bobagem ineficaz. Mas também é certo que a propaganda, mesmo quando reconhecida como mentira e bravata, continua a surtir efeito, desde que se tenha o descaramento e a cara dura de sustentá-la de maneira imperturbável..." p.340 (Victor Klemperer)


Estamos a poucos dias das eleições para prefeitos e vereadores. Para os executivos de mais de 5 mil cidades e para os parlamentos delas.

Eu passei a minha vida defendendo eleições e politizando os trabalhadores para apostarem na democracia, votarem em partidos e candidatos que pudessem fazer a diferença para a vida deles. O PT chegou ao executivo federal e mostrou o que era possível fazer. Mudou a vida de dezenas de milhões de pessoas trabalhadoras e mais humildes, o povo da "Senzala" pensando a "Casa Grande". O mesmo se deu em estados e municípios, com a inclusão social sendo um dos carros chefes dos governantes do partido.

Mas os donos do poder se reorganizaram após a eleição de Lula em 2002 e vieram com força total para retomar o poder - se não deu pelo voto, vai pelo golpe mesmo -, como das outras vezes em que a esquerda e líderes do povo chegaram ao poder. 

O método desta vez não foram as armas logo de cara, foi através da tomada da máquina burocrática estatal, tomada apoiada e liderada pelos meios de lavagem cerebral da comunicação, até porque o século 21 é o século das ferramentas tecnológicas de comunicação de massas. Quem tem o poder dos instrumentos de comunicação, tem o poder sobre as massas.

Que diferença faz eu ir depositar meu voto nas urnas no próximo dia 2 de outubro? Eu sempre votei nos candidatos do Partido dos Trabalhadores, porque na minha concepção e análise política e intelectual não há outro partido no Brasil com melhores perspectivas de avanços efetivos para o povo brasileiro até o momento, desde os anos oitenta. Um partido de massas, com voto em porcentagens importantes, além do 1% de votos dos partidos ideológicos. Não há! E se ganhar e incomodar, eles derrubam pelo mesmo processo golpista. Milhões, milhões, milhões desviados blá blá blá...


Todo cidadão de bem, democrata, libertário, contra o ódio e intolerância,
deveria ler este livro-relato do que foi a ascensão do nazismo no cotidiano
dos cidadãos alemães desde a chegada de Hitler ao poder em 1933.
Estou vendo tudo de novo em nosso país, em nosso mundo.

A máquina estatal fascista e nazista trabalha para aniquilar, vaporizar, extinguir o PT e tudo o que ele significa para o País e para o povo brasileiro. Somos ratos. Somos judeus na Alemanha do 3º Reich.

A máquina estatal golpista pouco se importa com as "coincidências" nas datas, nos momentos das operações da Lava Jato, desde quando ela começou lá em 2009, e principalmente após as manifestações de junho de 2013. Só uns gatos pingados vão perceber a intenção, o projeto de aniquilamento do PT, dos avanços dos governos do PT para o povo da senzala.

- Fizeram uma operação semanas atrás só para prender por espetáculo um ex presidente da Previ, maior fundo de pensão da América. A Previ foi a única que saiu com atestado de honestidade e competência até em CPI, é referência de governança, mas dane-se! Fizeram o espetáculo, prenderam o cidadão, tudo transmitido pelas teletelas do Grande Irmão Globo e demais P.I.G... coincidentemente, havia eleições na Previ para uma diretoria bem naqueles dias, com muitos candidatos e disputadíssima, voto a voto, e havia um candidato com boas condições, apoio das entidades sindicais, que tinha origem e relação com o petismo (ratos?) e a operação e prisão foi pauta por vários dias nas redes sociais... a operação de prisão e soltura do ex presidente da Previ, do mesmo campo político de Lula e do PT, deve ter tido algum tipo de influência no resultado da eleição, não tem como não ter pesado isso durante o processo eleitoral. É a exposição negativa ao extremo...

- Estamos às vésperas das eleições municipais e não é que estava na hora de coincidir mais uma denúncia contra o líder maior do PT, o ex presidente Lula da Silva. O cara é um monstro, é chefe da maior quadrilha que este País já viu. Deve ter roubado todos os calangos e lagartixas que havia do sertão nordestino até São Paulo, onde ele ousou fazer política, politizar os trabalhadores, e de lá saiu para a presidência e para o reconhecimento do mundo. Não, ele é rato, é petista, é "petralha". Não é gente de bem. É coisa.

- Mais uma semana de proximidade com as eleições municipais e os homens de preto da PF, a mando do novo estado-maior de Curitiba, que aceitou contra Lula denúncia sem provas, vão a um hospital prender um senhor acompanhando a esposa que luta contra um câncer... mas normal no cotidiano "brazileiro"... ele é petista, "petralha" mesmo...

- Esses funcionários públicos concursados da máquina estatal conspurcada pelo partidarismo fizeram isso nos últimos 3 anos prendendo com espetáculo midiático José Dirceu, Genoíno, Vaccari, e outras figuras do PT em vésperas de processos eleitorais ou em dias nacionais importantes. E NÃO fizeram isso com Aécio, Cunha, Temer, e todos os outros políticos "acusados" da mesma forma e até com provas. Qualquer idiota com dois neurônios deveria perceber isso... mas há uma máquina de propaganda que Goebbels já sabia ser eficaz nos anos de 3º Reich...



E EU PERGUNTO A VOCÊS? O QUE EU IRIA FAZER NAS URNAS NO DIA 2 DE OUTUBRO?

"Não há uma vox populi [voz do povo], mas voces populis [vozes do povo]. A verdadeira é aquela que determina o rumo dos fatos, o que só podemos perceber a posteriori..." (Klemperer)


Quantos cidadãos assolados por esta máquina de propaganda estatal golpista, policial e dos meios midiáticos de alguns empresários que arquitetaram o golpe e fim da democracia vão depositar seus votos no PT? Ou na esquerda? Somos todos ratos...

Só das eleições passadas para cá, a senadora em quem votei, senhora Marta Suplicy, através da legenda do PT em SP, foi para o partido do golpe. E olha que antes de alguém sair do PT, o STF estava devolvendo o mandato para o partido. Foi só começarem a sair do PT, e os políticos que mudavam de partido começaram a ter direito ao mandato sobre o partido... (tudo decisão técnica, nada política!)

E o prefeito de Osasco, senhor Jorge Lapas, que ajudei a eleger em 2012 votando na legenda do PT e o desgraçado mudou de partido também? (vai ver, alguns de nós, ratos, tem o hábito de abandonar o navio atacado e afundando...)

E com o provável resultado contra nós do campo da esquerda nas eleições 2016, ainda vamos legitimar todos os candidatos deles, os fascistas, liberais, privatistas, defensores dos fins dos direitos humanos e políticas sociais, e merdas do tipo, como ocorreu nas eleições para o Congresso Nacional em 2014, já com essa máquina nazista de aniquilamento de nós do campo da esquerda, comunistas, fedidos, ratos, bolivarianos etc. Foi "ELEITO DEMOCRATICAMENTE" o pior quadro legislativo da história do Congresso Nacional brasileiro.

Enfim...

Como o povo vai sair dessa enrascada que o Grande Irmão Globo, os tucanos, e os empresários nos colocaram? Não temos a quem recorrer nos meios institucionais, porque os golpistas, a soldo alto, ocuparam esses espaços que deveriam zelar por nós.

Posso até ter receio de levantar minha voz contra tudo isso que está acontecendo, mas não posso me calar. É preciso registrar nossa indignação como cidadão e como ser humano, não coisificado. Não sou uma coisa, sou um ser humano e merecemos respeito.

William
Um rato? (sou de esquerda)


Post Scriptum (12/3/17):

Como tem acontecido nesses tempos de estado de exceção, o cidadão Guido Mantega sequer foi indiciado porque não havia provas para tal. Mesmo assim, nenhum dos veículos do PIG divulgou a notícia com o mesmo destaque do massacre que fizeram a ele e família.

Matéria da Revista Fórum:


Depois de circo midiático, imprensa tradicional se cala sobre absolvição de Guido Mantega


1 de fevereiro de 2017


Depois de uma condução coercitiva, em que agentes da Policia Federal tiraram o ex-ministro de um hospital, onde acompanhava sua esposa que se tratava de câncer, e de toda a extensiva cobertura da imprensa tradicional sobre sua suposta participação em atos ilegais investigados pela operação Zelotes, Mantega é absolvido por falta de indícios; desta vez, imprensa se cala


O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi excluído das acusações pela Polícia Federal no esquema da Operação Zelotes. Instaurado em 2015, Mantega virou alvo por suspeita de atuação para modificar decisões do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) a favor de uma empresa. Em maio de 2016, a imprensa mobilizou o noticiário para acusar o ex-ministro. Isento de indícios, apenas a Agência Estado publicou que Guido Mantega foi “livrado” do inquérito.

Mais de um ano transcorreu para que a delegada federal Rafaella Vieira Linhas Parca não encontrasse indícios de irregularidades contra Mantega no esquema. Tratava-se de uma das frentes de apurações envolvendo o Grupo Cimento Penha, que conseguiu reverter multas no valor de R$ 106 milhões em uma votação no Carf.

Procuradores da República e delegados da Polícia Federal iniciaram uma empreitada para acusar Mantega. A primeira das tentativas era verificar a extensão do relacionamento do ex-ministro com o empresário Victor Sandri, da Cimento Penha.

Os investigadores também pediram a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Mantega, que chegaram a ser autorizados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Zelotes. O objetivo da varredura nos dados era também verificar se o ex-ministro dos governos Dilma e Lula teve alguma influência indevida na nomeação de membros do Carf.

A medida ocorreu ainda em novembro de 2015. Seis meses depois, em maio do último ano, a PF deflagrou a sétima fase da Zelotes, com alvo principal na empresa Cimento Penha e em Guido Mantega. O ex-ministro foi obrigado a prestar depoimento, em condução coercitiva, em São Paulo, e teve a sua casa varrida em mandado de busca e apreensão.

Jornais noticiaram com amplo destaque em suas páginas e manchetes. A Folha de S. Paulo chegou a acusar o ex-ministro por suposta apuração realizada pelo diário: “A Folha apurou que as investigações apontaram indícios de movimentações financeiras incompatíveis com a renda de Mantega”, divulgou, à época.

Com o inquérito concluído, há algumas semanas, apenas o Estadão noticiou que a Polícia Federal não encontrou indícios suficientes para acusar Guido Mantega. Além dele, o ex-presidente do Carf, Otacílio Cartaxo, que também tinha sido alvo da mesma frente da Zelotes, não foi indiciado.

E em que pese haver algumas evidências de que outras pessoas provavelmente estariam envolvidas no esquema criminoso (Guido Mantega, Otacílio Cartaxo, Jorge Celso, Francisco de Sales e Valmir Sandri), esta subscritora deixou de indiciá-las por entender que não restou comprovado, por meio dos elementos objetivos colhidos, o aspecto subjetivo dos referidos investigados”, justificou a delegada Rafaella Parcas.

Por outro lado, apesar de ter publicado a informação o jornal preferiu comunicar que a PF “livrou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais”

Mas que “Victor Sandri, amigo de Mantega e proprietário do Cimento Penha, foi indiciado por lavagem de dinheiro e corrupção ativa.” O jornal também anexou o documento com a cópia do inquérito intitulando-o “O Relatório da Zelotes que Livra Mantega”

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Diário - 210916


Enfim, minha Kalanchoe vermelha floresceu... linda, não é?
Post Scriptum: quase apanhei da minha esposa por ter dito
"minha" na flor que é "nossa"... eu obedeço, não sou doido!

Noite de quarta-feira, calor de 25º em Brasília, com baixa umidade do ar.

Trabalhei até umas 21h na Cassi e vim para casa. Foi um dia de longos estudos em meu trabalho.

Estava louco para voltar a correr, mas com um pouco de receio porque faz exatamente um mês que tive uma pequena contusão muscular, provavelmente por estresse.

Coloquei um tênis, um calção e com todo cuidado corri 3,5 km num trote leve e sentindo o corpo. Corri por 23'. Espero que seja o recomeço para treinar meses seguidos e correr os 15 km da prova de São Silvestre no último dia do ano.

Manter a condição física aos 47 anos é uma tarefa facilmente realizável conforme a condição de saúde e disponibilidade de tempo da pessoa e pode ser uma tarefa complicada se você tem uma rotina de trabalho como a que eu tenho, uma não-rotina, sem horário, com muitas viagens, pouco tempo para dormir e se alimentar idealmente.


Pôr do Sol no meu mundo de Oz...
Osasco no fim de semana.

Eu estudei Educação Física por dois anos e gostei muito do curso e dos ensinamentos. Mas confesso que é bem difícil manter a forma física quando sua vida é uma constante de lutas e estresses no dia a dia. Mas até por isso, correr e praticar algum esporte é uma necessidade. Quero estar bem para render tudo o que posso nas minhas tarefas de representação dos trabalhadores.

Também estou precisando me desligar algumas horas por dia de meu trabalho e da tristeza contínua por causa da situação política em nosso País, agora um estado de exceção e sem democracia, com agenda de ataques aos nossos direitos e com cenário de volta ao passado tenebroso para o povo brasileiro, em benefício de algumas famílias e suas corporações. Preciso conseguir abstrair algumas horas para relaxar e manter a minha saúde.

Um livro pra relaxar... tenho lido um pouco; um filme ou episódio de algo para descontrair... estou tentando; relaxar em casa com esposa e filho... até tento, mas estamos vivendo vidas separadas por distâncias geográficas.


Que foda! Visão de meu mundo de Oz sendo estragada
pela especulação imobiliária. O mundo vertical toma conta.

Se eu tivesse umas horinhas a mais, eu exercitava meu cérebro com atividades deliciosas e não cotidianas como estudar línguas estrangeiras, grandes obras literárias, artes, ciências, conhecimentos gerais, olhar mais ainda a natureza etc. O tempo é que não ajuda. Onde está meu tempo para o ócio criativo?

Mas diferente do passado, hoje mantenho o desejo de estar bem para cuidar dos meus entes queridos e cumprir nossas tarefas revolucionárias. Cada dia está mais difícil, mas eu me esforço para não deixar o ódio dominar minha mente, e o dono do ódio virar o dono de mim... mas tá difícil.

E ainda, quando a agenda permite, estou participando de alguma mobilização junto ao povo que está nas lutas pela volta da democracia e na defesa de nossos direitos de classe trabalhadora. Neste mês, consegui participar de dois atos contra o golpe e pela democracia, um em Brasília e outro em São Paulo.

Seguimos firmes nas lutas! Vamos dormir.

William