Refeição Cultural
Tentei ler nesta sexta-feira mais um capítulo do livro fantástico do neurocientista Miguel Nicolelis - O verdadeiro criador de tudo -, mas não rolou. Acabei dedicando um tempo a escrever sobre a leitura dos primeiros quatro cantos da Odisseia de Homero e depois as horas do dia foram gastas com o gastar da vida atual. Ora ouvindo os absurdos da realidade brasileira, ora fazendo alguma coisa improdutiva; depois correndo 5K para ver se faço a minha parte na manutenção da vida. Mesmo assim, li algumas páginas a respeito de nosso cérebro. Nos põe a pensar a leitura e as explicações de Nicolelis, mesmo sonolento como estava naquela hora vagal.
No capítulo 9 do livro, Nicolelis começou descrevendo uma cena num lugarejo no ano de 1300. Às 6 horas da manhã, os sinos da construção do século VII começaram a badalar blem, blem, blem... com isso, todo e qualquer humano a quilômetros de distância era obrigado a acordar e seguir o ritmo ditado pela igreja, as 7 horas canônicas - 6h, 9h, meio-dia, 3h, por volta das 6 horas e lá pelas 9h da noite, hora de todos dormirem. O tempo, o relógio e o controle do tempo e da vida das pessoas.
Nicolelis descreve esse cenário e essa ação, essa cultura, como uma brainet humana. Nós nos tornamos homo sapiens assim, nossos computadores orgânicos individuais - o cérebro - se juntaram aos demais e formamos essa sociedade humana na qual nos encontramos neste instante em que escrevo. Uma sociedade que mata tudo que vê pela frente, extermina tudo. E também ama e odeia, inventa deuses, sistemas políticos, transforma tudo em vida e em morte.
O papa Francisco é homo sapiens. Einstein é homo sapiens. Hitler é homo sapiens. Natasha Kinski é homo sapiens (apesar da aparência angelical). Eu sou homo sapiens. Você que lê essa reflexão é homo sapiens. São bilhões de homo sapiens vivendo e morrendo neste exato segundo em que escrevo a postagem.
Estou ouvindo uma música enquanto escrevo... paro a postagem e vou ver o videoclipe... cara, que saudade das coisas, que vontade de viver tudo tudo tudo que a gente pode viver. Tudo! "Have You Ever Seen The Rain" (Creedance Clearwater Revival)... caralho! Me deu vontade de acampar,,, vontade de jogar sinuca de novo,,, ouvir música com amigos e tomar uma,,, andar pela estrada de noite vendo a lua bem na minha frente,,, ahhhhh!
Eu adoro montanhas, matas, cachoeiras, porra... já fiz muita coisa que meu cérebro contém até o dia em que não mais. Motos, vento.
Chega, não dá pra postar mais hoje não. Tá bom.
William