quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Leitura: O peso do pássaro morto, de Aline Bei



Refeição Cultural

A leitura do livro de Aline Bei, O peso do pássaro morto (2017), se deu de forma casual. Minha esposa viu uma postagem da Manuela d'Ávila (PCdoB), que comentou nas redes sociais que adorou o livro. Minha esposa o comprou e como acontece algumas vezes, peguei o livro e li antes dela assim que chegou em casa.

Como leitor, dou meus parabéns para a autora, uma jovem escritora brasileira. A leitura me fez pensar muito. Me fez chorar. Me fez sentir raiva do que nós homens fazemos com as mulheres no mundo. O mundo é um lugar duro e ao prevalecer os piores instintos do animal humano homem, poucas são as chances do mundo ser um lugar mais justo e solidário, acolhedor e que dê esperanças e oportunidades à continuidade da vida.

A personagem sem nome nos conta em primeira pessoa momentos marcantes em sua vida, momentos de perdas, que vão dos oito aos cinquenta e dois anos. A narrativa é sensível e ao mesmo tempo duríssima. A ficção nos atinge em cheio porque os fatos que se passam com a personagem acontecem o tempo todo na vida real, ao nosso redor, ontem, hoje, sempre. O matar passarinho na pura expressão de maldade e violência gratuita. A violência contra as mulheres. A indiferença. Os medos. A complexa relação entre pais e filhos. A morte de pessoas conhecidas. As injustiças.

Existe cura para as perdas? Ou a gente simplesmente segue a vida porque é o que se tem a fazer?

Bom livro, boa estória. Desejo sucesso para Aline Bei.

William

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

À la Benjamin Button... (10)


O cidadão de Osasco no dia 23/5/20.

Refeição Cultural

Olhar para trás...

Estamos na madrugada de um novo dia, uma segunda-feira, 28 de setembro do ano da desgraça do Covid-19.


Olhando para trás, em minhas postagens em redes sociais, vejo que sobrevivi às pandemias de Covid-19 e a pior de todas, a do mal bolsonarista. Na época, meses atrás, eu pedia aos deuses para sobreviver para ler até o fim o romance de Boccaccio: Decamerão (1353). Sobrevivi até agora. O amanhã continua incerto como o instante da morte...

Nas postagens, lamentava a morte de cerca de mil brasileiros por dia. Estávamos chegando perto do terrível número de 25 mil mortos pela Covid-19. Que horror seria tal número!

Pois é! Neste momento em que escrevo, a pandemia do novo coronavírus já contaminou 33 milhões de pessoas no mundo, sendo 4,7 milhões no Brasil. Já morreram 996.682 pessoas, sendo 141.741 brasileiras e brasileiros (informações do site Johns Hopkins University)

Li dias atrás que o Brasil tem cerca de 3% da população mundial e já morreram aqui cerca de 14% de todas as vítimas da Covid-19. A imensa maioria das vítimas é de gente pobre, preta, idosa, mora nas periferias miseráveis do país e precisaria do Estado para exercer a sua cidadania.

Devo registrar que, hoje, cerca de um terço da população apoia o mal implantado no país: o governo colocado no poder por golpe de Estado e fraudes diversas no processo eleitoral, a começar por impedirem que o candidato do campo popular e de esquerda que venceria em 1º turno participasse das eleições: o ex-presidente Lula.

É isso! Vamos olhar para trás, e retroceder no tempo. Quem sabe um dia a gente compreenda melhor porque tanta desgraça é tolerada e até comemorada pelo povo deste país miserável.

Por fim, li dois artigos muito interessantes de Roberto Moraes - "Commoditificação de dados, concentração econômica e controle político como elementos da autofagia do capitalismo de plataforma" e "Nossos dados precisam deixar de ser a commodity mais valiosa do mundo". Nós nos tornamos commodities das grandes empresas do mundo da tecnologia. Nós somos dados e eles são commodities como petróleo, grãos etc.

William

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(havia registrado os comentários abaixo na rede social onde tenho um "perfil", ou seja, onde sou commodity para ser negociado e exposto pelos donos da empresa que detém meus dados)

07/6/20

DECAMERON (67 dias, 67 novelas...)


Sem dúvidas, as estórias da 7a jornada têm sido as melhores até agora. As mulheres demonstram grandes artimanhas para derrotarem os homens nos jogos do amor. E Boccaccio escreveu o livro no século XIV.

Será que temos novos boccaccios escrevendo sobre e sob essas pandemias desgraçadas que enfrentamos no século XXI (Covid-19, bolsonarismo e necrocapitalismo)?

01/6/20

DECAMERON

A morte espreita por aí... pestes, pandemias, ódio, fascismo, preconceito, bolsonarismo, violência do Estado contra o povo...

60 dias, 60 novelas... que a Fortuna (Sorte) me permita seguir os próximos 40 dias lendo... vivendo...

30/5/20

LEMBRANÇAS (MANDATO NA CASSI)


Neste fim de semana se completam 2 anos que deixei Brasília, que saí da gestão da autogestão em saúde Cassi, onde dediquei o melhor de mim para fortalecer aquele sistema cooperativo e solidário construído pelos trabalhadores do Banco do Brasil.

Na postagem (daquele dia no Facebook), eu refletia sobre o 1° ano de trabalho (completados em 30/5/15). Avaliava se estava seguindo o caminho correto como um representante de classe.

Até o último dia de mandato em 31 de maio de 2018, procuramos nos manter nas concepções e práticas da política da esquerda democrática e humanista.

Hoje vejo um mundo muito pior em relação aos valores que defendemos. Neste momento, o mal vai vencendo e a humanidade se aproxima do estado de natureza animal, onde tudo vale pela sobrevivência individual de cada ser, onde força, adaptação e acaso pesam para a sobrevivência diária. 

Poderíamos ser diferentes como seres humanos...

28/5/20

GUERRA CIVIL? NÃO, MASSACRE MESMO!

Não será uma guerra civil o golpe no Brasil incitado pelo bando de neonazistas fascistas milicianos et caterva porque só eles estão armados contra nós, os babacas pacifistas: uns 70% do povo.

(nosso amanhã tá mais parecido para o banho de sangue promovido pelos hutus contra os tutsis em Ruanda em 1994. As pessoas eram caçadas e mortas até em casa, na bala, no facão, na marretada... e pensar que esse destino nos foi imposto pelos nossos tios primos vizinhos e colegas de trabalho... envenenados pelos meios de comunicação, jornalistas e articulistas daquela revista canalha da editora que faliu e deu calote nos funcionários e naqueles jornais e emissoras de TV de meia dúzia de famílias de barões da casa grande e seus párias)

26/5/20

A PREVISÃO É DE MUITAS MORTES NOS PRÓXIMOS DIAS, MESES E ANOS...

Meus sentimentos pelas 1039 mortes de brasileiras e brasileiros nas últimas 24h, vítimas da pandemia de Covid-19. O país se aproxima rápido do número de mortos que o genocida no poder falou que a ditadura deveria ter matado no Brasil. (a matéria que li naquele dia anunciava 24.512 mortes por Covid-19 no Brasil)

O pior são as perspectivas do amanhã. São nefastas. O bando suspeito de diversos tipos de crimes - inclusive bárbaros - suspeitos colocados no poder pelos próprios brasileiros, estão organizando uma guerra civil. Estão armando a parte da população que pensa em armas para usá-las, para ampliarem sua capacidade de violência contra nós, que não nos armamos, que somos de paz. 

A parte pacifista não vai se armar, vai ser vítima da parte armada e violenta. O banho de sangue que se aproxima com mais golpe pela frente e com a imposição do autoritarismo ditatorial de um regime fascista vai causar um banho de sangue para aqueles que não são a favor desses bárbaros que tomaram o poder e as instituições do Estado. 

Tudo caminha rapidamente para a tragédia e ocorre embaixo de nossos narizes e nada acontece para interferir na ditadura de trogloditas que avança contra o povo brasileiro. Dificilmente as coisas se darão de outra forma. Não vejo a queda do grupo armado e violento que colocaram no poder. É muito difícil lutar contra toda a estrutura do Estado colocada contra os cidadãos que não compactuam com as quadrilhas que tomaram o poder, mas que não reagem ao avanço do terror. 

Meus sentimentos às vítimas da pandemia. Muito mais pessoas vão morrer pela pandemia, e não era pra ser assim, se o governo central fosse outro a vida dos brasileiros estaria no centro das atenções. Mas o foco é armar os apoiadores do nazifascismo e a parte menor da sociedade vai dominar tudo pela violência. Muitas mortes veremos nos próximos meses e anos pelas pandemias em que nos meteram...

Ainda 25/5/20

PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

807 pessoas morreram de ontem pra hoje. São brasileiras e brasileiros de todas as idades, cores, visões de mundo. Brasil registra quase 375 mil pessoas testadas e identificadas com o vírus da morte. Estudos apontam que os números da tragédia podem ser 7 vezes maiores por causa das subnotificações. Que tragédia! Os médicos e cientistas estão estudando os efeitos da Covid-19 na saúde dos sobreviventes. Rins, fígado, coração, cérebro, veias e artérias, pulmões, sistema muscular... efeitos são severos... (NÃO, efetivamente, NÃO É uma gripezinha, como afirma o clã Bolsonaro).

Meus sentimentos sinceros aos familiares das vítimas, já que o governo fascista não se importa com as 23.473 pessoas falecidas. Ele diz que não é coveiro. Diz, "e daí?".

Tristeza! As mortes e o sofrimento das centenas de milhares de contagiados poderiam ser bem menores.

25/5/20

PÊSAMES E SENTIMENTOS AOS ENTES QUERIDOS DOS MILHARES DE MORTOS

22.666 mortos pela Covid-19 no Brasil. 345.060 pessoas no mundo até este momento em que escrevo. Me manifesto porque é o que posso fazer, pois sinto uma impotência que nunca senti em meus 51 anos de existência de luta.

No país em que nasci, colocaram um monstro genocida no poder e junto com o clã de monstros um bando de gente má e vil. O MAL foi colocado no poder pelos meus irmãos brasileiros. (não tenho como me afastar dessa realidade: meus conhecidos e conterrâneos colocaram o MAL no poder)

Lamento as mortes e as mortes que virão nas próximas horas, dias, semanas, meses. Lamento.

Estou de saco cheio de tanta impotência minha e sua, que juntos não revertemos essa tragédia. Saco cheio de falar, de escrever, de ler, de rede social. De praticamente tudo. A vida está muito ruim. Não vejo perspectivas. O mal avança sem reação à altura.

Não desisto de minha vida. Mas confesso que ela está sem sentido. Minha vida está melhor do que a da maioria de meus irmãos brasileiros, inclusive aqueles que são responsáveis diretos por essa desgraça toda. Sou um privilegiado, tenho casa comida e uma renda certa, mas sou humano e por isso estou tão triste diante de minha impotência no enfrentamento a isso tudo e seguirei vendo as mortes ocorrerem com muita tristeza porque as coisas poderiam ser diferentes.

Que podemos fazer para libertar o Brasil e o povo dessa desgraça toda causada pela imprensa golpista e pela casa grande, desgraças feitas através dos partidos que os representam e ao grande capital no país?

24/5/20

DOR E LAMENTO pela morte de mais 965 vítimas na pandemia da Covid-19. São mais de 3 mil brasileir@s mortos em 3 dias. 

Boa parte dessas mortes poderia ter sido evitada, caso o governo central estivesse apoiando a luta contra o vírus ao invés de só pensar naquilo que a reunião de 22 de abril mostrou ao mundo. 

Mas a morte e o ódio são as fixações do bolsonarismo. Aquela reunião é pior que a do filme Rei Leão, entre as hienas e Mufasa. Como um ser humano decente tem coragem de apoiar um bando desse?

Meus pêsames aos familiares das mais de 22 mil pessoas que perderam suas vidas.

Não há sabão ou álcool gel que desinfete as mãos e a história daqueles que votaram e ainda apoiam esses inumanos genocidas no poder. Não há.

23/5/20

LUTO E LAMENTOS

1001 pessoas morreram nas últimas 24h, vítimas do vírus Covid-19. O Brasil passou a ser o 2º país com maior número de pessoas acometidas pelo novo coronavírus, quase 331 mil pessoas. São 21.048 mortes de pessoas como cada um de nós mesmos. Ninguém está seguro. Pode ser eu ou você que me lê a próxima vítima fatal. Não temos um governo central que coordene o combate à pandemia. Nem que se solidarize com as vítimas, marias e joões, por morrerem pela doença. Meus sinceros sentimentos pelas mortes e minha solidariedade com familiares e amigos das vítimas.

Enquanto vivemos essa tragédia, o mundo tem acesso ao nível de banditismo presente na cúpula do poder central deste país jabuticaba... é estarrecedor! Aquilo não é uma reunião de governo... Que país e que povo miserável são esses que colocaram no poder aqueles seres inumanos e abjetos... (lamento dizer que diversas pessoas que conheço contribuíram para essa desgraça destruidora que estamos passando. Lamento com o coração dilacerado).

Haverá um amanhã melhor para nós, povo brasileiro não infectado pelo vírus do bolsonarismo, que ataca o cérebro das vítimas e transforma os seres infectados em zumbis bolsonaristas? Estou sem esperança.

22/5/20

COVID-19 NO BRASIL

Luto pelas vítimas fatais da Covid-19 

Minha solidariedade e meus sentimentos pelo falecimento de cada pessoa no mundo devido a essa pandemia e pela morte de 1.188 brasileir@s nas últimas 24h e pela morte de 20.047 pessoas em nosso país. São dias de muita dor e tristeza. Cada ser humano é único. Meus sentimentos aos familiares e amigos de cada vítima dessa pandemia.

21/5/20

DECAMERON

Decameron... e lá se vão 50 dias e 50 novelas... que a Fortuna me permita ler as próximas 50 estórias nos próximos 50 dias... (uma eternidade ao se considerar as incertezas do momento, pandemias de Covid-19, do apocalipse do bolsonarismo... etc).

Mais um dia se foi...

21/5/20

LEMBRANÇAS (MANDATO NA CASSI)

Mandato de diretor de saúde da Cassi 2014/18 e os Conselhos de Usuários 

Cumprimos o que era esperado pelo coordenador do Conselho de Usuários da Cassi SP (fala abaixo). Nos aproximamos dos conselhos como nunca fora feito. Foram 65 participações presenciais do diretor de saúde William entre 2014 e 2018.

As lideranças passaram a conhecer melhor o modelo assistencial APS/ESF e o papel das CliniCassi.

Cumprimos nosso papel na história do modelo assistencial da Cassi.


(fala do coordenador do Conselho de Usuários da Cassi SP em 21/5/14)

"Reunião do Conselho de Usuários SP, o companheiro William Mendes eleito para o cargo de Diretor de Saúde, atendendo a um convite do Conselho participou da reunião e conversou com os Conselheiros presentes sobre os seus pensamentos e futura linha de trabalho na CASSI, vários pontos foram debatidos e agora vamos aguardar seu trabalho e de sua futura equipe.

Agradecemos a presença do William Mendes e esperamos que os eleitos se aproximem cada vez mais dos Usuários da CASSI, para construirmos uma CASSI melhor e solidária para todos os Usuários."


(como o Facebook é público, acho que posso reproduzir aqui os comentários de duas lideranças dos conselhos de usuários no dia em que postei esta lembrança acima:

Adelmo Vianna: "Como Coordenador naquele momento tenho que elogiar sua postura e trabalho junto aos Conselhos e Associados. Você criou um paradigma que foi quebrado e abandonado e sem perspectivas de retorno.
Obrigado e parabéns."

Ricardo Maeda: "Assino embaixo, em a Pré-Conferência na cidade de Santa Maria (RS), distante 300 Km de Porto Alegre, o então Diretor da Cassi William Mendes, saiu de madrugada de Brasília, chegando a Porto Alegre, montamos uma logística para que chegasse a tempo de abrir a Pré-Conferência, voltou de ônibus a Porto Alegre, ficou no aeroporto até de madrugada para retornar a Brasília, às 11:00 horas me ligou dizendo que já estava na Cassi Sede. Vamos em frente!!"

19/5/20

LEMBRANÇAS (MANDATO NA CASSI)

53 conferências de saúde, milhares de Kms percorridos para RESGATAR a ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) na CASSI. 

Durante nosso mandato A SOLIDARIEDADE resistiu na CASSI. 

Fizemos a nossa parte na história dos direitos sociais na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil.


(O comentário acima foi sobre uma postagem do dia 19/5/15, transcrita abaixo)

"INSTANTES

Embarcando para Natal RN onde teremos Conferência de Saúde da Cassi RN. Na quinta estaremos em Recife PE também para a Conferência de Saúde da Cassi PE...

Seguimos na luta e no contato com as bases sociais para falar da Cassi, do modelo de saúde da Cassi e das questões envolvidas no debate sobre a sustentabilidade e os interesses de cada lado no embate - Banco e Corpo Social. Eu sigo defendendo os interesses do Corpo Social da Caixa de Assistência. E o programa que foi eleito com suas premissas e princípios.

Abraços, William Mendes"


Ainda 17/5/20

DECAMERON

46a decamerada

Dois jovens apaixonados escapam da morte na fogueira no último instante.

A Fortuna (ou Sorte) tem grande papel no destino das personagens do clássico de Boccaccio.

O próprio fato de os personagens estarem vivos em meio à pandemia da Peste é uma interferência da Fortuna. 

E nós neste mundo do século 21 com o bolsonarismo e a demência canalha nos ameaçando mais que a própria pandemia da Covid-19? A Fortuna nos abandonou?

17/5/20

COVID-19 E FUTEBOL (!?)

Cara, fico pensando na contradição humana... o futebol alemão está de volta, mesmo com a pandemia. 

Portões fechados, sem torcida, sem cumprimento de mãos e abraços dos jogadores...

É tudo muito ridículo e um contrassenso.

PENSA um escanteio ou uma falta perto da área, onde 21 caras vão se aglomerar pra disputar uma bola alçada... pensa!

Os 21 humanos vão respeitar a distância mínima recomendada pelas autoridades sanitárias? E a barreira?

Realmente... se é assim, coloca os 50 mil torcedores no estádio!

Ainda 16/5/20

DECAMERON E PANDEMIA DE COVID-19

Decameron - 45 dias, 45 novelas (que os deuses me afastem das pestes para ler mais 55 dias...)

16/5/20

LEITURA DE "ERA DOS EXTREMOS"

Instantes... (Hobsbawm)

A antiga retórica contra "comunistas"... Kennedy, Trump, e os cretinos do país jabuticaba... (estava na página 234)

15/5/20

LEITURA DE "ERA DOS EXTREMOS"

Instantes de leitura... (ao ler a página 208)

Firme até chegar no ponto que defini pra hoje do Hobsbawm. Faltam 10 páginas. E ainda tenho que ler a novela do dia do Decameron...

Leitura é um ato de resistência! E uma busca por sentidos...

Fiquem em casa! Já perdemos 14.817 vidas pelo vírus Covid-19 (oficialmente).

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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

23/9/15 - Instantes (DF)



INSTANTES... (2h)

Madrugada.
Estava na janela da sala.
O dia foi muito estressante.

Ouvindo o silêncio da madrugada candanga.
Sentindo o cheiro característico da relva seca de 
                   [Brasília.
Aqui, agora, aprendi a olhar mais o céu. Árvores. Sair 
                   [do automático.

Respiração profunda. Sinal de atenção.
Cismando, pensando nos meus, nos propósitos.

Olhando tudo do ponto de vista do agora,
posso ir dormir o sono pesado do cansaço físico.
Posso ir dormir o sono leve da consciência do ser.

Sobrinha, parabéns nesta terça.
Mãe, boa sorte nesta quarta.
Irmã, boa sorte nesta quinta.
Pai, estamos fazendo o possível.
Vocês aí. Eu aqui. Filho e esposa aqui.
Estamos fazendo o possível
por todos os entes queridos.

Madrugada.
Silêncio. Sentido. Relva seca.
Vamos dormir.
O sono leve e pesado
da consciência
do possível
do ser.

William Mendes

sábado, 19 de setembro de 2020

Sábado de histórias


Leituras de história do Brasil e do mundo.

Refeição Cultural

Hoje é dia 19 de setembro do ano da desgraça da pandemia de Covid-19. Ano sob a influência das desgraças de trumps e bolsonaros. Ano de 2020, um ano para entrar para a história do planeta Terra e da sociedade humana. O necrocapitalismo já era no início de 2020 uma desgraça para a classe trabalhadora mundial, concentrando quase toda a riqueza do mundo nas mãos de 1% de humanos. Com a pandemia do novo coronavírus, o que já era ruim ficou ainda pior para os 99% de humanos. A natureza está sendo destruída rapidamente e a vida na Terra está fadada a se tornar inviável.

Estudar história é importante por causa dessas coisas que descrevi acima. Toda essa desgraça poderia ser evitada porque ela não é natural, ela é uma opção da humanidade que, sozinha, sem catástrofes naturais, resolveu inviabilizar a vida por pura burrice e egoísmo. E assim caminhamos para o fim. O aparecimento do vírus pandêmico até pode ser natural, mas a forma como cada país e seu povo e cada governo lidou com ele é opção, é política, é visão de mundo.

Na Era dos extremos (1994), de Eric Hobsbawm, li a respeito da China. Quase nada sabia sobre o que li a respeito da história do povo chinês. A leitura de hoje me ajudou a entender um pouco o motivo de a China de hoje ter o número de vítimas que teve em relação à pandemia de Covid-19. Neste momento, o mundo contabiliza 30.666.122 pessoas contaminadas pelo vírus e 954.905 pessoas morreram. Desse número absurdo, temos 90.324 chineses contaminados e 4.737 cidadãos chineses mortos pelo vírus. Estudar história me permite compreender um pouco melhor a forma como o governo chinês lidou com a pandemia de Covid-19.

Conhecer um pouco de história e política me permite também compreender um pouco melhor porque que das 954.905 vítimas fatais 335.790 são norte-americanos e brasileiros (199.258 e 136.532, respectivamente). Esses dois países governados por dois extremistas de direita contabilizam 12.072.383 contaminados pelo vírus. Ou seja, sozinhos, os dois países governados por fascistas e suas não-medidas para combater o avanço da pandemia do novo coronavírus concentram 39,37% dos contaminados por covid-19 no mundo. Vale lembrar que só a China concentra 1,4 bilhão de pessoas, enquanto Estados Unidos e Brasil têm juntos 541 milhões (329,6 e 211,7 milhões, respectivamente). Repito, na China morreram 4.737 cidadãos e nos Estados Unidos morreram 199.258. No Brasil morreram 136.532. Isso é política, não é coisa da natureza. Não é natural.

É isso. Como escrevo praticamente para mim mesmo, como registro de um tempo, de uma vida, a minha própria, por exemplo, não vou me alongar não. A leitura de Hobsbawm me trouxe muito conhecimento até agora sobre o povo chinês, ao ler o capítulo 16 - "Fim do socialismo". 

Aliás, neste capítulo, o historiador nos conta sobre um correspondente do Times de Londres (Wu Han) que surpreendeu estudiosos com sua opinião: "na década de 1950, ao afirmar, chocando os que o ouviram na época, como este autor, que não restaria comunismo algum no século XXI a não ser na China, onde sobreviveria como a ideologia nacional" (HOBSBAWM, 2006, p. 451).

Sobre história do Brasil, li matérias interessantes também, mas não carece de mencionar aqui.

Ao olhar para trás na rede social onde tenho um perfil, escrevi nos meses passados comentários sobre história e sobre a pandemia de Covid-19 (logo abaixo).

William

Bibliografia:

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos - O breve século XX, 1914-1991. Companhia das Letras, São Paulo, 2006.

Informações sobre Covid-19: Johns Hopkins University.

Informações sobre países e populações na Wikipedia: aqui.

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12/6/20

POR QUE LER HISTÓRIA?

Porque temos que lembrar que o nazismo e o fascismo de Hitler e Mussolini existiram e fizeram o que fizeram por causa do cotidiano de ódio na Alemanha e na Itália que permitiu a eles se beneficiarem daquele "clima", daquela barbárie que passou a ser o "normal" como disse Eichmann ao mundo em depoimentos em seu julgamento em Israel. 

Ontem, ao ver bolsonaristas desrespeitando um ato pacífico nas areias do Rio de Janeiro, retirando as cruzes em homenagem aos mortos pela Covid-19 eu dei um meio grito em casa de raiva, de indignação. Em mais de 20 anos de movimento social eu nunca tinha visto adversários passarem dos limites assim, de desrespeito aos outros. Quem estimula isso é o líder fascista deles. À noite, soube que esse desgraçado inflamou seu bando de seguidores fascistas a invadir hospitais... Francamente! 

E relembro aqui, como deve acontecer aos que respeitam a história, que o fascista inumano e o ódio e o bolsonarismo são frutos e consequências do processo de ódio criado no Brasil para interromper os mandatos populares (democráticos) e mais voltados ao povo brasileiro que democraticamente vinha elegendo o Partido dos Trabalhadores para governar o país. As emissoras e jornais e revistas dos barões e suas ferramentas criminosas de fake news e interferência na política incentivando o processo de destruição de mandatos e governos via lawfare (tipo Lava Jato) são as responsáveis por esse mal que enfrentamos e que pode não ter mais volta antes de uma guerra ou destruição do que era o antigo país chamado Brasil. A extração do ódio que existe nas pessoas foi um projeto da elite tacanha e desgraçada deste país. A consequência está aí, um novo regime de ódio nazifascista em pleno século 21.

(postei o comentário acima após ver um vídeo do youtuber Henry Bugalho. O vídeo, com o título de "O vídeo mais difícil que já fiz" (12/6/20) é muito tocante para qualquer pessoa que ainda tenha traços humanos e não inumanos como estão se tornando os zumbis do novo fascismo)

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7/6/20

ERA DOS EXTREMOS

Ler a Era dos extremos é uma viagem ao passado pra um cinquentenário que estudou nos últimos 35 anos... (o ser humano não aprendeu nada com a história).

A leitura é triste. No meu caso, me deixa deprê...

Se um dia acabar esse livro, vou beber algo pra comemorar a missão, uma garrafa de vinho, cachaça, sei lá...

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5/6/20

COVID-19

1.473 pessoas mortas em 24h... quanto sofrimento! E pensar que se o governante fosse outro, se os brasileiros não fossem o povo mais ignorante do planeta Terra, as coisas seriam completamente diferentes. Povo e país miseráveis! (e neste país único, a curva de contágio e morte está em ascensão e os miseráveis no poder vão flexibilizar a quarentena para matarem os miseráveis miseráveis)

Mesmo sendo as vítimas dessa miséria toda as responsáveis por essa miséria toda, eu me compadeço com elas e conosco. Meus sinceros sentimentos pelas mortes ocorridas e pelas que virão nos próximos minutos horas dias semanas meses... anos (o que vocês fizeram ao votarem e colocarem no poder essas centenas de canalhas não se desfaz em um ou dois anos. Vocês estragaram tudo!)

4/6/20

COVID-19

Instantes... meus sentimentos sinceros pela morte de mais 1.349 brasileir@s vitimados pela pandemia de Covid-19. Essa tragédia era evitável, não fosse a pandemia de ódio bolsonarista no seio do povo brasileiro. Isso também era evitável, não fosse o Partido da Imprensa Golpista (PIG) ter estragado o povo brasileiro, feito ele um povo vil, como disse Pulitzer sobre o risco de uma imprensa canalha e vil.

Seguimos na resistência do sobreviver, pois tem horas que é o que podemos fazer.

29/5/20

COVID-19

País jabuticaba e a pandemia de Covid-19

Mortes e contaminação em crescimento, hospitais lotados, muita morte a caminho, e o almofadinha de SP vai flexibilizar a partir de agora... tudo respeitando a "ciência"... deve ser a merda da ciência olavista-bolsonarista... (você venceu, presidente!).

Vamos ter que ver cansativamente mortes mortes mortes...

Isso porque testamos menos pessoas que o Iraque e Ruanda, segundo o jornal local de agora.

Povo e país miseráveis!

27/5/20

COVID-19

MAIS 1.086 vítimas fatais do vírus Covid-19. A tragédia está só começando. Cada brasileiro vai sofrer com alguma morte por causa da expansão do vírus. A expansão e as mortes de pessoas de nossa relação é porque o povo brasileiro colocou o MAL no poder. Todo ato e toda decisão na vida têm consequência. Vai morrer muita muita gente. E pior: vem algum tipo de guerra civil por aí. Nós pacifistas estamos desarmados. Os que estão do lado do MAL estão armados até os dentes e estão CUSPINDO ÓDIO.

Povo e país miseráveis!

MEUS PÊSAMES aos familiares das mais de 25 mil vítimas da pandemia do vírus. 

MEUS PÊSAMES aos familiares do jovem David Nascimento dos Santos, 23 anos, que saiu pra receber a entrega de comida aqui na região do Jaguaré SP, foi levado pela polícia e morto. Era preto. MEUS PÊSAMES aos familiares do jovem João Pedro, 14 anos, morto no Rio de Janeiro, em evento que também envolveu a polícia. Era preto.

Estamos morrendo, não de morte morrida. De morte matada, de uma vez ou de forma lenta. A morte está nos comendo por dentro ao ver tudo isso que fizeram com a nossa vida, com o nosso mundo. Pode ser morte por vírus. Pode ser por bala. Pode ser por ódio gratuito de algum zumbi desses que andam babando por aí e que agora estão ou ainda estarão armados, incentivados por aqueles que foram colocados nos poderes do Estado.

Morremos, é verdade. Mas temos que dizer isso, nem que seja pra uma ou duas pessoas que nos leem. Morremos.

Não há nada, NADA na história que vá apagar, limpar, desinfetar as mãos cheias de morte de cada pessoa que votou ou que se omitiu de evitar que O MAL chegasse ao poder. O MAL não vai querer sair de lá.

Nossos conhecidos que fizeram isso em outubro de 2018 destruíram nosso mundo e nossa vida. Alguns dos que já sentem na pele os ataques do MAL, também foram responsáveis por tudo isso, como os grandes veículos de comunicação, os jornalistas deles, e os isentões, zilhões de "isentões" são responsáveis por tirar o partido que fez o povo brasileiro viver a melhor fase de sua história.

Chega por hoje. A verdade é que morremos, estamos morrendo...

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Nos meses anteriores, podíamos ver que a desgraça iria longe no Brasil, estando nós sob golpe de Estado e estado de exceção...


quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Revoluções ainda são possíveis?





Refeição Cultural

Se revoluções ainda são possíveis, eu não sei. Mas sei que elas são necessárias.

Eric Hobsbawm escreveu o clássico Era dos extremos - O breve século XX, 1914-1991 em 1994. A edição que tenho foi impressa pela Companhia das Letras em 2006. Os primeiros registros de minhas leituras no livro foram feitos em março de 2009. O historiador faleceu em 2012. Eu nunca li o livro até o fim. Sempre fiquei nas releituras da primeira parte "A era da catástrofe". Estamos em 2020 e o mundo está o caos.

Terminei a leitura do capítulo "Terceiro mundo e revolução", já na terceira parte do livro. A descrição dos fatos ocorridos no mundo da segunda metade do século XX por Hobsbawm é incrível. A parte que ele descreve dos anos 70 e 80 já aparece na minha memória de infância. E as palavras dele ao se referir ao final do século e o que poderia vir no seguinte são impressionantes. Não viria nada de bom para nós...

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"Revoluções continuarão ocorrendo? As quatro grandes ondas do século XX, de 1917-20, 1944-62, 1974-8 e 1989- , poderão ser seguidas de outras rodadas de colapso e derrubada? Ninguém que olhe em retrospecto um século em que não mais que um punhado de Estados hoje existentes passou a existir, ou sobreviveu, sem passar por revolução, contra-revolução armada, golpes militares ou conflito civil armado apostaria seu dinheiro no triunfo universal da mudança pacífica e constitucional, como previsto em 1989 por alguns eufóricos crentes na democracia liberal. O mundo que entra no terceiro milênio não é um mundo de Estados ou sociedades estáveis." (HOBSBAWM, 2006, p. 446)
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O historiador marxista não era vidente ou astrólogo, era simplesmente uma pessoa inteligente, preparada e acostumada a fazer leituras da história, era alguém que sabia de causas e consequências de atos e fatos políticos e sociais. 

Os 25 anos que separam a publicação da Era dos extremos e o momento atual estão vivos em minha memória de cidadão militante social. Vivi o boom de governos democráticos populares na América Latina do final do século passado em diante, vi governos que tiveram um olhar para as classes populares em quase toda a América do Sul e vi todos serem derrubados por golpes de Estado com o apoio dos Estados Unidos e suas agências. 

Os processos de desestabilização dos governos não alinhados ao império foram fundamentais para os golpes por lawfare ou revoltas populares manipuladas por meios de comunicação de massa. Sites e jornalistas hoje perseguidos implacavelmente denunciaram ao mundo os métodos de espionar, desestabilizar e derrubar governos não alinhados ao Norte.

Vi entrar em ação uma nova forma de derrubar governos populares, uma forma com menos sangue espirrando em paredes brancas. Lawfare e manipulação maciça de populações através de ferramentas de redes sociais são as novas balas de fuzis e canhões. Uns bostas engravatados com diplomas de direito e colocados nos locais adequados substituem os aviões bombardeiros que matam presidentes como no caso chileno do Palácio de La Moneda (11 de setembro de 1973).

Enfim, em tempos de governos bárbaros, de canalhas e bandidos no poder, termino com as palavras de Hobsbawm sobre o que poderia vir no início do século XXI. Até parece profecia, mas não é.

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"O mundo do terceiro milênio portanto quase certamente continuará a ser de política violenta e mudanças políticas violentas. A única coisa incerta nelas é aonde irão levar." (HOBSBAWM, 2006, p. 446)
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Os novos golpes de Estado através de lawfare podem até não estar espirrando sangue nas paredes, mas estão derramando muito sangue das classes populares, como sempre foi. Mas o derramamento de sangue popular através do assalto ao Estado e aos direitos dos cidadãos é invisibilizado pelos meios de comunicação dos golpistas, a classe dominante que detém todos os meios.

Como disse no início, as revoluções seguem mais necessárias que nunca!

William


Bibliografia:

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos - O breve século XX, 1914-1991. Companhia das Letras, São Paulo, 2006.

À la Benjamin Button... (9)



Refeição Cultural

Olhar para trás...


O país está o caos. As instituições não funcionam mais. Estão por sua conta e risco os cidadãos que precisariam dos órgãos estatais para resolver qualquer questão cotidiana da vida cidadã. É o preço que estamos pagando pelo golpe de Estado iniciado por aquele desgraçado tucano que perdeu a eleição presidencial em 2014.


Só uma revolução traria alguma perspectiva de mudança, que poderia ser para pior ainda ou para uma guinada na situação atual, em que o país foi tomado pelo mal literalmente. As instituições estatais de todos os poderes foram tomadas por quadrilhas de milicianos, aproveitadores, estelionatários, sofistas que fazem lavagem cerebral em milhões de pessoas através de religiões fajutas.

Só uma guerra para alterar a situação. Só uma revolta dessa massa miserável e ignorante que assiste à destruição de seus próprios direitos básicos de sobrevivência sem reação alguma. 

Enquanto isso, a pandemia de Covid-19 caiu dos céus diretamente no colo da elite tacanha e exploradora (o 1%) e foi a melhor ferramenta de destruição em massa da classe trabalhadora. Os capitalistas já faziam o que bem queriam com esse povo brasileiro que lambia as botas de seus algozes da casa grande. Depois da pandemia, a situação só piorou.

Chega de escrever hoje. Abaixo, ao olhar para trás, comentei algumas coisas na rede social semanas atrás sobre pandemia, política, literatura. Já era chocante lidar com 51 mil mortes por Covid-19 em 21/6/20 e agora temos 133 mil mortos no Brasil. E o povo está em festa nas praias e parques das cidades. O governo fascista ri de tudo. É só alegria.

Aumentou a aprovação do lixo que está no governo por fraudes e pela destruição do país. Amazônia e Pantanal estão virando deserto. Fim da educação e saúde pública. Fim das empresas públicas. Propostas de congelamento das aposentadorias dos miseráveis aposentados. Bilionários que patrocinaram o golpe estão 177 bilhões de reais mais ricos durante a pandemia.

Chega, né! Só uma revolução alteraria a situação. E a esquerda segue toda dividida pensando em eleições municipais. Vão pra pqp! Os segundos turnos onde a esquerda está dividida serão entre direita x direita, direita x extrema direita... É muito egoísmo, burrice e pensamento suicida da esquerda.

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07/7/20:

LITERATURA: 97 dias, 97 novelas... vamos chegando ao fim do Decameron... a Peste do novo coronavírus avança sem parar, são quase 67 mil mortes nesta terra miserável em que habito... quis a Fortuna que eu chegasse até aqui.


23/6/20:

PANDEMIA - Lamento com tristeza a morte de 52.645 pessoas no Brasil por Covid-19 (gente, não é uma gripezinha!). Lamento a situação em que nos colocaram os meios de comunicação empresariais e da elite e a própria elite tacanha deste país, destruindo a cultura do povo brasileiro e transformando mais de 1/3 do povo em gente que só existe em função do ódio e destruição. Me solidarizo com as vítimas da pandemia, da violência e do ódio, bem como me solidarizo com a situação de miséria de dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras. Nós temos que superar essa tragédia, esse fascismo que está aí! É começar por nós mesmos, agindo por amor, com esperança e não sendo complacente com o mal.


A mudança é possível, porque somos humanos!


23/6/20:


PANDEMIA - 51.271 pessoas mortas pelo vírus Covid-19. Cada vida perdida importa. O pai de nosso companheiro de lutas aqui de Osasco; a mãe de nossa amiga gestora de saúde em Brasília; nosso companheiro bancário do Rio de Janeiro; cada vida perdida importa... boa parte das perdas poderia ser evitada, se o país não tivesse mergulhado na tragédia bolsonarista.

Meus sinceros sentimentos pelas perdas das pessoas queridas. Nós temos que nos unir por uma vida melhor para todos neste país chamado Brasil.

#ForaBolsonaro
#QueroMeuPaísDeVolta


20/6/20:


DECAMERON: volta ao mundo da Idade Média italiana em 80 novelas...

E pensar que o PIG e os tucanos nos enfiaram nas trevas do bolsonarismo e em uma Idade Média ou pior ainda, dos primitivos bárbaros antes dos sapiens. (somos todos uns bárbaros)


19/6/20:

DECAMERON - 79 dias, 79 novelas... 600 páginas.

Um homem que se acha esperto tenta enganar e é enganado, parando literalmente na merda...

Nossa, parece o povo no país jabuticaba...

Agora faltam 21...


17/6/20:

NOVO REGIME

35% de ótimo + bom... com tudo que vemos todo dia! As pessoas foram hipnotizadas, lobotomizadas... e ou 35% das pessoas nesta terra miserável são canalhas, cínicas e inumanas.

Deu certo o processo iniciado pelos meios de comunicação (PIG) durante os governos do PT de intensificar o processo histórico de coisificação dos seres humanos pobres, pretos e das classes populares (só é ser humano e vale o branco com sobrenome estrangeiro e "ricos").

E tem gente que acha que o novo regime não está avançando...

E as chamadas forças "progressistas" ou "democráticas" inventam codinomes e nominatas tipo "somos 70%"... isso é um processo de tapar o sol com a peneira.

Esses 70% estão divididos em 70 grupinhos de 1%, no máximo 35 grupinhos de 2%... teremos uma longa noite nessa terra que era conhecida como Brasil...

E mesmo assim, apelo para que vocês que me leem sobrevivam, não caiam na depressão, não se embebedem, não desistam ao menos de viver; mesmo sem esperança alguma, há sempre a possibilidade do imponderável e a mudança repentina...

Tudo na vida, no planeta, no universo é MUDANÇA, INCERTEZA, NÃO PERMANÊNCIA.

Então, levantem a cabeça, queridos lutadores e opositores ao novo regime e sobrevivam.

Quem sabe amanhã, um dia, até unidade seja possível entre esses grupinhos de 1% ou 2% contrários ao regime.


16/6/20:

LITERATURA - A Fortuna já me permitiu 75 dias de leitura do Decameron. Permita-me ela mais 25 dias e terminarei mais um clássico da literatura mundial...


12/6/20:

CARMINA BURANA... (poucas músicas batem tão forte num momento como esse que vivemos)

Certa vez, ainda jovem, vivendo um processo de humanização, tive a oportunidade de estar no Teatro Municipal de São Paulo e apreciar a apresentação de Carmina Burana. Foi um dos momentos mais emocionantes de minha vida musical. Me lembro como hoje, que fiquei arrepiado e com lágrimas nos olhos os 65 minutos da apresentação... as lágrimas nos olhos e os arrepios se repetem sempre, como agora.

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Esses foram instantes dos últimos meses deste ano coronavirótico e bolsonaristrágico.

William


terça-feira, 15 de setembro de 2020

À la Benjamin Button... (8)


Neste dia, eu chegava ao conto 98...


Refeição Cultural

Olhar para trás...

Essa postagem se dá na madrugada de terça-feira, 15 de setembro do ano em que a pandemia de Covid-19 alterou o dia a dia da humanidade. Além da pandemia, temos mais desgraças acontecendo no Brasil e no mundo. Os seres humanos aceleram a destruição da natureza e da vida no planeta. Queimadas assolam biomas importantes como Amazônia e Pantanal. Califórnia está em chamas na terra dos imperialistas.


Olhando para trás em minha conta da rede social que passou a dominar a mente das pessoas no mundo, havia postado os comentários abaixo:

08/7/20:

98 NOVELAS DO DECAMERON, DE BOCCACCIO...


Ufa! Hoje li uma das maiores novelas do livro. O tema tratado foi a amizade. E que tema! Tanto no passado quanto no presente! Que sacrifício você estaria disposto a fazer por um amigo?

Faz 98 dias que decidi ler o Decameron... faltam 2 dias pra terminar a missão! Já começo a me emocionar...


28/6/20:

PANDEMIAS


1109 mortes no dia. 57 mil mortes. O domingo será de mais mortes causadas pelo vírus Covid-19. Dezenas de milhares de pessoas são infectadas diariamente. Parte delas vai agravar e parte das agravadas vai morrer. As sequelas da Covid-19 são terríveis em algumas vítimas.
O recorde de infectados e mortos é porque não temos um governo preocupado com a vida das pessoas, as pobres principalmente. 

Bolsonaro tem 30% de apoio do povo deste país...

Que vou dizer?


27/6/20:

LAWFARE - UMA ARMA DE GUERRA

Comentário (post scriptum após assistir a um debate online do Grupo Prerrogativas: Lawfare e o sistema de justiça do Brasil)

Vale a pena que a militância de esquerda e progressista, que defende a justiça e a democracia, ouçam esse debate e compreendam o poder destruidor dessa arma de guerra dos poderosos contra os líderes populares através de máquinas do Estado e também de máquinas burocráticas das empresas estatais de administração pública direta e indireta contra as pessoas que se colocam contra os abusos cometidos em prejuízo da classe trabalhadora. (eu vivi processo parecido em meu mandato de gestor de saúde)


26/6/20:

PANDEMIA

700.000 casos a mais de Covid-19 em 25 dias, chegando a 55 mil mortes, e o Brasil pondo o povo na rua pra morrer... é ou não é um país jabuticaba? Onde no mundo dá um fruto desse?

Mesmo assim, me solidarizo com as vítimas e com o povo que está sofrendo.

Isso não precisa ser assim, é só querermos mudar. Afinal, somos humanos e para o ser humano nada é impossível!


25/6/20:

PRIVATIZAÇÕES ACONTECEM PELA IGNORÂNCIA DO POVO

Lamento mais uma perda de direito do povo brasileiro com a entrega da água à privatização. Quem depende da coisa pública, do Estado, é o povo, os 99%, não o 1%. A ignorância do povo é um fim em si mesmo por parte dos capitalistas. Só um ser ignorante vota naquele que vai defender seu inimigo na luta de classes.

Nosso país jabuticaba é assim. Pobres votam em ricos, pretos em racistas, mulheres em machistas e sexistas, funcionários públicos em privatistas, crentes em defensores do mal, da morte, da violência e do ódio. Ignorância de ignorantes!

Obrigado PT! O Partido dos Trabalhadores votou contra a entrega de nosso patrimônio público e um direito do povo: a água.


24/6/20:

PANDEMIA avança no Brasil. Governantes de/da direita brasileira são indiferentes aos mortos e infectados. Indiferentes! Os capitalistas sabem que os mortos são pobres, pretos e sem renda. Tudo seria melhor para o povo sofredor se nossos governos fossem de/da Esquerda como foi nos tempos de Lula e Dilma do PT.

Isso É FATO!

Minha solidariedade e meus pêsames a tod@s que estão sofrendo por estarmos nessa condição miserável de governos de/para os ricos e contra nós, o povo.

- Unidade popular para mudar isso!

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Registros quase inúteis. Na rede social onde postei eles, os algoritmos não permitem que ninguém veja os registros. Nossos perfis só servem para que manipulem nossas informações e dados, inclusive os dos nossos contatos.

William

domingo, 13 de setembro de 2020

À la Benjamin Button... (7)


Era dos Extremos, Hobsbawm.

Refeição Cultural

Olhar para trás...


Domingo, 13 de setembro. O mal avança no país, avança das mais diversas formas. Amazônia e Pantanal queimam, acabam. Pandemia de Covid-19 contamina e mata brasileiros com incentivo do novo regime nazifascista - já são 4,3 milhões de infectados e 131.210 mortos. Entramos na fase das censuras e bloqueios formais, por parte do Estado, aos oponentes do regime. Popularidade do líder fascista aumenta e bolsonarismo vai longe.


Apesar disso, vamos olhar para trás, mesmo sabendo que o tempo não volta mais e caminhamos para o fim e não para o começo. Mas como tudo começou? Onde foi que erramos e permitimos este estado de coisas?


Postei na rede social em julho de 2020:

14/7/20:

"INSTANTES COM A HISTÓRIA

Reforço a importância da história e do conhecimento para a formação de cidadãos conscientes: hoje dediquei algum tempo do dia à história. Fiz um breve artigo para lembrar da importância das lutas sindicais na defesa dos direitos dos trabalhadores, como é o caso dos bancários da comunidade do Banco do Brasil. 

Finalizei a leitura de mais um capítulo do livro de Hobsbawm, A era dos extremos (1994). Foi um capítulo que retratou os anos de crise após o período de maiores conquistas para a classe trabalhadora mundial, período que durou cerca de 3 décadas após o fim da 2ª GM - o egoísmo foi um dos fatores do período de cisões e secessões ocorridas em diversos países e comunidades após os anos 70 (a gente não aprende mesmo!). 

Li também sobre história do Brasil, leitura feita através de uma revista editada pela Biblioteca Nacional; eu adquiri a coleção que tenho entre 2003 e 2006, comprei as primeiras 36 revistas. Ler história é sempre algo proveitoso. A gente pelo menos fica mais consciente e menos ignorante. Chega por hoje.

PS: hoje faltei pela 1ª vez em minha aula (virtual) de língua japonesa, matéria que faço na USP. Não entrei na aula online por vergonha de não ter conseguido fazer todas as tarefas e sentir que estou atrasado com a disciplina. Nos últimos dias tenho estado com a cabeça voltada para as questões da política (como sempre). Durante toda a minha vida sindical, carreguei um certo sentimento de culpa em relação à faculdade de Letras porque a prioridade era sempre o compromisso com a militância sindical... por isso fiquei tanto tempo deixando matérias no meio do caminho na graduação, principalmente as matérias de 2º semestre, período das campanhas dos bancários. Nossa cabeça e nossa atenção não mudam em relação a isso. Mesmo retirado, somos pessoas preocupadas com as coisas do mundo do trabalho e do povo trabalhador, somos militantes de esquerda... (vida que segue)"


07/7/20:

"COVID-19 E O SUJEITO QUE OCUPA A CADEIRA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Soube que o sujeito inumano que colocaram por fraude na presidência do nosso país está com o coronavírus.

Expresso meu desejo de pronta recuperação desse senhor e que não fique nenhuma sequela em sua saúde. É o que desejo a todas as pessoas vítimas desta doença terrível e pandêmica.

Registro aqui que desejo com toda a minha energia que esse senhor esteja bem vivo e que um dia ele possa responder por todos os crimes que comete diariamente contra o povo brasileiro e a humanidade. 

#ForaBolsonaro


05/7/20:

O CAPITALISMO É INCOMPATÍVEL COM A VIDA


"Os seres humanos não foram projetados para um sistema capitalista de produção..."

Escrevi isso ao lado da página em que Hobwbawm disse:

"(...) De qualquer modo, o custo do trabalho humano não pode, por nenhum período de tempo, ser reduzido abaixo do custo necessário para manter seres humanos vivos num nível mínimo aceitável como tal em sua sociedade, ou na verdade em qualquer nível. Os seres humanos não foram eficientemente projetados para um sistema capitalista de produção. Quanto mais alta a tecnologia, mais caro o componente humano de produção comparado com o mecânico." (HOBSBAWM, 2006, p. 404)


03/7/20:

"Era dos extremos (1994), Hobsbawm, cita o Brasil como um dos países mais desiguais do mundo. A melhora só ocorreu durante os governos do PT, o Índice de Gini avançou de 58,6 para 52,9 (entre 2002 e 2013, segundo matéria que havia lido. Quanto menor, melhor, como me alertou o mestre Carlindo R. de Oliveira, em seu comentário)... por isso o GOLPE de 2016... e o bolsonarismo..."

William


Bibliografia:

HOBWBAWM, Eric. Era dos extremos - O breve século XX, 1914-1991. Companhia das Letras, São Paulo, 2006.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Leitura: Eichmann em Jerusalém - Hannah Arendt



"Resta, porém, um problema fundamental, que está implicitamente presente em todos esses julgamentos pós-guerra e que tem de ser mencionado aqui porque toca uma das grandes questões morais de todos os tempos, especificamente a natureza e a função do juízo humano. O que exigimos nesses julgamentos, em que os réus cometeram crimes 'legais' é que os seres humanos sejam capazes de diferenciar o certo do errado mesmo quando tudo o que têm para guiá-los seja apenas seu próprio juízo, que, além do mais, pode estar inteiramente em conflito com o que eles devem considerar como opinião unânime de todos a sua volta (...) Desde que a totalidade da sociedade respeitável sucumbiu a Hitler de uma forma ou de outra, as máximas morais que determinam o comportamento social e os mandamentos religiosos - 'Não matarás!' - que guiam a consciência virtualmente desapareceram. Os poucos ainda capazes de distinguir certo e errado guiavam-se apenas por seus próprios juízos, e com toda liberdade; não havia regras às quais se conformar, às quais se pudessem conformar os casos particulares com que se defrontavam. Tinham de decidir sobre cada caso quando ele surgia, porque não existiam regras para o inaudito." (ARENDT, 2019, p. 318) 


Refeição Cultural

Terminei a leitura do livro Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal (1963), de Hannah Arendt, livro que ela diz ser uma reportagem sobre o julgamento de Adolf Eichmann. Comecei a lê-lo em 18 de julho deste ano e a leitura se deu num dos momentos mais tristes da história do Brasil, um país dominado hoje pela banalidade do mal, expressão que faz parte do subtítulo do livro de Arendt.

Ao longo das trezentas páginas de relatos e reflexões de Arendt pensei muito em nosso cotidiano em meio ao regime nazifascista e totalitário que se apossou do país após o golpe de Estado de 2016. Neste momento, segundo semestre de 2020, percebo que as coisas vão piorar muito para o povo e para a parte da população que não compartilha dos ideais de maldade e corrupção do regime em vigor.

Estamos sós e sob ameaças diversas de arbitrariedades, já que não há mais instituições às quais recorrer em busca de justiça e de apoio para as coisas básicas da vida em sociedade, porque as principais instituições do Estado estão corrompidas e fizeram parte do golpe contra o povo e as melhorias que se desenvolviam após séculos de falta de oportunidades para os descendentes de escravos, a imensa maioria do povo mestiço brasileiro.

Mandam no país os poderes executivos, poderes judiciários e repressivos, poderes legislativos, imprensa comercial hegemônica concentrada nas mãos de poucas oligarquias e poderes de igrejas, esses poderes todos interligados e compostos por cerca de 1% a 5% do povo, enfim, pouquíssima gente que se apossou do Brasil no pós-golpe de 2016, talvez de forma mais concentrada que antes, se olharmos os quinhentos anos para trás. Estamos nas mãos deles. Se isso não for totalitarismo e se isso não for o mal banal e real para nós 95%, eu não sei mais nada deste mundo.

E este cenário catastrófico para o povo e para o Brasil já se dava desde o golpe, sob Temer, sob Lava Jato e sob Bolsonaro. A destruição se deu independente da pandemia de coronavírus, que veio para terminar com as parcas mobilizações que ainda ocorriam por parte do povo, em espasmos de revoltas quando o necrocapitalismo tinha algum evento mais visual como um cidadão negro assassinado à la George Floyd ou uma criança vitimada por alguma coisa. 

O fato concreto é que o 1% vive a paz dos cemitérios. E o sistema do mal vai agregando a massa servidora à normalidade bolsonarista, neoliberal e necrocapitalista. Quem não for aderente, que se cale, se mude ou desapareça.

É isso!

William


Bibliografia:

ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal. Companhia das Letras, São Paulo, 2019.


Decepção com os seres humanos e a sociedade




Não desisti da vida. Não sou ou serei suicida. Nem me deixaria matar. Ao mesmo tempo, acho que a vida tem que valer a pena. Sendo assim, temos que buscar a cada amanhecer as razões para a vida valer a pena.

Estou sem palavras. Já sentei em frente ao editor de textos algumas vezes e tive dificuldades para escrever o que estou sentindo em relação aos seres humanos e à sociedade humana.

Estou de saco cheio de hipocrisia, de saco cheio da passividade da classe trabalhadora e dos pobres perante os abusos e injustiças cometidos contra a imensa maioria da população do mundo.

Estou de saco cheio da manipulação dos seres humanos por parte de charlatães usando sua oratória para falar de deuses. Que miséria humana! Milhões de anos de sobrevivência entre as espécies para terminarmos como vacas em pasto.

E por falar em pasto, conseguiram estupidificar o povo brasileiro de uma forma tão exitosa que vão transformar toda a extensão de terra do Brasil, incluindo Amazônia, Pantanal e demais biomas em um imenso pasto e terras de grãos para alimentar o mundo desenvolvido. Povo miserável!

A tecnologia que inventamos acabou com séculos de organização social e com as democracias, democracias de faz de conta, mas que aprendemos a valorizar, mesmo sabendo que eram democracias controladas pelos donos do poder.

Não há mais democracia depois da criação das redes sociais e dos sistemas de algoritmos que transformaram a sociedade humana num jogo de cartas marcadas e de roletas viciadas num cassino. Antes do início do jogo, já sabemos que a banca vai ganhar.

Os mais fortes vencem. Os mais espertos vencem. Estamos miseravelmente sozinhos na natureza.

Estou muito decepcionado com os seres humanos. Muito. Perdi a fé no ser humano enquanto espécie. 

Quando estudei anatomia e o corpo humano mudei o meu conceito sobre os seres humanos. Passei a ter um respeito incrível por cada ser vivo, pelo quanto é fantástico um organismo vivo.

Quando me envolvi com os movimentos populares, principalmente o estudantil e sindical, me tornei uma pessoa mais humana, mais integrada à sociedade. As causas sociais, solidárias e civilizatórias, me salvaram de ter sido um adulto de merda, um bolsonarista, um lixo de direita.

E no fim, uns poucos humanos, bilionários e seus ideólogos (capitães do mato), gente que odeia o Brasil e os brasileiros, acabaram com décadas de avanços populares. E o povo não reagiu. Pelo contrário: aplaudiu! Gente miserável!

Estou decepcionado com tudo aquilo que me fez evoluir e ser uma pessoa melhor na vida adulta. Decepcionado com a esquerda, com o movimento sindical, com a classe trabalhadora que se deixa enganar e não reage para retomar seus direitos, com as pessoas crédulas que aceitam ser manipuladas por sujeitos que não valem absolutamente nada, canalhas sofistas.

Estou de saco cheio. A espécie humana não está merecendo durar muito tempo neste pálido ponto azul no Universo, como diz Carl Sagan. Se a ignorância, o ódio, a violência, o egoísmo venceram, e a maioria esmagadora dos 8 bilhões de animais humanos não reage contra os poucos humanos que nos dominam, então não merecemos nada melhor do que estamos tendo.

Saco cheio de farsas. Não há democracia e meus pares ficam de blá blá blá falando de democracias. Chega a ser ofensivo participar dessas enganações. 

Caminha-se para sermos vaporizados pelos vitoriosos do golpe de Estado, com Supremo, com tudo. Já vivemos sob a banalidade do mal e sob as "cortes de vencedores", pra usar uma expressão de Hannah Arendt ao apontar arbitrariedades formais no julgamento de Adolf Eichmann em 1961.

William

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Leituras de História na Revista Nossa História 1



No final de 2003, começou a circular uma revista de história que se propunha a trazer artigos e textos confeccionados por historiadores, pesquisadores e estudiosos da área. Apesar de minha formação acadêmica ter caminhado para a área de Letras, sempre fui um apaixonado por História. A revista durou três anos e eu adquiri as 36 edições. As matérias são muito interessantes.

Ao reler a primeira revista, voltei a ter contato com uma área que ainda gosto muito. Como faz falta o povo brasileiro não conhecer história, não conhecer a sua história!

Eu percebi isso claramente ao entrar para o movimento sindical em 2002. Os trabalhadores sabiam muito pouco de sua história de lutas, derrotas e conquistas. Todo dia estudava algo da história da categoria e ia para a base compartilhar o conhecimento e organizar os trabalhadores. Mas era um eterno recomeçar porque a base se renovava o tempo todo. Foram anos fazendo formação política na base de bancários.


Quando cheguei eleito como diretor de saúde na entidade de autogestão dos funcionários do Banco do Brasil, em 2014, foi a mesma percepção. Os trabalhadores associados à Cassi, tanto da ativa quanto aposentados, não conheciam nada da história da entidade e nem qual o papel dela na saúde das pessoas, o modelo assistencial e os direitos que tinham. Passei 4 anos levando informações aos intervenientes do sistema Cassi, mas era um eterno recomeçar diário.

Disso tudo, tiramos uma lição cristalina: sem conhecer sua história a classe trabalhadora é facilmente manipulada pela ideologia dominante, que é evidentemente a ideologia da classe dominante. Veja onde fomos parar com o golpe de Estado de 2016. O Brasil foi totalmente destruído e entregue a uma camarilha de bandidos e representantes do mal.

Nesta edição da revista Nossa História, li artigos sobre diversos temas, inclusive sobre a independência do Brasil, data comemorada neste 7 de setembro. Que coisa triste! Com o golpe e com as fraudes organizadas pela elite traidora e lesa-pátria em parceria com o império do Norte, hoje somos uma colônia dos Estados Unidos da América. O país caminha para se transformar num pasto e numa fazenda de produção de gêneros primários para os demais países do mundo. Que tristeza!

Gostei de todas as matérias desta primeira edição da revista. Uma das poucas que não gostei, talvez por não gostar do autor, foi uma do Eduardo Bueno, sobre "Vícios de origem". Ele é daqueles que contribuíram muito para criar a desinformação ideológica de que a estrutura do Estado é algo ruim para o povo. Uma idiotice.

Gostei da matéria sobre o compositor e maestro Carlos Gomes - "Enterro de herói" e de uma matéria sobre Mário de Andrade - "Presença de Macunaíma". A história da Biblioteca Nacional é fascinante: "Aventuras de uma biblioteca". Quando fiz a visita guiada à biblioteca fiquei apaixonado por ela. Se morasse no Rio de Janeiro, eu a visitaria sempre que fosse possível.

Também gostei da entrevista com o historiador Evaldo Cabral de Mello e do artigo de José Murilo de Carvalho - "Martius e nossa história" - nos lembrando que Martius disse que a História do Brasil deveria ser escrita em estilo popular, por ser nobre, e não em estilo empolado e cheio de erudições, para que fosse de fácil acesso à população.

Bom, após ler a revista, conheço um grãozinho a mais de história que antes da leitura. Isso é bom!

Ao ler a revista, havia postado na rede social onde tenho um perfil, alguns trechos curiosos. Já que citei lá, vai aqui também.

William
Um leitor

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HISTÓRIAS DO NOME DO BRASIL

"Por essas e outras, frei Vicente do Salvador, que escreveu o primeiro livro chamado História do Brasil, ainda em 1627, disse que não vingou por aqui o nome Terra de Santa Cruz que se lhe dera em 1500. Para o frei, fora tudo obra do Diabo, que, empenhado em remover o nome cristão da terra, trabalhou para que triunfasse outro nome, no caso o de 'um pau de cor abrasada e vermelha' (o pau-brasil), mais adequado a seus propósitos." (Ronaldo Vainfas, em "Brasil de todos os pecados".

COMENTÁRIO - Com histórias como essa, fica mais fácil entender a situação em que nos encontramos, com a milícia no poder, com parte das empresas de religião mancomunadas com as milícias no poder, com parte de nossos conhecidos acreditando em mentiras e espalhando fake news 24 horas por dia...

Viver não é preciso, mas se estamos vivos é necessário estudarmos e sermos menos ignorantes. É bom também compartilharmos conhecimentos com as pessoas.

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POR QUE SOMOS "BRASILEIROS"?

Marceneiro, pedreiro, sapateiro, ferreiro, tanoeiro, brasileiro... (!!??)

"NH - E brasileiro?

Evaldo Cabral de Mello - Brasileiro, quando o nome aparece no século XVIII, era o sujeito que cortava o pau-brasil. O pau-brasil era um monopólio da Coroa, mas um monopólio arrendado - terceirizado, como se diz hoje. Tanto que originalmente, 'brasileiro' em Lisboa era dito de maneira derrogatória. Hipólito José da Costa, por volta de 1816, 1817, ainda levanta o problema no Correio Braziliense: seremos independentes daqui a pouco, como vamos chamar-nos? Para ele, havia três possibilidades: brasileiro, brasiliense e brasiliano. Brasiliano não podia ser, porque brasiliano desde o começo eram chamados os índios. Brasileiro era o cortador de pau-brasil, 'Eiro' é um sufixo de profissão, como ferreiro, marceneiro. O normal seria nos chamarmos brasilienses. E é por isso que ele chamou o seu correio de 'Braziliense'."

Fonte:

Nossa História, Ano 1, nº 1, Novembro de 2003. Fundação Biblioteca Nacional.