Refeição Cultural - Retrospectiva...
Osasco, 31 de dezembro de 2022. Sábado. Início da postagem no final da tarde (término às 23h30).
Olhando pela janela de casa e ouvindo os sons ao redor, meu ouvido seleciona prestar atenção na vocalização de pássaros. Os bem-te-vis são os que mais me encantam.
A região é arborizada e temos muitos pássaros por aqui: maritacas, periquitos, carcarás, andorinhas, rolinhas, pardais, urubus, joões-de-barro, beija-flores, sabiás, pica-paus, sanhaços, quero-queros e outros que não sei o nome.
Hoje termina o ano de 2022, o 4º do governo do inominável e sua família miliciana e termina a longa noite de terror que enfrentamos desde o golpe de Estado em 2016. Quantos mortos! Quanta tragédia e destruição! O genocida que liderou a desconstrução do nosso mundo já fugiu do país. Além de corrupto, ele é um covarde de merda como todo fascista.
Daqui a poucas horas começa o ano de 2023 num dos calendários inventados por nós homo sapiens, o calendário gregoriano. Conforme o calendário, podemos estar, por exemplo, no ano 5783-4 (judaico) ou 4719-20 (chinês). Como aprendi com o neurocientista Miguel Nicolelis, tudo no mundo humano são abstrações do cérebro humano.
Amanhã começa um novo período da história brasileira com a posse do governo Lula, a maior liderança política e popular de nossa história. Eu não vou à posse em Brasília desta vez por questões particulares. Estive nas posses de Lula e Dilma e o momento é inesquecível! Desejo que seja um grande dia para todas as pessoas e para o nosso país.
Tenho orgulho de ter participado da campanha vitoriosa que travamos contra o fascismo. Lula e a maioria das pessoas que ele escolheu para atuar com ele me representam. Desejo que tudo corra bem durante o nosso governo. E estarei à disposição para lutar e defender Lula e o projeto que venceu as eleições até com minha vida. Foi assim que aprendi a fazer política.
Fui um militante político da classe trabalhadora por quase três décadas de minha existência, o tempo que trabalhei como bancário do maior banco público do país, o Banco do Brasil. Exerci mandatos eletivos por 16 anos porque os coletivos me indicavam e convidavam para contribuir com a luta organizativa em alguma função estratégica. Dei o melhor de mim para a luta de classe e isso é o que importa. A história da classe trabalhadora é feita de cada contribuição que homens e mulheres dão ao longo da história.
Hoje também foi o dia da tradicional corrida de São Silvestre aqui em São Paulo. Participei de dez edições da prova. Não participei da corrida neste ano. Mas sou testemunha da emoção que sentimos ao participar dessa prova de 15K. Infelizmente meus sonhos de longas corridas estão prejudicados por problemas de saúde, meu quadril bichou. É a vida...
LEITURAS E CULTURA EM 2022
Li neste ano 21 livros que me acrescentaram muito conhecimento, que me fizeram refletir bastante a respeito da vida e do mundo. Li bem mais que a média de leitura do povo brasileiro. Li bem menos que os 57 livros que li no ano de 2021 (ver lista aqui). Gostaria que o povo brasileiro lesse mais. Pelo que pude encontrar na internet, a média de leitura do brasileiro é de 2,4 livros por ano por pessoa... triste demais isso!
Foram 21 livros das mais diversas formas de linguagem discursiva: romance ficcional, peça teatral, economia, socialismo, ensaio, política, sobre tecnologia das redes sociais, mangá, livros em português e inglês, livros com edições antigas e novas, em papel e digital, de autores de diversos países do mundo.
Estou mais consciente que no ano anterior porque aprendi coisas novas neste ano. Meu envolvimento com o Instituto Conhecimento Liberta (ICL) fez com que eu estudasse e lesse mais. Me inscrevi no ICL desde o ano anterior, mas foi mais para contribuir com o projeto. Neste ano passei a ver aulas e ler mais por isso. O projeto de uma universidade aberta com conhecimentos diversos disponíveis é um pouco do que idealizei para o blog e para minha vida.
Em relação à produção textual, participei com artigos na confecção de 3 livros coletivos. Fiz 152 artigos e postagens neste blog de cultura, boa parte é sobre livros que li como a série completa de comentários a respeito da leitura de Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado (ler aqui). Produção assim dá um trabalho da porra!
Para minha surpresa, os acessos de leitura ao blog aumentaram bastante neste ano. O mundo virtual virou algo tão comercial e dominado por algoritmos nas plataformas das big techs que talvez textos como os que produzo (com muitas palavras rsrs) devem estar em falta nas buscas por palavras. Sei lá!
O blog A Categoria Bancária (acesso aqui) também teve dezenas de milhares de acessos aos textos de memórias que estou fazendo. Isso também me surpreendeu. É como se alguém ainda se interessasse por história da categoria bancária e pelas coisas que fizemos nas últimas duas décadas de lutas.
MORTES - Perdemos diversas personalidades da cultura brasileira neste ano. Eu não conseguiria enumerar as principais delas. A morte do rei Pelé nesta semana (futebol também é cultura) foi uma das maiores perdas do povo brasileiro e foi sentida em todo o mundo. Gal Costa, Elza Soares e Erasmo Carlos também deixaram um grande vazio e um legado para nós na música. Enfim, como disse, não vou enumerar perdas de figuras expressivas do mundo.
Enumero os livros abaixo como fiz na postagem de retrospectiva de leitura do ano anterior.
LEITURAS em 2022 (comentários nos links)
1. O caçador de pipas - Khaled Hosseini (ler aqui)
2. As três Marias / contos - Anton Tchekhov (ler aqui)
3. O tigre branco - Aravind Adiga (ler aqui)
4. O amanhã não está à venda - Ailton Krenak (ler aqui)
5. Razão e sensibilidade - Jane Austen (ler aqui)
6. Discurso da servidão voluntária - La Boétie (ler aqui)
7. O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde (ler aqui)
8. Memória de minhas putas tristes - Gabriel G. Márquez (ler aqui)
9. Gen, pés descalços v. I - Keiji Nakazawa (ler aqui)
10. Luiz Gama, o libertador de escravos - Mouzar Benedito (ler aqui)
11. Perestroika - Mikhail Gorbachev (ler aqui)
12. Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais - Jaron Lanier (ler aqui)
13. Macacos - Clayton Nascimento (ler aqui)
14. A guerra contra o Brasil - Jessé Souza (ler aqui)
15. Formação Econômica do Brasil - Celso Furtado (ler aqui)
16. Macunaíma - Mário de Andrade (ler aqui)
17. O casamento entre o céu e a terra - Leonardo Boff (ler aqui)
18. Stephen Hawking - A life from beginning to end - Hourly History (ler aqui)
19. Insubmissas lágrimas de mulheres - Conceição Evaristo (ler aqui)
20. Margot adormecida - Henry Bugalho (ler aqui)
21. Liberdade (1880-1882) - Luiz Gama (ler aqui)
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O AMANHÃ
Meu dia seguinte está por se construir dia a dia. Uma das coisas que farei nos próximos meses em relação à cultura será uma imersão sobre Cuba e sua história.
É isso!
Fechando a longa noite de 2016 e começando um novo tempo, um novo amanhecer para o Brasil. Quiçá seja um amanhecer bom para todos nós.
William