sexta-feira, 28 de maio de 2010

Meu olhar de Veneza, em 2009

Aqui vemos uma "viela" em Veneza. Diferente, não é?
Esta é uma das pinturas à base de ouro na Basílica de São Marcos. As 5 cúpulas e as paredes internas são repletas de pinturas. Se observarmos bem, veremos que esta é bem "ousada" para a época.
Aqui temos as tradicionais máscaras carnavalescas de Veneza.
Este leão é um dos protetores da cidade de Veneza.

Aqui vemos a Praça São Marcos e seus cafés (caríssimos! Sentei só para a foto). Ao fundo, a Basílica de São Marcos.
Vejam as pinturas existentes no exterior da basílica. As cores verdes, azuis, amarelas e vermelhas, tão destacadas desde o renascimento, são impressionantes pela força visual que causam.
Esta é a Ponte Rialto, logo na entrada da cidade pelo gran canale. É a mais antiga e mais famosa de Veneza.
Eu fiquei encantado com a pintura deste edifício. É de uma vivacidade incrível!
Outra construção belíssima que vemos quando estamos indo pelo gran canale.

É isso!

Corridas destensionadoras

Para conciliar o estresse vivido nos últimos dois dias, dias de decisões importantes em meu sindicato, busquei na atividade física a válvula de escape de toda a tensão acumulada em meu corpo e mente.

Corri ontem e corri hoje pela manhã. Percursos curtos, porém deu pra transpirar e tirar o peso pesado dos dias, peso que estava sobre meus ombros.

Vamos agora pra mais tensão e pressão: XXI Congresso dos Funcionários do BB, que ocorre hoje, sábado e domingo.

No domingo, se possível, corro ou caminho pra me ver livre do que estiver nos ombros.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Corri pelo 3o dia seguido...

Foto de William Mendes: em Itamaracá PE em maio/10.
Pois é, nada como estar em minha cidade por alguns dias seguidos.

Hoje corri um pouco novamente à noite, depois que cheguei do trabalho - uns 2km em ritmo levemente maior que os outros dois dias.

Também procurei nos últimos dias comer menos que o habitual para ver se me sinto mais leve do que nas semanas anteriores.

domingo, 23 de maio de 2010

Uma história da leitura, de Alberto Manguel


William, foto de 2009. (Turin, Itália)

Hoje, reli o primeiro capítulo deste livro. Eu o recomendo a todas as pessoas amantes da leitura.

É um dos livros mais interessantes que já li na vida.

Eu o conheci por intermédio de minhas aulas na Faculdade de Letras da USP, no início da década, porque, na época, dois capítulos do livro constavam da bibliografia obrigatória, se não me engano, da matéria Introdução aos Estudos Literários.

O autor tem uma erudição impressionante. Além do mais, ele fazia leituras orais na adolescência para Jorge Luis Borges, que já estava cego e precisava da leitura de outras pessoas.

É um livro que voltarei a ele até o fim de minha vida porque ele é uma espécie de confessionário de um leitor e da própria história da leitura e ali está tudo contado, tintim por tintim, sobre os fragmentos dessa maravilhosa aventura humana da leitura.

Nem acredito que corri ontem e hoje!


Fim de semana em casa! É mole?

Tem sido difícil praticar esporte com a rotina de vida que tenho levado.

Neste fim de semana consegui correr dois dias: ontem, cerca de 3,2 km e, hoje, mais uns 4,5 km. Corri em circuito de rua e com subidas e descidas.

Estou me sentindo pesado e bem fora de forma, pois estou com 4 kg a mais que o meu peso ideal.

Vamos ver se corro ou caminho durante a semana que estarei em SP e ver se emagreço ao menos a metade do sobrepeso que carrego.


Post Scriptum (sábado, 26/3/16):

Relendo hoje a postagem, o instante, do cara que escreveu lá em 2010, percebo o efeito do tempo e as mudanças em minha vida. Era sindicalista e agora sou gestor em saúde eleito pelos bancários do BB. Estava com peso acima do ideal, hoje voltei a pesar 71 kg. A semelhança é que segue difícil ter rotina de corrida. E algo pior aconteceu seis anos depois, em termos psicológicos: devo estar perdendo meu conhecimento geral porque tudo que faço, vejo, leio em minha vida é em função da área que atuo como eleito: saúde e gestão em saúde...

Criar videotecas militantes

Foto de William Mendes: fev/2010, em Natal-RN.
Texto de Formação 4

Outro dia, li uma matéria na seção Brasiliana, da revista Carta Capital n.546, que contava a história de um bancário que resolveu fazer algo para os moradores da comunidade de periferia de São Paulo onde reside: uma videoteca militante.

De origem simples, o jovem conseguiu chegar a um trabalho mais qualificado como bancário para um grande banco brasileiro. Como o próprio rapaz diz “durante a semana eu trabalho para o capitalismo e, no sábado, faço o socialismo”.

Ele montou por conta própria a Videoteca Olhar Marginal que já tem cerca de 200 títulos, sendo boa parte deles mais “alternativos” ou “mais engajados” política e culturalmente. Sua coleção também tem títulos oliudianos, para os iniciantes. O seu socialismo militante é cadastrar e emprestar gratuitamente os filmes, e ainda dar uma “consultoria cinematográfica” de graça aos seus associados.

As boas ideias precisam ser divulgadas, copiadas, aperfeiçoadas ou adaptadas, na medida do possível e de acordo com as necessidades.

Portas de entrada
O movimento sindical e social tem pensado em como melhorar a sua relação com os seus associados e representados.

É necessário divulgar para as novas gerações de trabalhadores os feitos coletivos que lhes garantiram os direitos existentes hoje, pois há um forte trabalho ideológico alienante das elites econômicas que dominam, inclusive, os veículos de formação e informação.

Como diz Eric Hobsbawm: "Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem" (Era dos Extremos)

Um dos grandes dilemas atuais é saber como lidar com uma juventude que vive em um mundo contemporâneo de presente contínuo, onde as novas tecnologias da informação transformaram drasticamente as pessoas e as maneiras de divulgar ideias e de criar pautas. Tudo é rápido e fugaz. Ninguém se fixa em nada que passe de poucas linhas ou que exija concentração contínua.

Se nossos trabalhadores representados estão inseridos nessa contemporaneidade, temos que pensar em formas de criar novas portas de entrada para o sindicato, que é a casa do trabalhador e o espaço de convívio coletivo e social.

Tenho insistido que os sindicatos devem se aproximar dos seus filiados e representados através destas portas de entrada como esporte, cultura e lazer. As empresas onde eles trabalham têm feito isso, em uma disputa ideológica entre Capital e Trabalho.

A Catarse como ensinamento e reflexão
É evidente que o nosso papel é contrário ao das empresas. Estas querem amansar e alienar o trabalhador que vende sua força de trabalho.

O movimento sindical, após o contato e aproximação, quer construir junto aos trabalhadores as melhores formas de organização para lutar por melhores salários e condições de trabalho no âmbito da dimensão social do trabalho e a melhor forma de mudança da sociedade em que vivemos através da dimensão política de nosso ser.

A cultura, em suas diversas formas, é um meio de socialização e aprendizagem que remonta às mais antigas sociedades.

Ter acesso a formas de cultura como teatro, música, pintura e escultura, livros e filmes é uma excelente oportunidade de formação social.

Os gregos antigos viam nas tragédias e comédias oportunidades de ensinar aos cidadãos, e também divulgar sua política e ideologia, através da Catarse. As obras teatrais exponenciavam as virtudes e os defeitos e mostravam suas conseqüências na trama de maneira a que o público saísse modificado com a experiência.

Videotecas e bibliotecas sindicais
Se atitudes individuais ou voluntariosas como a do colega bancário Ricardo Rodrigues – o Xirú - podem contribuir socialmente ajudando a formar novos cidadãos através de filmes que fazem as pessoas pensarem ou que causem catarses, nossos sindicatos - com suas estruturas - podem organizar videotecas excelentes e além de emprestar aos seus sindicalizados, podem promover sessões de cinema e bons debates, regados à pipoca e quitutes.

É isso! Hoje, é possível comprar bons filmes com pouco investimento. O mesmo em relação a livros e revistas. Sempre no intuito de construir alternativas de boa informação, esporte e cultura para os nossos trabalhadores, contribuindo para que o sindicato seja cada vez mais um local de exercício e reflexão sobre a cidadania.

sábado, 22 de maio de 2010

PT - Que partido é este?


Artigo de Nilmario Miranda*


O PT, desde seus primeiros passos, rejeitou os modelos clássicos de organização partidária da esquerda. Afastou-se do modelo dos partidos comunistas do “centralismo democrático”, que conferia ao Comitê Central poderes sem limites e, com o argumento de repelir as frações, dificultava a convivência com as divergências, resultando em dissidências e expurgos. Também não seguiu o modelo dos partidos socialdemocratas e trabalhistas europeus, organizados em torno dos chefes parlamentares e mandatários do Executivo.

Ao estabelecer o direito de tendência, o PT promoveu a convivência entre os sindicalistas combativos que o fundaram, os intelectuais socialistas, os militantes de organizações de esquerda remanescentes da resistência à ditadura e as comunidades cristãs de base da igreja popular. Ao mesmo tempo foi rejeitada a proposta de constituir uma frente de partidos, em que cada agrupamento teria direção e disciplina próprias. O direito à constituição de tendências internas garantiu a pluralidade política e ideológica e a unidade de ação.

Se o partido assume a democracia como valor universal e maior das conquistas dos movimentos socialistas dos trabalhadores, nada mais coerente do que praticá-la em seu interior.

Passados trinta anos, o PT conta poucas dissidências: o PSTU, oriundo da Convergência Socialista, que sempre manteve estrutura partidária no interior do partido, e mais recentemente o PSOL. Do mesmo modo, o PT desvinculou-se da tradição dos execráveis expurgos.

Nos primórdios, no final da década de 1970, enquanto trabalhadores ocupavam o cenário realizando greves de massa, o debate sobre a construção de um novo partido colocava a questão se este deveria ser um “partido popular” ou um partido dos trabalhadores. “Queremos um partido dos trabalhadores organizado e dirigido pelos trabalhadores, e não um partido para os trabalhadores votarem”, foi o
argumento que prevaleceu.

Na tradição anterior dos partidos comunistas, socialistas, de esquerda, um grupo de intelectuais redigia o sacrossanto programa, baseado numa “teoria revolucionária” em torno da qual os grupos se constituíam. O PT nasce invertendo essa lógica, se organizando a partir de seu Manifesto de Fundação. A teoria viria da reflexão sobre a própria experiência, sem desconsiderar o legado das esquerdas no Brasil e no mundo.

Para financiar o partido, optou-se pela forma mais simples: quem constrói sustenta. Até a aprovação da Lei do Fundo Partidário, em 1995, o PT foi sustentado pela contribuição compulsória dos parlamentares e mandatários de cargos executivos, que assinavam compromisso prévio de destinar percentual de suas remunerações ao partido, e dos seus militantes. Também houve quem tenha deixado o PT para não cumprir o compromisso assumido antes da eleição.

Os mandatos são do partido. A partir desse princípio foi estabelecida a fidelidade partidária. O PT sempre se antecipou ao que depois viraria lei. Cortamos em nossa carne, por exemplo, em 1985, ao desligarmos companheiros queridos e respeitados que insistiram em votar no Colégio Eleitoral que elegeria Tancredo Neves. Tínhamos oito deputados federais apenas e ficamos com cinco.

O saudoso sociólogo Eder Sader resumiu em uma frase a postura do PT para se constituir como partido radicalmente democrático dentro de um regime autoritário que pretendia controlar, inclusive, as regras da atividade política: o PT tem de caminhar nas fímbrias, no limiar da institucionalidade, tensionando-a. Desse modo, para conciliar a democracia interna necessária com as leis vigentes, criamos os núcleos de base, precedendo as comissões oficiais que asseguravam o controle do partido pelos chefes políticos, criamos os encontros democráticos com delegados eleitos pela base. As convenções oficiais eram realizadas apenas para cumprir a lei e homologavam as decisões democraticamente assumidas pelos encontros. Depois viriam os congressos. Enquanto os encontros decidem sobre questões conjunturais, aos congressos ficaram reservadas as decisões programáticas ou estratégicas.

Congressos, encontros, diretórios com participação de todas as correntes garantida pela proporcionalidade, núcleos, setoriais, PED, prévias... Enfim, lançamos mão de todos esses instrumentos para a difícil construção da democracia interna.

O PT foi o primeiro partido a adotar uma cota de mulheres nas direções e nas chapas, depois transformada em lei, visando ampliar a participação feminina na política, represada há séculos por uma sociedade patriarcal. Desde os primeiros passos acolheu homossexuais, desafiando o preconceito arraigado, e estimulou candidaturas em todos os níveis. Do mesmo modo, teve entre os núcleos fundadores o movimento pela igualdade racial e de combate ao racismo.

Outra opção fundamental que afastou o PT da tradição dos partidos de esquerda foi a defesa intransigente da autonomia do movimento sindical e popular em relação ao partido, de não usar os sindicatos como correia de transmissão do partido. A ponto de seu Estatuto prever que o militante priorize o sindicato em caso de conflito com a decisão partidária.

Ao recusar ligar-se a internacionais com caráter vinculante, o PT desenvolveu um “novo internacionalismo”. Isso permitiu se relacionar com partidos comunistas, da nova esquerda, socialistas, socialdemocratas e trabalhistas. Dessa visão nasceu o importante Foro de São Paulo, em 1990.

A relação entre o partido e seus governos municipais e estaduais foi construída de maneira interessante, a um só tempo o partido procurou definir “um modo petista de governar”, sem criar uma camisa de força. Também a relação com os parlamentares segue na mesma direção: não cair no que se denominava “cretinismo parlamentar” e desenvolver a cultura de decisões coletivas, com o partido só tomando decisões peremptórias em última instância.

O PT contribuiu para a democracia ao lutar pelo fundo partidário, montante destinado aos partidos proporcional a sua representação na Câmara dos Deputados. Desse valor, 20% é obrigatoriamente destinado a fundações ou institutos para o desenvolvimento da cultura política democrática e republicana. Nosso partido instituiu a Fundação Perseu Abramo (FPA), sucessora da Fundação Wilson Pinheiro, que há treze anos guarda e organiza o uso de seus documentos, preservando a memória partidária essencial, constituiu uma importante editora e incorporou a revista Teoria e Debate; organiza debates teóricos, seminários, oficinas; colabora com o PT nas relações internacionais; faz pesquisas que subsidiam o partido, governos, universidades e movimentos sociais.

Por fim, o partido, mais recentemente, organizou a sua juventude e a Escola Nacional de Formação (coordenada por sua Secretaria Nacional de Formação e pela FPA), e foi o primeiro partido a instituir um código de ética. Nenhuma dessas conquistas democráticas foi adotada sem disputa, choros e ranger de dentes.


*Nilmario Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo em 2010

Línguas estrangeiras

Acho que o ideal é pensar positivamente em relação ao estudo de línguas. Por exemplo, hoje não sei quase nada de italiano e francês. Mas, sei alguma coisa, algumas palavras de italiano e francês, ou seja, o estado do momento é melhor que o de ontem.

Tenho que aprender novas palavras e questões de linguagem a cada minuto vago para acumular nova informação.

Objetivos em relação ao estudo de idiomas:

Ser poliglota e conhecer INGLÊS, ESPANHOL, FRANCÊS e ITALIANO.

Além de meu foco centrado na formação sindical e na eleição de Dilma Roussef para presidir o nosso país, não tenho nos dias que correm muitos objetivos claros como este dos idiomas.

Também penso que preciso passar em um concurso público para ter uma condição financeira e social melhor nos próximos vinte anos. Não posso ficar muito tempo mais levando uma vida com dificuldades financeiras, pois ser sindicalista como escriturário de banco é ferrar a minha família e os meus dependentes.

Em termos de concurso público, tenho preferência pela CARREIRA DE DIPLOMATA, porque poderia representar o meu país da melhor forma possível, como fazem hoje os nossos representantes no governo de Lula da Silva, que mudou a imagem do Brasil para o mundo.

Mudou de forma positiva e trouxe muitos benefícios para o país de maneira soberana e independente.

O governo do presidente Lula da Silva está acabando, inclusive, com o "espírito de vira-latas" tão bem alimentado pela nossa podre e pobre elite nacional.

Diria que estes são os objetivos pessoais para ocupar-me fora dos horários de trabalho sindical.

O estudo técnico de algumas matérias e de conhecimentos gerais, em cada minuto vago, deve ser meu objetivo nos próximos anos.

domingo, 16 de maio de 2010

Em João Pessoa, Paraíba.


Estou cansado, mas a missão sindical foi cumprida. Vejam que belo mar de João Pessoa (PB), com tonalidades entre azul claro e escuro, pude ver no domingo antes de partir.













Esta ponta que vocês estão vendo é o ponto mais oriental do Brasil em relação ao continente africano e europeu. Certo!?


Mãe, quero dizer que te amo...


Foto de minha mamãe querida.

Estou em João Pessoa, Paraíba. Vim para o encontro de bancários do estado. Foi ontem.

Hoje acordei e fui até a orla dar uma caminhada. É a segunda vez que venho a João Pessoa. A orla da praia de Tambaú é bonita. A areia é macia e a água do mar oscila entre tons azuis claros e escuros.

Neste minuto em que te escrevo, mãezinha, estou ouvindo a música Mother, de John Lennon. Felizmente a nossa história é diferente daquela que conta a música. Nós nos tivemos. Ainda nos temos, apesar da distância física constante.

Mas, mãe, lembre-se sempre de lutar para estar viva, apesar dos dramas e sofrimentos da vida, porque a senhora é uma de minhas motivações de viver. Curta cada minuto de sua mãezinha, minha avó querida, porque a vida é o instante, o momento.

Neste instante, estou a milhares de quilômetros de distância, mas estou contigo mãezinha. Estou com vocês aí em Minas.

Agora escuto "When the night has come, and the land is dark... i wont be afraid... darling... stand by me... stand by me..."

Sempre que reflito sobre o que sou, quedo a pensar em minhas origens e vejo aqueles momentos depois dos dez anos de idade, quando mudamos de São Paulo para Uberlândia. Logo, minha vida se transformaria em algo mais duro.

Mesmo tendo andado em meio à violência com aquela molecada, nunca pratiquei violência com aqueles grupos, porque lembrava-me das suas palavras (acho que atitudes também) e a senhora era a minha referência. Obrigado por ser o maior símbolo do que uma mãe pode ser e significar para um filho.


MÃE, VOCÊ GUIOU MEU CAMINHO PARA O BEM!

O que sou é fruto de minha mãe e de meu pai.

Eu te amo mãe! Da forma mais doce possível.

Beijos de seu filho.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um adorável capítulo de Italo Calvino

Eu conheci o texto "Por que ler os clássicos" de Italo Calvino quando entrei na Usp no início dos anos 2000.

Era um período de deslumbramento com a faculdade de letras e com a literatura. Também foi quando passei a gostar de poesia e perceber o quanto somos educados para ter preconceito linguístico.

Estou tão cansado e estressado com minha rotina de trabalho neste ano que tenho chegado em casa - coisa rara ultimamente estar em casa - desesperado para ler alguma coisa que me dê prazer.

Dias atrás, peguei e reli algumas páginas de O ócio criativo de Domênico de Masi - não é difícil imaginar por que peguei o livro, né! Desejo puro!!

Hoje, cheguei, mirei na estante e catei o Italo Calvino. Acabei relendo o capítulo que tem o mesmo nome do livro.

É uma delícia de texto!

Eis os conceitos "calvinianos" do que seriam os clássicos:

1.Os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se houve dizer: "estou relendo..." e nunca "estou lendo...".

2.Dizem-se clássicos aqueles livros que se constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los.

3.Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual.

Depois Calvino vem com mais uma sequência de definições interligadas:

4.Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira.

5.Toda primeira leitura de clássico é na realidade uma releitura.

6.Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.

7.Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes).

Em um determinado momento, Calvino nos diz algo que tendo a concordar: "nenhum livro que fala de outro livro diz mais sobre o livro em questão".

E tasca outros conceitos de clássico:

8.Um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente as repele para longe.

9.Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos.

Calvino nos dá a receita básica da relação entre leitor e livro: "os clássicos não são lidos por dever ou por respeito mas só por amor".

E depois completa: "é só nas leituras desinteressadas que pode acontecer deparar-se com aquele que se torna o 'seu' livro".

10.Chama-se de clássico um livro que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos talismãs.

11.O "seu" clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em contraste com ele.

12.Um clássico é um livro que vem antes de outros clássicos, mas quem leu antes os outros e depois lê aquele, reconhece logo o seu lugar na genealogia.

Calvino, então, cita mais duas definições de clássico antes de finalizar o capítulo:

13.É clássico aquilo que tende a relegar as atualidades à posição de barulho de fundo, mas ao mesmo tempo não pode prescindir desse barulho de fundo.

14.É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível.

Italo Calvino finaliza o texto com o melhor dos motivos que podemos ouvir sobre por que ler os clássicos:

"A ÚNICA RAZÃO QUE SE PODE APRESENTAR É QUE LER OS CLÁSSICOS É MELHOR DO QUE NÃO LER OS CLÁSSICOS"

E aí, que mais poderíamos dizer, heim?!

Bibliografia:
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Companhia das letras. 1a edição, 6a reimpressão, 2000.

domingo, 9 de maio de 2010

Filme Formiguinha Z (e fotos de um CUTista em DF)

Fotos de William Mendes: aproveito o espírito da formiguinha Z para postar umas fotos em DF, onde estive em campanha este ano. Ao fundo, temos a explanada dos ministérios, e aqueles locais onde os representantes do povo deveriam criar leis justas e que melhorassem a vida do brasileiro. Mais ao pé da foto está a nossa sede da CUT DF, ali sei que organizamos a luta de classe, buscando melhorias para a classe trabalhadora.





(Atualizado em 22/05/10)

Depois de muita insistência em minha casa, e por muito tempo, acabei assistindo hoje, quando cheguei de viagem, ao filme Formiguinha Z de 1998.

Gostei do filme, assim como já gosto bastante de Fuga das galinhas.

É um filme que aborda temas contemporâneos como lutar por liberdade, não aceitar supostas "predestinações", e lutar para fazer a vida valer a pena.

O filme tem um efeito de deixar as pessoas pensando e, no meu caso, que sou secretário de formação, é um desenho para se recomendar para a abertura de um excelente debate sindical.

NÃO DÁ PARA VIVER SEM UTOPIAS!

NÃO DÁ PARA MUDAR O ESTADO ATUAL DAS COISAS SEM TERMOS UTOPIAS!

É isso!

Raro fim de semana com atividade física


Minha qualidade de vida está um lixo, como eu já previa (apesar de lutar para que não fosse assim).

Depois de semanas sem atividade física alguma, neste fim de semana estive com a família em uma estância e pude caminhar, correr um pouco e nadar.

MAS estou MUITO CANSADO neste momento em que vou dormir para começar uma nova semana de trabalho.

Tá ruim viver assim sem poder ler por prazer e praticar algum esporte para ter saúde ao menos para LUTAR CONTRA A PORCARIA DO NEOLIBERALISMO E CONTRA O CAPITALISMO!


Post Scriptum (sábado, 26/3/16):

Lendo 6 anos depois essa postagem, o que posso dizer é que a condição para a prática de esportes seguiu com as mesmas dificuldades. Hoje trabalho em Brasília como diretor eleito da Cassi, assistência médica dos funcionários do BB, e minha saúde se viu afetada após começar a nova tarefa. Descobri faz pouco tempo que minha pressão arterial já não é mais 12 x 8 como foi a vida toda. Está alta, perigosamente alta.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

CHE e a ideia de amigo

"Ainda sou o mesmo solitário tentando encontrar um rumo [...] Mas agora tenho noção do meu dever histórico. Não tenho nem lar, nem esposa, nem filhos, nem pais, nem irmãos. Meus amigos são amigos desde que, politicamente, pensem da mesma maneira que eu. E, ainda assim, eu sou feliz"

(Che Guevara, em uma carta para a mãe quando já haviam conquistado o poder em Cuba pela revolução)

Esta citação me fez lembrar de um texto de reflexão pessoal que fiz certa vez onde pensava em conflitos por ter pessoas ou parentes que considerasse como amigos e que eram de posição política contrária à minha.

Tentei me convencer que eu estava errado em não considerar um amigo àquela pessoa que pensa o oposto a mim em política. Mas, é muito difícil.

Tinha um "amigo", ex-colega do Banco do Brasil, que me mandava uns emails dizendo o diabo da esquerda e que queria que os petistas e o presidente Lula se fodessem e que eram todos uns "pulhas"...

Engraçado! O cara está me chamando de pulha e eu vou fazer o que? Dizer que amigo pode ter posição política oposta à minha? Ser democrático é uma coisa, mas dizer que tem "amigos" que votam no seu inimigo, no seu adversário, adversário que, conforme a situação, quer ou tentará te eliminar fisicamente NÃO DÁ!

Não penso de forma tão intensa como a citação de CHE, mas concordo em parte com a ideia.


TAGS: ERNESTO CHE GUEVARA, AMIZADE

Bibliografia
REID-HENRY, Simon. Fidel e Che - Uma amizade revolucionária. Editora Globo, 2010.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Fotografias: Forte Orange - PE, Brasil.


Quando: maio de 2010

Pois é, começo aqui uma nova categoria de postagem - Fotografias. Já tenho utilizado fotos minhas nas postagens mas, vez por outra, postarei fotos para mostrar instantes de meu olhar.


Aqui, estou em uma das pontas do forte Orange. O canhão está apontado para o mar, na verdade, uma enseada.



Os canhões estão apontados para a lateral da praia. O mar está atrás de mim.


Os canhões apontam para o mar, como disse, é mais uma enseada.



Parte interna do forte.




Entrada com o brasão português acima.



Vista frontal do forte. A praia, que fica lá na extremidade, desaparece durante a maré alta, de madrugada.


Essas fotos são do Forte Orange, em Pernambuco, construído pelos holandeses em 1631, em homenagem à Casa de Orange do Reino dos Países Baixos (Holanda).

A arquitetura do complexo é muito bonita e está relativamente conservada.