quinta-feira, 4 de julho de 2024

Os miseráveis - Victor Hugo (XIII)



Refeição Cultural 

Osasco, 4 de julho de 2024. Quinta-feira. 


INTRODUÇÃO

A França está em ebulição. Nesta semana, as forças políticas progressistas estão nas ruas conclamando às pessoas que votem no domingo (07/07/24) para impedirem a ascensão da extrema-direita: no próximo domingo será o 2° turno das eleições legislativas no país e o partido de Marine Le Pen está à frente das forças de esquerda e de centro.

Ao ver o cenário francês da atualidade, me deu vontade de interromper meus trabalhos domésticos e ler mais uns capítulos de Os miseráveis (1862), de Victor Hugo. A postagem sobre a leitura anterior (ver aqui) me permite seguir com o romance a qualquer tempo.

Ler uma obra como essa de Victor Hugo é ir às bases da mentalidade ocidental após os séculos XIX e XX. Afinal de contas, fomos aculturados no Ocidente com a história da Revolução Francesa e as ideias de Liberdade, Igualmente e Fraternidade. 

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PRIMEIRA PARTE - FANTINE

LIVRO V - A DECADÊNCIA 


I. História de um progresso no ramo dos vidrilhos pretos

"(...) Em fins de 1815, viera estabelecer-se na cidade um homem, um desconhecido, a quem ocorreu a ideia de substituir, na fabricação desses artigos, a resina pela goma-laca e, em particular, no caso dos braceletes, as correntes soldadas por simples correntes engatadas. Essa pequena mudança foi uma revolução. " (p. 201)

Vemos aqui o efeito da criatividade das pessoas como algo modificador da realidade material e social de uma pessoa e de uma comunidade. Esse desconhecido mudou a realidade de Montreuil-sur-Mer, cidade natal de Fantine.

Esse estranho que chegou à localidade com um saco às costas e salvou de um incêndio os filhos do capitão da guarda, ficou conhecido como Pai Madeleine. (p. 202)

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II. Madeleine

"(...) Quem quer que tivesse fome podia ali se apresentar, e estar certo de achar emprego e pão. Pai Madeleine pedia aos homens que tivessem boa vontade, às mulheres, bons costumes, e a todos, probidade." (p. 203)

O desconhecido mudou a história da comunidade. Se transformou num benfeitor.

O fato de recusar fama e poder, até o cargo de prefeito, gerou ciúmes e desconfiança nas pessoas de poderes locais. Já os pobres o adoravam. 

"Como acima se viu, o lugar devia-lhe muito, os pobres deviam-lhe tudo..." (p. 204)

Em 1820, cinco anos após sua chegada a Montreuil-sur-Mer, o desconhecido não teve mais como recusar as nomeações e Pai Madeleine precisou aceitar a missão de ser prefeito da cidade. 

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III. Somas depositadas no Banco Laffitte

Neste capítulo, achei interessante a metáfora da urtiga. 

Após o narrador contar a forma como Madeleine ensina aos camponeses as diversas utilidades da urtiga, vem a metáfora:

"(...) Com mais algum trabalho, a urtiga seria útil; como é desprezada, torna-se nociva, e então a destroem. Quantos homens se parecem com as urtigas!' E acrescentou, depois de uma pausa: 'Meus amigos, lembrem-se disso, não há ervas más, nem homens maus, mas sim maus cultivadores'." (p. 207)

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IV. O senhor Madeleine de luto

"No começo de 1821, os jornais anunciaram a morte do senhor Myriel, bispo de Digne, 'cognominado Monsenhor Bienvenu e falecido com odor de santidade na idade de oitenta e dois anos'." (p. 208)

Quando o bispo de Digne faleceu, ele estava cego e foi cuidado por sua irmã com amor e carinho. O narrador conta o fato do cuidado amoroso do bispo com uma beleza incrível!

Ao se colocar em luto, o prefeito de Montreuil-sur-Mer acabou sendo questionado pelo luto e justificou-se alegando que ele havia sido na juventude criado da família do bispo.

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COMENTÁRIO 

Uma percepção clara quando leio este clássico de Victor Hugo é a respeito da qualidade do texto. A obra é muito bem escrita!

Enfim, sigamos lendo e adquirindo novos conhecimentos. 

William


Bibliografia:


HUGO, Victor. Os miseráveis. Tradução de Regina Célia de Oliveira. Edição especial. São Paulo: Martin Claret, 2014.


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