Lendo um excelente artigo do jornalista PML e alguns outros
sobre o mesmo tema, me senti mais uma vez na obrigação de dizer algumas
palavras do que penso a respeito do conjunto de fatos que têm acontecido na
política brasileira e que têm sido responsáveis por atitudes injustas, ingratas
e que são ótimas para identificar oportunistas de plantão dentro do movimento
social dos trabalhadores.
O caso em questão é sobre os critérios diferentes de
tratamento por parte de um certo juiz responsável por uma operação da PF de
cunho político-eleitoral e com características de golpe institucional contra a
presidenta Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores para os casos de
denúncias de supostas ilegalidades financeiras e políticas, mandando prender o
tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e não mandando prender o presidente do
PSDB, Aécio Neves. Ambos são citados por bandidos confessos que estão fazendo
as chamadas delações premiadas. É mais ou menos assim, os ladrões presos falam
nas “delações” o que algumas autoridades querem que eles falem, e então eles
poderão ser liberados de seus crimes e podem até ficar com parte de seus
produtos de roubos. É só devolver uma parte e dizer as palavras certas.
Outra coisa cínica: ou a lei de financiamento eleitoral privado atual é válida ou não é (devolve aí, Gilmar Mendes!). Se os dinheiros oficiais doados por empresas são motivo de suspeição de crime para o tesoureiro do PT, que essa regra valha para TODOS os partidos e se coloque na mesma cela no Paraná os tesoureiros de TODOS os outros partidos que receberam os dinheiros oficiais doados. É brincadeira uma coisa dessas!
Outra coisa cínica: ou a lei de financiamento eleitoral privado atual é válida ou não é (devolve aí, Gilmar Mendes!). Se os dinheiros oficiais doados por empresas são motivo de suspeição de crime para o tesoureiro do PT, que essa regra valha para TODOS os partidos e se coloque na mesma cela no Paraná os tesoureiros de TODOS os outros partidos que receberam os dinheiros oficiais doados. É brincadeira uma coisa dessas!
João Vaccari Neto (a Geni da vez)
Em 2002, fui convidado a participar de uma chapa na eleição
do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e fomos eleitos. O
presidente eleito na chapa foi João Vaccari Neto. Neste mesmo mandato (2002/05)
a diretoria do Sindicato me convidou para assumir função na executiva do
Sindicato e convivi com o companheiro Vaccari. A mim não importa se ele
simpatizava comigo ou não e o mesmo de mim para com ele. Aprendi a respeitá-lo
e aprendi muito com ele em relação a estar numa posição de tomada de decisões
em nome de dezenas de milhares de trabalhadores. Quem me conhece sabe o que
penso sobre isso: na luta de classes, é até mais legal se os combatentes ao
nosso lado forem amigos, mas eu defendo o meu lado do front contra os
adversários e inimigos, gostando ou não dos combatentes do meu lado, meus
companheiros.
Foi assim que sempre defendi meus companheiros perante os
trabalhadores que representei, principalmente do Banco do Brasil. Tive o
privilégio de atuar no movimento sindical tendo como presidentes Vaccari, Luiz
Cláudio Marcolino e Juvandia Moreira Leite (Sindicato), Vagner Freitas e Carlos
Cordeiro (Contraf-CUT). Repito: não importa as rusgas que tenha tido com eles. Em
caso de ataques a eles por parte da direita, dos desgraçados da imprensa
golpista - lacaios do sistema e integrantes do “clube”, processos judiciais
estranhos e parciais contra meus companheiros de luta e outros líderes dos
trabalhadores, independente do partido ou da corrente política, na dúvida e sem
“provas”, estarei ao lado deles contra meus verdadeiros inimigos, a direita
fascista instalada nas estruturas de poder.
Caso se prove algo contra eles, que
se aplique a lei (mas até isso caiu por terra depois da mentira e picaretagem
da invenção “Mensalão” e aquela invenção burlesca chamada “domínio dos fatos” – só para
inventar crime contra o PT, após não haver provas formais como o caso de
Genoino e Dirceu, e que se apague a corrupção ou suspeição sobre os partidos da
direita, como o PSDB). Covas, Fernando Henrique, Serra e Alckmin não sabiam de nada no caso trensalão. Por que não se aplica a teoria do "domínio dos fatos"?
Melhor que ser oportunista de plantão, é definir de que lado está na luta de classes
Eu venho do seio da classe trabalhadora, fui trabalhador
braçal na adolescência até virar bancário em 1988, primeiro no Unibanco e
depois no Banco do Brasil em 1992, por concurso público. Foi nessa época que
conheci o pessoal combativo do Sindicato, meus companheiros, porque eles eram
bancários como eu e estavam do meu lado como trabalhador. Conheci muita gente
boa ainda no Unibanco como, por exemplo, o funcionário do Sindicato e atual
Deputado Estadual por São Paulo, Marcos Martins, do Partido dos Trabalhadores.
Eu me apaixonei pela profissão de fé que é ser dirigente sindical e pelo significado
das organizações criadas pelos trabalhadores e para organizar as lutas dos
trabalhadores contra o sistema desgraçado de exploração dos capitalistas.
Exemplos dessas organizações: os sindicatos e os partidos de esquerda como o
PT.
Eu tirei meu título de eleitor em 1987 e meu primeiro voto
como trabalhador braçal foi no Partido dos Trabalhadores. Eu descarregava
caminhões de cargas e era entregador de caixas de palmito numa empresa lá na
Barra Funda, bairro paulista. Votei na Luiza Erundina. Acertei meu primeiro
voto porque o mandato dela na prefeitura mudou a minha vida como trabalhador. A
imprensa golpista já fazia lavagem cerebral nas pessoas como faz hoje. Disseram nas
“pesquisas” que ela era a 4ª nas opções dos paulistas...
A lembrança que eu
tenho e que me emociona até hoje quando lembro, como agora que escrevo, é que
eu não conseguia entrar nos ônibus lotados nas manhãs porque era muita gente
trabalhadora para poucos ônibus. Morria muita gente que caía porque nos
pendurávamos nas portas e janelas. Com a eleição da prefeita do PT, eu passei a
entrar no ônibus e, pode parecer uma bobagem, mas isso foi tão bom e nunca me
esqueci disso.
Eu só me filiei ao Partido dos Trabalhadores em 2002 quando
o movimento sindical e os movimentos de esquerda fizeram campanha com o fim de
fortalecer o partido, após a eleição do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva.
Todos sabíamos que a direita secular brasileira, patriarcal, branca,
escravagista, burguesia vira-latas que gosta de ser cachorra de imperialista
americano e inglês, enfim, o movimento dos trabalhadores brasileiros sabia que
seria dureza o governo de Lula do PT chegar ao fim dos 4 anos de mandato.
Não deu outra. Em 2004 apareceu o primeiro “escândalo” sobre
as lotéricas da Caixa Federal. Depois criaram o “mensalão” porque era o ano
anterior às eleições presidenciais de 2006. Toda a farra, o rega bofe do ataque
ao PT foi baseado no apoio das famílias da imprensa, que apoiaram a ditadura
civil-militar de mais de duas décadas. Naquela época, um senador de direita
disse que o objetivo dos ataques conjuntos da direita e imprensa era “extinguir
aquela raça” se referindo ao PT nos mesmos padrões do Nazismo de Adolf Hitler em relação aos judeus.
E assim seguiu, de “escândalo” em “escândalo” contra Lula, contra o PT...
depois vieram os “aloprados” e a combinação do delegado com a Globo e a pilha
de dinheiro na mesa na véspera da eleição 2006.
Durante todos esses anos de “escândalos” contra o partido “demoníaco”
do PT, a imprensa golpista foi escondendo merdas e mais merdas envolvendo os
governos e as famílias seculares da burguesia vira-latas. Os ataques contra o
PT foram ocorrendo, independentemente de qualquer acerto do governo e, principalmente, porque ao mesmo tempo a
classe trabalhadora foi mudando de patamar, saindo da miséria e ascendendo aos
bens de consumo e oportunidades antes somente dos filhos dos ricos brancos, da
burguesia chinfrim brasileira. Foram dezenas de milhões de gente como eu e minha classe que mudaram de patamar.
Odeio oportunismo, injustiças e ingratidões
Acabei fazendo esse histórico do País, do PT, da classe
trabalhadora nestes últimos 13 anos porque eu os vivi como ator.
Eu posso ter
sido maltratado por lideranças do movimento dos trabalhadores no último
período. Posso até estar sentindo que recebo pouco apoio na tarefa que estou desempenhando
porque as mesmas lideranças do movimento insistiram para que eu aceitasse
participar do processo que me levou à tarefa atual de gerir a Caixa de
Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil em um momento que culmina em crise em 2015 após mais
de uma década de acúmulos de problemas não resolvidos na entidade de saúde.
Mas eu jamais vou
concordar com a postura desprezível de lideranças do PT ou do movimento social e de esquerda em colocar primeiro sob
suspeição seus companheiros quando sofrem ataques de nossos inimigos de classe.
Eu disse o mesmo quando fizeram isso com Genoino e Dirceu. Isso não é papel de
liderança verdadeira do movimento social. Há que se ver como liderança e saber o que a direita está fazendo com o maior cinismo de classe (dominante). Sinto nojo disso!
Finalizo citando trecho da música de Chico Buarque “Geni e o
Zepelim”:
"Acontece que a donzela
(E isso era segredo dela)
Também tinha seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos..."
(E isso era segredo dela)
Também tinha seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos..."
Mensagem final aos oportunistas:
Eu prefiro amar e estar ao lado dos bichos do que as globos, folhas, vejas, estadões, juízes parciais pró-burgueses, burgueses vira-latas,
fascistas, patrões e outros lixos, partidos de direita tipo PSDB, aécios,
bolsonaros, caiados, gilmares, barbosas e lixos do tipo...
William Mendes
Cidadão da classe trabalhadora brasileira
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