sábado, 1 de agosto de 2009

Leitura: O Diário de Anne Frank



Refeição Cultural

Veja esta reflexão de uma adolescente judia, de 14 anos, enclausurada em um esconderijo fugindo dos nazistas, em 1944:

"Como, sem dúvida, você pode imaginar, nós costumamos dizer, desesperados: 'Qual é o sentido da guerra? Por que, por que as pessoas não podem viver juntas em paz? Por que toda essa destruição?'

A pergunta é compreensível, mas até agora ninguém conseguiu uma resposta satisfatória. Por que a Inglaterra fabrica aviões e bombas maiores e melhores e ao mesmo tempo constrói casas novas? Por que se gastam milhões com a guerra a cada dia, enquanto não existe um centavo para a ciência médica, para os artistas e para os pobres? Por que as pessoas têm de passar fome quando montanhas de comida apodrecem em outras partes do mundo? Ah, por que as pessoas são tão malucas?

Não acredito que a guerra seja apenas obra de políticos e capitalistas. Ah, não, o homem comum é igualmente culpado; caso contrário, os povos e as nações teriam se rebelado há muito tempo! Há uma necessidade destrutiva nas pessoas, a necessidade de demonstrar fúria, de assassinar e matar. E até que toda a humanidade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas, e tudo que foi cuidadosamente construído, cultivado e criado será cortado e destruído, só para começar outra vez!"


COMENTÁRIO: As mesmas perguntas podem ser feitas hoje (2009). Vimos recentemente bilhões de dólares aparecerem para salvar alguns bancos e magnatas. Foi uma quantidade de dinheiro impensável. Mas nunca apareceu parcela desse dinheiro para acabar com a miséria e a fome no mundo.


A leitura do Diário de Anne Frank é necessária a todas as pessoas em algum dia de suas vidas.

Desde adolescente ouço falar dele. Como disse antes sobre o momento, ele chegou em minha vida aos quarenta.

Vejo os movimentos políticos na Europa, com partidos de direita ascendendo ao poder com propostas fascistas e que discriminam os diferentes, os "bárbaros - aqueles que vêm de fora" - e me assusto com os rumos possíveis disso.

Como vejo a História Humana em ciclos, receio que tempos ruins globais voltem amanhã.

É verdade que nesses ciclos históricos tem muita coisa boa como, por exemplo, os governos mais populares e democráticos eleitos na última década nas Américas.

É urgentíssimo, como sempre foi, educar as massas para a desalienação e pela busca, através da Democracia, de seus direitos humanos.

Há duas formas de mudar a realidade social: pela Democracia, através da consciência de classe e do voto em processos eleitorais transparentes e em condições igualitárias ou pela Revolução, através da força e da guerra (quase sempre sem resultados para o povo, além da morte).

A guerra, aliás, também é a solução econômica para crises capitalistas - manda-se o filho "dos outros" para matar e morrer em nome da "Pátria".

Entre a Guerra e a Diplomacia (Política) eu prefiro esta.

É buscar educar as massas, é dar oportunidades iguais, inclusive com políticas afirmativas, e ensinar a Ética e os Direitos Humanos - sempre!!


William Mendes

2 comentários:

Jo disse...

anne frank had it hard

Unknown disse...

Li este livro há mais ou menos 15 anos. Por muitas vezes me peguei emocionada dentro do transporte, eu já era bancária...e parecia que tudo se tornava pequeno perto do que essa "política" fez com essas pessoas e tantas outras dessa época. Na verdade, esses fatos servem para nos mostrar que não devemos desistir nunca...e que cada um de nós somos importantes para acrescentarmos uma frase que seja à história...mesmo que não tenhamos conseguido alcançar exatamente o que queríamos...mas tentamos!! Tenho muita vontade de ler novamente..é um ótimo livro!

Crislaine Bertazzi
Fetec/CUT SP