sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Leitura: Breves notas sobre a ecologia como limite absoluto ao capital em Mészáros - Ivan Lucon Jacob



Refeição Cultural

Artigo: Breves notas sobre a ecologia como limite absoluto ao capital em Mészáros. Ivan Lucon Jacob, doutorando em Desenvolvimento Econômico (IE/UNICAMP) e pesquisador do IBEC

Leitura para reflexão antes de uma aula sobre o tema.

Objetivo: textos de apoio para o curso de extensão "Como impedir o fim do mundo: colapso ambiental e alternativas", ministrado pela Unesp e demais parcerias

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A postagem é uma espécie de fichamento feito pelo autor do blog. Qualquer interpretação divergente do texto original é de responsabilidade deste leitor que comenta o texto.

Abaixo algumas palavras-chave ou ideias que gostei no referido texto.

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- Falência dos dois modos estatais de controle e regulação do capital: o modelo keynesiano, responsável pelo welfare state, e o "tipo soviético", que mesmo tendo partido de uma revolução política, acabou por ser, segundo Mészáros, um "sistema sociometabólico do capital"

- Mészáros avalia estarmos chegando a um "limite estrutural do capital" devido ao seu caráter incontrolável de destruição da natureza

- Diz Ivan Jacob "Marx definiu o trabalho em si em uma concepção de metabolismo, dado que 'trabalho é, antes de tudo, um processo entre o homem e a natureza, um processo em que o homem, por meio de suas próprias ações media, regula e controla seu metabolismo com a natureza"

- Em seu caráter social, quando o homem age sobre a natureza e a modifica, modifica a si mesmo, sua própria natureza, é uma relação metabólica

- Falar de suposto controle ou estabilidade do capitalismo é uma mentira cínica, é enganar quem não conhece a natureza expansiva e acumuladora do capital

- Mészáros afirma que o controle social é "a condição prévia necessária para qualquer relação sustentável com as forças da natureza"

- As "soluções" apresentadas pelas corporações monopolistas do capital, a invenção falaciosa do "desenvolvimento sustentável" nada mais são que a continuidade da destruição do mundo como está se dando agora

- A solução para o mundo não é a reprodução do modelo estadunidense de destruição da natureza e do planeta, no qual 5% da população global consomem 25% dos recursos energéticos disponíveis

- A ciência e a tecnologia poderiam alterar o processo atual de destruição do mundo em função do modelo capitalista? Não, pois o uso vem sendo em função da própria acumulação de capital e em desfavor do planeta e da sociedade humana em geral (p. 47 do artigo)

- "Portanto a questão que se coloca 'não se restringe a saber se empregamos ou não a ciência e a tecnologia com a finalidade de resolver nossos problemas' - dada a obviedade da resposta: sim! - 'mas se seremos capazes ou não de redirecioná-las radicalmente, uma vez que ambas estão estritamente determinadas e circunscritas pela necessidade de perpetuação do processo de maximização dos lucros' (diz Mészáros)

- De novo, só o controle social pode alterar a lógica estabelecida hoje, definindo como produzir e o que produzir, na relação sociometabólica com a natureza

- Se a humanidade deseja sobreviver, é preciso superar a fragmentação social e encontrar a unidade para superar o modo de produção capitalista (destruição incontrolável e consumista da natureza para acumulação de capital)

- Ivan Jacob cita Mészáros e Marx ao abordar a questão do desenvolvimento tecnológico e produtivo para reduzir as horas de trabalho humano, mas com benefício da própria sociedade humana, e numa relação metabólica natureza e sociedade mais equilibrada e sustentável (p. 50, item IV do artigo). Esse seria um objetivo do comunismo

- "Marx argumenta que uma sociabilidade advinda de produtores livremente associados deve existir no âmbito do metabolismo prescrito pelas leis naturais da própria vida, assegurando as condições de existência para as gerações presente e futura" (Ivan Jacob)

- Ivan Jacob cita Clark e Foster (autores de referência no artigo), concluindo o texto: "há uma síntese necessária entre Marx e Mészáros, na formulação de uma concepção de transição para um sistema sustentável de reprodução metabólica social. Tanto a igualdade substantiva quanto a sustentabilidade ecológica são os pilares de uma sociedade livre dos ditames e da lógica do capital..."

- Por fim, é urgente também a "necessidade histórica da criação do movimento dos produtores visando a mudança radical nas formas atuais de controle social visando sua emancipação. A necessidade, portanto, do comunismo." (Ivan Jacob)

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Fecho minha resenha e leitura do artigo, concordando com Ivan Jacob, Clark, Foster, Mészáros e Marx... 

Urge a necessidade do comunismo!

Leitura feita por,

William Mendes

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