Refeição Cultural
LEITURAS
"E assim é o caminho da vida, não é o que a gente planejou... [eu trabalhar] na Belgo Mineira." (p. 38)
João Paulo Pires de Vasconcelos: metalúrgico sindicalista e deputado constituinte por MG
Ao ler a entrevista do companheiro João Paulo fiquei pensando muitas coisas sobre a vida da classe trabalhadora.
Já no início, refleti sobre a citação acima: sobre os caminhos da vida, muitas vezes sem planejamento.
Quando vi, estava no Banco do Brasil da era FHC, quando vi estava brigando ao lado dos colegas contra as desgraças das demissões, assédios, suicídios. Quando vi era sindicalista cutista...
A entrevista é esclarecedora sobre o que somos, nós militantes da maior central sindical das Américas, a CUT.
As contradições sobre diversos temas são naturais e o debate é sempre necessário para se definir a melhor estratégia para a classe trabalhadora.
João Paulo nos conta sobre as difíceis decisões sobre defender ou ser contra a CLT, ser contra ou a favor de imposto sindical e outras grandes questões no mundo do trabalho.
"Eu falei: 'escuta aqui, vocês de São Paulo estão em uma realidade diferente. Vocês não podem enxergar só o próprio umbigo' (...) 'olha, lá em Monlevade, a empresa ameaça o trabalhador na hora da admissão dele dizendo que ele não pode se filiar ao sindicato...' (p. 45)
Como metalúrgico mineiro, a fala sobre nós de São Paulo foi na veia, me lembrei na hora de minhas tarefas de convencer companheir@s de outras bases - Nordeste, Sul, Centro Norte - sobre a campanha unificada entre bancários de bancos públicos e privados assim que Lula (PT) foi eleito em 2002.
Eu era do maior sindicato de bancários do país e com base hegemonizada por bancos privados e dialoguei com muitas lideranças defendendo que a campanha com mesa única e CCT para todos era o melhor para nós de bancos públicos federais.
Agradeço de coração a toda a equipe do projeto de entrevistas que gerou o livro "A geração que criou a CUT" (2023). Esses registros são a nossa história que precisa ser preservada e estudada.
O companheiro João Paulo faleceu no ano passado, aos 92 anos de idade.
Por causa do livro, pude conhecer a história que ele nos contou.
William Mendes
06/12/25



Nenhum comentário:
Postar um comentário