segunda-feira, 14 de abril de 2025

Diário e reflexões


Genoino e Luna: inspiração e esperança.


Refeição Cultural 

Segunda, 14 de abril de 2025. Madrugada.


O mundo humano segue seu curso. A natureza segue impactada pelas ações do mundo humano. O ser humano segue sendo uma espécie extraordinária, capaz de realizações que nenhuma outra espécie seria capaz de fazer. Mas iniciamos uma nova semana sem mudança substancial na tendência de destruição do planeta e da sociabilidade humana. Na minha leitura de mundo, o mal segue vencendo disparado o duelo contra a vida.

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) está em greve de fome em protesto contra os homens do mal que dominam a política brasileira e o parlamento nacional: querem cassar o mandato dele por denunciar o orçamento secreto e por ser uma das vozes honestas do povo. Estamos contigo, Glauber!

O direitista Noboa seguirá mandando na política do Equador. Trump... vocês já sabem. Bolsonaro passa bem, dizem que ele teve nó nas tripas de novo: sigo afirmando que ele não será preso, infelizmente. A Globo segue existindo e fazendo o mal que faz há cem anos ao Brasil: é uma doença pestilenta passada de geração a geração.

Meus familiares com dengue em Minas Gerais vão se recuperando. Minhas primas que passaram por cirurgias estão se recuperando. Minha mãe e meu pai nos dão a felicidade de estarem entre nós: cada um a seu modo influenciou a minha vida. 

Vivendo do passado... Por mais que tente evitar, não tem jeito. Estou com a cabeça no passado; até quando durmo, não me vejo livre do passado. Na minha memória, o passado teima em permanecer. Na vida concreta, no instante cotidiano, não tenho mais passado algum. O passado não existe. O que tenho é o presente: esta segunda-feira que começa e que seguirá para mim caso eu acorde nela.

Ações da semana 

Na quarta-feira, assisti pela internet, por mais de 3 horas, a apresentação do resultado do exercício de 2024 da nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Fui gestor eleito da autogestão (2014-2018). Não vou registrar minhas impressões sobre o resultado e sobre a gestão: uma espécie de autocensura.

Participei de uma reunião política de nosso Partido dos Trabalhadores, do diretório zonal do Butantã, de boas-vindas aos quase trezentos novos filiados e filiadas (a maioria é de mulheres). Fui principalmente para ouvir duas pessoas que me inspiram e que simbolizam a esperança na luta política: o companheiro José Genoino e a companheira Luna Zarattini, duas gerações de militância que honram o PT.

Fomos visitar familiares no Rio Pequeno e o centro das atenções é a nova vida que aquece o coração de todo mundo: o Theo, um nenê de três meses de idade. Sempre que vejo crianças e mães, sinto um misto de esperança e frustração com a sociedade humana. A vida é oportunidade diária de coisas boas. O mundo humano é ruim porque é dominado por homens e pelo capitalismo. Poderíamos ter uma sociedade acolhedora às mães e seus bebês: não temos. Me solidarizo com todas as mulheres do mundo.

Aulas de teatro no Lélia Abramo sob
orientação do ator e diretor Celso Frateschi.

No domingo, a convite da companheira Deise Lessa, participei de um grupo de teatro amador e popular coordenado pelo grande ator e diretor Celso Frateschi. Foi uma manhã de muita energia criativa. Ainda lemos Bertolt Brecht.

Arte é uma habilidade humana extraordinária. Duas características que nos fazem humanos: educação e arte.

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Devo persistir no difícil trabalho de sistematizar os milhares de textos que produzi ao longo de duas décadas de blogs. Os cadernos do blog sindical e do blog de cultura devem ser meu foco neste ano. As leituras podem seguir, de forma lenta, o que eu não posso é deixar de organizar meus textos.

"O que somos é feito do que fomos, de modo que convém aceitar com serenidade o peso negativo das etapas vencidas." (Antonio Candido)

Tenho dois momentos distintos em minha passagem pelo mundo: um, até uns trinta anos de idade, outro, após ter virado dirigente político da classe trabalhadora. Na vida antes dos trinta, sobrevivi ao ódio e à depressão por sorte e pelo amor. Na vida posterior, a politização me mudou bastante e fui alguém que interferiu positivamente na vida pública e coletiva das pessoas. Enfim, o que somos é feito do que fomos, como ensina o professor Antonio Candido.

Pensando em minha produção textual e no passado - o meu passado que só existe na minha memória e nos textos que produzi -, e muito impactado pelo filme "Meu pai" (2021), com Anthony Hopkins, que revi nesta semana, reforça em mim a necessidade de coletar e organizar o que tenho escrito.

Vamos para mais uma semana, se meu corpo animal permitir.

William


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