Refeição Cultural
"Este título de Papéis Avulsos parece negar ao livro uma certa unidade; faz crer que o autor coligiu vários escritos de ordem diversa para o fim de os não perder. A verdade é essa, sem ser bem essa. Avulsos são eles, mas não vieram para aqui como passageiros, que acertam de entrar na mesma hospedaria. São pessoas de uma mesma família, que a obrigação do pai fez sentar à mesma mesa." (Advertência, Machado de Assis, outubro de 1882)
1. O alienista
2. Teoria do medalhão
3. A chinela turca
4. Na arca
Ao trabalhar na revisão e encadernação de minhas postagens nos blogs, fiquei satisfeito com a constatação de ter começado o Refeitório Cultural com Machado de Assis.
Os textos do Bruxo do Cosme Velho são de domínio público e comecei o blog de cultura com o conto "O alienista", lá em 2007. Este clássico poderia ser lido de tempo em tempo ao longo da vida das leitoras e dos leitores. Já o li inúmeras vezes nas últimas duas décadas. Ele nos faz entender o Brasil e os seres humanos, por isso seu caráter universal.
Os primeiros textos do blog têm relação com o mestre Machado de Assis.
A minha edição de Papéis Avulsos está dividida em dois volumes. Já li todos os contos muitas vezes.
Ao lermos a "Teoria do medalhão", percebe-se a universalidade da gente vulgar que ocupa as casas-grandes e a tal Faria Lima. Janjão recebe instruções de seu pai como essa gente do "agro pop" e seu universo sertanejo. Pai e filho são os caracteres da "Elite do atraso" descrita pelo sociólogo Jessé Souza.
Da mesma forma, vemos a atualidade da crítica de Machado ao compor no conto "A arca" os novos capítulos introduzidos no Gênesis. Somos essa coisa humana descrita no conto através dos filhos de Noé, Sem e Jafé. Parece que a gente não tem jeito mesmo...
"O melhor drama está no espectador e não no palco"
A lição do conto "A chinela turca" está aí para qualquer um de nós avaliarmos...
Leiam Machado de Assis, leiam!
William
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