Refeição Cultural
Osasco, 9 de maio de 2025. Sexta-feira.
O tempo para os seres vivos segue correndo. A cada segundo, o tempo de vida de qualquer organismo vivo diminui. É a natureza, é o ciclo da vida.
Essa questão temporal independe do fato de um ser vivo ter acabado de chegar à sua forma de vida ou não. Uma tartaruguinha, um bebê humano, um burrinho pedrês, um velho felino sem chão, uma pessoa com décadas de vida. O tempo está correndo para todos eles. E está diminuindo. Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Acordei me lembrando dessa questão temporal. E me quedei cismando com as ideias em minha mente. Faz um tempo que percebi a urgência do tempo para mim. Tic-tac, tic-tac, tic-tac.
Que tenho que fazer para esses dias? A declaração do imposto de renda. Uns exames médicos de rotina, preventivos, que o relapso não os fez no tempo ideal.
Eu tenho que resolver a questão de incluir ou não imagens para finalizar a edição impressa de minhas memórias da vida sindical, as "Memórias de um trabalhador politizado pelos bancários da CUT". Para impressão, as imagens precisam de boa resolução e aí complica. Preciso finalizar esse trabalho realizado. O livro não será vendido. Vou presentear pessoas com aquelas histórias.
E o tempo segue acelerado. Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Não é só o meu tempo que está correndo. É o de todos os seres vivos que está diminuindo.
O que fazer primeiro? O que priorizar neste instante? O imposto, os exames, sei. Esse bendito livro.
Meus textos de vinte anos de blogs... acho que tenho que seguir fuçando nisso. Lendo, diagramando, encadernando.
Tive um tipo de vida até a confecção desses milhares de textos e outra vida durante aquele período de representação política da classe trabalhadora. Tenho que deixar esses cadernos numa estante, mesmo que seja para alimentar cupins ou o fogo.
Ao reler as postagens, vejo não só a vida do escritor delas, mas do povo brasileiro, do país e do mundo, uma época.
E tenho que fazer outra coisa também. Os textos do meu pai e da minha mãe precisam ser preservados, organizados, quiçá publicados e encadernados.
Meus pais têm pouca instrução formal, duas pessoas muito inteligentes! Dois sobreviventes pobres deste país miserável e violento. E meus pais escreveram suas histórias, seus sentimentos, reflexões e orações. Seus amores e pesares. Tenho que preservar essas histórias humanas.
O tempo corre... tic-tac, tic-tac, tic-tac.
William
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