quinta-feira, 2 de maio de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 2 de maio de 2024. Quinta-feira.


VAIDADE E HUMILDADE

A vaidade é uma das questões humanas que tem ocupado minhas reflexões. As causas e consequências dessa manifestação comportamental humana merecem nossa atenção. E merecem nosso combate. As consequências do sentimento de vaidade são muitas vezes drásticas e sem volta para toda a coletividade.

Devemos olhar para fora dos indivíduos ou devemos olhar para dentro de cada um de nós? Diria que ambas as possibilidades são necessárias. 

Me lembro do texto da filósofa Marilena Chauí, no livro "Leituras da crise" (2005) quando ela nos explica sobre as paixões humanas e o fato de os humanos serem falíveis por serem seres sujeitos às paixões, e por isso deveríamos criar instituições fortes, impessoais e protegidas das paixões humanas.

Enfim, não vou desenvolver o tema da vaidade nesta postagem. É um registro sobre tema que tem me feito refletir muito no período atual. 

Também por causa da vaidade, tenho pensado em desenvolver ou reencontrar outro comportamento humano que considero importante para as relações sociais: a humildade. Está fazendo falta um pouco de humildade em cada um de nós.

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TRANSFORMO UMA NUVEM EM LIVRO?

Que fazer de maio, que fazer de mim? Finalizo a edição impressa do livro que fiz ou esqueço isso?

Estou buscando sentidos para meu viver desde que minha rotina de vida mudou faz alguns anos. Talvez nunca mais encontre sentidos parecidos com os que tinha antes. Aliás, é até natural que não os encontre, sou outro, os tempos são outros, os contextos idem.

O sentimento de vaidade deve estar dificultando muito minha busca por sentidos novos (de nada adianta pensar na vaidade dos outros e não combater a própria). E o sentimento de humildade poderia me ajudar a encontrar algum sentido para essa etapa da existência, a etapa da metade para o fim. Metade para o fim é uma ideia ótima... posso estar a uma curva do fim... nunca se sabe do amanhã, que sequer existe.

Uma coisa que poderia fazer do meu maio seria terminar algo que acabei sendo influenciado a fazer e que investi um recurso considerável da família, e pela dúvida que tenho, não terminei a tarefa nos últimos meses. Falo da edição do livro de memórias sindicais. Tenho dúvidas incômodas se confecciono algumas unidades e presenteio alguns amigos e conhecidos ou não. No contexto atual, não me vejo lançando livro algum, muito menos vendendo.

Por necessidade de escrever, acabei escrevendo dezenas de capítulos de memórias sindicais durante a pandemia de Covid-19. Quando dei por mim, as memórias estavam escritas e publicadas e, por incrível que pareça, quando fui ver no blog os 39 capítulos tinham somados mais de 85 mil acessos. Ou seja, os textos estão lidos. 

A ideia de editar um livro impresso condiz com minhas próprias teses sobre a fragilidade do arquivamento da produção humana em redes virtuais, nuvens. 

Sou absolutamente contrário ao comportamento humano atual, muito tememário, de conservar a produção cultural humana somente em porcarias de mídias virtuais. Isso é nada, nihil, nonada, toda produção humana armazenada somente em nuvem de uma big tech é nada. Hoje existe, amanhã é nuvem dissipada.

- Decida logo, William, pois já se passou mais uma manhã deste maio!

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POUCA GENTE SE LEMBRA DISSO, MAS SAÚDE É A MELHOR COISA DO MUNDO

Nossa pequena Olga segue na UTI, e felizmente os exames descartaram meningite, cujas consequências podem ser seríssimas. Detectaram Influenza A, que também é sério. Está sendo cuidada e está melhorando. Minha mãe fará exames ainda nesta semana para saber o que está deixando ela tão sem energias para seguir a vida cotidiana. Meu pai está fazendo exames também para descobrirmos o que ele tem. Saúde é a melhor coisa do mundo!

Quando eu saio de casa para andar, trotar, pedalar. fazer algum exercício físico, mesmo sem ânimo adequado, juro que é porque racionalmente sei que é necessário fazer isso para postergar problemas de saúde que poderei ter no futuro e para preservar a saúde porque tenho consciência de meu papel de estar no mundo.

William


Post Scriptum: de alguma forma, essa refeição cultural tem alguma relação com a refeição cultural de um mês meio indigesto, que acabou mas que continua (ler aqui)


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